Dez filmes de macho
Por Alexandre Inagaki ≈ segunda-feira, 17 de setembro de 2007
Com quase dois meses de atraso, cá estou respondendo à convocação feita por Leonardo Luz, da Revista Papo de Homem e do blog Eu e Meu Ego Grande, que criou um dos melhores “memes” dos últimos tempos: Top 10 Filmes pra Macho.
Creio que a quintessência do gênero “filme pra macho”, que pode ser resumida pela chamada-clichê das produções exibidas no Domingo Maior (“é ação do começo ao fim”), está sintetizada em uma cena de Stallone Cobra (1). Que está disponível do YouTube da melhor maneira possível: por meio de uma seqüência digitalizada de uma reprise no SBT, com direito a dublagem mega-ultra-plus-blaster tosca. Sylvester Stallone proferindo um diálogo como “você é um cocô” é algo simplesmente imperdível.
Outro grande momento do cinema-porrada é Dirty Harry (2), que ganhou no Brasil o título de Perseguidor Implacável. Trata-se do primeiro filme protagonizado pelo detetive policial Harry Callahan, interpretado por Clint Eastwood. Um homem que não hesita em torturar e encher suspeitos de balas, que é pra aprenderem a não mexer com o macho errado. Na cena a seguir, Clint cunha um dos diálogos mais famosos do cinema: “You’ve got to ask yourself one question: ‘Do I feel lucky?’ Well, do ya, punk?”
Não poderia, porém, elaborar uma lista dessas sem citar os filmes que foram fundamentais para a minha formação de japaraguaio safado desde criancinha: as pornochanchadas da Sala Especial, sessão de filmes brasileiros exibida pela TV Record nos anos 80. Vários são os títulos que minha memória me obriga a citar: Os Bons Tempos Voltaram - Vamos Gozar Outra Vez (3), Histórias que Nossas Babás Não Contavam (4), O Bem Dotado, o Homem de Itu (5) e o mais impagável de todos, A Super Fêmea (6). Obra-prima da tosquice, narra a história de uma campanha publicitária para o lançamento de uma pílula anticoncepcional para os homens. Vera Fischer, na época com 18 anos, interpreta a garota-propaganda encarregada de incentivar o uso da pílula masculina com slogans de sutileza paquidérmica como “Não dê moleza ao seu pinto”. Pertence a este filme um dos diálogos mais infames de todos os tempos:
- Você acredita em ETs?
- Eu não. Eles são muito mentirosos!
O cinema nacional merece mais duas menções honrosas. Uma, por conta de A Estrela Nua (7), filme protagonizado por Carla Camuratti que possui uma cena digna de menção em qualquer enciclopédia: a seqüência em que a diretora de Carlota Joaquina corta seus pêlos púbicos, faz um baseado com eles e… fuma. Fotos mais reveladoras desta cena antológica estão disponíveis no blog Lobotomia Phase II.
Outro crássico do cinema brasileiro é Rio Babilônia (8). Dirigido por Neville D’Almeida em 1982, é um filme que retrata um Rio de Janeiro em plena época de desbunde e ditadura militar: cenas de “sacanageral”, regadas a muito sol, cocaína e orgias, tornaram este filme um marco inenarrável na adolescência de muitos jovens inebriados pela desfaçatez com que atrizes globais como Christiane Torloni e Denise Dumont exibem seus corpos. Denise, diga-se de passagem, protagoniza ao lado (de frente e de costas também) de Pedrinho Aguinaga e Joel Barcellos o mais polêmico ménage à trois de toda a história do cinema brasileiro, quiçá mundial, dentro de uma piscina. Em entrevista concedida a Christiana Albuquerque, da revista “Quem Acontece”, Neville, ao ser questionado se o ménage na piscina chegou às vias de fato, tergiversa: “A cena é tão boa, tão fantástica, que ninguém consegue esquecer. Fico admirado de que 20 anos depois as pessoas continuem falando dela. A idéia não era consumar. Mas o fotógrafo filmou: a água estava transparente, o Joel estava excitado, as coisas foram acontecendo… Até hoje não sei se rolou ou não. Essa cena é fantástica, uma das maiores seqüências da história do cinema”.
Mas seqüência afrodisíaca mesmo é a estrelada por Rebecca Romijn em Femme Fatale (9), de Brian de Palma. Ao macho que assistir a esta cena e não sentir nenhuma reação advinda do seu corpo, dou o mesmo conselho dado pelo Pelé naquela propaganda de Viagra: “Fale com seu médico. Eu falaria!”.
Para encerrar este Top Ten com chave de ouro, uma obra-prima do cinema mundial: Era Uma Vez no Oeste (10), de Sergio Leoni. Dois dos maiores ícones da macheza em todos os tempos, Charles Bronson e Henry Fonda, disputam os favores amorosos de Claudia Cardinale enquanto protagonizam uma história de vingança no velho oeste. A cena a seguir é do tiroteio final do filme. Pra macho nenhum botar defeito.
Gilberto Knuttz, Fábio Morróida, Carlos Aquino, Daniel Bender e Rafael Slonik também fizeram suas listas. E você aí, vai encarar? B)
Alexandre Inagaki
Alexandre Inagaki é jornalista, consultor de projetos de comunicação digital, japaraguaio, cínico cênico, poeta bissexto, air drummer, fã de Cortázar, Cabral, Mizoguchi, Gaiman e Hitchcock, torcedor do Guarani Futebol Clube, leonino e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos, não necessariamente nesta ordem.
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