Artigos do mês de: fevereiro 2007

Somewhere Over the Rainbow/What a Wonderful World

Por Alexandre Inagakiquarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

A primeira vez em que ouvi este medley de “Somewhere Over the Rainbow”, tema imortalizado por Judy Garland no filme O Mágico de Oz, com “What a Wonderful World”, sucesso de Louis Armstrong, foi em uma comédia simpática que Adam Sandler protagonizou ao lado de Drew Barrymore: Como Se Fosse a Primeira Vez. Logo após retornar do cinema, vasculhei a Internet em busca de informações: de quem era a voz daquela música que não conseguia mais tirar da minha cabeça?

Algumas buscas no Google me deram a resposta, assim como a história do artista responsável por uma das gravações mais cativantes que eu já ouvira em toda a minha vida: um cantor de sobrenome impronunciável, Israel Kamakawiwo’ole (melhor conhecido, por razões óbvias, pelo apelido de “Bruddah Iz”). Continue Lendo

Prólogo para um romance

Por Alexandre Inagakiterça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Escrevi o texto a seguir como introdução para um livro excepcional: Vestido de Flor, romance de Carlos Eduardo Lima que será lançado dia 19 de março, na Livraria da Travessa em Ipanema. Nele, tergiverso a respeito de um de meus assuntos prediletos: amor.

* * * * *

Pertencemos a uma geração de cínicos cênicos. De gente que, em público, enche a boca para criticar o sexo oposto e falar jocosamente de casais que andam de mãos dadas (e com os braços balançando), emocionam-se ao assistir a comédias hollywoodianas e tratam um ao outro por apelidos babões como “fofucho”, “gatesouro” e “pudinzim”. São pessoas que vislumbram apenas conotações negativas em adjetivos como “sentimental” e “romântico”, e meneiam a cabeça em claro sinal de concordância ao ouvirem a definição cunhada por um dos personagens de Charlie Kaufman: “o amor nada mais é do que um agrupamento bagunçado de carência, desespero, medo da morte, insegurança sobre o tamanho do pênis e a necessidade egoísta de colecionar o coração de outras pessoas“. No entanto, quem perscrutar os sentimentos ocultos sob as fachadas de ironia saberá que estes mesmos céticos alimentam em segredo toda uma plêiade de esperanças românticas em seus peitos. Continue Lendo

Como Fazer Amigos e Influenciar Homens de Marte, Mulheres de Alpha Centauri e Chorões às Margens do Rio Piedra (ou: Seja Feliz e Ajuda-te a Ti Mesmo Sozinho e Sem Ajuda de Ninguém, Mexendo no Queijo Alheio de Acordo com os Princípios do Feng Shui)

Por Alexandre Inagakidomingo, 25 de fevereiro de 2007

Como escrever um livro e enriquecer tapeando incautos.Vida tem manual de instruções? Consumidores de livros de autoajuda parecem acreditar que sim, dando vazão à publicação de obras que fazem promessas mais mirabolantes do que as veiculadas em propagandas eleitorais gratuitas. Por exemplo? “Como Ficar Rico“. Melhor que o título singelo desta obra, só mesmo o nome da editora que o publica: Academia de Inteligência (mesmo porque burros são os leitores que acreditam num conto de vigário desses). Outra pérola: “Como Fazer Qualquer Pessoa se Apaixonar Por Você“. Segundo a sinopse do livro, sua autora, a Dra. Leil Lowndes, “mostra que é possível aprender o momento certo de se fazer de difícil, quanto se deve esperar para um convite, como deixar uma primeira impressão inesquecível, preencher os desejos sexuais do parceiro ou como alimentar a menor centelha de atração para transformá-la em uma paixão avassaladora“. Com o perdão da má expressão: ahhh, doutora filha da mãe essa que atiça pessoas a armarem esses malditos joguinhos! Continue Lendo

O direito de resposta de Brizola no Jornal Nacional

Por Alexandre Inagakiquinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Há pouco tempo, Charles Pilger escreveu nos comentários deste blog: “Há um grande momento da TV brasileira que procuro pelo menos uma vez por semana no YouTube, que é o direito de resposta dada pela Justiça Eleitoral ao Leonel Brizola em 15 de março de 1994. O detalhe mágico é que esse direito de resposta foi lido pelo Cid Moreira em pleno Jornal Nacional. Foi um momento mágico esse, onde o velho Cid desancava o Roberto Marinho“. Pois bem: graças a uma dica do meu camarada Jorge Rocha (que, por sua vez, encontrou a pepita graças a Raphael Perret), eis aqui o vídeo deste momento antológico.

Agora só falta provarem, via YouTube, que a famosa história de terem mandado o Bozo tomar no cu não é lenda urbana.

InterNey Blogs no ar

Por Alexandre Inagakiquinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Idéias pouco representam enquanto não são concretizadas. Durante um longo tempo acalentei a idéia de reunir, em um mesmo portal, amigos e blogueiros que admiro. Mas a idéia só começou a ganhar forma quando me encontrei pela primeira vez, há mais de um ano, com Edney Souza.

Eu e Edney.

