Artigos da categoria: Zabumba

Minha versão de Cinquenta Tons de Cinza

Por Alexandre Inagakisexta-feira, 14 de setembro de 2012

Segundo E. L. James, a autora de Cinquenta Tons de Cinza, seu best-seller é essencialmente uma “história de amor”, em meio a parágrafos descrevendo jogos de submissão e sexo sadomasoquista. Na internet, já vi esse romance sendo descrito como “Romeu e Julieta para maiores” e “pornô para mamães”. O mais curioso foi descobrir que 50 Tons de Cinza foi originalmente concebido a partir de uma releitura da saga Crepúsculo, aquela que é protagonizada por vampiros virgens desbotados. E que acabou descambando em um livro com fartas cenas que envolvem brinquedos eróticos, chicotes, algemas, bolas de pompoarismo e outros brinquedos dignos de quem aprendeu 1001 dicas de sexo lendo exemplares da revista Nova. Continue Lendo

Amor e sexo com… robôs?

Por Alexandre Inagakisegunda-feira, 16 de março de 2009

Encontrei nesta semana um texto que me chamou a atenção: “Robô programado para amar tem ‘ataque obsessivo’”. Segundo a matéria, o robô Kenji, programado para simular emoções humanas e criado pela empresa japonesa Robotic Akimu, teria perdido o controle após passar um dia no laboratório ao lado de uma pesquisadora. Quando ela estava saindo do recinto, Kenji recusou-se a deixá-la ir embora, bloqueando a porta de passagem e exigindo abraços, em um súbito ataque de carência emocional. A história, que repercutiu em blogs como Gizmodo e acabou por ser reproduzida em dezenas de sites brasileiros, seria sensacional; pena que é falsa. A lorota do robô que amava demais foi criada pelo blog MuckFlash, cujo lema, sugestivamente, é uma citação de Mark Twain: “Consiga os fatos primeiro; depois, distorça-os como quiser”.

Não pretendo, porém, escrever mais um texto sobre como blogueiros e jornalistas são facilmente ludibriados pelo que encontram na internet, até porque já fiz isso no post “Sobre vídeos engraçados, risadas fora de hora e um ceticismo necessário”. A leitura deste hoax acabou, na verdade, tornando-se o mote para que eu recordasse de um singelo livro escrito por David Levy, especialista em inteligência artificial, que, em sua obra Amor + Sexo com Robôs - A Evolução das Relações entre Humanos e Robôs, vaticinou a seguinte previsão: humanos começarão a fazer sexo com autômatos daqui a 5 anos, e os primeiros casamentos, hmm, interespécies serão realizados em meados de 2050. Continue Lendo

1001 dicas de sexo para enlouquecer um homem na cama (de tanto rir)

Por Alexandre Inagakisexta-feira, 07 de março de 2008

Costumo dizer que você só conhece verdadeiramente uma pessoa entre quatro paredes. Afinal de contas, é só na intimidade que ela se despirá, não apenas das roupas como também das convenções sociais que impedem que a sua até então circunspecta colega da firma jogue você no chão feito um saco de batatas, pedindo para que você a penetre como se fosse um vibrador tailandês duplo de cinco velocidades. Descontando-se a sutileza paquidérmica da comparação, creio que não há nenhum problema em se fazer isso, desde que ninguém lhe peça pra fazer golden shower ou pegar um espanador a fim de se fantasiar de galo. Mas as coisas começam a ficar estranhas quando sua parceira coloca um Toblerone na vagina e pede pra que você faça uma degustação, não?

Pois bem, essa “dica” do recheio de chocolate é só uma dentre tantas bizarrices que encontrei no site 1001 Idéias de Sexo, da revista Nova. É de se ficar pensando: será que as leitoras da Nova que resolvem pôr em prática dicas esdrúxulas como essas perderam seu bom senso no mesmo lugar em que a Britney Spears guarda suas pílulas anticoncepcionais? Como bem afirmou meu amigo Cafa, que bloga no Manual do Cafajeste Para Mulheres, uma matéria como essa deveria se chamar “Como Perder um Homem em Algumas Noites”. Fico imaginando, por exemplo, um casal que vai pela primeira vez a um motel. A mulher, a fim de impressionar o cara, resolve seguir a dica “descolada” da revista, e faz como a leitora Marlene, que enviou a seguinte idéia: “Ele me penetrou por trás, fiz xixi e o cara ficou maluco, tão maluco que a gente reatou o namoro e agora sempre sou convidada a repetir essa prática”. É, eu também ficaria doido se minha parceira resolvesse se inspirar nessa sugestão abilolada. A ponto de pensar: “é, devia estar maluco quando resolvi sair com essa mulher”. Continue Lendo

