Um Oscar para o Brasil?

Por Alexandre Inagakiquarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Ontem a Academia de Hollywood divulgou uma espécie de lista de classificados às “semifinais” da categoria de Melhor Filme Estrangeiro do Oscar 2008. 63 títulos haviam sido propostos, e dessa leva inicial apenas nove filmes sobreviveram à peneira, sendo que a lista final de cinco indicados ao careca dourado será divulgada no dia 22 de janeiro, junto com as demais indicações deste ano. Pois bem: e não é que o brasileiro O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias está na lista dos nove pré-indicados?

Quase tão importante quanto a pré-seleção do filme de Cao Hamburger foi saber que alguns dos títulos que eram considerados favoritos ao Oscar já estão de fora da batalha final, dentre eles o romeno 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias (vencedor da Palma de Ouro de Cannes e do European Film Awards), o francês Persépolis (levou o Prêmio Especial do Júri de Cannes e foi premiado pelas associações de críticos de Nova York e Los Angeles) e o alemão Do Outro Lado (ganhou prêmios de melhor roteiro em Cannes e no European Film Awards). Porém, apesar da concorrência agora ser bem menos árdua, o caminho está longe de estar livre para o primeiro Oscar do Brasil-il-il.

Dentre os nove filmes restantes na competição, despontam quatro dirigidos por cineastas que já levaram uma estatueta pra casa: o polonês Andrzej Wajda (Oscar honorário pelo conjunto de sua obra em 2000), o canadense Denys Arcand (As Invasões Bárbaras, 2003), o italiano Giuseppe Tornatore (Cinema Paradiso, 1988) e o russo Nikita Mikhalkov (O Sol Enganador, 1995). Além deles, O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias terá a concorrência de filmes da Áustria, Cazaquistão (mostrando que o país não se limita a inspirar as piadas de Borat), Israel e Sérvia.

Deixando a análise da concorrência de lado, O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias tem qualidades suficientes para ganhar o Oscar? Afirmo que sim. Pois Cao Hamburger, ao contar a história de um garoto que é cuidado por um vizinho judeu depois que seus pais são obrigados a fugir e a viver na clandestinidade devido à perseguição feita pela ditadura militar no ano de 1970, conseguiu fazer um filme sensível e tocante sobre um período recente da história brasileira. Escolado pela sua experiência anterior ao dirigir Castelo Rá-Tim-Bum – O Filme, Cao aborda o universo infantil entremeando delicadeza, bom humor e lirismo, conseguindo boas atuações do garoto Michel Joelsas e, principalmente, da revelação Daniela Piepszyk. Além disso, é um filme que aborda assuntos populares junto à Academia de Hollywood. Afinal de contas, fala do universo judaico, à semelhança de obras oscarizadas como A Lista de Schindler, O Pianista. E sua trama acompanha o nascimento de uma história de amizade entre um garotinho e um idoso, tal qual Kolya: Uma Lição de Amor, vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro em 1997.

Se depender das notas que cada um dos nove pré-indicados recebeu no Internet Movie DataBase, o maior banco de dados sobre cinema na internet, O Ano… de fato está bem na fita: com nota 8.1 em sua página no IMDB, o filme de Cao Hamburger só não foi melhor avaliado que 12, longa de Nikita Mikhalkov que recebeu nota 8.4 dos internautas. O terceiro mais bem votado no IMDB é The Trap, de Srdan Golubovic, representante da Sérvia (nota 8.0).

Caso O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias emplaque a lista final de indicados, será a quinta produção tupiniquim a concorrer ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, fazendo companhia a O Pagador de Promessas (1963), O Quatrilho (1996), O Que É Isso, Companheiro? (1998) e Central do Brasil (1999). Além deles, vale a pena lembrar do caso de Cidade de Deus, de Fernando Meirelles, que concorreu a quatro estatuetas em 2004 (direção, roteiro adaptado, fotografia e montagem), e do argentino naturalizado brasileiro Hector Babenco, que foi indicado ao Oscar de Melhor Diretor em 1985 por O Beijo da Mulher Aranha. Em tempo: o sucesso de crítica, bilheterias e piratarias Tropa de Elite, de José Padilha, não foi indicado como representante brasileiro na disputa pela estatueta de filme estrangeiro, mas concorrerá ao Urso de Ouro do Festival de Berlim em fevereiro. E, assim como aconteceu com Cidade de Deus, entrará em cartaz nos cinemas americanos neste ano, a fim de se tornar apto para disputar as principais categorias do Oscar de 2009.

Aguardemos, pois, a relação final de indicados que será anunciada na terça, dia 22, lembrando que o Brasil possui outra chance de ser representado na premiação através de “Despedida”, música composta por Antônio Pinto (filho de Ziraldo e compositor das trilhas de filmes como Cidade de Deus, O Senhor das Armas e Central do Brasil) e Shakira para o filme O Amor nos Tempos de Cólera. “Despedida” foi indicada ao Globo de Ouro de Melhor Canção Original, tendo sido derrotada por “Guaranteed”, composição de Eddie Vedder para Na Natureza Selvagem, longa dirigido de Sean Penn).

Desde já estou na torcida, pois, não apenas pelos meus compatriotas, como também pelos meus prediletos Marion Cotillard (atriz francesa, por sua atuação quase sobrenatural em Piaf - Em Nome do Amor), Paul Thomas Anderson (talvez o melhor diretor americano surgido nos últimos anos, por seu novo filme Sangue Negro) e Ratatouille, a mais recente e encantadora animação da Pixar. Cruzemos os dedos!

