O filme do Homem-Formiga prova: tamanho não é documento
Por Alexandre Inagaki ≈ quinta-feira, 16 de julho de 2015
Um filme dinâmico, divertido, com boas atuações de Paul Rudd, Michael Douglas, Evangeline Lilly (a eterna Kate de Lost) e Michael Peña, além da melhor citação ao The Cure na cultura pop desde o episódio de South Park em que Robert Smith salvou o mundo do ataque de uma Barbra Streisand gigante: eis a receita para mais uma incursão bem-sucedida da Marvel nos cinemas.
Depois da megalomania de batalhas enfrentadas pelo segundo encontro do mega-grupo de super-heróis que resultou no irregular Vingadores: Era de Ultron, a Marvel decidiu apostar em uma fórmula similar à do bem-sucedido Guardiões da Galáxia. Ou seja, apostar em um personagem desconhecido do grande público (ao menos dos espectadores que sequer desconfiam que o Homem-Formiga das HQs, em sua primeira encarnação, ficou notabilizado por ter dado uns tabefes na própria esposa), fazer uma recriação quase completa para o cinema e contrabalançar efeitos especiais de última geração com um roteiro bem engendrado, que mistura dramas familiares com doses balanceadas de humor.
Para arrematar a fórmula, a cereja do bolo: acertar na mosca ao contratarem Paul Rudd para ser o protagonista do filme. Tal qual Chris Pratt em Guardiões da Galáxia, impecável ao interpretar Peter Quill com galhardia, Rudd - até então conhecido por seus papéis como coadjuvante nas comédias de Judd Apatow e por ter sido o marido de Phoebe em Friends - se encontrou perfeitamente no papel de Scott Lang, um ladrão recém-saído da prisão que se torna um improvável herói ao vestir o traje de Homem-Formiga.
A quem vai ao cinema, vale o alerta: há duas cenas após os créditos finais. De resto, recomendo também que não se esqueça de se abastecer antes de sessão com pipocas e refrigerantes, pois Homem-Formiga é blockbuster de primeira linha e cinema pop dos bons, com direito a diversas citações divertidas ao universo dos filmes da Marvel.
P.S.: Além de estrelar Homem-Formiga, Paul Rudd já provou que é um dublador de primeira, digno de dar inveja ao Pablo do Qual é a Música. Prova disso é a participação que fez no quadro de lip sync do programa de Jimmy Fallon, interpretando de forma antológica músicas de Tina Turner e Queen.
Alexandre Inagaki
Alexandre Inagaki é jornalista, consultor de projetos de comunicação digital, japaraguaio, cínico cênico, poeta bissexto, air drummer, fã de Cortázar, Cabral, Mizoguchi, Gaiman e Hitchcock, torcedor do Guarani Futebol Clube, leonino e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos, não necessariamente nesta ordem.