As piores capas de álbuns de todos os tempos

Por Alexandre Inagakisexta-feira, 19 de outubro de 2007

Depois de ter eleito as 50 melhores capas da história, desta vez o site Gigwise fez um levantamento das 50 piores. Não concordo com o primeiro lugar da lista deles: “Once Upon A Time In The West”, do grupo Hard-Fi. Até porque as cores combinam com o template deste blog. ;D

O assunto “piores capas” é recorrente. O site da Bizarre Records, por exemplo, apresenta diversos livros que compilam o que há de mais bizarro em termos estéticos na indústria fonográfica mundial. Um destaque de muitas listas é o disco “All My Friends Are Dead”, de Freddie Gage. O álbum é dedicado aos amigos de Gage que, ao contrário dele, não conseguiram sobreviver ao vício em drogas. Capitão Nascimento certamente aprovaria este trabalho.

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“Fotos grátis de sexo com celebridades gostosas transando”

Por Alexandre Inagakiterça-feira, 04 de setembro de 2007

Nem sempre as coisas são como aparentam, vide o vídeo abaixo, que não tem absolutamente nada a ver com sexo explícito. :)

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A melhor coisa de se ter um sistema de estatísticas em um blog é descobrir quais são as buscas que os internautas fizeram para chegar em sua página. Procuras como “fotos de mulheres nuas escrevendo com a vagina”, “um inventor grego com muita história”, “meninas do recife atrás de sexo sem dinheiro”, “como se masturbar”, “massagem para aumentar o tamanho do pinto”, “o que significa tequinologia”, “macumba para ser vadia” e “biografia da gonorreia” inspiraram Rafael Galvão a criar uma série genial de posts intitulada As alegrias que o Google me dá. Continue Lendo

Flashes de um final de domingo

Por Alexandre Inagakidomingo, 02 de setembro de 2007

Para mim, o momento mais melancólico de uma semana é o fim da noite de um domingo. Sensação que se agravava quando eu ouvia, na TV, o tema do Fantástico ou, pior, o auditório do Silvio Santos cantarolando “é ritmo, é ritmo de festa…”. Era a trilha sonora oficial dos créditos finais do fim de semana, e o prenúncio de mais uma segunda-feira de volta às aulas ou ao trabalho. Os anos se passaram, e agora sou um profissional que trabalha em casa. Mas, ainda assim, não consigo evitar a sensação de melancolia causada por mais um agonizante domingo.

Grafiti em Sampa City.

Não conhecia ainda o grupo Columbia. Foi uma grata surpresa, pois, encontrar no YouTube o clipe de “Amanhã”.

Gostei muito da música, do arranjo, da composição de Bruno Andrade, do vocal cristalino de Fernanda Marques. E que, caso raro no rock brasileiro, ganhou um videoclipe de primeira qualidade. Dirigido por Henrique Sauer, o vídeo é o resultado da animação de mais de 7.000 fotografias, tiradas em locações como o Aeroporto Santos Dumont, no Rio. O vídeo, a propósito, conta com a participação de Natália Lage, atriz e sósia da Lia Amancio.

Árvore no Eldorado.

Ainda falando de música: Mônica Salmaso lançou aquele que é, por enquanto, o grande álbum de MPB de 2007, Noites de Gala, Samba na Rua. Um álbum com composições de Chico Buarque e arranjos a cargo do grupo Pau Brasil. No site da gravadora Biscoito Fino, é possível ouvir trechos do disco, mas infelizmente não disponibiliza a obra-prima deste álbum: a magistral regravação que Mônica fez de “Beatriz”, música que Chico compôs em parceria com Edu Lobo, originalmente composta para a trilha sonora do balé O Grande Circo Místico.

Fica aqui a dica, pois: participar da promoção do blog Sovaco de Cobra, que está oferecendo três exemplares de Noites de Gala, Samba na Rua, e mais três ingressos para o show de Mônica Salmaso no Teatro Fecap, em São Paulo. E aproveite a ocasião para conhecer o melhor blog especializado em MPB, mantido por meu camarada Zé Carlos Cipriano.

Não entre!

