Como Fazer Amigos e Influenciar Homens de Marte, Mulheres de Alpha Centauri e Chorões às Margens do Rio Piedra (ou: Seja Feliz e Ajuda-te a Ti Mesmo Sozinho e Sem Ajuda de Ninguém, Mexendo no Queijo Alheio de Acordo com os Princípios do Feng Shui)

Por Alexandre Inagakidomingo, 25 de fevereiro de 2007

Como escrever um livro e enriquecer tapeando incautos.Vida tem manual de instruções? Consumidores de livros de autoajuda parecem acreditar que sim, dando vazão à publicação de obras que fazem promessas mais mirabolantes do que as veiculadas em propagandas eleitorais gratuitas. Por exemplo? “Como Ficar Rico“. Melhor que o título singelo desta obra, só mesmo o nome da editora que o publica: Academia de Inteligência (mesmo porque burros são os leitores que acreditam num conto de vigário desses). Outra pérola: “Como Fazer Qualquer Pessoa se Apaixonar Por Você“. Segundo a sinopse do livro, sua autora, a Dra. Leil Lowndes, “mostra que é possível aprender o momento certo de se fazer de difícil, quanto se deve esperar para um convite, como deixar uma primeira impressão inesquecível, preencher os desejos sexuais do parceiro ou como alimentar a menor centelha de atração para transformá-la em uma paixão avassaladora“. Com o perdão da má expressão: ahhh, doutora filha da mãe essa que atiça pessoas a armarem esses malditos joguinhos!

O talão de cheques e o cartão de crédito também são bons camaradas...Não é difícil encontrar explicações para a confluência de mais e mais pessoas consumindo esse tipo de, hmm, literatura. Pense em sobreviver a uma sociedade acirradamente competitiva, assolada por termos como downsizing, benchmarking ou empowerment e regida por uma economia de mercado que fomenta constantemente o temor de pais de família em mergulharem no oceano de desempregados que sobrevivem fazendo bicos por aí. Ou em jovens alienados pela falta de utopias e ideologias consistentes, estupidificados por programas imbecis de TV e sistemas educacionais focados na aprovação no vestibular e em uma inserção cada vez mais precoce no mercado de trabalho. Ou em fiéis desiludidos por padres pedófilos, cobrança de dízimos, teologias emboloradas, guerras nada santas ou simplesmente contagiados pelo ceticismo quase onipresente nestes tempos contemporâneos. Ou no número crescente de pessoas vitimadas por stress, LER, ansiedade, síndrome do pânico, transtorno afetivo bipolar, distúrbio de déficit de atenção e outros males pós-modernos.

Como diriam os Menudos, não se reprima!Quem recorre a um livro de autoajuda não foi capaz de encontrar as respostas que buscava em sua família, paróquia ou escola. Ou busca, simplesmente, um atalho mais cômodo para a solução de seus problemas. Em tempos tão individualistas, nada mais sintomático do que o sucesso de obras self service, com as quais você teoricamente conseguirá aprender a se virar sozinho no caos dos nossos tempos. A impressionante profusão desses títulos mostra que o mercado editorial abarca quase todas as facetas do relacionamento humano, sejam elas protagonizadas por amantes (“Ser a Outra: Manual de Sobrevivência da Amante“), pais de primeira viagem (“Nana, Nenê: Como Resolver o Problema da Insônia do seu Filho“), capitalistas com certo peso na consciência (“O Dinheiro é Meu Amigo“), aspirantes a Doutor Doolittle (“Linguagem Animal: Comunicação Interespécies“, livro que teoricamente auxilia um dono a conversar com seu animal de estimação, o que me faz pensar se já existe alguma obra do tipo “Samambaias São Boas Ouvintes: Desabafe com as Plantas do Seu Jardim”), introvertidos (“A Timidez Vencida em 3 Semanas“, ahhh se fosse assim tão fácil), pessoas que saíram relutantes do armário (“Auto-Estima para Homossexuais: um Guia para o Amor Próprio“), que têm intestino preso (“Deixa Sair“, título deveras adequado para a obra) ou que sonham com uma aparição na Caras ou Domingão do Faustão (“Fama - Como se Tornar uma Celebridade“, livro com prefácio de Suzana Alves, a Tiazinha), e assim por diante.

