Artigos do mês de: janeiro 2008

Promoção Heroes/Pensar Enlouquece!

Por Alexandre Inagakiterça-feira, 29 de janeiro de 2008

Heroes é um daqueles seriados que te arrebatam já no primeiro episódio. É inevitável comparar sua premissa à de X-Men, o clássico dos quadrinhos, pelo fato de a série contar a história de um grupo de pessoas espalhadas por diversas partes do mundo que começam a perceber que possuem habilidades fora do comum: gente que é capaz de manipular memórias alheias, ouvir pensamento de outras pessoas, recuperar-se de qualquer ferida (incluindo pescoço quebrado e incisões de autópsia), viajar através do tempo ou voar pra qualquer lugar sem precisar passar horas numa fila de check in de aeroporto. Porém, quem acompanhou a primeira temporada da série sabe que Heroes não se limita a ser uma mera cópia da criação de Stan Lee. O seriado é altamente viciante, apresentando histórias repletas de reviravoltas que dão aquela sensação divertidíssima de, ao final de um episódio, terminar em frente à TV com as unhas ruídas e a angústia imediata da espera pelo próximo capítulo. Além disso, conta com personagens carismáticos e misteriosos como o japa Hiro Nakamura, a cheerleader Claire Bennet e o vilão (e colecionador de cérebros nas horas vagas) Sylar.

A segunda temporada de Heroes começou a ser exibida no Brasil pelo Universal Channel. A fim de divulgá-la, a Universal criou um site promocional no qual qualquer internauta pode legendar trechos de alguns episódios da 2ª temporada de Heroes. Participar dessa brincadeira é mais fácil que encontrar motivos pra falar mal dos moradores da casa do Big Brother Brasil: basta clicar aqui, escolher um dos trechos disponíveis da série e colocar as legendas que você desejar na boca dos personagens. Uma ótima pedida para sacanear os amigos, mandar um xaveco original para aquela sua paquerinha de MSN ou, melhor ainda, participar da nova promoção do Pensar Enlouquece e concorrer a um box de DVDs com a 1º temporada completa de Heroes!!!

Como fazer para participar desta promoção? Molesma. Primeiro, entre no site de Heroes. Lá, você terá seis trechos de episódios da 2ª temporada para serem legendados. Escolha um deles e (ab)use da sua criatividade a fim de redigir os mais bizarros, singelos e/ou infames diálogos para os personagens da série. Depois, na hora de preencher os dados do campo 3, “Envie seu filme”, não se esqueça de informar seu nome e seu e-mail. Na hora de preencher o campo “e-mail dos seus amigos”, informe a conta [email protected], pra que eu possa visualizar o seu vídeo. Depois, basta clicar em “enviar”. Não há limitações de quantidade: mande-me quantos diálogos você quiser até a terça-feira, dia 5. Na quarta-feira de Cinzas, dia 6 de fevereiro, divulgarei o nome do leitor felizardo que levará para casa um box com os seis DVDs da 1ª temporada de Heroes!

Para quem quiser visualizar um exemplo de diálogos que podem ser feitos no site de Heroes, clique aqui a fim de assistir ao vídeo que criei citando um notório blogueiro que é tão fã quanto eu da série. B) E divirtam-se à vontade: como vocês já puderam constatar pelas ilustrações deste post, fiz a festa inventando legendas engraçadinhas para os vídeos disponíveis na página do Universal Channel.

Em tempo: os episódios da 2ª temporada de Heroes já estão sendo exibidos todas as sextas-feiras, às 21 horas, no Universal Channel. Caso você tenha perdido os primeiros programas, não se desespere: no sábado, dia 9, será exibida uma maratona com os cinco primeiros episódios da segunda temporada. Mas, se você vacilou ainda mais e sequer viu a 1ª temporada de Heroes, demorô pra participar da nova promoção Pensar Enlouquece enviando suas legendas até o dia 5 de fevereiro, hein? ;)

Qual o livro que mais marcou sua infância?

