Um verso pode virar uma poesia e uma poesia pode virar uma viagem (publieditorial)
Por Alexandre Inagaki ≈ segunda-feira, 09 de abril de 2012
Há tempos não uso lápis ou caneta para escrever. Nem os versos que eu costumava cometer nos tempos em que estudava Letras na USP, tampouco listas de compras de supermercado, folhas de cheque, receitas de bolo, manuscritos quaisquer. De tão habituado a só digitar textos, minha caligrafia piora cada vez mais, se equiparando aos garranchos hieroglíficos de médicos apressados. E, na última vez em que fui reconhecer minha firma num cartório, fui obrigado a abrir uma nova porque minha assinatura não batia com a anterior. Males da vida digital.
Tenho guardadas em casa dezenas de folhas de caderno e papéis sulfite com manuscritos da época em que usava canetas para rebobinar fitas cassete e rascunhar versos e contos. Alguns desses textos foram remixados e remasterizados, tornando-se posts e artigos. Outros permanecerão guardados no fundo da gaveta, e só não viram material de reciclagem porque ainda teimo em arquivar certos testemunhos de um passado cada vez mais desfocado.
Mas, assim como arqueólogos volta e meia encontram algum fóssil interessante em escavações, outro dia achei uma pérola inesperada fuçando meus papéis amarfanhados: uma brincadeira descompromissada que eu e alguns colegas de colegial fizemos, provavelmente no meio de alguma aula bocejante de química orgânica ou trigonometria. Cada um tinha exatas 5 linhas para iniciar um texto numa folha de papel almaço, e depois passava a vez para que o outro prosseguisse a história a partir daquele trecho. É até previsível que um texto desses, escrito por seis adolescentes desocupados, acabou repleto de piadas internas e referências pouco edificantes a professores e coleguinhas de classe. Mas me rendeu boas risadas oriundas da época em que eu era um cara com muito menos superego, escrevendo bobagens como se fosse um bêbado com dor de cotovelo tuitando freneticamente.
Foi esse manuscrito a lembrança que me veio à cabeça quando fui contatado para escrever sobre a ação promocional que a Enfim, marca que está divulgando sua campanha Outono-Inverno, lançou no Facebook: um projeto de crowdwriting. O desafio é criar um verso a partir do filme-conceito “Asas Para Inspirar”, protagonizado pelos atores Bruna Linzmeyer (revelada na minissérie Afinal, o Que Querem as Mulheres?) e Raphael Viana, embedado neste post. A surpresa: que tal ganhar uma viagem de balão para a Turquia escrevendo um verso inspirado por esse vídeo?
Se você quiser trazer à tona o seu lado de poeta, agora você tem um estímulo bem melhor do que uma aula tediosa. Assista ao vídeo, escreva um verso e participe da criação de uma poesia colaborativa na área especial da fanpage da Enfim. O poema colaborativo completo, que for considerado o mais interessante, dará direito aos seus autores a uma viagem inesquecível de balão pelos céus da Capadócia, na Turquia. Bora nessa?
Alexandre Inagaki
Alexandre Inagaki é jornalista, consultor de projetos de comunicação digital, japaraguaio, cínico cênico, poeta bissexto, air drummer, fã de Cortázar, Cabral, Mizoguchi, Gaiman e Hitchcock, torcedor do Guarani Futebol Clube, leonino e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos, não necessariamente nesta ordem.
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