Muito se ouviu falar sobre a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, mais popularmente conhecida como Rio+20. 188 países foram oficialmente representados neste encontro, a fim de discutirem o futuro do planeta e quais medidas devem ser adotadas para assegurar um mundo capaz de garantir vida digna a todos os seus habitantes, com desenvolvimento sustentável e a busca pela erradicação da fome e da pobreza. Mas, além de reclamar que a Rio+20 não serviu para nada, será que a sociedade mostrou genuíno interesse e engajamento nessas discussões? E os jovens e futuros líderes que herdarão este planeta tão maltratado, o que têm a dizer sobre o assunto?
Quem aqui sabe ,Pra que exatamente serve o Rio + 20? Tempo para a resposta …..
No século passado, eu andava por todos os lugares com meu companheiro inseparável: um walkman da Sony, no qual ouvia fitas K-7 gravadas com músicas que ouvia em rádios FM como Cidade, Manchete e Jovem Pan. Era o começo dos cada vez mais distantes anos 80, época em que minhas bandas prediletas eram Blitz e Turma do Balão Mágico. Minha memória ainda recorda com precisão qual foi a primeira fita cassete que ganhei de minha mãe, comprada nas Lojas Americanas: Thriller.
A primeira vez que ouvi Michael Jackson foi num programa de videoclipes. Não sei exatamente se foi no Realce, da TV Gazeta, no FM TV, da Manchete, ou no SuperSpecial, da Bandeirantes. Só sei que aquela música, “Billie Jean”, ficou colada em meus ouvidos; era simplesmente genial. Algum tempo depois, o Fantástico exibiu um vídeo mais expressionante ainda: a apresentação que Michael Jackson fez em um show de comemoração dos 25 anos da gravadora Motown, em 1983. Foi uma apresentação histórica. Afinal de contas, foi nessa performance que MJ apresentou pela primeira vez um passo de dança que todas as crianças da minha geração já tentaram fazer: o moonwalking. Mais especificamente, aos 3 minutos e 39 segundos deste vídeo no YouTube.
Você já deve ter lido algumas resenhas sobre “Prometheus”, algumas com o (in)evitável trocadilho dizendo que o novo longa de Ridley Scott não cumpre o que Prometeu. Outros textos preferem não deixar claro se o filme é bom ou ruim. A verdade é que os críticos – e mesmo o público – se dividiram sobre o filme. Em todo caso, se você quer uma opinião que o impulsione a ver esta tão badalada produção, aí vai a minha: vi o filme há mais de uma semana e quase todo dia me lembro de alguma cena. Eu gostei muito.
Não é uma mera coincidência o fato de que Belo Horizonte começa a se consolidar como a capital latino-americana do heavy metal por volta de 1984-5, data de formação do Sepultura. A ascensão do metal tem muito a ver com o processo político que se desenrolava no país naquele momento.
Enquanto a “Nova República”, eleita indiretamente, sucedia o regime militar em 1985, bandas de heavy metal em Belo Horizonte, Santos, São Paulo, Rio de Janeiro e outras metrópoles começavam a fermentar um fenômeno cultural de consideráveis proporções. Influenciados por Motorhead, Iron Maiden, Slayer, Metallica, Megadeth, essas bandas levaram o gênero conhecido nos anos 1970 como “rock pauleira” a outro nível de distorção, volume e agressividade. Do improvável estado do Pará, distante dos centros culturais do país, a banda Stress viajou até o Rio de Janeiro em 1982 para gravar o memorável álbum que os fãs depois reconheceriam como o momento fundacional do metal brasileiro. Em Belo Horizonte, bandas como Sepultura, Sarcófago, Sagrado Inferno, Morg, Armaggeddon, Holocausto, Chakal e Overdose (além do Minotauro, de São Paulo), participaram de uma ou ambas edições do BH Metal Festival, eventos que catapultaram a maioria dessas bandas à gravação de seus primeiros compactos, EPs ou LPs. A intensa cena metal de Belo Horizonte congregava-se na Cogumelo Records, loja que foi fundada em 1980, se tornou um selo independente em 1985 e lançou o disco que o Sepultura dividiu com o Overdose, Bestial Devastation–Século XX. Lenda do underground mineiro, esse “split LP” ajudou a fazer da Cogumelo o primeiro selo de metal bem sucedido no Brasil. Continue Lendo
Oi, meu nome é Clarissa e eu *estava* sem jogar Song Pop há 48 horas.
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Todos os clichês da adicção cabem aqui.
Eu tinha muitos pudores dos meus erros nos primeiros dias de jogo. Achava que as pessoas tinham o direito de nunca mais me telefonar depois que eu ouvia Enya e clicava em Radiohead (não me perguntem, é muita pressão).
Fui viciada por um amigo, que mencionou o jogo em um sumário SMS. Era tudo tão inocente que jamais pensei que ficaria assim. Eu só queria experimentar.
Uma noite depois eu estava chamando pessoas que não conhecia, encontradas aleatoriamente pelo sistema do Facebook, para jogar (o que equivale a pedir dinheiro para transeuntes na rua a fim de comprar uma pedra ou uma trouxinha só).
Meu amigo, que tinha entrado primeiro, conseguiu sair. Disse ter tomado a decisão ao perceber que não fazia mais nada no tempo livre dele a não ser jogar.
A frase calou fundo em mim. Decidi fazer o mesmo. E naquela noite passei todo meu tempo livre ocupada em não-jogar, o que no fundo eu acho que foi quase a mesma coisa. Mas sem o doce som das moedinhas caindo. Continue Lendo
Tudo na vida é uma questão de timing. Se você não estiver devidamente preparado para aproveitar as oportunidades que aparecem na sua frente, seu grande momento estará prestes a passar, está passando, já passou, foi embora, um abraço - ou nem isso - e até nunca mais.
Aquela garotinha ruiva que arrebatou seu coração ao sorrir da janela de um ônibus que acabou de partir da rodoviária, desapareceu de sua vista sem que você tenha sequer acenado para ela a fim de pegar seu telefone. A ideia mirabolante de um site inovador de comércio eletrônico, que você estava arquitetando em seus pensamentos meses a fio, acabou de ser implementada por alguns estudantes de Recife e já recebeu centenas de milhares de dólares de um investidor anjo da Califórnia. Seu projeto na teoria ainda parece ser melhor, mas ideias que não saem do papel são natimortas, e você desperdiçou aquela que poderia ser a chance da sua vida. Um headhunter entra em contato contigo e lhe oferece um emprego incrível e desafiador, a recompensa merecida após anos aturando aulas chatas na faculdade e estágios modorrentos. Porém, é uma vaga que exige inglês fluente, e você ainda está no the book is on the table… Continue Lendo
As peças do nosso quebra-cabeça estamos deixando, todos os dias, em lugares da internet dos quais já não nos lembramos, sob a guarda de termos de serviço que não lemos.
Talvez sempre tenha sido assim: nossos pais, avós e outros antepassados desconectados viviam o que aparecia pela frente, surfavam nas ondas do destino, de vez em quando deixavam uma delas passar porque estavam distraídos ou preguiçosos, e um dia morriam. De sopetão ou com aviso prévio, eles morreram quando o coração parou de bater, igualzinho vai acontecer comigo e contigo, ainda bem.
O que mudou, além da idade média e causas dessa mortalidade, é que eles deixaram de herança suas calças com a barra gasta de tanto arrastar, um sofá rasgado, a poupança ou as dívidas no banco, a gilete enferrujada na pia, um vinil na estante, a lista de compras na geladeira e quem sabe cartas secretas de uma antiga namorada no fundo da gaveta.
Depois de mortos, os utensílios de uso pessoal dessa gente sortuda iam para o lixo, os pertences úteis para um bazar e as cartas poderiam até quebrar o coração da viúva, mas então eram queimadas e desapareciam, ou apenas desbotavam. Os mortos viravam memórias, anedotas, jargões, princípios transmitidos indiretamente pelas lembranças subjetivas de quem participou de uma parte de suas vidas. Continue Lendo
Pense Nisso!
Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.