Por Alexandre Inagakiterça-feira, 29 de janeiro de 2008

O primeiro livro que ganhei em minha vida chama-se “A Margarida Friorenta”. Na época, eu cursava o pré-primário, tinha cinco anos de idade e estudava no Colégio Raio de Sol, que ficava na Rua Monte Alegre. Singelo, não? O livro contava a história de uma flor que à noite tremia e chorava de tanto frio que sentia. O final feliz é alcançado graças ao carinho de uma menininha, que dá um beijo na margarida e faz com que o frio vá embora. Graças ao Fosfosol do Google, resgatei o nome da autora do primeiro livro que tive na vida, e que deve ter ido embora junto com as mudanças de domicílio que sempre fazem com que a gente deixe pra trás algumas coisas do passado: Fernanda Lopes de Almeida. Eu, que quando criança fui cativado por autores como Stella Carr, Pedro Bandeira, Ray Bradbury, Fernando Sabino e Agatha Christie, poderia citar muitos títulos que aos poucos foram construindo minha sede de palavras, mas jamais me esqueci deste livro com título um tanto quanto emo que foi o primeiro volume de minha estante: “A Margarida Friorenta”.

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No total, recebi 127 e-mails de leitores interessados em participar da promoção Coração de Pedra, que responderam à seguinte pergunta: qual foi o livro que mais marcou a sua infância? Mais do que a quantidade de mensagens, me surpreendeu o fato de cerca de 90% delas terem sido enviadas por pessoas que nunca vi deixarem comentários por aqui. Foi uma bem-vinda surpresa: a promoção acabou se tornando uma maneira de conhecer melhor os leitores mais “quietos” que visitam regularmente este blog. Mais bacana ainda foi constatar a qualidade dos textos que recebi, justificando suas respostas. A ponto de, em vez de premiar apenas duas respostas (que ganharão, cada um, um exemplar de Coração de Pedra e alguns brindes como o Coolnex Card e um bottom do Pensar Enlouquece), resolvi presentear mais cinco leitores com um pequeno kit com algumas lembranças legais, como fitas de São Google e exemplares da revista Pix.

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Antes de reproduzir os textos dos sete ganhadores da promoção, quero deixar aqui a lista com todos os títulos citados, que creio que servirão como boas sugestões de leituras para crianças de todas as idades. Eis a biblioteca básica da infância dos leitores do Pensar Enlouquece:

6 citações: O Pequeno Príncipe (Antoine de Saint-Exupéry).

5 citações: Meu Pé de Laranja Lima (José Mauro de Vasconcelos).

4 citações: Harry Potter (a série de sete volumes escrita por J. K. Rowling).

3 citações: O Menino do Dedo Verde (Maurice Druon) e O Menino Maluquinho (Ziraldo).

2 citações: As Batalhas do Castelo (Domingos Pellegrini), A Bolsa Amarela (Lygia Bojunga Nunes), Um Cadáver Ouve Rádio (Marcos Rey), Dom Quixote de La Mancha (Miguel de Cervantes), O Gênio do Crime (João Carlos Marinho), Harry Potter e a Pedra Filosofal (J. K. Rowling), A História Sem Fim (Michael Ende), Ilusões: As Aventuras de um Messias Indeciso (Richard Bach), Menino de Engenho (José Lins do Rego), O Rapto do Garoto de Ouro (Marcos Rey), O Reizinho Mandão (Ruth Rocha) e Zezinho, o Dono da Porquinha Preta (Jair Vitória).