Eu sabia que ele era a pessoa certa para construirmos os alicerces debaixo daquele castelo no ar, graças ao seu know how e toda a estrutura que fez do InterNey.Net o blog mais linkado do Brasil. Mas, mais importante, em todas as reuniões ao longo desse tempo, seja na Galeria dos Pães, no Burger King, no Fran’s Café ou no Pinheirinho, fomos consolidando uma amizade e uma confiança imprescindíveis para que pudéssemos levar esse projeto adiante.

Mas essa empreitada teve a companhia imprescindível de outros dois comparsas: meus colegas de Virunduns e amigos de longa data Ian Black e André Rosa de Oliveira.

Eu, André e Ian Continue Lendo

Grandes figuras brasileiras: Nelson Piquet

Por Alexandre Inagakidomingo, 18 de fevereiro de 2007

Piquet e Mansell, uma comovente história de amizade.Toda vez que esbarrava com Nigel Mansell a caminho dos boxes, Piquet caprichava no sorriso e cumprimentava o piloto inglês com uma calorosa frase:

- Oi, panaca!

Mansell, ingenuamente, retribuía a saudação com o melhor de seus sorrisos. Até que um dia o inglês perguntou aos jornalistas brasileiros que cobrem a Formula 1 o que significava “panaca”. Quando descobriu, foi tomar satisfações com o bon vivant brasileiro que, como não poderia deixar de ser, riu à beça durante toda a discussão.

Conforme atestado pela foto acima, essa não foi a primeira nem a última vez que Mansell penou com as traquinagens desta figuraça chamada Nelson Piquet Souto Maior. Outro “causo” entre os dois: na noite anterior aos treinos de qualificação para o GP México de 1986, Nigel abusou da comida mexicana. Consequentemente, foi acometido de uma violenta crise de caganeira que o obrigava a ir diversas vezes ao banheiro entre uma e outra volta. Piquet, que só espiava as idas e vindas do inglês com o rabo do olho, foi sorrateiramente até o banheiro usado por Mansell e surrupiou o rolo de papel higiênico. Não convém dizer em que estado o inglês ficou quando percebeu o furto tarde demais… Continue Lendo

Teoria Maquiavélica do Amor

Por Alexandre Inagakisábado, 17 de fevereiro de 2007

A vida às vezes cansa, principalmente quando você mora em uma cidade que é uma máquina de fazer estressados, como é São Paulo. Paulistanos parecem estar sempre com pressa, vivem correndo como se estivessem fugindo de algo, afobados feito o coelhinho da Alice no País das Maravilhas. Não é possível manter esse ritmo ad eternum, e é por isso que às vezes sou obrigado a recorrer ao ópio cinematográfico. Nada como entrar em uma sala de projeção, apertar a tecla pause do meu cérebro e esquecer deste mundo louco por algumas horas, imergindo em filmes que a gente assiste como quem come Chokito, no maior dos descompromissos.

Poucas coisas são mais eficazes na arte de anestesiar as neuras da vida moderna do que os filmes de Hollywood. Não à toa, o cinema norte-americano está cumprindo a ameaça de Pinky & Cérebro, de dominar o mundo. Porém, não pretendo discutir agora os méritos artísticos dos blockbusters da Gringoland. Quero, apenas, compartilhar com vocês a minha tese: filmes hollywoodianos apostam no que eu chamo de Teoria Maquiavélica do Amor.

Recordemos filmes como Duro de Matar, Velocidade Máxima, O Vingador do Futuro, Inferno na Torre, A Múmia: carros batem, prédios explodem, pessoas morrem, toda uma gama de desgraças perpassa nossos sentidos em aproximadamente duas horas, e tudo isso para quê? Para que o filme acabe em um beijo apaixonado. Ou seja, o fim (no caso, o happy end amoroso) justifica os meios. Como se os roteiristas piscassem os olhos para a gente, nas entrelinhas, afirmando que toda sorte de desgraças humanas e materiais exibidos na tela grande se justifica em nome do tal do Amor. Porque nós, incautos espectadores, precisamos de um justo quinhão de diversão lobotomizante, coroada, invariavelmente, com a cereja de um beijo enamorado no final.

E assim, todos vivem felizes para sempre. Bem, ao menos até que seja rodada a próxima continuação.

Na vida real Lois Lane teria morrido soterrada, assim como Trinity jamais regressaria a Zion. Ou não. Afinal de contas, vai saber. O tal do Amor não deixa de ser uma loteria; de repente é possível acertarmos os números da Mega Sena, por que não? E, do alto da mais improvável das improbabilidades, em meio ao dilúvio de bilhões de pessoas perdidas neste mundo vasto mundo, não é possível encontrar alguém que ature nossas idiossincrasias, tiques irritantes ou pneuzinhos na cintura e que ame a gente assim mesmo, mesmo que não tenhamos os músculos de um Russell Crowe ou as curvas de uma Charlize Theron? Este mundo, felizmente, é maluco e cheio de possibilidades.

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Pense Nisso! Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.

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A vida é boa e cheia de possibilidades.
A vida é boa e cheia de possibilidades.
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