Flerte, papo-aranha, torpedo, xaveco. Devo confessar que sempre nutri uma admiração silenciosa pelos meus amigos que possuem a desfaçatez de abordar uma mulher do nada, na mais deslavada das caras-de-pau, a fim de proferir as mais infames cantadas. Pra mim, é uma forma de arte subestimada. Porque você precisa ter o timing da comédia e a síntese do hai-kai para, em poucas palavras, conseguir despertar a simpatia e um sorriso com uma frase certeira como uma flechada. Caso contrário, prepare-se para levar um belo e sonoro tapa na cara.
Jamais esqueço da história de um amigo meu que, em uma balada, encontrou uma japonesa dançando na pista e, com a coragem intrépida daqueles que não possuem absolutamente nada a perder, abordou-a usando a seguinte cantada: “Oi, você me dá um beijo sabor sushi?”. É o tipo de coisa que me daria overdose instantânea de vergonha alheia. E, no entanto, não é que funcionou e eles ainda ficaram juntos por quase um ano? É o tipo de causo que me faz pensar nas oportunidades que perdemos por excesso de superego. Será que Bandeira levantaria de seu túmulo se eu interpretasse seu verso “a vida inteira que podia ter sido e não foi” como uma reflexão sobre as pessoas que deixamos de conhecer porque não proferimos mais xavecos absolutamente escrachados como esse do beijo-sushi? Continue Lendo
Quando fui contatado para escrever um post sobre o Istituto Europeo di Design, a primeira coisa que fiz, logicamente, foi buscar mais informações a respeito. Nada mal saber que o IED, criado em Milão em 1966, é uma rede internacional de ensino com unidades em sete cidades (Milão, Roma, Turim, Madri, Barcelona, Veneza e São Paulo), atuando nas áreas de design, comunicação, artes visuais e moda, e que promove constantemente intercâmbios entre suas escolas. Facilitou mais ainda a minha vida saber que nomes como Costanza Pascolato, Paulo Borges e Washington Olivetto fazem parte de seu Comitê Científico, assim como ver o respeitável rol de empresas parceiras que oferecem aos alunos do Istituto Europeo di Design estágios, workshops formativos e participação em eventos.
Ontem a Academia de Hollywood divulgou uma espécie de lista de classificados às “semifinais” da categoria de Melhor Filme Estrangeiro do Oscar 2008. 63 títulos haviam sido propostos, e dessa leva inicial apenas nove filmes sobreviveram à peneira, sendo que a lista final de cinco indicados ao careca dourado será divulgada no dia 22 de janeiro, junto com as demais indicações deste ano. Pois bem: e não é que o brasileiro O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias está na lista dos nove pré-indicados?
Quase tão importante quanto a pré-seleção do filme de Cao Hamburger foi saber que alguns dos títulos que eram considerados favoritos ao Oscar já estão de fora da batalha final, dentre eles o romeno 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias (vencedor da Palma de Ouro de Cannes e do European Film Awards), o francês Persépolis (levou o Prêmio Especial do Júri de Cannes e foi premiado pelas associações de críticos de Nova York e Los Angeles) e o alemão Do Outro Lado (ganhou prêmios de melhor roteiro em Cannes e no European Film Awards). Porém, apesar da concorrência agora ser bem menos árdua, o caminho está longe de estar livre para o primeiro Oscar do Brasil-il-il.
Dentre os nove filmes restantes na competição, despontam quatro dirigidos por cineastas que já levaram uma estatueta pra casa: o polonês Andrzej Wajda (Oscar honorário pelo conjunto de sua obra em 2000), o canadense Denys Arcand (As Invasões Bárbaras, 2003), o italiano Giuseppe Tornatore (Cinema Paradiso, 1988) e o russo Nikita Mikhalkov (O Sol Enganador, 1995). Além deles, O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias terá a concorrência de filmes da Áustria, Cazaquistão (mostrando que o país não se limita a inspirar as piadas de Borat), Israel e Sérvia.
Deixando a análise da concorrência de lado, O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias tem qualidades suficientes para ganhar o Oscar? Afirmo que sim. Pois Cao Hamburger, ao contar a história de um garoto que é cuidado por um vizinho judeu depois que seus pais são obrigados a fugir e a viver na clandestinidade devido à perseguição feita pela ditadura militar no ano de 1970, conseguiu fazer um filme sensível e tocante sobre um período recente da história brasileira. Escolado pela sua experiência anterior ao dirigir Castelo Rá-Tim-Bum – O Filme, Cao aborda o universo infantil entremeando delicadeza, bom humor e lirismo, conseguindo boas atuações do garoto Michel Joelsas e, principalmente, da revelação Daniela Piepszyk. Além disso, é um filme que aborda assuntos populares junto à Academia de Hollywood. Afinal de contas, fala do universo judaico, à semelhança de obras oscarizadas como A Lista de Schindler, O Pianista. E sua trama acompanha o nascimento de uma história de amizade entre um garotinho e um idoso, tal qual Kolya: Uma Lição de Amor, vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro em 1997.
