Artigos da categoria: Relacionamentos

“Me empresta um beijo, amanhã eu te devolvo!”

Por Alexandre Inagakisexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Flerte, papo-aranha, torpedo, xaveco. Devo confessar que sempre nutri uma admiração silenciosa pelos meus amigos que possuem a desfaçatez de abordar uma mulher do nada, na mais deslavada das caras-de-pau, a fim de proferir as mais infames cantadas. Pra mim, é uma forma de arte subestimada. Porque você precisa ter o timing da comédia e a síntese do hai-kai para, em poucas palavras, conseguir despertar a simpatia e um sorriso com uma frase certeira como uma flechada. Caso contrário, prepare-se para levar um belo e sonoro tapa na cara.

Jamais esqueço da história de um amigo meu que, em uma balada, encontrou uma japonesa dançando na pista e, com a coragem intrépida daqueles que não possuem absolutamente nada a perder, abordou-a usando a seguinte cantada: “Oi, você me dá um beijo sabor sushi?”. É o tipo de coisa que me daria overdose instantânea de vergonha alheia. E, no entanto, não é que funcionou e eles ainda ficaram juntos por quase um ano? É o tipo de causo que me faz pensar nas oportunidades que perdemos por excesso de superego. Será que Bandeira levantaria de seu túmulo se eu interpretasse seu verso “a vida inteira que podia ter sido e não foi” como uma reflexão sobre as pessoas que deixamos de conhecer porque não proferimos mais xavecos absolutamente escrachados como esse do beijo-sushi? Continue Lendo

Festas de casamento: cinco bons motivos para se casar (ou não)

Por Alexandre Inagakiterça-feira, 20 de novembro de 2007

Estava eu procurando por vídeos de Michael Jackson quando me deparei com uma inusitada primeira dança de casamento na qual os noivos decidiram surpreender seus convidados. Confiram, pois, a sensacional “Wedding Thriller Dance”.

Creio que o vídeo acima foi o primeiro, ao menos a cair no YouTube, a exibir danças de casamentos pouco ortodoxas. Não à toa, conta com quase 4 milhões de visualizações. A coreografia nupcial nada tradicional do casal Brian e Sandy Lundmark acabou indo parar na TV norte-americana, fez escola e inspirou noivos na Inglaterra a criarem sua própria versão. No vídeo abaixo, destaco em especial a desenvoltura da noiva. Continue Lendo

Desencontros do amor no Grand Canyon

Por Alexandre Inagakisegunda-feira, 12 de novembro de 2007


O que mata na vida são relacionamentos mal resolvidos. Aquela menina que sorriu pra você na festa da formatura da 8a. série, e que você não abordou porque era um tremendo dum bunda-mole. A colega de trabalho com quem você teve um flerte que não foi adiante porque tanto ela quanto você estavam enrolados com outras pessoas, e que permanece encalacrada em seus pensamentos feito uma bala Soft entalada na garganta. A vida que poderia ter sido mas não foi, como escreveu o Bandeira. Continue Lendo

Amor

Por Alexandre Inagakiterça-feira, 28 de agosto de 2007

O amor é presença perene no coração. Há ocasiões em que dói, como se o coração fosse comprimido pela mão da ausência. Mas o fato é que o amor é acalanto. É a certeza de que existe alguma coisa além da fugacidade deste mundo, que seja capaz de perpassar o pó do qual viemos e ao qual voltaremos. O amor é chama que se retroalimenta. Pois as pessoas que amamos permanecem em nossas lembranças. E a cada instante em que evocamos um certo sorriso, um gesto de carinho ou o gosto ensolarado de uma tarde compartilhada de felicidade, elas tornam-se mais vivas ainda dentro de nós.

A vida é tigre indomado. Haverá dias em que sucumbiremos à tristeza, às lágrimas que estrelam os olhos. Afinal de contas, sangrar é inevitável e faz parte de nossa condição humana. Mas o que dizer quando sabemo-nos impotentes diante do sofrimento alheio? Como bem escreveu Cynthia Feitosa: “amar é rezar por quem você ama, mesmo sem ter religião“. Posso dizer que este post é, pois, uma prece por todas as pessoas que me são valiosas. Que não lhes falte amor, essa força que não nos deixa esmorecer, que faz com que sejamos capazes de extrair do desamparo a esperança, luz inquieta que nos sorri nos dias mais enevoados.

Um beijabraço, Fal.

Cartões de Anti-Dia dos Namorados

Por Alexandre Inagakiterça-feira, 12 de junho de 2007

Eu sou um cara de sorte e não posso reclamar do que a vida tem me proporcionado. Mas sou plenamente solidário aos meus amigos que reclamam de todo o oba-oba em torno do Dia dos Namorados. Em homenagem a eles e a todos os cínicos cênicos, seguem abaixo alguns dos sensacionais cartões do Bald Guy Greetings.

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Ah, o amor. Essa flor roxa.
Seja minha namorada. E por ‘seja minha namorada’, quero dizer: ‘vamos dar uma trepadinha neste Dia dos Namorados?’Continue Lendo

Sete Faces

Por Alexandre Inagakiterça-feira, 05 de junho de 2007

VII

Amar é jogar os dados na mesa.
Uns querem apenas amizade.
Outros, sexo.
Alguns entram para o mosteiro.
Amar emburrece. Não amar também.

Amar é sangrar uma torrente
de formigas vermelhas e raivosas.
Pois apaixonar-se
é construir uma imagem da pessoa amada
sem avisá-la antes. Continue Lendo

Prólogo para um romance

Por Alexandre Inagakiterça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Escrevi o texto a seguir como introdução para um livro excepcional: Vestido de Flor, romance de Carlos Eduardo Lima que será lançado dia 19 de março, na Livraria da Travessa em Ipanema. Nele, tergiverso a respeito de um de meus assuntos prediletos: amor.

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Pertencemos a uma geração de cínicos cênicos. De gente que, em público, enche a boca para criticar o sexo oposto e falar jocosamente de casais que andam de mãos dadas (e com os braços balançando), emocionam-se ao assistir a comédias hollywoodianas e tratam um ao outro por apelidos babões como “fofucho”, “gatesouro” e “pudinzim”. São pessoas que vislumbram apenas conotações negativas em adjetivos como “sentimental” e “romântico”, e meneiam a cabeça em claro sinal de concordância ao ouvirem a definição cunhada por um dos personagens de Charlie Kaufman: “o amor nada mais é do que um agrupamento bagunçado de carência, desespero, medo da morte, insegurança sobre o tamanho do pênis e a necessidade egoísta de colecionar o coração de outras pessoas“. No entanto, quem perscrutar os sentimentos ocultos sob as fachadas de ironia saberá que estes mesmos céticos alimentam em segredo toda uma plêiade de esperanças românticas em seus peitos. Continue Lendo

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Pense Nisso! Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.

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A vida é boa e cheia de possibilidades.
A vida é boa e cheia de possibilidades.
A vida é boa e cheia de possibilidades.