Artigos da categoria: Comportamento
Desde que descobri o primeiro fórum de BBS lá no meio dos anos 90, tomei gosto por discutir online. Eu acreditava inclusive que era possível ganhar uma discussão, e por isso imaginava que meu primeiro livro se chamaria Como Vencer uma Discussão de Bar. Este quadrinho do XKCD me definia:
Como diabos eu podia pensar assim?
Agora eu encaro aquele eu de anos atrás – o cara que corria para ser o primeiro a discordar na caixa de comentários – e ofereço alguns conselhos. Espero que eles possam ser úteis a você.
[O trecho a seguir é adaptado do livro Conecte-se ao que Importa] Continue Lendo
O meu vazio costuma ser bem grande, escuro e bastante imprevisível.
O trabalho do artista não é sucumbir ao desespero, mas encontrar um antídoto para o vazio da existência. (Woody Allen)
Ele tem um senso de humor estranho e normalmente escolhe me surpreender quando menos imagino. Até pode chegar a dar sinais de aviso prévio (o volume e quantidade das minhas preocupações ou tarefas aumentam repentinamente), mas na maioria das vezes me pega desprevenida, bem na sequência de alguma coisa que eu considerava boa, como alguma conquista - aliás, quase sempre aparece depois de alguma conquista - como se ele esperasse esses momentos de vitória, quando estou me sentindo bem no topo do mundo, para me puxar de volta ao chão e me lembrar que, por mais alto que consiga voar e por mais coisa que consiga conquistar, nada conseguirá me tirar da minha frágil e irremediável condição de ser humano.
Nesses momentos, meu mundinho egocêntrico se desmorona como um bolo mal feito. Continue Lendo
No final de semana fiquei 30 minutos preso em uma fila de carros para sair do estacionamento de um shopping. Motivos à parte, as pessoas começaram a buzinar depois de uns 10 minutos. Até que demorou, mas quando começou, ficou ensurdecedor. Pais tapavam os ouvidos de seus pequenos enquanto caminhavam pelo estacionamento.
Minha esposa, então, sugeriu: “E se você buzinasse ‘Tã-tã-tã-tã-tã’ e esperasse ver se alguém completa com ‘Tã-tã’?”
[A melodia -- ou ritmo -- é o que vemos no filme do Roger Rabbit quando o Christopher Lloyd quer provocar o coelho a sair de trás da parede.]
Esperei uma pequena pausa no buzinaço e puxei algumas vezes a buzina que convidava os outros carros a completarem.
“Se vai buzinar, que seja pra se divertir, né?” ela comentou comigo. Continue Lendo
Nem vou comentar sobre a 3ª guerra mundial que começaria se rolasse uma versão inversa do aplicativo ou sobre o fato de que se você acha massa classificar os caras que já pegou automaticamente sua idade mental vai para -15.
Que pena. O ano em que eu vi tantas mulheres se mobilizando, vi o feminismo subindo à superfície das discussões sociais diárias e mulheres perdendo o medo e erguendo a voz contra o fiu-fiu, se encerra com uma inversão de bullying de gênero bizarra, que coloca uma parede de ferro no meio da estrada onde o orgulho pela tomada de rédeas feminina vinha caminhando.
Eu carrego a bandeira do feminismo declaradamente, não porque sou mulher e defendo “a minha raça”, mas porque, antes de tudo, eu defendo o RESPEITO. E se eu ficaria imensamente puta da cara ao me ver nessa situação de, como bem definiu o meu namorado, “estupro da intimidade”, eu também fico puta ao ver qualquer pessoa nessa.
Mas mais que puta, eu fico decepcionada e temerosa. Continue Lendo
Amor e imaginação são as forças que tornam este mundo um pouco mais mágico. E foi assim, juntando estes dois ingredientes, que Stephanie e Jonathan casaram-se de uma das maneiras mais bacanas possíveis, numa cerimônia inspirada pelos quadrinhos geniais de Bill Watterson.
Achei bastante significativo que uma das fotos do casal o retrate com o metamorfoseador das tiras de Watterson: uma simples caixa de papelão que transformava um objeto ou pessoa nas mais prodigiosas invenções, graças à prodigiosa imaginação de Calvin. Especialmente para quem acredita que o amor tem essa mesma capacidade de transformar o cotidiano.
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Em Tootsie, Dustin Hoffman faz o papel de um ator desempregado que traveste-se de mulher a fim de conseguir o papel feminino em uma novela. O filme, dirigido por Sydney Pollack em 1982, é uma comédia deliciosa, e não à toa recebeu dez indicações para o Oscar (ganhou só uma estatueta: de melhor atriz coadjuvante para Jessica Lange). Só agora porém, mais de três décadas depois, ao assistir a uma entrevista para o American Film Institute, é que descubro esta afirmação de Dustin: “Para mim, aquele filme nunca foi uma comédia.” Continue Lendo
Ontem, quando participei da manifestação em São Paulo que começou no Largo da Batata e se estendeu por diversos pontos da cidade, fiquei emocionado ao ver as ruas tomadas por milhares de manifestantes exercendo sua cidadania. Os protestos, que já se estendem por todo o Brasil, começaram tendo como mote inicial o aumento das passagens de ônibus, mas a repressão absurda cometida pelos PMs na quinta, dia 13 de junho, virou uma cola que uniu pessoas lutando por causas diversas como o combate à PEC 37 (que, diga-se de passagem, deverá ir para votação no dia 26 de junho), o Estatuto do Nascituro, os gastos bilionários com os estádios da Copa, problemas com educação, saúde, segurança pública, e por aí vai. Continue Lendo
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