1 citação: Alice no País das Maravilhas (Lewis Carroll), Amor de Perdição (Camilo Castelo Branco), Anarquistas, Graças a Deus (Zélia Gattai), Assassinato no Expresso Oriente (Agatha Christie), As Aventuras de Tom Sawyer (Mark Twain), Os Barcos de Papel (José Maviael Monteiro), Bom Dia, Todas as Cores! (Ruth Rocha), Buraco de Formiga, Buraco de Tatu (Lúcia Pimentel Góes), O Cachorrinho Samba (Maria José Dupré), Caminho Suave (Branca Alves de Lima), Canção do Exílio (Gonçalves Dias), Cândido (Voltaire), Capitães de Areia (Jorge Amado), O Caso da Borboleta Atíria (Lucia Machado de Almeida), Cazuza (Viriato Correa), A Chegada do Invasor (Flávio de Souza), A Cidade e as Estrelas (Arthur C. Clarke), toda a coleção Vaga-Lume da Editora Ática, Confissões de Adolescente (Maria Mariana), Confusões e Calafrios (Silvia Cintra Franco), A Cor da Ternura (Geni Guimarães), Coração (Edmundo De Amicis), A Corrida Gaiata (uma versão da fábula da corrida entre a lebre e a tartaruga), “um dicionário”, Dom Casmurro (Machado de Assis), A Droga da Obediência (Pedro Bandeira), Os Doze Trabalhos de Hércules (Monteiro Lobato), Éramos Seis (Maria José Dupré), Eu, Christiane F., 13 Anos, Drogada, Prostituída… (Kai Herrmann & Horst Rieck), fábulas dos Irmãos Grimm, O Feijão e o Sonho (Orígenes Lessa), Fernão Capelo Gaivota (Richard Bach), Flicts (Ziraldo), Grimble (Clement Freud), O Hobbit (J. R. R. Tolkien), A Ilha Perdida (Maria José Dupré), O Iluminado (Stephen King), A Inspetora (série de livros de Santos de Oliveira, pseudônimo de Ganymédes José), Os Karas (a série protagonizada pela Turma dos Karas, escrita por Pedro Bandeira), O Lago das Lágrimas (Emily Rodda), A Lenda do Castelo de Montinhoso (Vera Krijanovskaia e J. W. Rochester), O Livro de Ouro da Mitologia (Thomas Bulfinch), “O Livro de Ouro da Playboy”, A Mão e a Luva (Machado de Assis), Manu: A Menina que Sabia Ouvir (Michael Ende), O Maravilhoso Mágico de Oz (Lyman Frank Baum), A Marca de uma Lágrima (Pedro Bandeira), Memórias de um Burro (Condessa de Ségur), A Menina e o Pássaro Encantado (Rubem Alves), O Menino Sem Imaginação (Carlos Eduardo Novaes), O Outro Lado da Ilha (José Maviael Monteiro), A Pedra no Sapato do Herói (Orígenes Lessa), Pollyanna (Eleanor H. Porter), Pollyanna Moça (Eleanor H. Porter), Receita Para um Dragão (Simone Saueressig), O Rei Caracolinho e a Rainha Perna Fina (Maria Heloisa Penteado), Reinações de Narizinho (Monteiro Lobato), Robinson Crusoé (Daniel Defoe), Rosinha, Minha Canoa (José Mauro de Vasconcelos), O Saci (Monteiro Lobato), Sangue Fresco (João Carlos Marinho), Saudade (Tales de Andrade), “Se Eu Fosse Grande” (não encontrei o autor), O Senhor dos Anéis (J. R. R. Tolkien), A Serra dos Dois Meninos (Aristides Fraga Lima), Sítio do Pica-Pau Amarelo (coleção completa de Monteiro Lobato), Stardust (Neil Gaiman), Os Três Porquinhos (autor desconhecido), A Turma da Rua Quinze (Marçal Aquino), O Velho e o Mar (Ernest Hemingway), Veludinho (Martha Azevedo Pannunzio), Viagem ao Centro da Terra (Julio Verne), Vidas sem Rumo (S.E. Hinton), Vita Brevis (Jostein Gaarder), A Volta ao Mundo em 80 Dias (Julio Verne), Vupt, a Fadinha (Lúcia Tulchinski) e um livro descrito desta maneira pela leitora Elizabeth Alves: “Não recordo o título, mas a história e suas conseqüências estão fresquinhas: um menino adorava ir a uma casa vizinha para ouvir o pássaro cantar na gaiola. Ia sempre, pois achava lindo. Foi quando descobriu que aquele canto era de tristeza, e libertou o pássaro”.

Obrigado a todos que participaram da primeira promoção do meu blog. E aproveito pra anunciar que ainda hoje já rolará uma nova por aqui, na qual oferecerei o box de um dos melhores seriados que estão sendo exibidos na TV atualmente. B) Mas, enfim, é isso aí: clique no botão abaixo para descobrir quem são os ganhadores da promoção e ler as suas respostas!

