O segredo da felicidade em 1 minuto de coragem

Por Publieditorialterça-feira, 12 de novembro de 2013

“Siga a sua felicidade e o mundo abrirá portas para você onde antes só havia paredes.” Esta frase, de Joseph Campbell, me fez pensar na importância de dar uma sacolejada na vida, de tempos em tempos, buscando fugir da inércia e da zona de conforto, que acabam por nos deixar acomodados. Essa citação de Campbell, por sua vez, me fez lembrar desta matéria: “O segredo da felicidade segundo a ciência”. Que, dentre várias informações interessantes, cita uma pesquisa feita pela Universidade da Califórnia, que atesta que 40% de nossa capacidade de ser feliz está ligada ao poder de mudança.

Eu, filho de uma família de descendente de japoneses, cresci aprendendo que estabilidade e segurança eram requisitos importantíssimos para a felicidade, e ter um emprego estável era condição sine qua non para ter um futuro garantido e sossegado. Não à toa, pois, o primeiro trabalho que tive na vida, com recém-completados 18 anos de idade, foi de bancário devidamente aprovado em um concurso do Banco do Brasil. Mesma atividade exercida por um primo meu, que tem 57 anos e está prestes a se aposentar, após ter passado a vida inteira no mesmo emprego.

Quando, em 2006, abri mão dessa estabilidade para aceitar o convite que recebi, de uma agência especializada em mídias sociais, para desenvolver uma área de relacionamento com influenciadores online e criação de projetos editoriais para blogs corporativos, houve um choque na família. Levando-se em consideração que, até hoje, tenho parentes que, quando descobrem que trabalho com internet, me pedem ajuda para configurar computadores, vocês podem imaginar como meus pais receberam essa notícia há sete anos. Ainda assim, até que a novidade foi bem assimilada. Afinal de contas, apesar de ter desistido de um emprego estável, eu ainda era um funcionário registrado em carteira, com assistência médica, férias remuneradas e 13o. salário devidamente garantidos.

Três anos depois, porém, quando saí da sociedade de uma outra agência e passei a trabalhar como consultor em home-office, meu pai ficou bastante preocupado, pensando que eu tinha bolado um belo eufemismo para a condição de desempregado. Eu mesmo, quando decidi mudar meus rumos profissionais mais uma vez, me arriscando em uma área que até hoje não está 100% consolidada, pensei com meus botões: será que estava fazendo a coisa certa? Estava correndo um risco, me aventurando em uma situação totalmente nova para um cara que nunca tinha pensado em se tornar empreendedor, ainda mais em um país feito o nosso, repleto de burocracias, taxas e impostos que esmorecem os ânimos de qualquer um que luta para consolidar um negócio próprio.

Felizmente, correr esses riscos valeu muito a pena. Hoje em dia tenho ótimos clientes, trabalho com o que gosto, me livrei de ter que ficar batendo ponto todo dia, trabalho em casa (e sem precisar amargar o trânsito caótico de São Paulo ou ônibus lotados) e fazendo meus próprios horários. E tudo isso graças a vários minutos de coragem, ao longo destes anos, nos quais tomei decisões que mudaram completamente os rumos da minha vida. Poderia ter quebrado a cara? Claro: erros e fracassos são parte fundamental do processo de aprendizado. Afinal de contas, o fato é que a vida é um rascunho definitivo. Mas, se a gente não se aventurar nunca, fica estatelado no sofá da sala, remoendo por dentro todas as coisas belas e bacanas que ficariam perdidas no universo das possibilidades jamais vividas…

* * *

P.S. 1: Inspire-se e conheça outras histórias de quem se lançou no espaço, visitando #1MinutoDeCoragem, espaço criado pela Nextel.

P.S. 2: Um evento genial, voltado para empreendedores, é o FailCon: uma conferência na qual criadores de start-ups se reúnem para compartilhar os erros que cometeram. Ótima iniciativa, em especial num mundo no qual Fernando Pessoa, que escreveu o “Poema em Linha Reta”, se identificaria plenamente: “Arre, estou farto de semideuses!/ Onde é que há gente no mundo?/ Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?”

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Comentários do Blog

  • Cíntia Citton

    Também acho genial você ser esse cara disposto a correr certos riscos e encarar mudanças e adorei esse link para a FailCon, porque muitas vezes as pessoas acham que a vida de quem arriscou é apenas feita de uma trajetória linear do tipo, estava ali, decidi correr o risco e plim ! tudo deu certo a partir daí. (acho que é bem mais como a imagem abaixo) E quanto ao Poema em Linha Reta, parece que essa frase genial não perde a validade nunca (ô mundo bem cheinho de semideuses esse, viu? ). Beijabraço

Pense Nisso! Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.

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