Coube a Ivan Lessa, colunista da BBC Brasil e ex-colaborador do mítico Pasquim, cunhar esta sensacional frase: “Bloguear é sobre os amadores passarem a bola por entre as pernas dos profissionais e deixá-los caídos de bunda no meio do campo“. Mestre Ivan, diga-se de passagem, aproveita sua coluna mais recente para dar uma deixa que será aproveitada em breve por mim: “bloguear” com fúria sobre a reforma ortográfica que vem aí.

Por falar no assunto, o site do jornal mais comentado pela macacada já disponibilizou os vídeos do debate, incluindo os momentos que não foram disponibilizados por Rodrigo Barba no YouTube.

Mesa do Starbuck.

As fotos que ilustram este post foram tiradas por mim e por minha namorada com meu celular, e publicadas no Hub, projeto de crônicas visuais concebido pela dupla José Bessa e Feijão Costa.

Estadão contra os blogs?

Por Alexandre Inagakisexta-feira, 10 de agosto de 2007

Blogs vs Estadão

Em sua página, a agência Talent explica da seguinte maneira a sua nova campanha para divulgar o site do Estadão: “Ela expõe, de maneira bem-humorada, os riscos de consultas a sites na internet, e divulga as novidades do site do jornal“. Com senso de humor um tanto quanto duvidoso, diga-se de passagem, comparando grosseiramente blogueiros a… macacos. Carlos Merigo, do Brainstorm 9, escreveu: “Convidar as pessoas para que escolham e contestem suas fontes de informação com bom-senso e inteligência é uma coisa, generalizar de forma preconceituosa um universo que tem poder de construir percepções e destruir reputações num piscar de olhos, é estupidez“. Confira o comercial que originou a crítica feita por Merigo:

Antes que este filme sobre o “blog do Bruno” entrasse no ar, outro comercial anterior dessa campanha, “Ruivos” (que exibe três amigas suspirando por ruivos de aparelho, após terem lido num blog, escrito por um ruivo, que eles costumam ser mais bem-sucedidos do que os outros homens), já havia suscitado reações indignadas na blogosfera. Gabriel Tonobohn escreveu: “Jornais e revistas online têm um objetivo, que é de apenas informar. Blogs, além disso, dão opinião e possibilitam uma discussão dentro do seu espaço, junto ao leitor. É por isso que muito desses jornais também possuem blogs. Inclusive o próprio Estadão“. Luciana Monte complementou: “Em regra, o blogueiro escreve sobre o que tem vontade. Blogueiros não obedecem a um editor-chefe, não têm pauta pré-determinada e seus artigos não sofrem sucessivos cortes para se ajustarem à linha editorial do veículo que paga o seu salário“.

Para arrematar, Eduardo Fernandes divulgou hoje em seu blog o banner de uma contra-campanha contra o Estadão (estampado no alto deste post), qualificando a propaganda de “mico do ano” e sugerindo slogans como “Se eles são preconceituosos assim com os blogueiros, imagine com as outras notícias“, ou “Não anuncie com quem promove o preconceito“.

O retrato de um blogueiro, de acordo com a campanha do Estadão.

Não entendo por que o Estadão, que hospeda diversos blogs em seu site, muitos deles merecedores de leituras diárias, como os escritos por Luiz Carlos Merten, Luiz Zanin e Livio Oricchio, aceitou assinar embaixo de uma campanha que, além de despertar uma polêmica boba, ajudará a perpetuar sua imagem de jornal sisudo e conservador.

Por certo colaboradores do Estadão, como Alexandre Matias, editor do caderno Link, e Pedro Doria, colunista do jornal, ambos blogueiros há longa data, devem ter torcido o nariz para esta campanha, que fomenta a falácia de que a mídia tradicional e os blogs deverão se digladiar (diga-se de passagem: ambos, Matias e Doria, concederam excelentes entrevistas a Julio Daio Borges do Digestivo Cultural). Eu, que transito profissionalmente em todas as áreas envolvidas (jornalismo, publicidade e Internet), tenho convicção absoluta de que o futuro é a confluência de mídias. Repórteres multimídia, jornalistas heavy users de agregadores de feeds e sites de crowdsourcing, blogueiros apurando informações feito os bons e velhos chefes de redação, armados de câmeras digitais, ética, responsabilidade e interatividade com seus leitores.

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P.S.: Alessandro Martins fala de 5 coisas que blogueiros ensinam aos jornalistas e Julio Daio Borges explica as razões pelas quais blogs de jornalistas não funcionam.

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Pense Nisso! Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.

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A vida é boa e cheia de possibilidades.
A vida é boa e cheia de possibilidades.
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