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A homenagem de Daniel Day-Lewis a Heath Ledger

Por Alexandre Inagakisegunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Enquanto acabo de organizar os resultados da promoção Coração de Pedra, aproveito para compartilhar o momento mais emocionante da cerimônia de premiação do SAG Awards, o Sindicato de Atores dos EUA, ocorrida ontem. Trata-se do belo discurso de Daniel Day-Lewis, talvez a maior barbada do Oscar 2008, que ganhou o prêmio de Melhor Ator graças à sua atuação em Sangue Negro de Paul Thomas Anderson. Nele, Day-Lewis faz uma homenagem a Heath Ledger, ator que, como bem definiu o crítico do NY Times A.O.Scott, infelizmente não teve tempo para tornar-se “o ator surpreendente, estranho e definidor de uma era que sempre teve o potencial de ser”.

Eis a tradução do site Cinema em Cena para o discurso do grande ator de filmes como A Insustentável Leveza do Ser e Em Nome do Pai:

Estou muito, muito orgulhoso desse prêmio. Muito obrigado por darem-no a mim. E estou muito orgulhoso por estar incluído no grupo composto pelos atores maravilhosos deste ano. Sabem, desde que me entendo por gente, a coisa que sempre me despertou um senso de deslumbramento, de renovação, que me levava a perguntar como tal coisa era possível, e que me desafiava a entrar na arena mais uma vez, com expectativa e auto-questionamento, tentando me equilibrar, sempre foi o trabalho de outros atores. E há muitos atores hoje aqui, incluindo meus colegas indicados, que me despertaram este sentimento de rejuvenescimento e… (pausa). Heath Ledger me despertou isso.

Em A Última Ceia, aquele personagem que ele criou, que parecia um ser deformado, escondendo-se de si mesmo, de seu pai, de sua vida, escondendo-se até mesmo de nós… e mesmo assim queríamos segui-lo, mas tínhamos medo de fazê-lo. Foi ímpar. E, claro, O Segredo de Brokeback Mountain, no qual ele estava inigualável, perfeito. Aquela cena no trailer no final do filme é tão comovente quanto qualquer outra coisa que eu consiga me recordar. E quero dedicar [este prêmio] a Heath Ledger. Muito obrigado.

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P.S.: Seja bem-vindo ao nosso condomínio, Gravatai Merengue. E parabéns antecipados pelos cinco anos de blog, Chico Fireman! B)

Novidades no InterNey Blogs!

Por Alexandre Inagakisexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Na condição de Gerente de Conteúdo do InterNey Blogs, é com indisfarçável orgulho que gostaria de apresentar oficialmente os novos blogs da nossa rede, que entraram oficialmente no ar nesta semana.

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“Até os 15 anos de idade, eu era uma criança extremamente complicada. Gordo, feio e gago. Óculos de fundo de garrafa no nariz. Cara coberta de espinhas. Muito mais rico do que todos os meus colegas. Ninguém poderia chegar perto de mim a não ser para sacanear, eu pensava. Por isso, me tornei primeiro defensivo e, depois, agressivo. Minha boca era uma arma. Inteligente e articulado, eu conseguia enfiar o dedo em todas as feridas. Antes que me sacaneassem (o que mais poderiam querer comigo, afinal?), eu já sacaneava todo mundo“.

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Sempre viajei muito, por pura paixão e opção. E quando a gente viaja, inevitavelmente quer contar depois as experiências vividas. No jurássico da internet, eu escrevia emails relatando cada local visitado, e os enviava para uma lista de amigos e familiares. Com o aparecimento dos blogs (e a minha descoberta deles), percebi que a ferramenta poderia ser a forma mais eficiente de compartilhar esses relatos, e, melhor de tudo, com quem quisesse na hora que quisessem. Assim nasceu em outubro de 2004 o ‘Uma Malla Pelo Mundo’: da minha necessidade de anotar em algum lugar acessível aos meus amigos as curiosidades, bizarrices, experiências, pensamentos e reflexões que eu via/presenciava ou que se passavam na minha cabeça durante as viagens ‘pelos 5 cantos do planeta’ (uma referência ao quarto surreal onde um amigo de faculdade morava)”.