Se você não tem laços no cabelo, use a bunda.Nada, no entanto, supera a procura pela felicidade pessoal. Uma busca no site Submarino pelo termo mágico “ser feliz” resulta em nada menos que 302 livros que incluem a expressão em seus títulos, dentre eles “Prepare-se para Ser Feliz Nesta Vida e Depois da Morte”, “Dinheiro: é Possível Ser Feliz sem Ele” (preciso dar uma folheada neste), “Aeróbica Mental: Exercícios Mentais para Ser Sempre Feliz”, “Aprendendo a Ser Feliz com o Espírito André Luiz” (rimou), “Aprenda a Ser Feliz com os Florais de Bach”, “Caminho Infalível para Ser Feliz”, “Aura-Soma para Crianças: um Guia para Ser Feliz” (não poupam nem a molecada!) e aquela que talvez seja a melhor sátira ao filão da autoajuda: “Ser Feliz“, do canadense Will Ferguson. Um romance deliciosamente cáustico, que narra o que aconteceria à humanidade se surgisse um livro de autoajuda que efetivamente funciona, tornando seus leitores tão felizes quanto apáticos e letárgicos. Ou, como bem descreve Ferguson: “Eu dei às pessoas o que elas queriam: não liberdade, com as suas responsabilidades pesadas e incômodas, mas segurança. A segurança de não precisarem pensar. Segurança contra elas mesmas. Eu sei o que as pessoas querem: não querem ser livres, querem ser felizes“.

Com Manah, adubando dá!E assim segue a humanidade. Enquanto crianças são queimadas ou arrastadas nas calçadas do Brasil, secas, inundações e furacões proliferam-se no planeta por causa do aquecimento global, países do Oriente desenvolvem programas atômicos e chacinas matam dezenas de pessoas nas periferias tupinambás, cada vez mais pessoas chegam à conclusão de que não vale a pena acompanhar as editorias de Mundo e Cotidiano, porque o que importa mesmo é… ser feliz (ao fundo, ouve-se aquela canção da Luka: “Tô nem aí, tô nem aí/ Não vem falar dos seus problemas que eu não vou ouvir“).

Para encerrar: em meio a publicações com títulos chamativos como “Se Você Não Tem Bunda, Use Laços no Cabelo“, “Os Homens São Ostras, as Mulheres Pés-de-Cabra” e “Lobas e Grávidas: Guia Prático para o Parto da Mulher Selvagem“, esbarrei em uma intitulada “Adube Sua Carreira“. O livro é uma piada pronta: oras, existe outro modo para adubá-la que não seja fazendo muita merda na vida?

Pense Nisso!
Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista, consultor de projetos de comunicação digital, japaraguaio, cínico cênico, poeta bissexto, air drummer, fã de Cortázar, Cabral, Mizoguchi, Gaiman e Hitchcock, torcedor do Guarani Futebol Clube, leonino e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos, não necessariamente nesta ordem.

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Comentários do Blog

  • Pingback: "Progressiva, degenerativa e irreversível" - Pensar Enlouquece, Pense Nisso

  • Ronan

    Excelente texto. Muito criativo.
    “”Adube Sua Carreira”. O livro é uma piada pronta: oras, existe outro modo para adubá-la que não seja fazendo muita merda na vida?” (realmente hilário…)
    Parabéns!

  • http://rodolfo.typepad.com Rodolfo Araújo

    Texto antigo, tema atual! Mais do que nunca as pessoas buscam a fuga nesses livrecos, viciadas em soluções alheias.

    Leia o meu veneno:

    http://rodolfo.typepad.com/no_posso_evitar/2009/06/o-monge-o-queijo-e-a-vida-real.html

    Abraço, Rodolfo.

    R: Valeu, Rodolfo. Descobri o seu blog pesquisando textos sobre procrastinação, e foi uma grata surpresa encontrar aquele seu excelente artigo. Agora constato que há muitos outros bons posts em sua página. Um abraço!

  • Jader

    Você critica tanto livros de auto ajuda… mas quem tenta enrriquecer com blog é o que? hahaha!
    Inclusive eu escrevi um livro de auto ajuda chamado “Coma merda e morra!” Como eu envio pra você…

    R: Jader, é verdade. Atualmente eu não ganho muito com blogs; meros R$ 6 mil mensais. Mas são suficientes para que eu um dia envie um livro intitulado “Como Lidar com Comentaristas Babacas de Blogs” a você. Mande-me, por favor, o seu endereço para [email protected], ok? Um forte abraço a você e a todo mundo que for da sua família.

  • Pablo

    Concordo plenamente com voce!!
    Fala que eu te chupo!!!!

  • Fernanda Nogueira Shuttz

    Concordo com quase tudo, mas a verdade é que não se pode generalizar. Ha livros ruins em todos os gêneros. Há romances horríveis, assim como muita gente que se acha poeta e rima “ão” com “ão”. Dos livros que você citou, um é totalmente anti-auto-ajuda, que é o “Dinheiro, é possível ser feliz sem ele”. Rema contra essa maré toda. Eu li e achei muito bom. Assim como leio Gabriel Garcia Marques, Albert Camus etc.
    Mas o artigo é instigante e realmente toca num assunto polêmico. Beijo.