* * * * *

P.S. 1: Fui indicado para outra premiação, o iBest 2008. Se você quiser cumprir mais uma vez com o seu dever cívico, clique aqui para votar em Pensar Enlouquece como o melhor blog de variedades. Ah, e aproveite para votar também no Dinheirama, blog sobre finanças criado pelo meu camarada Conrado Navarro, tão completo que acabou por ser indicado na categoria “Cidadania - Educação e Treinamento”!

P.S. 2: Falando de participações brasileiras no Oscar, meu leitor Daniel Ferreira da Silva muito apropriadamente lembrou de Fernanda Montenegro, que foi indicada em 1999 ao Oscar de Melhor Atriz por Central do Brasil, quando perdeu a estatueta para Gwyneth Paltrow, de Shakespeare Apaixonado. Além disso, merece citação Uma História de Futebol, curta-metragem de Paulo Machline que foi indicado ao Oscar da categoria em 2001.

P.S. 3: Monica Vitti, sobre quem divaguei em meu post de ontem, pelo visto anda perambulando o inconsciente coletivo, uma vez que também foi citada no The Moment, blog do New York Times. De lá, trago para cá este vídeo de uma das seqüências do clássico A Noite, na qual a belíssima atriz italiana contracena com Jeanne Moreau e Marcello Mastroianni.

Pense Nisso!
Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista, consultor de projetos de comunicação digital, japaraguaio, cínico cênico, poeta bissexto, air drummer, fã de Cortázar, Cabral, Mizoguchi, Gaiman e Hitchcock, torcedor do Guarani Futebol Clube, leonino e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos, não necessariamente nesta ordem.

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Comentários do Blog

  • http://planosdesaudesenior.com.br Cristiano Santos

    Meus parabéns porque você realmente merece seu trabalho e lindo!!!

  • http://www.fgplanodesaude.com.br/ Plano Saúde

    Parabéns pelas indicações o pelo Blog, assuntos bem atualizados, bem redigidos!, Aguardamos mais posts com este tema. Abraços.

  • http://www.blueprintcorretora.com.br Robson

    Parabéns pela indicação ao prêmio iBest eu também estou torcendo !!!

  • http://oleitoresseidiota.wordpress.com André

    Pois é, e “O Ano…”, tão milimetricamente feito que estava para ganhar Oscar, não conseguiu ficar entre os cinco indicados entre filmes estrangeiros.
    Fica a pergunta: será que o pessoal da Academia assistiu ao filme e ficou pensando algo como “esses caras acham que fazendo isso e aquilo neste filme, acham que irão conseguir alguma coisa? Está me cheirando a viajar na batatinha. Portanto, não vou votar em coisa que me pareceu forçada”? Será que se o menino fosse Wesley ou Wellington e filho de um Severino e neto de um Virgulino, a coisa soaria mais natural para os membros da Academia?

    André, como “2 Filhos de Francisco” também foi selecionado pelo Brasil para concorrer ao Oscar e também não levou indicação, não creio que a questão tenha sido de nome de personagem. E, aliás, nem da trama supostamente feita para agradar. O problema é que a seleção dos filmes estrangeiros é feita por uma comissão restrita, cujos critérios de formação são desconhecidos, e que volta e meia acaba por cometer equívocos. O fato de o vencedor da Palma de Ouro, o romeno “Quatro Semanas, Três Meses e Dois Dias”, ter ficado de fora até da lista dos 9 pré-selecionados (sendo que os 3 críticos do New York Times foram unânimes em apontá-lo como filme merecedor de indicação até para o Oscar principal), já mostra que há algo de errado. Outro problema é essa história de cada país ser obrigado a selecionar um único filme para concorrer ao prêmio. Por que não indicar para o Oscar, por exemplo, dois filmes de um mesmo país? Isso faz com que cinematografias como a França, por exemplo, sejam prejudicadas nessa disputa. Seu indicado foi “Persépolis”, que aliás vai disputar o Oscar de Melhor Longa Animado, mas poderia perfeitamente ganhar a estatueta se pudesse ter indicado também “Piaf - Em Nome do Amor”, que terá a estupenda Marion Cotillard concorrendo a Melhor Atriz. Enfim, a categoria de Melhor Filme Estrangeiro é sujeita a muitas idiossincrasias e regras que a tornam algo quase impossível de se entender.

  • http://frufru.wordpress.com flavia

    italiana, magra, fumante e elegante.
    tudo que eu quero ser numa próxima vida.

  • http://www.cintaliga.org Menina Eva

    Ina, tem o Carlos Saldanha, de Era do Gelo e do curta metragem do esquilinho.

    É verdade, Eva. Bom lembrar do Saldanha, que foi o diretor de “Gone Nutty”, curta de animação indicado ao Oscar em 2004. Valeu pela lembrança!

  • http://www.mteruel.zip.net Márcio Teruel

    Sinto que rolou uma politicagem em escolher O ANO EM QUE MEUS PAIS SAÍRAM DE FÉRIAS, já que esse filme foi lançado já faz um tempo, né? Mas por adorar o cinema e muitas vezes optar pelo realismo, vejo que a opção foi grandiosa pelo filme demonstrar uma época marcante no cenário brasileiro… Demonstrando no filme uma riqueza própria em questão de roteiro e cenário nacional nos tempos de ditadura. