Poucos são os ofícios mais ingratos que o de árbitro de futebol, uma profissão na qual receber xingamentos e ofensas é algo tão cotidiano quanto beber um copo d’água. Atividade mais esculachada que essa, ao que me consta só as de atendente de telemarketing, entregador de folhetos e olhe lá. Mas dá pra ser mais vilipendiado ainda: você poderia ser a mãe de um juiz de futebol.
Taí uma ideia que me surpreende por ainda não ter sido realizada antes: no país do futebol, creio que (fdp) é a primeira produção dramatúrgica que tem um árbitro como protagonista. O nome deste novo seriado da HBO que estreia no domingo, dia 26, remete obviamente à sigla do xingamento catártico destinado aos rebentos de progenitoras habituadas a cobrar por suas práticas sexuais. Ou às incautas mulheres que deram a luz a filhos que optaram por seguir uma atividade que é bem exercida justamente quando ninguém presta atenção nela. Afinal, boa arbitragem de um jogo é aquela que passa desapercebida, sem pênaltis mal marcados, expulsões injustas ou partidas sem tretas e porradarias comendo soltas ao fim de 90 minutos.
Nunca pensei em comprar uma casa ou apartamento. Essencialmente, porque não quero ficar preso a um lugar. Gosto de pensar que, se eu receber uma proposta financeiramente bacana para ir trabalhar em Natal, Arroio do Sal ou Timbuktu, não terei amarras. Bastará fazer minha mochila e partir por aí. Mas, no fundo, eu sei que se trata de um pensamento ilusório, que se atrela mais ao fato de eu apreciar essa sensação de liberdade de escolha.
Afinal de contas, um imóvel próprio pode ser alugado e gerar uma renda que ajudará a manter meu nome limpo no SPC e Serasa. E, neste cenário econômico atual, de juros baixos, inflação controlada e acessos facilitados a créditos, comecei a pensar com mais carinho na ideia de diversificar meus investimentos. E foi assim que, juntando a gula com o apetite, surgiu a oportunidade de escrever um post patrocinado sobre um novo empreendimento chamado Capital Brás, cujos apartamentos começaram a ser vendidos na semana passada. Aproveitei a ocasião, pois, para pegar o metrô até a estação Brás, visitar o decorado e trocar ideias com algum corretor a fim de entender melhor os prós e os contras de se adquirir um imóvel no centro de São Paulo.
Gostaria de questionar o axioma máximo do cinema novo! Chega de ideias na cabeça, câmeras na mão e merdas na tela. Essa postura já nos foi útil, foi. Tecnologia disparou e trouxe a popularização de câmeras funcionais para a realização cinematográfica, forçou um aumento na velocidade da narrativa e Hollywood reforçou as novas modalidades, com grande qualidade e o esmero habitual. A realidade do cinema atual é: sem qualidade visual, nada vai para a frente. Sem a pluralidade narrativa e a mentalidade descaradamente comercial, nosso cinema continuará no mesmo lugar. Às vezes agradando ao público brasileiro, às vezes ganhando prêmios, mas nunca se estabelecendo como linguagem e, acima de tudo, produto rentável. Quebrar esse ciclo mortal, sempre reabastecido por cineastas deslumbrados e com aquela vontade tresloucada de fazer crítica social, de usar o cinema como arma contra o sistema, é algo que o Brasil precisa. Mas só o trabalho de base é capaz de mudar. Só o surgimento de uma nova geração, treinada com a mentalidade comercial, disposta a contar histórias variadas, a servir o roteiro pelo que ele é, ou seja, cineastas capazes de transformar essa prática de extremos – entre os robustos filmes independentes e a força Global – em um verdadeiro negócio. Já tem gente fazendo isso. Quero ser um deles e liderar pelo exemplo.
