Almocei em um restaurante chinês nesta semana. Até aí, nada de mais. Mas, ao abrir aquele tradicional biscoitinho em formato de meia-lua a fim de ver quais as palavras de sabedoria reservadas para mim naquele dia, eis que me deparei com uma surpresa quase digna de Kinder Ovo: em vez de um, encontrei dois papeizinhos.
Que significado aquele acontecimento trivial poderia ter? Fiz essa pergunta ao oráculo colaborativo 2.0 que é o Twitter. A seguir, algumas das manifestações mais significativas que apareceram por lá. Continue Lendo
Eu estava esparramado na rede/ Jeca urbanóide de papo pro ar/ Me bateu a pergunta, meio a esmo:/ Na verdade, o Brasil o que será?/ O Brasil é o homem que tem sede/ ou quem vive da seca do sertão?/ Ou será que o Brasil dos dois é o mesmo/ O que vai é o que vem na contramão?
Qual é a característica principal de um brasileiro? Seria o papo de que, por termos nascido nesta terra abençoada por Deus e bonita por natureza, não desistimos nunca? Brasilidade é ter samba no pé, comer um bom churrasco ou aquela feijoada clássica de sabadão, e depois fazer a digestão tomando uma caipirinha, um cafezinho ou talvez um chimarrão? Ou, recorrendo à citação clássica de Sérgio Buarque de Hollanda, o brasileiro é aquela pessoa cordial, que detesta formalidades, age movida muito mais pela emoção do que pela razão, e acha que é possível dar um “jeitinho” em tudo, tal como previsto na clássica Lei de Gérson? Quais são as gírias, os ritmos musicais, as comidas típicas, os símbolos, as características, enfim, capazes de sintetizar esse conceito por vezes tão abstrato de brasilidade?
Como toda boa pergunta aberta, taí uma questão capaz de suscitar longos debates sem que seja possível encontrar um consenso. Afinal, o Brasil é um país continental, que poderia ter se fragmentado em diversas nações, tal qual aconteceu com a finada União Soviética ou a América hispânica. E que, no entanto, manteve-se unida com todos os seus estados e sua mistureba rica de sotaques, culturas e pessoas. Afinal, este é o país do oxente, do uai, do orra meu e do bah tchê, do mash-up de ritmos como o forró, o maxixe, o tecnobrega e o funk carioca, de pratos como o acarajé, o bolo de rolo, o açaí, o barreado.
Todas essas questões vieram à mente em um encontro promovido pelo Viva Positivamente, plataforma de desenvolvimento sustentável da Coca-Cola Brasil, que reuniu blogueiros, o designer de fluxos de conversação Luiz Algarra e o jornalista Maurício Kubrusly, ex-blogueiro, criador e apresentador do quadro Me Leva Brasil, no qual mostrava causos e histórias surpreendentes de personagens espalhados por todas as 27 unidades federativas deste país tão fascinante e multifacetado.
Todo dia fazemos escolhas, das mais triviais até as mais complexas, que acabam por guiar os rumos de nossas vidas. Tantas opções podem nos levar aos caminhos mais inesperados, como mostra a teoria do caos, segundo a qual pequenos acontecimentos podem desencadear consequências enormes e completamente surpreendentes no futuro, como naquela história de que o bater de asas de uma borboleta seria capaz de causar, tempos depois, um furacão em algum lugar do mundo. Há um trecho de “A Insustentável Leveza do Ser”, de Milan Kundera, que também remonta a essa teoria, mostrando como pequenos “acasos” podem fazer com que duas pessoas se encontrem e se apaixonem.
Pois bem, pensando nesses pequenos grandes acontecimentos, a FecomercioSP lançou um site - http://www.simeusei.com.br/ese - que simula como seria um dia absolutamente fora da rotina. E que mostra que, mesmo se você vivesse um dia na companhia de tubarões, carros explodindo ou barracas de lanche espaciais, ainda assim você estaria colaborando com o comércio e, por tabela, com todas as atividades sociais, culturais e educacionais apoiadas pela FecomercioSP, que administra, no Estado, o Senac e o SESC.
Não é fácil ser empreendedor no Brasil. Impostos e taxas por todos os lados, muita burocracia, juros altos e encargos trabalhistas são só alguns dos fatores que fazem com que eu respeite a lúcida insanidade de quem se arrisca a ter um negócio próprio.
