Memória é uma maneira de guardar as coisas que não queremos perder nunca
Por Alexandre Inagaki ≈ quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Quando o assunto é Natal, dois clichês justapõem-se e aparecem de forma onipresente nas conversas: de um lado, pessoas que genuinamente acreditam no espírito natalino e aproveitam a época de ruas e árvores iluminadas para resgatarem suas esperanças no gênero humano; de outro, rabugices sobre “consumismo, comilança e sentimentalismo” (como bem resumiu Gabriel Priolli).
De minha parte, posso dizer que, apesar de me exasperar com panes de máquinas de cartões de crédito sobrecarregadas nestas semanas de incentivo extra ao espírito capitalista, rádios tocando certas músicas natalinas ad nauseam, mensagens padronizadas e arquivos em Power Point com frases tão edificantes quanto solos de saxofone do Kenny G., eu gosto desta época do ano. E creio que toda ocasião que serve como pretexto para que a gente reencontre os amigos, os parentes e as pessoas que nos são importantes tem mais é que ser celebrada e valorizada.
Se tudo mais der errado, que haja sempre ocasião para um sorriso. Nesta véspera do nascimento de Jesus, tomei emprestadas tiras de Laerte Coutinho, Ryot e Bill Watterson para desejar a você que me lê um dia livre de indigestão por causa de overdoses de chester com rabanada. E, claro, um Feliz Natal! ;)
Este é mais um ano em que não resisto a transcrever as palavras ditas por Kevin Arnold em um episódio de Anos Incríveis, um dos melhores seriados de todos os tempos. Assino embaixo, em cima e dos lados de suas palavras.
“Naquele ano o Natal deixou de significar para mim enfeites e presentes, e começou a significar recordações. No começo fiquei um pouco desapontado, mas aprendi que a memória é uma maneira de guardar as coisas que amamos, as coisas que somos, as coisas que não queremos perder nunca. E o que aprendi com Winnie foi que, num mundo que muda tão depressa, o melhor que podemos fazer é desejar aos outros um Feliz Natal. E muita sorte.”
Alexandre Inagaki
Alexandre Inagaki é jornalista, consultor de projetos de comunicação digital, japaraguaio, cínico cênico, poeta bissexto, air drummer, fã de Cortázar, Cabral, Mizoguchi, Gaiman e Hitchcock, torcedor do Guarani Futebol Clube, leonino e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos, não necessariamente nesta ordem.
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