Se depender das notas que cada um dos nove pré-indicados recebeu no Internet Movie DataBase, o maior banco de dados sobre cinema na internet, O Ano… de fato está bem na fita: com nota 8.1 em sua página no IMDB, o filme de Cao Hamburger só não foi melhor avaliado que 12, longa de Nikita Mikhalkov que recebeu nota 8.4 dos internautas. O terceiro mais bem votado no IMDB é The Trap, de Srdan Golubovic, representante da Sérvia (nota 8.0).
Caso O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias emplaque a lista final de indicados, será a quinta produção tupiniquim a concorrer ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, fazendo companhia a O Pagador de Promessas (1963), O Quatrilho (1996), O Que É Isso, Companheiro? (1998) e Central do Brasil (1999). Além deles, vale a pena lembrar do caso de Cidade de Deus, de Fernando Meirelles, que concorreu a quatro estatuetas em 2004 (direção, roteiro adaptado, fotografia e montagem), e do argentino naturalizado brasileiro Hector Babenco, que foi indicado ao Oscar de Melhor Diretor em 1985 por O Beijo da Mulher Aranha. Em tempo: o sucesso de crítica, bilheterias e piratarias Tropa de Elite, de José Padilha, não foi indicado como representante brasileiro na disputa pela estatueta de filme estrangeiro, mas concorrerá ao Urso de Ouro do Festival de Berlim em fevereiro. E, assim como aconteceu com Cidade de Deus, entrará em cartaz nos cinemas americanos neste ano, a fim de se tornar apto para disputar as principais categorias do Oscar de 2009.
Aguardemos, pois, a relação final de indicados que será anunciada na terça, dia 22, lembrando que o Brasil possui outra chance de ser representado na premiação através de “Despedida”, música composta por Antônio Pinto (filho de Ziraldo e compositor das trilhas de filmes como Cidade de Deus, O Senhor das Armas e Central do Brasil) e Shakira para o filme O Amor nos Tempos de Cólera. “Despedida” foi indicada ao Globo de Ouro de Melhor Canção Original, tendo sido derrotada por “Guaranteed”, composição de Eddie Vedder para Na Natureza Selvagem, longa dirigido de Sean Penn).
Desde já estou na torcida, pois, não apenas pelos meus compatriotas, como também pelos meus prediletos Marion Cotillard (atriz francesa, por sua atuação quase sobrenatural em Piaf - Em Nome do Amor), Paul Thomas Anderson (talvez o melhor diretor americano surgido nos últimos anos, por seu novo filme Sangue Negro) e Ratatouille, a mais recente e encantadora animação da Pixar. Cruzemos os dedos!
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P.S. 1: Fui indicado para outra premiação, o iBest 2008. Se você quiser cumprir mais uma vez com o seu dever cívico, clique aqui para votar em Pensar Enlouquece como o melhor blog de variedades. Ah, e aproveite para votar também no Dinheirama, blog sobre finanças criado pelo meu camarada Conrado Navarro, tão completo que acabou por ser indicado na categoria “Cidadania - Educação e Treinamento”!
P.S. 2: Falando de participações brasileiras no Oscar, meu leitor Daniel Ferreira da Silva muito apropriadamente lembrou de Fernanda Montenegro, que foi indicada em 1999 ao Oscar de Melhor Atriz por Central do Brasil, quando perdeu a estatueta para Gwyneth Paltrow, de Shakespeare Apaixonado. Além disso, merece citação Uma História de Futebol, curta-metragem de Paulo Machline que foi indicado ao Oscar da categoria em 2001.
P.S. 3: Monica Vitti, sobre quem divaguei em meu post de ontem, pelo visto anda perambulando o inconsciente coletivo, uma vez que também foi citada no The Moment, blog do New York Times. De lá, trago para cá este vídeo de uma das seqüências do clássico A Noite, na qual a belíssima atriz italiana contracena com Jeanne Moreau e Marcello Mastroianni.
Jamais esquecerei da história de Milene Modesto, 28, estudante de pós-graduação em Ciências Sociais da USP.