  • Carlos Virgilio Nepomuceno

    Parabens pelo artigo. Concordo plenamente com as críticas a estes livros que têm solução para tudo e prometem tudo. Um deles é o de Rhonda Byrne e se chama The Secret. Escrevi um artigo sobre isso e tomo a liberdade de enviá-lo abaixo. Abraços.
    Carlos V. Nepomuceno

    Me engana que eu gosto

    Tenho medo de ser preconceituoso. Isso mesmo, a palavra é “medo”. O preconceito nos torna injustos, cria resistências contra o novo, segrega e discrimina. Uma pessoa que acredita no desenvolvimento moral e intelectual do ser humano, deve abominar o preconceito. Por isso, eu me forço ao menos a conhecer o que me desagrada.

    Não adoro pagodes nem música sertaneja, mas às vezes me pego ouvindo esse tipo de música e até cantarolando uma ou outra canção. Sim, de cada gênero musical, há o que se aproveite; assim como de cada estilo de qualquer coisa. Até a literatura de auto-ajuda eu me obrigo a conhecer. Ora, se milhões lêem determinado livro, certamente alguma coisa de interessante ele deve ter…

    Pensando assim, forcei-me a ler The Secret (“O Segredo”), da australiana Rhonda Byrne. Tanto me falaram desse livro, tanto sucesso fez o seu DVD que, antes de criticar, resolvi conhecer.

    Reconheci inúmeras razões para o sucesso de “O Segredo”, a maior delas é que diz exatamente o que queremos ouvir. Quem não quer ser imortal, rico, ter o parceiro, ou parceira, de sua vida ao seu lado, e tudo isso sem fazer força? Ora, é mamão com açúcar, como diria um velho amigo.

    O livro trata os leitores como se estes nunca tivessem lido qualquer coisa antes, como se suas mentes fossem folhas de papel em branco, e o pior é que os leitores parecem realmente reagir como se não tivessem recebido nenhuma informação antes de conhecer o tal Segredo.

    Ora, a força mental existe. Pode chamá-la também de poder de raciocínio, de abstração, de prever fatos. Sem ela, a espécie humana não teria prevalecido sobre as outras. Agora, impingir dons miraculosos a esta qualidade comum a todos os racionais, é forçar a barra, é apelar para o pouco alcance cultural da maioria das populações.

    Pior: ligar a capacidade de ganhar dinheiro a uma pretensa superioridade de alguns poucos escolhidos, é brincar com a ética e os delicados problemas sociais que afligem o planeta. O livro de Rhonda Byrne diz que só 1% das pessoas detêm quase toda a fortuna do mundo, porque elas “sabem o segredo”. Será que incluiu traficantes, chefes do crime organizado e políticos corruptos nisso?

    Um susto, uma revelação

    Só depois de ler o livro e ver o filme é que tratei de tecer meus comentários a respeito. Não peço para que meus amigos deixem de vê-los, mas já vou prevenindo. Outro dia, entretanto, fiquei arrepiado quando vi minha filha com o tal “The Secret” embaixo do braço.

    “Está lendo esse livro, filhinha”?, perguntei, tentando parecer calmo.

    “Estou, e é bem legal. O cara está detonando”.

    “Não é “o” cara, é “a” cara, uma australiana”.

    “Não, papai, o dela é outro. Esse é o do Philip Hill, um professor americano, e está detonando o livro da Rhonda Byrne”.

    Peguei o livro para ver melhor. A capa era parecida, mas era outro, sim. Pelo jeito o autor resolveu discutir cada detalhe do livro da australiana. Li a quarta capa e a introdução. Minha filha pediu de volta, pois ainda não tinha terminado a leitura.

    Esperei dois dias e estou com ele agora nas mãos. Li em três horas, parando para analisar cada detalhe, checando algumas informações com os livros que tenho. Realmente, mesmo sem negar que a força do pensamento existe, o tal de Philip Hill, com muita classe e informações precisas como um bisturi, vai derrubando cada castelo de cartas construído pelo best seller internacional.

    O livro se chama “Verdades e mentiras sobre a lei da atração”. É bonito, com capa dura, umas 160 páginas, baratinho. Mas o legal é que não brinca com a nossa inteligência. Pelo texto dá para perceber que o professor Hill deve ter ficado um pouco de saco cheio com o monte de exageros que encontrou nas páginas de The Secret. E deve ter ficado preocupado com o que esses exageros poderiam provocar nas pessoas, se é que já não estão provocando.

    Fiquei feliz de saber que há gente como esse professor lutando para que cabeças como a da minha filha sejam poupadas da mediocridade geral. Entrei em contato com a editora que lançou o livro aqui no Brasil, mas fiquei sabendo que o professor Philip não quer papo. Quer se manter quase anônimo lá no seu condomínio perto de Los Angeles, com os filhos, os netos, sem entrar nessa corrida maluca pela fama e pelo dinheiro.

    Entendi e respeitei sua privacidade, pois acho que faria a mesma coisa. Imagino que ele nem quisesse escrever livro algum, só escreveu esse, como professor que é, para tentar impedir que mentiras ganhem corpo e se espalhem pelos cinco continentes. Então, redigi esse artigo, que traduzirei para o inglês e colocarei também em sites e blogs dos Estados Unidos, apenas para que o sr. Philip Hill saiba que ao menos um pai no mundo ficou muitíssimo agradecido com o que ele teve coragem de escrever.

    Carlos Virgilio Nepomuceno – São Paulo/SP

  • http://www.linoresende.com.br/blog Lino

    Ina:
    O mais incrível de tudo é que tem gente - acho que com cérebro de ameba - que compra este tipo de porcaria, lê, e pior, fala bem e recomenda aos outros.
    Estão, na verdade, alimentando a indústria da fajutice e proporcionando um dinheiro fácil para os autores.

  • http://fazeramigos lucia

    gostaria de fazer amizade com pessoas aambo sexor de todas idade e pais , gosto muito de dança conversa e fazer muita amizades.beijoooooooooooo

  • http://www.parcerto.com.br marcelo prando

    Sabedores de que sempre estamos buscando melhorar seja no que for, os livros denominados auto ajuda nunca estiveram tando na moda como após os anos 80. Seja dentro ou fora das grandes corporações estamos rodeados de alguém querendo nos “ajudar” a sermos melhores em alguma coisa, mas eu coloco no ar o seguinte questionamento: melhores para quem? ou para quê?

  • Bela

    Sei que talvez ninguém nem leia este comentário (pela idade do post), mas não poderia passar sem dar minha opinião.
    Acho que vale a pena refletir sobre o porquê da existência deste imenso mercado.
    Se as pessoas estão tão em busca de respostas, deve haver um motivo e bem sério (cuja explicação daria uma tese).
    Vamos respeitar as diferenças, pessoal, nem todo mundo é tão bem resolvido. E, acredito sim que alguns desses livros realmente ajudem as pessoas a se entenderem e a serem mais felizes.
    Afinal, estudar a si mesmo é uma maneira de evoluir. É claro que contar com fórmulas prontas não é proveitoso em nenhuma situação e o marketing muitas vezes fala mais alto. Mas quem sabe, como já disseram aqui, mudar a si mesmo não é também um passo para mudar o mundo a sua volta?
    Abs.

    Boas observações, Isabela. Obrigado pela sua contribuição!

  • http://www.stnleycalderelli.v10.com.br Stanley Calderelli

    são coisas que mais “auto-atrapalham” do que “auto-ajudam”.

  • http://chamadodanatureza.zip.net Chris

    Adube a sua carreira é foda!
    E a minha anda adubada a um tempão!

  • http://cricrilagens.blogspot.com Iracema

    “A cada minuto nasce um otário” - que, tão logo nasce, vai correndo pra alguma livraria comprar um livro de auto-ajuda.
    O negócio é “aprender a ser feliz comendo biscoito São Luiz”, huahuahua

  • http://quintessencia.wordpress.com Idade: Endereço: CPF: Apelido: “Társis” Tamanho: enorme

    Antes demais nada, parabéns pelo layout bacanófilo do teu blog, Alê. Coisa fina, tal qual o Blackman. Acho que esse lance de profissionalizar o esquema está fazendo bem pra vcs, sobretudo no que diz respeito ao layout.

    Rasgação de cus (seda) a parte, achei esse tópico totalmente bacana. Ainda puxando a perna do termo “design” para o contexto que interessa, perceba que as CAPAS destas pérolas literárias são um Show extra, abrilhantando o conteúdo picareta. Destes citados, eu já li o “Quem mexeu nas minhas bolas” ou algo assim. Tinha um lance de queijo também, e dois baitólas em um labirinto.

    No final das contas, achei que o livro fedia como Rockford. Só que tem gosto pra tudo e é melhor ler bula de remédio do que não ler nada. E afinal de contas, como diria o Stanislaw Ponte Preta, para acabar com os malandragem, só prendendo os otários.

    E zéfini.

  • http://foradesintaxe.zip.net fernando

    nossa, os livros de auto-akuda estão cada vez mais bizarros

  • http://catatau.blogsome.com catatau

    parabéns pelo post, não entendi como esse tinha passado batido. Por certos motivos [http://catatau.blogsome.com/category/psi/], é de interesse direto. Vim pela dica da Maga.

    Penso q uma expressão no texto se destaca das demais: a auto-ajuda é uma espécie de ‘manual’ para a vida. Ora, se as pessoas precisam de manuais de instruções para a vida, poderíamos perguntar: o quê somos nós todos enquanto cultura, que precisam de manuais, na época em que inventamos manuais de instrução para tudo?