Estudar cinema em Hollywood reforçou algumas certezas, quebrou vários castelinhos de cartas e abriu os olhos para nossa grande falha. Cinema aqui é negócio, gira uma cidade inteira com seus vídeo clipes de rap, boybands, curtas-metragens e uma enormidade de longas indies. O cinema nunca pára, pois não é opção, é algo lucrativo. As grandes produções dos estúdios de cinema e TV são relevantes, entretanto, perdem em número e volume para esse miolo habitado por diretores, cantores, atores, técnicos e roteiristas promissores (ou não). Com orçamentos bem menores, ou inexistentes, todo mundo precisa gastar uma coisa e aí entra a estrutura ideal de Los Angeles. Centenas de empresas alugam equipamento, fornecem extras (parece pizzaria, você pede o número desejado, vem o orçamento, você paga e as pessoas aparecem para, simplesmente, fazer nada no seu set), serviços de iluminação, alimentação, transporte, segurança, absolutamente tudo. Continue Lendo
Todo dia fazemos escolhas, das mais triviais até as mais complexas, que acabam por guiar os rumos de nossas vidas. Tantas opções podem nos levar aos caminhos mais inesperados, como mostra a teoria do caos, segundo a qual pequenos acontecimentos podem desencadear consequências enormes e completamente surpreendentes no futuro, como naquela história de que o bater de asas de uma borboleta seria capaz de causar, tempos depois, um furacão em algum lugar do mundo. Há um trecho de “A Insustentável Leveza do Ser”, de Milan Kundera, que também remonta a essa teoria, mostrando como pequenos “acasos” podem fazer com que duas pessoas se encontrem e se apaixonem.
Pois bem, pensando nesses pequenos grandes acontecimentos, a FecomercioSP lançou um site - http://www.simeusei.com.br/ese - que simula como seria um dia absolutamente fora da rotina. E que mostra que, mesmo se você vivesse um dia na companhia de tubarões, carros explodindo ou barracas de lanche espaciais, ainda assim você estaria colaborando com o comércio e, por tabela, com todas as atividades sociais, culturais e educacionais apoiadas pela FecomercioSP, que administra, no Estado, o Senac e o SESC.
A internet é uma maravilha. Se antes eu precisava consultar dezenas de livros e enciclopédias a fim de conseguir me inteirar sobre um assunto, hoje em dia temos uma biblioteca quase infinita à nossa disposição. Vídeos raríssimos dão sopa no YouTube, bandas de todo o mundo frequentam meu Winamp graças a rádios online e arquivos mp3. E isso pra não falar do aspecto maravilhoso que é o fato de que as fronteiras se dissipam, me tornando mais próximo de amigos de todos os cantos do planeta.
Mas, mais importante ainda, a internet e a World Wide Web se popularizaram depois que os vexames que protagonizei do alto da minha infância fossem registrados nestes tempos wikileakizados em que quase tudo que fazemos ou deixamos de fazer é capturado por alguma foto ou câmera de vídeo.
Eu devia estar no 2° ou no 3° ano do ensino fundamental quando a escola em que estudava, o Colégio Raio de Sol, organizou uma daquelas indefectíveis apresentações de alunos num teatro qualquer. A turma da minha classe foi encarregada de preparar uma apresentação tendo “As Abelhas”, de Vinícius de Moraes e Toquinho, como trilha sonora. A coisa foi toda muito tosca. Minha “fantasia” consistia em um maiô preto (ornado com algumas listras de fita adesiva amarela na altura da barriga, daquela de fechar caixas de papelão), uma meia-calça preta e duas agulhas de tricô, com bolas amarelas nas pontas, fazendo as vezes de antenas da abelha. A minha sensação usando aquilo foi mais ou menos à expressão do cachorro da imagem a seguir, com a diferença de que a fantasia que ele está usando ficou muito melhor que a minha.
Não é fácil ser empreendedor no Brasil. Impostos e taxas por todos os lados, muita burocracia, juros altos e encargos trabalhistas são só alguns dos fatores que fazem com que eu respeite a lúcida insanidade de quem se arrisca a ter um negócio próprio.
É muito bom ver, pois, uma campanha que mostra um outro lado, contando as histórias de comerciantes que estão apostando em seus sonhos e ajudando no crescimento deste país. A série de vídeos da campanha Sim Eu Sei mostra isso: como as compras que fazemos colaboram com o crescimento da economia, e como uma das contribuições que são pagas pelo comércio ajudam a financiar as centenas de atividades organizadas pelo SESC e pelo Senac (através da FecomercioSP). O vídeo a seguir, em que Serginho Groisman conversa com três comerciantes (uma lojista que vende presentes e acessórios, um florista e o dono de uma farmácia), mostra um bom exemplo de como as atividades desses profissionais ajudam a manter entidades como o SESC e o Senac.
Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.