Às 23h40 do dia 22 de outubro de 1999, Milene acabara de sair de seu trabalho, na Avenida Paulista, quando foi atingida por uma peça de guindaste que despencou do 25º andar de um edifício em obras. Um acidente infame, inaceitável, absurdo.
Se Milene tivesse parado em uma banca de jornais para comprar um chiclete, teria escapado do acidente. Se sua mãe tivesse telefonado e pedido para que comprasse pães antes de voltar para casa, teria escapado do acidente. Se os passos de Milene fossem mais apressados, ou mais pausados, ela poderia estar viva até hoje, quem sabe escrevendo em um blog.
Tudo na vida é uma questão de timing. Do alimento um dia fora de prazo de validade ao reencontro de velhos amigos em um elevador que quase fecha suas portas; do milésimo de segundo que decide um campeonato de atletismo ao fracassado compositor cujas músicas eram avançadas demais para a sua época; do site que seria um sucesso financeiro caso tivesse surgido antes do estouro da bolha aos quadros que Van Gogh não vendeu em vida.
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Acordo às seis e quinze da madrugada com o rádio-relógio berrando em meus ouvidos. Enquanto tomo café, tenho uma idéia genial para um texto. Contudo, preciso sair para uma reunião. Cinco horas depois, com os neurônios naturalmente distraídos, sobre o que mesmo iria escrever?
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A primeira coisa que noto no garoto postado à frente dos carros é a ausência de sapatos em seus pés. Depois, as indefectíveis bolas de tênis em suas mãos. Pergunto-me: quem teria sido o primeiro pedinte a fazer malabarismos com bolas em uma esquina? Ah, se ele pudesse cobrar royalties pela idéia que criou… Mas enfim, tergiverso.
Percebe-se de cara que o garoto ainda peca pela inexperiência. De tão concentrado em jogar as bolas no espaço, esquece de coletar suas moedas. O som de uma buzina o arremete de volta ao planeta Terra: sinal verde, nenhuma esmola recebida. É o custo do aprendizado.
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Quando vi Monica Vitti entrando em cena no filme A Noite, de Michelangelo Antonioni, meu coração passou a bater em ritmo de Olodum. Pudera: sua presença magnética mesmerizou meus sentidos. Mas o filme é de 1961, e eu sou apenas um pobre cinéfilo latino-americano. Que pena que nossa fulminante paixão platônica jamais foi concretizada!
Ok, eu sei que poderíamos ter alguns problemas de comunicação. Afinal de contas, do italiano só sei balbuciar algumas frases como “tutti buona gente”, “porca puttana” e “dá-me um Cornetto”. Enfim, nada que a boa e velha linguagem corporal não resolvesse. Pena, no entanto, que acabamos nos desencontrando de gerações. Pelo mesmo motivo meus promissores relacionamentos com Louise Brooks e Hilda Hilst não deram certo…
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Simples assim: André se apaixonou por Dulce, e vice-versa. Mas Dulce era noiva de Marcos, e relutou em abandonar uma relação segura por conta de um impulso que poderia ser passageiro. Ficaram juntos duas, três vezes. Depois, pararam de se encontrar a pedido de Dulce, que não se sentia bem em trair seu noivo. André amargou alguns meses ouvindo Billie Holiday na penumbra de seu quarto, mas superou o baque.
Um ano depois, Dulce telefonou para André. O noivado havia sido rompido, ela não conseguira esquecê-lo durante esse tempo todo, etc etc. André também não esquecera de Dulce, mas aprendeu a conviver com sua ausência. Tanto que encontrou uma namorada, Bárbara, com quem vivia uma relação estável e feliz. Dulce quis marcar um encontro no Conjunto Nacional, lugar onde trocaram tantas palavras de paixão não-consumada. Por um instante André hesitou, perambulando na corda bamba da nostalgia. Mas acabou declinando do convite: não valia a pena buscar o pássaro voando.
Não era pra ser.
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P.S. 1: Escrevi este texto originalmente em 2003. Por sugestão de um amigo, que lembrou deste artigo ao ler meu post sobre Houve uma Vez um Verão, ei-lo republicado aqui. ;)
P.S. 2: Hoje Gustavo Kuerten, o maior de todos os nossos tenistas, anunciou que encerrará sua carreira neste ano. Saber a hora de parar também é uma questão de timing.