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“Toy art é algo cool que paulatinamente vem se tornando mainstream. Mas eu não preciso explicar, porque você já deve ter visto no Jornal Hoje ou sua vizinha lhe contou. Vamos ao que interessa. Eu catei a nata da nata da Paper Toy Art. Paper toy art é um ramo que usa papel e cola para dar forma as idéias absurdinhas dos designers. A vantagem: é barato, é downloadable e ainda assim completamente supimpa. Nessa seleção só tem trabalho de designer. Não tem papercraft, nem modelo de avião, nem escultura de papel dinâmica. Então mouse à obra e vamos lá“…

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“Então, nós, que adoramos desenvolver coisinhas especiais feitas com as mãos – mas sem cara de artesanato (essa palavra medonha) –, resolvemos ter um blog para ensinar como fazer e também para incentivar que vocês desenvolvam suas próprias criações. A intenção é algo mais subversivo e menos pretensioso do que fazer para vender numa barraquinha. É fazer para se divertir, para presentear, para compartilhar…”

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Como Faz, Supimpa, Uma Malla pelo Mundo e Liberal, Libertário, Libertino são os quatro primeiros novos blogs do IB que estrearam oficialmente nesta semana. Até o dia 31 de janeiro, Edney e eu pretendemos botar no ar ao menos um blog novo por dia. Recomendo, pois, que vocês mantenham-se atentos às novidades na home-page do InterNey Blogs, porque muita coisa boa surgirá por lá nos próximos dias. B)
Aproveitando a ocasião, não posso deixar de recomendar um pulo ao Foreigners, no ar desde 27 de novembro de 2007. Trata-se do primeiro projeto multilíngüe da blogosfera brasileira, capitaneado pela escritora Daniela Abade e mais seis autores que escrevem em cinco idiomas diferentes.

“O sentimento de não pertencer. A lugar nenhum, a qualquer grupo, a ninguém. Esse estranho poder de olhar as coisas de fora, de circular como um fantasma entre pessoas que ingenuamente pensam que você está lá, naquele mesmo plano. Eu sempre acreditei que esse foi o sentimento mais forte que me levou a escrever ficção: o fato de eu ser estrangeira dentro da minha própria casa. O estranhamento, a distância, às vezes até a ausência de compreensão do outro ou do mundo: ‘Eu não sou daqui, eu não pertenço a esse mundo e é isso o que eu vejo’”.

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P.S. 1: Hoje é o último dia para que você envie um e-mail para [email protected] dizendo qual o livro que mais marcou sua infância e justificando sua escolha. As duas respostas mais bacanas receberão pelo correio um exemplar de Coração de Pedra e mais alguns brindes relacionados ao meu blog. Passarei o final de semana lendo todas as mensagens recebidas (já chegaram mais de 100 e-mails relativos à promoção), a fim de que possa divulgar os resultados na próxima segunda-feira. :D
P.S. 2: A quem interessar possa, clique aqui para ouvir uma entrevista que concedi à Rádio CBN.
P.S. 3: Dr. Love, da revista Papo de Homem, e Gustavo Gitti, do blog sobre relacionamentos lúcidos Não Dois, Não Um, acabaram de lançar um novo projeto: A Cabana do Dr. Love. A julgar pelo curriculum vitae desta dupla que promete espalhar mais amor pelo mundo que o Warren Beatty, a Lindsay Lohan e a Daniella Cicarelli juntos, só pode ser coisa boa.
P.S. 4: Leitura recomendadíssima para o dia em que Sampa City faz aniversário: Retrato sentimental-gastronômico de São Paulo, de Luciana Mastrorosa.

É preciso estar atento e forte

Por Alexandre Inagakiquarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Ainda nos anos 60, Caetano Veloso já questionava: “quem lê tanta notícia?”. Peço licença, porém, para resgatar neste espaço duas notas internacionais que me deixaram totalmente estarrecido nos últimos dias. A primeira, da qual obtive conhecimento por intermédio da minha leitora Cíntia Citton, diz respeito ao caso de nove mulheres e dois homens, no Irã, que foram condenados e aguardam o momento de serem mortos por apedrejamento. A acusação? Eles teriam cometido adultério.
Nos últimos 2 anos, vários casos de iranianos apedrejados até a morte foram reportados. Dentre eles, encontra-se o nome de Ja’far Kiani, que foi lapidado em 5 de julho de 2007 no povoado de Aghche-kand, na província de Qazvin. Ja’far foi acusado de ter cometido adultério com Mokarrameh Ebrahimi. Detalhe: o casal já havia tido dois filhos juntos. Mas esse pequeno detalhe não impediu que as autoridades iranianas decidissem pela desumana execução. Mokarrameh, que encontra-se atualmente detida na prisão de Choubin, é a próxima da fila.
Para quem vocês tenham uma idéia do absurdo: o Código Penal iraniano estabelece, em seu artigo 102, que para estes casos de execução por lapidação, homens devam ser enterrados até a cintura, e as mulheres, até a altura do peito. E o absurdo continua: o artigo 104 dispõe que as pedras devem ser suficientemente grandes para causar danos, mas não a ponto de matar as vítimas imediatamente. Conforme explica texto no site brasileiro da Anistia Internacional, a maior parte dos condenados à pena de morte por apedrejamento são mulheres, por dois motivos. O primeiro é o fato de que elas não recebem tratamento equitativo nos tribunais iranianos. E o segundo, é que muitas delas, por não terem sido devidamente alfabetizadas, acabam assinando confissões de delitos que sequer cometeram.
Graças a campanhas que contaram com o auxílio e a divulgação da Anistia Internacional quatro mulheres e um homem tiveram suas penas suspensas. Mas a luta agora é para que as mortes por lapidação sejam definitivamente suspensas no Irã. Participe, pois: clique aqui para enviar uma petição solicitando uma modificação urgente do Código Penal, abolindo uma pena que aumenta deliberadamente o sofrimento de suas vítimas. Além disso, é importante que tal legislação seja revisada, para que sejam descriminalizadas as relações sexuais realizadas em mútuo consentimento entre adultos. Em tempo: fui a 99.623a. pessoa a enviar uma mensagem às autoridades iranianas.
Aproveite para informar-se sobre como participar das outras campanhas humanitárias encampadas pela Anistia Internacional, que combate atrocidades cometidas em lugares como Guantánamo, China, Bangladesh, México, Peru, Burundi e Israel, divulgadas em seus sites em português, espanhol e inglês.

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A segunda história deste post é a de Wei Wenhua, cidadão chinês que no dia 7 de janeiro foi espancado até a morte por membros da Chengguan, espécie de polícia governamental conhecida por sua violência desmedida na repressão de delitos como comércio ilegal nas ruas da China. Qual foi o “crime” cometido por Wenhua? Ele estava filmando, com seu celular, imagens de um conflito entre a polícia e manifestantes que tentavam impedir que caminhões da prefeitura jogassem lixo perto de suas casas. Os “chengguan” notaram sua presença e espancaram-no por mais de cinco minutos. Wenhua morreu a caminho do hospital, aos 41 anos de idade.
Não é a primeira vez, e infelizmente parece que não será a última vez em que um cidadão chinês será vítima da truculência policial no país que sediará as Olimpíadas deste ano. O jornalista e blogueiro chinês Zhao Mu publicou uma série de fotos estarrecedoras que mostram a violência que é cotidianamente cometida pelas autoridades policiais de seus país. Alerto, porém: são imagens fortes.
Apesar da China constantemente bloquear sites que veiculam conteúdo considerado “subversivo” pelas autoridades, a ponto de já ter proibido sites como o Google, blogueiros e jornalistas-cidadãos como o falecido Wei Wenhua permanecem recorrendo ao território livre da internet para denunciar violências, abusos e arbitrariedades. Um dos blogs que recomendo para quem deseja informar-se melhor sobre a China é este: Status of Chinese People.

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P.S. 1: Graças ao alcance da internet, o conceito de “aldeia global” cunhado por Marshall McLuhan aos poucos torna-se realidade. Todos nós, por mais distanciados que estejamos em pontos diversos deste planeta, fazemos parte de uma mesma comunidade. E, por mais utópico ou ingênuo que isso possa soar, creio que é importante que todos nós busquemos informações sobre o que se passa mundo afora. Este mundo pra lá de combalido agradece.
P.S. 2: Um bom exemplo do que digo são as eleições presidenciais americanas, muito mais relevantes para a nossa vida do que qualquer paredão do Big Brother Brasil. Desejam informar-se melhor sobre os acontecimentos que decidirão quem sucederá Bush Jr. no comando da nação mais influente do planeta? Recomendo, pois, um pulo ao Blog Casa Branca 2008, criado pelo jornalista Jefferson Guedes.
P.S. 3: A quem interessar possa, eis alguns textos que andei publicando fora do Pensar Enlouquece nos últimos dias: Heath Ledger (1979-2008), Capas da Blue Note, Pensando alto, As duas despedidas de Bill Gates da Microsoft e Prediletos da casa: Dorothy Parker.

Cupid, o seriado que revelou Rob Thomas e Jeremy Piven

Por Alexandre Inagakiterça-feira, 22 de janeiro de 2008

Foi num sábado à tarde, em idos de 2004, que eu, que estava de bobeira zapeando os canais de TV, encontrei por acaso um seriado de TV do qual nunca havia ouvido falar: Cupid. Foi um típico caso de empatia à primeira vista. Uma hora depois, já estava caçando tudo que eu poderia descobrir sobre a série na internet. Pudera: Cupid faz parte daquela estirpe de seriados que você precisa gravar, a fim de rever cada episódio e anotar os diálogos mais bacanas.

Basicamente, a história é a seguinte: Trevor Hale (anagrama de “Lover Heart”), interpretado por Jeremy Piven, é um homem que afirma ser Cupido, o Deus do Amor. Expulso do Monte Olimpo, só poderá retornar para lá e recuperar seus poderes se for capaz de reunir cem casais na Terra. Considerado lunático, inicia tratamento com Claire (Paula Marshall), psiquiatra e autora de artigos sobre relacionamentos amorosos, que tenta convencê-lo a abandonar sua suposta ilusão. Com base nessa premissa, o criador da série, Rob Thomas, desenvolveu tramas repletas de tiradas sarcásticas (do tipo “café sem cafeína é como sexo sem os tapas na bunda”), mas que ao mesmo questionam os problemas de se encontrar um relacionamento duradouro no mundo contemporâneo. Continue Lendo

Não verás país como este

Por Alexandre Inagakisegunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Vaticinou o jornalista Alexandre Maron em seu blog: “O país que não consegue nem controlar a febre amarela não podia saber fazer coisas simples como ter juízes que soubessem julgar. A todo momento surge um juiz posando de educador, de médico e querendo impor decisões a respeito de assuntos sobre os quais claramente não estudaram nada”. Meu xará refere-se à estapafúrdia decisão judicial que proibiu os jogos Counter Strike e EverQuest em todo o país.

Segundo a justificativa publicada no site do Procon de Goiás, os games foram considerados “nocivos à saúde dos consumidores”. A nota afirma ainda que são jogos “capazes de formar indivíduos agressivos”. Tsc, tsc. Irritante essa mania que a Justiça brasileira possui de se intrometer em assuntos que desconhece solenemente, tal como no infame episódio em que o blog Imprensa Marrom foi tirado do ar a mando judicial por causa de um comentário deixado por terceiros. E que besteira é essa de transformar videogames em bodes expiatórios da violência no Brasil, como se a histórica desigualdade social no país, a responsabilidade das famílias na criação de seus filhos ou a inapetência do governo em prover educação de qualidade não tivessem nada a ver com essa história?

A proibição dos jogos foi uma decisão tão patética que, como não poderia deixar de ser, virou motivo de sarcasmos generalizados na internet. No Twitter, Jonny Ken especulou o que virá pela frente: “Juiz condena jogador de Counter Strike em 132.234 anos de prisão por matar 4.407 jogadores on line em 4 anos”. No post “Prendam-me! Eu sou um maldito jogador de videogames!!!!”, GraveHeart relembra precedentes de proibição de jogos no Brasil: “Toda censura é burra, idiota e irresponsável. No passado, Carmageddon e Grand Theft Auto foram proibidos. Houve redução na criminalidade? Sabemos que não”. Mateus, comentarista do blog GeekGear, resgatou o caso do juiz Pedro Percy Barbosa de Araújo, que covardemente assassinou o vigia de supermercado José Renato Coelho Rodrigues com um tiro na nuca, pelas costas, questionando: “Será que esse juiz jogava Counter Strike ou EverQuest???”.