  • Lis

    Mistura de ácido com gás hilariante, o post.
    Certa vez uma psicóloga maluca achou que eu era tímida, estava muito triste e disse que uma boa forma de conhecer pessoas seria ler o livro “Como arranjar marido após os 35 anos de idade”, que traz táticas de guerrilha e de marketing aplicadas à conquista.
    Detalhe: eu estava com 28 anos e tinha acabado de me livrar de um marido, ehehe. Só queria paz.
    Mundo louco.
    E um dia estava procurando livros de Bertrand Russell e eis que o vendedor me encaminha a uma prateleira de auto-ajuda, pois um dos livros, por orientação da editora, estava lá, só porque tinha o singelo título em português “A conquista da felicidade” (não sei como era no original, de repente até pode ser esse mesmo, enfim. )
    Ei, muito bacana seu novo blog, e te desejo toda a sorte com o novo projeto!
    Abraço,
    Lisandra

  • Ce

    Muito bom o seu texto! E agora, que tal um livro de ajuda real? Ou melhor, acho que um folheto já daria…o texto seria mais ou menos assim…”7 atitudes que vão te transformar numa pessoa melhor: a) pare de assistir à Globo - especialmente às novelas; b) pare de assistir ao SBT; c) pare de assistir a BAND; d) pare de assistir à Record; e) pare de ler a Veja, substitua por uma revista ou outra fonte de informação melhor, o que não será difícil; f) procure algo útil pra fazer da vidad, tipo ajudar quem precisa mais do que você; g) não compre mais nenhum livro de auto-ajuda! pare de buscar fora, o que está dentro de você.” Abraços, Celina

  • http://www.papodehomem.com.br Guilherme Nascimento Valadares

    Vou dar uma de advogado do Diabo, Inagaki.

    “Quem recorre a um livro de auto-ajuda não foi capaz de encontrar as respostas que buscava em sua família, paróquia ou escola.”

    É exatamente essa a resposta para o enorme sucesso dos livros de auto-ajuda. As pessoas não encontram as respostas que querem em nenhum lugar. E quem encontra, acaba fazendo outras perguntas.

    Enquanto houver perguntas e anseios não-respondidos, livros como esse vão vender. A pessoa compra em busca de algo que possa ajudá-la. Mas quem pode fazer a mudança é somente ela mesma, não o livro.

    E se um livro de auto-ajuda conseguir melhorar a vida do leitor em 10%, isso já é louvável.

    Sou contra a exploração desmedida desse nicho de mercado que ocorre hoje. E também acredito que viciados em livros de auto-ajuda ficam piores do que eram antes.

    Mas existe sim um enorme contingente de pessoas que mudou para melhor após a leitura, ou pelo menos acredita que mudou.

    E no final das contas, a realidade é o que pensamos.

    Abraço,

    Guilherme

    Ótima contribuição para o post, Guilherme. De fato, se algum livro de auto-ajuda realmente fizer com que uma pessoa torne-se melhor em algum aspecto, que bom para ela. E para o mundo. Um abraço!

  • http://www.quintanares.zip.net Mani

    Quase escrevo um livro “Como fazer reforma e permanecer casada”…

  • http://observador.blogbrasil.com fernando cals

    Oi, Ina,
    casa nova, repaginada e bonita.
    Conteudo, nem precisava dizer, continua o mesmo e muito bom.
    Vou mudar o link, lá no Obs.
    Abração
    fernando cals

  • http://www.ap-condessa.zip.net ana paula

    Acho que foi a frase que mais definiu os livro de auto-ajuda: ” Existe outro jeito de adubar a vida que fazendo muita merda?”. Definiu porque é isso que essa pseudo-crap tem feito. O idiota que compra o livro acha que vai encontrar a solução para seus problemas, e mal sabe ele, que acaba mais enrolado do que ja estava antes de começar a ler. Puro marketing de merda!

  • http://www.azaroseu.blogger.com.br ju

    se você não tem bunda use laços de cabelo é um dos meus títulos preferidos. como não pensei nisso antes?

  • http://www.ignoranciaefogo.blogspot.com Felipe

    Os livros de auto-ajuda são contraditórios por si só.É igual àqueles produtos milagrosos que prometem emagrecimeto rápido:eles não querem que as pessoas deixem de ser gordas(ou infelizes, no caso dos livros de auto-ajuda) simplesmente porque é isso que leva-os a consumir seus produtos.

    Até.