Na vida de todos já houve um “verão de 42″. Para compreender essa frase, preciso resgatar a história deste filme. Assisti a Houve uma Vez um Verão pela primeira vez quando eu tinha 14 anos, mesma faixa etária de seus personagens principais, três adolescentes que passam férias em uma pequena ilha durante o verão de 1942, época na qual se desenrolava a Segunda Guerra Mundial. É um típico filme de formação, que narra como esses três amigos, Hermie, Oscy e Benjie, começam a se relacionar com as garotas e a descobrir os mistérios gozosos da vida. Minha identificação com o trio foi imediata: assim como eles, eu já sentia meus hormônios se manifestando em meu corpo juvenil. Porém, era um completo desajeitado que mal sabia como me comunicar com as mulheres, seres que me fascinavam e seduziam, mas que permaneciam sendo absolutamente indecifráveis para mim (bem, o fato é que até hoje ainda me enrosco para decifrar os hieróglifos contidos em um sorriso de mulher, mas prossigamos com o post).
Houve uma Vez um Verão é narrado em flashback por um Hermie já adulto, que enquanto relembra as trapalhadas que viveu com seus amigos, em episódios como a tentativa de comprar camisinhas em uma farmácia, resgata as lembranças da primeira mulher que amou em sua vida, e que conheceu naquele verão de 42: Dorothy, uma bela jovem de vinte e poucos anos, cujo marido era um militar que havia partido para o front da Segunda Guerra. Apesar de sua timidez, Hermie acaba por fazer amizade com Dorothy ao ajudá-la a carregar suas compras. Hermie nem ousa tentar nada, até porque sabe que Dorothy é uma mulher apaixonada, mas vai nutrindo em silêncio um amor platônico enquanto se distrai acompanhando seus amigos em algumas tentativas atrapalhadas de maior aproximação com o sexo oposto. Continue Lendo
Tom Bloch - “O Amor (Zero Sobrevivente)”. Quarta faixa do álbum de estréia desta banda gaúcha que lançou seu segundo disco pelo selo Som Livre Apresenta, “O Amor (Zero Sobrevivente)” é uma canção não recomendada a pessoas que terminaram um relacionamento e não conseguiram cicatrizar suas feridas ainda. Pedro Veríssimo, filho de Luís Fernando e compositor desta música ao lado de Juliano Goyo, não à toa afirma que é sobre um período horrível de sua vida. Que, no entanto, inspirou alguns dos versos mais inspirados de todo o rock nacional: “Eu desviei do amor/ Mas foi como bater de frente/ O amor foi como um acidente/ Foi cruel e inconseqüente/ O amor foi como um acidente/ E ninguém se salvou/ Do amor”.
Los Porongas - “Enquanto Uns Dormem”. Uma das mais marcantes músicas dos últimos tempos, de uma das mais gratas revelações do cenário roqueiro tupinambá. Los Porongas é uma banda do Acre, que recentemente migrou para Sampa City e lançou, no começo de 2007, seu primeiro álbum (que, diga-se de passagem, está à venda por módicos R$ 15). Mesmo assim, é possível baixar todas as faixas no site da banda. Atitude coerente com as palavras de Diogo Soares, letrista e vocalista do grupo, que afirma: “O CD é um suporte caro, supervalorizado pelas grandes gravadoras e que cumprirá, com o tempo, apenas a função do que posso chamar de ‘suporte físico sentimental’”. Com seus versos justapostos e repletos de aliterações e jogos verbais, “Enquanto Uns Dormem” é para mim um clássico instantâneo desta geração. Não à toa, outra das bandas mais interessantes da atualidade, o Vanguart, fez sua própria versão desta música.
Violins - “Ok Ok”. Houve época em que eu ouvia esta canção, faixa que encerra o álbum “Grandes Infiéis” de 2005, em loop. É música para ser cantada em altos brados, a fim de botar pra fora todos os sentimentos doloridamente represados. Os versos de Beto Cupertino, poucos e certeiros, são emoldurados por violões e um arranjo de cordas: “Sobrou pra mim/ A felicidade sempre ofende/ Mas tristeza demais cansa/ Bem, que se fodam os ofendidos/ Então respira mais/ Que eu respiro mais/ Ok, ok”. Uma canção talhada para fazer parte da trilha sonora da vida de todos que se identificaram algum dia com a sua letra.
Pato Fu - “Agridoce”. Nesta semana mesmo conversei com minha namorada a respeito de muitas das mais belas músicas serem tão tristes. Melancolia combina com beleza? Bem, o fato é que há canções que parecem pegar a gente pelo colarinho, sacudindo a gente enquanto as emoções caem pelas algibeiras da alma. Na letra inspiradíssima de “Agridoce”, John emula as melhores composições de Roberto & Erasmo Carlos em sua fase áurea, em versos de rasgar pulsos: “Saio em segredo/ Você nem vai notar/ E assim, sem despedida/ Saio de sua vida/ Tão espetacular”. Que ganham ainda mais força em contraste com a doce voz de Fernanda Takai.
