Todos os artigos de Ana Carolina Moreno
Pense Nisso!
Ana Carolina Moreno (1982) é graduada em jornalismo pela Universidade de São Paulo (2006), com especialização em Edição em Jornalismo pela Universidade da Coruña (2009). Já trabalhou em jornais, revistas e sites de notícias no Brasil e na Espanha, além de ter experiência como correspondente internacional na Argentina, Cabo Verde, Chile, França, Suécia e Turquia.
As peças do nosso quebra-cabeça estamos deixando, todos os dias, em lugares da internet dos quais já não nos lembramos, sob a guarda de termos de serviço que não lemos.
Talvez sempre tenha sido assim: nossos pais, avós e outros antepassados desconectados viviam o que aparecia pela frente, surfavam nas ondas do destino, de vez em quando deixavam uma delas passar porque estavam distraídos ou preguiçosos, e um dia morriam. De sopetão ou com aviso prévio, eles morreram quando o coração parou de bater, igualzinho vai acontecer comigo e contigo, ainda bem.
O que mudou, além da idade média e causas dessa mortalidade, é que eles deixaram de herança suas calças com a barra gasta de tanto arrastar, um sofá rasgado, a poupança ou as dívidas no banco, a gilete enferrujada na pia, um vinil na estante, a lista de compras na geladeira e quem sabe cartas secretas de uma antiga namorada no fundo da gaveta.
Depois de mortos, os utensílios de uso pessoal dessa gente sortuda iam para o lixo, os pertences úteis para um bazar e as cartas poderiam até quebrar o coração da viúva, mas então eram queimadas e desapareciam, ou apenas desbotavam. Os mortos viravam memórias, anedotas, jargões, princípios transmitidos indiretamente pelas lembranças subjetivas de quem participou de uma parte de suas vidas. Continue Lendo
Na Convenção de Vendedores de Yakult - Regional Nordeste, centenas de pessoas que vendem yakult de porta em porta se reuniram durante três dias em Fortaleza, na semana passada, para falar sobre yakult. Além de conhecer pessoas que também vivem de yakult no seu bairro, na sua cidade, no seu estado e até em Belo Horizonte, os participantes também puderam ouvir de perto as histórias de vendedores de yakult que, para inovar no seu trabalho, fizeram um jingle, decoraram o carrinho de yakult com imagens diferentes, fizeram uma promoção entre seus clientes e teve até palestra com aquele vendedor que venceu na vida vendendo yakult, contra todas as adversidades, e com aquela vendedora de yakult que já está há décadas na profissão, que tem mil histórias pra contar e que até inspirou muita gente a decidir vender yakult.
Você pode trocar yakult pela Marcha Nacional de Prefeitos, pelo Encontro Anual de Corretores de Imóveis, pela Conferência Nacional de Agentes de Turismo ou por qualquer outro evento que reúne periodicamente pessoas de várias partes do Brasil que trabalham na mesma área e têm muito o que aprender e ensinar. Continue Lendo
Aconteceu meio aos trancos e barrancos, aproveitando espaços que vagaram na programação da Campus Party 2011. Eu, @metheoro, @samegui e @maxreinert vínhamos pensando em como abordar o tema da tolerância no Twitter e no final parece que a turma gostou.
Você PODERIA ver a desconferência nos arquivos da Twitcam de @jonnyken, mas ela acabou não sendo gravada, apenas transmitida.
De qualquer maneira, deixo aqui um relato:
Nossa ideia foi ouvir as pessoas, por isso sentamos todas em uma roda. A primeira atividade foi “Trollar e Defender @tchulimtchulim“, com metade dos participantes atuando como trolls e a outra parte como BFFs (best friends forever).
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Feche os olhos e tente se lembrar da última vez em que você tuitou o verbo “odiar”. Quando foi?
Se sua resposta foi “há menos de 24 horas”, será que não é o caso de parar para pensar na sua relação com a Internet?
Aqui na Campus Party não temos tempo para muita coisa. A semana passou voando e já chegamos ao último dia. Foram dezenas de atividades sobre os mais diversos temas, desde robótica até o tamanho da Lua em relação a Marte e como fazer mixagem ou turbinar o background do seu Twitter. No sábado, a comunidade “Pensar Enlouquece, Pense Nisso”, vai reunir uma turma para discutir um assunto bem menos técnico: a tolerância nas redes sociais. Continue Lendo
Venho em paz e trago boas notícias. A Campus Party agora, além de álcool-free, agora também é apagão-free. Da próxima vez que um caminhão derrubar um poste, um temporal atingir a rede da Eletropaulo ou um ovni emitir radiação que desestabilize os circuitos elétricos do Centro de Eventos Imigrantes, nada menos que 10 geradores prometem restaurar a ordem (brindes, games e atividades paralelas por todos os lados) e os bons costumes (pirataria 24/7) em até 15 minutos.
Até agora não tivemos a oportunidade de provar o plano ninja para evitar a ira de um nerd offline e espero que isso não acontecerá porque é muito azar pra um evento sESQUECE TODO ESSE PARÁGRAFO!!!
Nesse exato instante, 12h22, começa mais uma revolução: caiu a Internet. Achava que era com um cabo específico da minha bancada. Mas os gritos logo se espalharam pela Arena e nesse momento um enxame de geeks cercou os servidores centrais onde quatro funcionários da Telefonica se encontram reféns e pedem ajuda desesperadamente por walkie-talkie. Continue Lendo
Prólogo: Essa que voz fala bate à porta e entra bem devagarinho no Pensar Enlouquece, carregando uma enorme caixa cheia de admiração pelo blogueiro e amigo excepcional que é Alexandre Inagaki, e de gratidão pelo convite para conhecer a Campus Party e relatar aqui algumas impressões sobre ela. Se você tem algum comentário, sugestão ou crítica, ou se precisa de um adaptador para o novo padrão de tomadas, me procure nesse post, pelo Twitter (@anarina) ou na barraca D99 (siga pela avenida principal, vire à direita no hidrante 45 e primeira à esquerda depois da lixeira).
Mal começou e a 4a. Campus Party já será eternamente marcada pelos apagões. O primeiro foi às 3h da madrugada de segunda para terça. O show do Seminovos já tinha terminado e as únicas atividades eram o download frenético, o streaming das bancadas e o “ooOoooOOOooo” que ecoava em intervalos de cinco minutos. Felizmente (desculpem os que reclamam, mas o grito vem ganhando cada vez mais espaço no meu coração), o blecaute só impediu dois dos três eventos noturnos. Mas fiquei com pena dos campuseiros que tomaram açaí para virar a primeira noite e de repente se viram forçados a dormir depois de um banhozinho gelado. Já o segundo apagão considerei grave, porque durou mais tempo e atrapalhou o cronograma vespertino da festa. Os nerds reagiram com bom humor e até certo ponto não havia muito do que reclamar, pois ambos os eventos foram provocados por fatores externos.
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