É muito bom ver, pois, uma campanha que mostra um outro lado, contando as histórias de comerciantes que estão apostando em seus sonhos e ajudando no crescimento deste país. A série de vídeos da campanha Sim Eu Sei mostra isso: como as compras que fazemos colaboram com o crescimento da economia, e como uma das contribuições que são pagas pelo comércio ajudam a financiar as centenas de atividades organizadas pelo SESC e pelo Senac (através da FecomercioSP). O vídeo a seguir, em que Serginho Groisman conversa com três comerciantes (uma lojista que vende presentes e acessórios, um florista e o dono de uma farmácia), mostra um bom exemplo de como as atividades desses profissionais ajudam a manter entidades como o SESC e o Senac.
Tudo na vida é uma questão de timing. Se você não estiver devidamente preparado para aproveitar as oportunidades que aparecem na sua frente, seu grande momento estará prestes a passar, está passando, já passou, foi embora, um abraço - ou nem isso - e até nunca mais.
Aquela garotinha ruiva que arrebatou seu coração ao sorrir da janela de um ônibus que acabou de partir da rodoviária, desapareceu de sua vista sem que você tenha sequer acenado para ela a fim de pegar seu telefone. A ideia mirabolante de um site inovador de comércio eletrônico, que você estava arquitetando em seus pensamentos meses a fio, acabou de ser implementada por alguns estudantes de Recife e já recebeu centenas de milhares de dólares de um investidor anjo da Califórnia. Seu projeto na teoria ainda parece ser melhor, mas ideias que não saem do papel são natimortas, e você desperdiçou aquela que poderia ser a chance da sua vida. Um headhunter entra em contato contigo e lhe oferece um emprego incrível e desafiador, a recompensa merecida após anos aturando aulas chatas na faculdade e estágios modorrentos. Porém, é uma vaga que exige inglês fluente, e você ainda está no the book is on the table… Continue Lendo
“Linda do Rosário”, obra da artista Adriana Varejão inspirada nas paredes azulejadas do hotel homônimo que desabou em 2002
A vida tem dessas coisas. Você ouve uma música distraído, sem prestar atenção nos seus versos, e ela acaba passando desapercebida em meio a tantas coisas cotidianas capturando a sua atenção. Mas ainda não era o momento, nem o local era o mais apropriado, do mesmo modo que nem todo amor é à primeira vista.
Esse é só o começo do fim da nossa vida/ Deixa chegar o sonho, prepara uma avenida/ Que a gente vai passar”
Quando soube da tragédia recente no Rio de Janeiro, na qual três edifícios antigos do centro desabaram, não pude deixar de lembrar de outro incidente parecido.
Era um prédio de cinco andares, localizado na Rua do Rosário, que caiu na tarde do dia 25 de setembro de 2002. Nesse caso, a tragédia só não foi maior porque foram ouvidos estalos na estrutura cerca de 20 minutos antes do desabamento, possibilitando que os hóspedes e empregados do Hotel Linda do Rosário, que funcionava no local, fugissem a tempo. Tudo isso aconteceu devido a uma reforma mal executada em um restaurante no térreo, que abalou a estrutura do prédio, construído há quatro décadas.
A diferença entre fama e infâmia é cada vez mais sutil. O palanque da democracia da fama abre espaço para qualquer figura, seja ela uma mulher-fruta, uma webcelebridade que postou um vídeo idiota no YouTube ou um cantor folclórico com a afinação de um jegue com cólicas. Torna-se quase bóbvio citar um diálogo de “Celebridade“, filme de Woody Allen sobre o tema: “Você conhece uma sociedade pelas celebridades que ela cria“.
Pois bem, estamos acompanhando mais alguns anônimos serem catapultados à fama em mais uma edição do Big Brother Brasil. Darão autógrafos nas ruas, serão abordados em shoppings e restaurantes, estrelarão ensaios de nu “artístico” (aham, senta lá, Cláudia) em revistas como Sexy ou G Magazine. Mas o que os diferenciará do restante dos mortais, senão o fato de terem aceitado se embebedar, falar palavrões, fazer confissões, dar amassos sob edredons e expor suas fraquezas e sentimentos diante de câmeras de TV? Continue Lendo
Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.