Mônica Salmaso - “Beatriz”. No ano passado a cantora paulistana Mônica Salmaso gravou, junto com o grupo instrumental Pau Brasil, um magistral álbum-tributo a Chico Buarque intitulado “Noites de Gala, Samba na Rua”. Se você nunca a ouviu cantando, caramba! Mas enfim, que bom que você enfim entenderá porque Edu Lobo, co-autor de “Beatriz” ao lado de mestre Chico, afirmou tratar-se da melhor voz que ouviu nos últimos anos. Uma interpretação de fazer escapar lágrimas no canto do olho.
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P.S.: Já recebi mais de 70 e-mails relativos à promoção Coração de Pedra, na qual presentearei dois de meus leitores com um exemplar do livro infanto-juvenil de Charlie Fletcher e alguns brindes relativos ao meu blog. Participe: escreva para [email protected] até o dia 25 de janeiro, dizendo qual o livro que mais marcou sua infância e justificando sua escolha. Pretendo publicar as duas melhores respostas aqui na segunda, dia 28.
Você provavelmente já assistiu a alguma das esquetes de Robot Chicken e talvez nem saiba a sua origem. Animações como a de Haroldo fazendo a cabeça de Calvin para que ele mate seus pais com uma serra elétrica, a turma do Charlie Brown sendo trucidada pela Grande Abóbora trazida ao mundo após um ritual satânico feito pelo Linus, uma girafa afundando aos poucos em uma areia movediça e maldizendo sua sorte, os integrantes do N’Sync sendo assassinados pela Yakuza ou uma sátira na qual Mario e Luigi vão parar no universo de Grand Theft Auto são apenas algumas das várias animações de Frango Robô que bombaram no YouTube e foram repassadas de mouse em mouse até serem retiradas do site por violação de copyright.
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Animação criada pela dupla Seth Green (também conhecido como o filho de Dr. Evil em Austin Powers) e Matthew Senreich e uma das principais atrações do Adult Swim, bloco de desenhos de temática adulta do Cartoon Network, cada episódio de Frango Robô é composto por uma justaposição de esquetes brevíssimas em stop motion que satirizam aos borbotões filmes, desenhos animados, séries de TV, celebridades e tudo o mais que faz parte da cultura pop que consumimos. Mas são sátiras levadas até os últimos extremos, o que quer dizer que você verá em seus episódios sexo, violência, a turma do Scubidu em cenas dignas de filmes de Buttman, Optimus Prime dos Transformers agonizando com câncer de próstata e tudo o mais que roteiristas genialmente doentios poderiam conceber com os principais ícones da cultura de massas.
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No canal oficial do Adult Swim britânico no Dailymotion, há várias animações de Frango Robô disponibilizadas legalmente. Das esquetes disponíveis no site, reservei a melhor delas para o final: uma das seqüências do episódio especial dedicado à hexalogia Star Wars, produzido em homenagem aos 30 anos de Guerra nas Estrelas (o primeiro filme, lançado em 1977), que conta com ninguém menos que George Lucas dublando a si mesmo. Além de emprestar sua voz, Lucas ainda permitiu que a produção de Frango Robô utilizasse os áudios originais de personagens como Chewbacca e R2-D2 no episódio. Em tempo: na cena abaixo, quem faz a voz do Senador Palpatine é Seth MacFarlane, o criador de outra animação sensacional, Family Guy (no Brasil, em uma tradução típica de distribuidoras brasileiras, conhecido como Uma Família da Pesada).
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P.S. 1: Outros vídeos estão disponíveis no site oficial do Adult Swim, incluindo o Star Robot Chicken Wars. Mas recomendo que você espere sentado até que os vídeos carreguem em seu computador, porque de pé vai cansar mais… P.S. 2: Ontem surgiu um bug no gerador de feeds do InterNey Blogs, devido a manutenções em nosso servidor, que fez com que que o RSS do Pensar Enlouquece tenha entrado em outra órbita. Creio que agora tudo está normalizado. De qualquer modo, peço desculpas a todos os assinantes pela confusão de ontem! P.S. 3: Você conhece o blog do George Foreman Grill? Não? Então dê um pulo lá, inclusive porque ele é atualizado por dois veteranos de batalhas da blogosfera: Ian Black e Carla do Brasil. Assim como o Cardoso, recebi um desses aparelhos em casa, e amanhã relatarei algumas de minhas experiências culinárias. :P P.S. 4:O Buffalo Tom voltou. Pena que pouca gente soube de uma das melhores notícias de 2007.
Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.