As piores capas de álbuns de todos os tempos
Por Alexandre Inagaki ≈ sexta-feira, 19 de outubro de 2007
Depois de ter eleito as 50 melhores capas da história, desta vez o site Gigwise fez um levantamento das 50 piores. Não concordo com o primeiro lugar da lista deles: “Once Upon A Time In The West”, do grupo Hard-Fi. Até porque as cores combinam com o template deste blog. ;D
O assunto “piores capas” é recorrente. O site da Bizarre Records, por exemplo, apresenta diversos livros que compilam o que há de mais bizarro em termos estéticos na indústria fonográfica mundial. Um destaque de muitas listas é o disco “All My Friends Are Dead”, de Freddie Gage. O álbum é dedicado aos amigos de Gage que, ao contrário dele, não conseguiram sobreviver ao vício em drogas. Capitão Nascimento certamente aprovaria este trabalho.
O Brasil não deixa nada a desejar ao resto do mundo em se tratando do assunto “capas escabrosas”. Destaco, em especial, o álbum “Massa Falida”, da dupla Duduca & Dalvan, lançado em 1986. A canção que dá título ao disco, diga-se de passagem, é um singular caso de música sertaneja de protesto, cujo refrão vocifera: “Não aborte os seus ideais/ No ventre da covardia/ Vá a luta empunhando a verdade/ Que a liberdade não é utopia!”. Bem mais interessante do que a embalagem do álbum, que não titubeio em apontar como a pior capa brasileira de todos os tempos até prova em contrário. Aliás, se algum leitor encontrar alguma imagem mais tétrica ainda, envie-a para [email protected]. Tal qual São Tomé, só acreditarei vendo.
A seguir, outros destaques da minha lista pessoal de capas esteticamente mais duvidosas de toda a história da MPB: Trio Coração de Goiás, Osmael & Ozelito, Markinhos Moura e Baú do 8 Baixos.
Aproveito a ocasião para mostrar aquela que considero ser a pior capa portuguesa de todos os tempos: Vanessa Karina, que gravou o álbum “Só Falo D’Amor Contigo”. Se você é daqueles que nem vendo crê, clique aqui para ouvir o maior “hit” deste disco, a premonitória canção “Aceita-Me Como Sou”.
Faço aqui, porém, menção especial a um cantor lusitano chamado Artur Gonçalves, cuja discografia completa, que inclui obras como “Não Passes Mais com Ele na Musgueira”, “O Telegrama da Minha Sogra”, “Vira das Bananas” e “Chula dos Partidos”, merece (ou não) ser conhecida.
Como este post também objetiva corrigir injustiças, apresento-lhes aquela que considero ser a pior capa de todos os tempos em todo o universo, e que lamentavelmente (ou não) foi esquecida pelo Top 50 da Gigwise. Trata-se da capa de “Hey Babe, Let Me See Your USB and I’ll Show You My Firewire”, álbum do grupo Massimo. Nem em um arquivo .zip ou .rar tanto mau gosto conseguiu ser comprimido em uma só imagem. Caso você queira conferir a foto, clique aqui (creia-me, foi muito melhor eu não publicá-la diretamente neste post).
Em minhas garimpagens pela Web, encontrei ainda muito material a ser compartilhado brevemente em posts no Virunduns. Paro por aqui, antes que algum leitor prefira furar os próprios olhos a continuar tendo sua vista violentada.
P.S. 1: Domingo, dia 21, será dia de BlogCamp Rio, com organização a cargo do multiblogueiro Nick Ellis. Aproveito a ocasião para agradecer ao Nick pelos Coolnex Cards do Pensar Enlouquece (livremente inspirados em outras iniciativas bacanas como as Blogurinhas de Sampson Moreira, as camisetas da blogosfera do pessoal do Pilândia e o Deskblog do Caixa Preta). Ainda preciso perguntar ao Nick como é que ele faz para trabalhar como designer, encampar a organização de um BlogCamp e ainda encontrar tempo para postar no BlogLog, no Getting Better, no Janelas, no Maçã, no Blog de Brinquedo e no Digital Drops. |-|
P.S. 2: Declaração de Heloisa Seixas na Folha de S. Paulo de hoje: “Escritor é uma mistura de esquizofrênico com exibicionista”. Boa definição, inclusive porque se encaixa para diversas outras atividades além da literatura.
P.S. 3: As “piores capas” foram encontradas nos sites Artur Gonçalves, Contentor9, iG Pop, Minha Infância, A Mosca na Sopa, Portal Pimba, Revisão da Matéria, Telescópica e Zona Franca.
Alexandre Inagaki
Alexandre Inagaki é jornalista, consultor de projetos de comunicação digital, japaraguaio, cínico cênico, poeta bissexto, air drummer, fã de Cortázar, Cabral, Mizoguchi, Gaiman e Hitchcock, torcedor do Guarani Futebol Clube, leonino e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos, não necessariamente nesta ordem.
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