Perguntar não ofende, algumas respostas sim: será que todo jogador de Super Mario Bros. sai por aí pulando em cima da cabeça dos outros, esmagando cogumelos e tartarugas com seus saltos?

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“Nunca passou pela cabeça de Almir Rodrigues da Cunha que alguém pudesse morrer assim, de repente, de algo tão raro. Mesmo viajando sempre para áreas de risco, nunca tomou vacina contra a febre amarela”. Assim Willian Vieira, repórter da Folha de S. Paulo, inicia seu texto que traça o perfil de uma das oito vítimas fatais, até o presente momento, de uma doença tropical que há muito já deveria ter sido controlada.

Casado e com duas filhas, Almir passou os feriados do final do ano de 2007 com a família no interior de Goiás. Retornou a Maringá, cidade paranaense onde trabalhava como empresário, no dia 1º; cinco dias depois, estava internado em uma UTI, sofrendo do que os médicos acreditavam tratar-se de uma virose. No entanto, na segunda-feira, dia 7, aqueles que testemunharam sua agonia viram-no lutando contra uma paralisia que o impedia até de segurar um simples copo. Na madrugada do dia 8 para o dia 9, Almir morreu por falência múltipla dos órgãos, aos 47 anos de idade.

Por intermédio de um texto, Almir Rodrigues da Cunha deixou de ser uma estatística de saúde para se tornar uma pessoa.

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No dia 30 de novembro de 2007 a artista suíça Mona Caron, atualmente residente em São Francisco, EUA, participou da Bicicletada, movimento que reúne mensalmente usuários de veículos não-motorizados, que se encontram com o objetivo de reivindicar seu espaço nas ruas e o direito de andar com tranquilidade pelas cidades onde moram. Na ocasião, Mona desenhou um painel na Praça do Ciclista, na Avenida Paulista, ilustrado por uma bicicleta alada.

Esse grafite, como mostra a foto abaixo, que encontrei no excelente blog Apocalipse Motorizado, não existe mais. No lugar da arte urbana, restou um muro cinza e estéril.

O registro fotográfico de dezenas de grafites injustificadamente apagados por uma administração municipal incapaz de distinguir publicidades irregulares de artes urbanas está disponível no Flickr de Mundan8. Curiosamente, um muro pichado ainda permanece intocado pelas tintas cinzas da prefeitura. Por que será?

Em tempo: a próxima Bicicletada em São Paulo ocorrerá no aniversário da cidade, no dia 25 de janeiro. Visite o site do movimento para informar-se melhor sobre o evento e sobre como fazer para lutar em prol da qualidade de vida nesta barafunda urbana.

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Em dezembro de 2007, o programa internacional de avaliação de alunos da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) avaliou alunos de 57 nações. Os brasileiros obtiveram a 48ª posição em leitura, a 52ª em ciências e a 53ª posição em matemática.

Matéria de hoje de Eduardo Scolese para a Folha de S. Paulo também revela: um em cada cinco jovens brasileiros entre 18 e 29 anos que vivem na zona urbana abandonou a escola antes de completar o ensino fundamental, segundo trabalho feito pela Secretaria Geral da Presidência da República com base em pesquisa de 2006 do IBGE.

E no entanto, há quem aja como se as responsabilidades pelas chagas deste país pudessem ser atribuídas a grafites e videogames.

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Em tempos idos, escreveu Olavo Bilac (1865-1918): “Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste! Criança! Não verás nenhum país como este!”. Hoje, sou obrigado a botar mais fé nos versos que Antonio Carlos Ferreira de Brito, o Cacaso (1944-1987), escreveu nos anos 70: “Ficou moderno o Brasil/ Ficou moderno o milagre/ A água já não vira vinho/ Vira direto vinagre”.

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Pense Nisso! Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.

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