Artigos da categoria: Tergiverso

Vale a pena perder uma amizade por causa de política?

Por Alexandre Inagakiquarta-feira, 20 de abril de 2016

Há uma onda de postagens no Facebook de pessoas pesquisando por amigos que são fãs da página do Jair Bolsonaro e desfazendo amizades. Perguntar não ofende, algumas respostas provavelmente sim: será que vale a pena adotar este tipo de atitude em vez de tentar iniciar algum diálogo de esclarecimento? No calor deste momento, lembrei de uma citação do jornalista Alon Feuerwerker sobre o assunto:

Não brigue com seu amigo por causa da política. Depois os políticos se entendem, mas você perdeu um amigo.

Essa convicção, de que não vale a pena desfazer uma amizade por causa de política, tem passado por uma série de abalos nos últimos tempos. Como boa parte dos meus contatos no Facebook, cliquei no link para checar quantos dos meus amigos curtem o Bolsonaro e descobri que 25 estão nessa lista, dentre eles primos, colegas de ofício, amigos de infância e de adolescência. Resolvi, porém, não excluir ninguém do meu perfil. Continue Lendo

Sobre tricorders, gatos fosforescentes e impressão 3D de carne

Por Cíntia Cittonsexta-feira, 24 de abril de 2015

A velocidade com a qual a tecnologia tem evoluído nos últimos tempos permitiu descobertas incríveis, eliminou intermediários, concedeu acesso a ferramentas de criação a um número cada vez maior de pessoas, e nos mostrou que pequenas empresas podem usar a tecnologia para mudar a regra do jogo em mercados antes dominados por grandes corporações. Muito mais está por vir, e o concurso Call to Innovation é um convite para as mentes inquietas participarem ativamente nessa revolução.

O prêmio é uma iniciativa da FIAP em conjunto com a Singularity University, já teve seu modelo replicado em mais de 25 países e em sua sexta edição desafiou os participantes a usarem a tecnologia para desenvolverem soluções para a crise da água, com o objetivo de impactar positivamente 1 bilhão de pessoas. Para mais detalhes sobre os finalistas e o projeto vencedor, leia ESTE post.

Além das apresentações dos projetos finalistas, tivemos a oportunidade de ouvir diretamente de um dos embaixadores da Singularity University, Salim Ismail, exemplos interessantes de como a tecnologia tem se desenvolvido exponencialmente nos últimos anos. Além de ser um dos embaixadores da instituição, Salim também é o autor de um do livro “Organizações Exponenciais”, onde explica com mais detalhes a revolução tecnológica em que acabamos de entrar. A palestra de Salim nos inspirou a buscar mais material sobre os cases citados, e a segunda parte do post se trata disso, além de uma ajudinha para quem ainda não entende inglês. Continue Lendo

Meus três centavos sobre as eleições presidenciais

Por Alexandre Inagakiquinta-feira, 21 de agosto de 2014

Se um candidato defender o fim definitivo e imediato de reeleições para cargos executivos, ganhará o meu voto. Creio que alternância de poder é fundamental para oxigenar as instituições, abrir espaços para a inovação e evitar que órgãos públicos sejam aparelhados por militantes de qualquer partido (algo que ocorre desde que a emenda constitucional permitindo reeleições foi aprovada durante o Governo FHC, diga-se de passagem). Além de todos os problemas citados, um candidato que participa de uma eleição tendo toda a máquina governamental a seu dispor gera disputas desleais e injustas.

Todo mundo tem direito a suas crenças pessoais, sejam elas de caráter ideológico, religioso, filosófico, sexual. Tampouco me importo se um candidato é católico, ateu, muçulmano, evangélico ou adepto da Igreja Jedi, desde que ele tenha plena consciência de que vivemos em uma nação laica, saiba respeitar crenças alheias e jamais misture suas convicções pessoais com seus deveres à frente de uma instituição pública.

Política é um tema fundamental, mas desanima tocar no assunto diante da pobreza e superficialidade das discussões, seja no horário eleitoral gratuito, seja nas redes sociais. Embora eu seja um cara que se interessa muito pelo assunto, acompanhando movimentações partidárias, propostas de governo, pesquisas eleitorais, yada yada yada, os comentários que costumam ser postados, quase que invariavelmente redigidos por pessoas que encaram preferências políticas como se fossem militantes de uma torcida organizada, são embebidos em raiva e insensatez. Diante desse cenário, não é de se estranhar que o cenário político atual seja tão árido.

* * *

P.S.: Deixo a cargo de Carlos Ruas, quadrinista e criador do Um Sábado Qualquer, a celestial observação final deste post.

manifestacaodedeus

Ayrton Senna, 1° de maio de 1994

Por Alexandre Inagakiquinta-feira, 01 de maio de 2014

O Brasil vivia uma crise de autoestima. Naqueles primeiros meses de 1994, a economia ainda não andava lá essas coisas, a moeda ainda era o cruzeiro real e a gente precisava fazer cálculo dos preços em URVs, a fim de descobrir o valor verdadeiro das coisas. Depois do tricampeonato em 1970, a seleção brasileira de futebol acumulava decepções em cima de decepções. Duas das três músicas que foram indicadas ao Troféu Imprensa daquele ano foram “Me Leva” (Latino) e “Lá Vem o Negão” (Cravo e Canela). Ou seja, a coisa estava realmente ruim. Mas havia ao menos um alento em meio a tudo aquilo.

ayrtonsennadomundo

Ayrton Senna havia deixado os torcedores brasileiros bem acostumados com suas vitórias nas manhãs de domingo. Eu colocava o despertador pra tocar mais cedo, a fim de ver as corridas desde a largada, mas meus pais preferiam aproveitar os domingos para colocar o sono em dia. Várias foram as vezes em que minha mãe acordava e, ao me ver na sala, perguntava: “E o Senna, ganhou?”. E eu respondia: “Sim, mãe. De novo!”. Continue Lendo

21 palavras e expressões incríveis de outros idiomas que dão inveja à língua portuguesa

Por Alexandre Inagakiterça-feira, 29 de abril de 2014

Palavras são tijolos com os quais tentamos construir, através de frases, os pensamentos abstratos que vagam pela nossa mente. Quase nunca, porém, somos capazes de encontrar os termos mais apropriados para externarmos a visão de mundo e os sentimentos que surgem cá dentro. Bem dizia o Drummond: “Lutar com palavras/ é a luta mais vã/ Entanto lutamos/ mal rompe a manhã.” Mas é um combate fascinante, e é por isso que me interesso tanto em conhecer palavras novas, sejam elas da língua portuguesa ou de outros idiomas. Afinal, cada nova palavra que ingressa em meu vocabulário representa uma nova possibilidade de expressão, de aumentar as chances de conseguir comunicar o que às vezes parece ser indizível.

O título deste post pode dar a impressão de que a língua portuguesa deixe alguma coisa a desejar: ledo engano. Embora seja um idioma complicadíssimo, com conjugações e normas quase impossíveis de se decorar (as regras do hífen e o comportamento das mulheres, duas coisas que jamais conseguirei compreender direito), é um idioma sonoro e poético que possui palavras mesmerizantes como “cafuné”, “diáfano”, “acalanto”, “serelepe” e “saudade”. Porém, a intenção deste artigo é citar algumas palavras e expressões, de outros idiomas, capazes de sintetizar sensações ou experiências que demandariam o uso de frases inteiras em outra língua.

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1) Komorebi (japonês): uma palavra poética que descreve a luz do sol filtrada pelas folhas das árvores antes de atingir o chão, criando aquelas sombras lindas.
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Pense Nisso! Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.

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