  • http://attu.typepad.com/universo_anarquico/ tina oiticica harris

    Quando era jovem e politicamente correta não suportava o Clint Eastwood. Quão importante não confundir a pessoa com sua persona. Foi engraçado quando não havia tradução para o Ennio Morricone. Uma trilha sonora que até meu filho conhece é a do filme “O bom, o mau e o feio.” O filme foi re-editado com cenas da guerra civil que explicam a origem do dinheiro. Pena que só rolou um mini-post, Alexandre Inagaki. De você a gente sempre quer mais, mais.
    Fora isso, gostei de tudo. A Academia é assim mesmo, nem sempre o melhor trabalho é premiado.

  • Cris

    Trabalhar e estudar bastante. Fazer exercício e fazer amor. Rir. Não mentir e não roubar. Só preciso disso, então pq eu vou gastar meu dinheiro com livros idiotas?
    Já li uns bons sobre aprimoramento profissional, mas são bem técnicos.
    Ah, Ina…como está sua leitura de e-mails? Tem lido sempre ou tá enrolado com todos esses novos projetos? Queria te enviar um. É no endereço do blog mesmo? (explodi meu orkut, não tenho o outro).
    Ah, boa observação alguém fez aí sobre o tamanho das letrinhas…tbém tava achando ruim de ler.Agora está dez!!!
    Bjos

    Ih Cris, se eu já era uma lástima para responder e-mails, agora que estou enrolado com o trampo na agência e mais todo o trabalho relacionado ao lançamento do portal a coisa lascou de vez! Mas olhe, pode me contatar via [email protected]. A resposta farda, mas não talha!

  • Anônimo

    Pra mim auto-ajuda sempre será uma boa crônica do Sabino ou do Mário Prata, um poema do Drummond ou da Ana Cristina César, um hai kai do Leminski, um cordel do João Cabral de Mello Neto, qualquer página das Comédias da Vida Privada ou mesmo um post como este. O resto serve como calço de mesa ou pelo menos pra dar boas risadas com os títulos - que, convenhamos, são mesmo umas pérolas… :P

    ps: excelente o comentário da Kandy! :)

  • http://www.verbeat.org/blogs/biajoni Biajoni

    bom, primeiro: títulos chamativos são legais!
    :>)
    segundo: tem uma diferença entre livros de auto-ajuda que se pretende colocar fórmulas prontas para o sucesso em algum viés da vida do leitor e livros que falam da melhoria da qualidade sob algum aspecto terapêutico.
    o segundo tipo é o caso de “Deixe Sair”, da Sonia Hirsh, a mais séria e bem-humorada pesquisadora de alimentação natural no Brasil. o nome do livro tem tudo a ver: metade da população mundial tem algum problema de saúde em decorrência do intestino preso. “deixar sair” é um texto interessante e inteligente que pode ajudar a todos realmente.
    também são da sônia e eu recomendo o ALMANAQUE DE BICHOS QUE DÃO EM GENTE (67% dos brasileiros têm um parasita chamado toxoplasma gondii que dá depressão - vcs viram matéria sobre isso na Piauí?), MAMÃE EU QUERO (que está sendo o manual de alimentação da Lia) e SÓ PARA MULHERES (um livro especial para mulheres entenderem melhor seus corpos - eu tenho o meu exemplar desse livro)
    ;>)
    o mais incrível de tudo é que eu estava escrevendo um artigo para minha coluna e ia falar de livros de auto ajuda. coincidência do caralho, apaguei tudo.
    :>)

  • http://www.linoresende.com.br/blog Lino Resende

    Ina:
    Estes livros são, na verdade, uma grande bobagem. Mas tem muita gente faturamento com eles. Auto ajuda só ajuda a quem escreve e publica. Aos que lêm, quase nunca, não.

  • http://rosebud-nyc.blogspot.com Andrea N.

    Haaaaa, adorei “Os Homens São Ostras, as Mulheres Pés-de-Cabra” e o manual de sobrevivencia da amante. Que isso, gente! E sabe que aqui nos EUA a procura por livros de auto-ajuda eh grande. Eles vendem a beca. Nao sei por que. Acho que tem muito maluco aqui.
    Beijo.

  • http://cabecademaracana.zip.net rosa

    Mas meu caro, eu que sempre achei que você iria acabar escrevendo um livro desses (desses do Ferguson, tenho fé em você). Você podia até se juntar com o Marcuaurélio e escrever “como fazer amigos, influenciar pessoas, ficar rico e ser feliz mexendo no queijo dos outros através de um blog” ou algo assim.
    Adorei o template novo, ficou massa.

  • http://www.amenidadesebobajadas.blogspot.com Daniel F. Silva

    O Condomínio Interney está bombando!!! Hoje tem uma reportagem sobre o portal de blogs no caderno Infoetc., do jornal O Globo.

  • Anônimo

    É por isso que eu só leria o livro de auto-ajuda que o Calvin escreveu: “Cale a Boca e Pare de Choramingar: Como fazer Algo com a sua Vida Além de Pensar em Si Mesmo”.

