Tã-tã-tã-tã-tã
Por Gabriel Louback ≈ quinta-feira, 05 de dezembro de 2013
No final de semana fiquei 30 minutos preso em uma fila de carros para sair do estacionamento de um shopping. Motivos à parte, as pessoas começaram a buzinar depois de uns 10 minutos. Até que demorou, mas quando começou, ficou ensurdecedor. Pais tapavam os ouvidos de seus pequenos enquanto caminhavam pelo estacionamento.
Minha esposa, então, sugeriu: “E se você buzinasse ‘Tã-tã-tã-tã-tã’ e esperasse ver se alguém completa com ‘Tã-tã’?”
[A melodia -- ou ritmo -- é o que vemos no filme do Roger Rabbit quando o Christopher Lloyd quer provocar o coelho a sair de trás da parede.]
Esperei uma pequena pausa no buzinaço e puxei algumas vezes a buzina que convidava os outros carros a completarem.
“Se vai buzinar, que seja pra se divertir, né?” ela comentou comigo.
E não demorou para que: 1) os carros parassem de buzinar continuamente de forma irritante e barulhenta em um lugar com mais eco que meu banheiro; 2) alguns completassem a brincadeira sugerida por mim, inibindo a ‘buzina reclamação’; 3) outros carros também começassem a puxar o ritmo, no que eu pude também completar a brincadeira e sair às gargalhadas de um trânsito de 30 minutos, em vez de estressado e odiando a humanidade.
Obrigado, Carol, pela graça alcançada.
Gabriel Louback
Gosto de escrever. Contos, crônicas, matérias, entrevistas, argumentos e roteiros. Na verdade, gosto mesmo é de ouvir histórias. Se puder contá-las, melhor ainda.
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Clara Meire