  • http://www.verbeat.org/blogs/eporaqui Marco Aurelio Brasil

    Inagaki-san, o novo template ficou supimposo! Só resta saber se estou muito ou pouco atrasado… Agora eu vou escrever um livro desses. Você sabe que eu tenho gabarito para escrever um livro de “aLto ajuda”. Espero que o “fique rico” funcione com o autor, pelo menos.

  • http://diariodeolinda.blogspot.com Fabrício

    Bem mais legal esse layout.
    O Allan Sieber postou sobre auto-ajuda hj.
    Charge bem feita, obviamente.
    Abraço, Inagaki.

  • http://www.havesometea.net/MadTeaParty/ DaniCast

    Ina, o melhor do Oscar aconteceu na rede, claro. Enquanto um monte de gente assistia o Oscar pela TV, mais um monte de gente brincava com o ARG viral do NIN, que ontem soltou mais um flash-drive com uma música inédita do novo album, a ser lançado em abril, sendo que essa música veio acompanhada de uma imagem-convite que mostrava Hollywood destruída. O convite levou a mais um dos “sites que vieram do futuro” - parte do universo do ARG - onde em 2022, a cerimônia do Oscar foi bombardeada, deixando muitas vítimas e Los Angeles teve que ser evacuada.
    O vazamento do mp3 e do site foi milimétricamente calculado para acontecer até o finalzinho da cerimônia do Oscar. Os sites que reportavam isso chegaram a sair do ar, de tanto acesso, o canal de IRC dos fãs ficou lotado.
    Mais que marketing, o que está chamando a atenção é a eterna posição contracultura de Trent Reznor - um dos sites chama-se Art is Resistance.
    Hoje de manhã, a intervenção viral do NIN está sendo notícia em um monte de sites. Tem nota sobre isso lá no chá, se você quiser saber mais. Beijos.

  • http://www.detudopouco.blogger.com.br Felix

    Inagaki, este seu novo empreendimento já está gravado no meu bookmark

  • Paulo

    Tai, gostei desse blog. O que tem de blog “self-sei-la-o-que” por ai eh brincadeira.
    Parabens

  • http://www.detudopouco.blogger.com.br/ Felix

    Eu sempre ficava irritado quando a Prof. Leda nos dizia que ninguém tinha pensamento própria, ou seja, alguém já tinha dito/escrito/pensado aquilo que acávamos inédito. Pois é, a cada dia me convenço mais que ela estava correta. O trecho de Ferguson é puro Aldous Huxley em “Admirável Mundo Novo”, escrito em 1932, cada vez mais atual e premonitório destes tempos…

  • http://www.obusilis.ueuo.com Moziel T.Monk

    Bons tempos no qual só havia “Ficção” e “Não-Ficção” nos mais vendidos da Veja…

  • Madoka Otsuka

    Caro Inagaki,

    Só recentemente cheguei ao seu blog, infelizmente, mas nunca é tarde. Deixa eu só fazer um comentariozinho da sua casa nova, que tá muito bom por sinal, porque as letrinhas são tão pequenininhas, heim? pelo menos poderia corresponder ao tamanho das letras da coluna da esquerda…
    Abraços
    Madoka

    Madoka, observação precisa. A fonte dos posts foi devidamente aumentada, espero que tenha melhorado a legibilidade. Um abraço e obrigado pelo feedback!

  • http://www.alessandromartins.com Alessandro Martins

    Estou com o Como Perder Amigos e Aborrecer as Pessoas… quero ver se escrevo alguma coisa sobre ele em breve… se não for muito aborrecido…

    Abraços,
    do Alessandro.

  • Alberto

    Dr. Inagaki. Boa sorte e todo o sucesso na casa nova!

    Abs
    Alberto

  • http://www.margot-abirato.blogspot.com MArgot Abirato

    Acho que então posso me vangloriar de nunca ter sucumbido a nenhum desses falsos profetas do nosso século. Aliás, lembra de Lair Ribeiro? Acho que um dos primeiros grandes vendedores de “auto-ajuda” tupiniquim?

  • Cíntia

    Pois é Inagaki, é triste mesmo…
    Mas me parece até coerente essa situaçao com o nível dos programas mais vistos, com o estilo de vida alienante que a maioria das pessoas acaba levando, nada mais parece feito para se resolver em mais de 5 minutos ou 7 dicas.
    Pior ainda é a gente ver que num país onde os livros sao tao caros e as pessoas digam que nao lêem por falta de tempo, o pouco tempo que dispensam seja nesse tipo de leitura.
    A única coisa que me deixa uma certa esperança (sou uma dessas pessoas que sofrem de esperança crônica) é pensar que pelo menos quem compra um livro desses, de alguma forma se deu conta que precisa mudar algo na sua vida. Do jeito que a coisa anda, já pelo menos um sintoma de busca.
    Agora só falta as pessoas descobrirem um jeito de se comunicar com quem está perto delas, quem sabe assim um livro desses deixa de ser uma oferta tentadora de compreensao para muitos…
    Abraço e parabéns pela iniciativa do interney!

  • http://tomas.wordpress.com Tomás

    “Ideologia, eu quero uma pra viver”

  • http://www.metamorfosepensante.blogger.com.br _Maga

    ADOREI o texto Ina! hahahaha O titulo então, está ótimo! E os livros citados então? Tive que ir abrindo os links do submarino pra ver - e crer.

    Beijos…

  • http://www.amenidadesebobajadas.blogspot.com Daniel F. Silva

    Só faltou aquele auto-ajuda do Casseta & Planeta.

  • Anônimo

    não há como não bater o olho no título do último livro (como adubar a carreira) e não pensar “fazendo merda no trampo, oras.” e desde quando fazer cu doce é sinal de encantamento. pra mim, se diz não querer, é porque não quer. ponto.

    e o nando tem aquela idéia ótima para um livro de auto ajuda, que seria facilmente um best seller “‘traição’ - pode acontecer com você”. um livro lacrado com o aviso “aqui você pode encontrar as verdades que nunca quis saber”.

    e depois, seria só lançar os spin off, .’pode acontecer com você… no trabalho’, ‘pode acontecer com você… na escola.’

  • http://jccbalaperdida.blogspot.com Julio Cesar Corrêa

    Argh!!!! As pessoas devem estar muito doidas mesmo para consumir isso.
    gd ab

  • http://blog-do-ourinhos.blogspot.com Renato Ourinhos

    Com certeza não há classificação mais apropriada do que “auto-ajuda”: os autores conseguem uma boa ajuda, financeira, com venda de livros, palestras e outras invenções do mercado editorial.
    Quanto à lista de títulos, eu adicionaria “Como passar no vestibular”, do gênio Lair Ribeiro” e “Pense e Enriqueça” (!!!), do pioneiro Napoleon Hill, e o hilário “Os sete hábitos das pessoas altamente ficazes”.
    Abraço

  • http://especuladerodinha.wordpress.com Sergio Masa

    Se você colocou franquia no final dos links do submarino, você deseja que seus leitores comprem os livros?

    Sergio, o único livro que elogio neste texto é “Ser Feliz”, de Will Ferguson. Sim, ficarei muito satisfeito se alguém o adquirir motivado pela leitura deste post. E já que eu tenho franquia do Submarino, por que não utilizá-lo? De resto, a maioria das outras obras está até fora de catálogo, e há link inclusive para um livro que não é vendido pelo Submarino, aquele prefaciado pela Tiazinha. De qualquer modo, o tom crítico do texto responde à sua pergunta, não? Um abraço.

  • http://ideiasnajanela.blogspot.com Kandy

    Infelizmente já ajudei (e ainda ajudo) a publicar livros assim. Na editora em que trabalho há 7 anos, venho presenciando o caos do mercado editorial: estamos deixando de publicar livros bons para publicar o que o povo quer, consegue ler e pode comprar: livros medíocres, de raso conteúdo (quando têm conteúdo), de fulanos que se acham autores e vêem numa oportunidade dessas o pote de ouro no final do arco-íris. O pior é que vendem e muito, viram best-sellers, porque o povo se ilude com o preço módico do livro e acha que ele é a solução para todos os problemas. Eu, como profissional, lembro-me diariamente do Bilac, que se disse certa vez arrependido por prostituir seu talento. Pois eu prostituo o meu todo santo dia, tentando tornar ao menos legível livros de auto-ajuda desse nível. Ao indagar aos meus superiores o motivo de aceitarmos publicar esse tipo de coisa a resposta é: “a editora precisa sobreviver”, “isso é o que o mercado quer”, “vendendo livros assim a gente paga o custo de produzir outros melhores, de tiragens menores e que vendem menos”. De quem é a responsabilidade: de quem publica ou de quem compra esse tipo de publicação? Acho que a culpa mesmo é da tal lei da oferta e da procura… para o meu desgosto.

    E há ainda aquele velho ciclo vicioso do mercado editorial brasileiro, Kandy. Livros vendem pouco porque são caros. São caros porque têm baixa tiragem e isso encarece o preço da obra. Por serem caros, têm vendas ínfimas. Desse jeito, nunca terão tiragens expressivas a ponto de pulverizar os custos editoriais. Com isso, editoras deixam de investir em autores novos e desconhecidos, porque elas se veriam obrigadas a gastar mais com marketing. E assim por diante… para o nosso desgosto.

Pense Nisso! Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.

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A vida é boa e cheia de possibilidades.
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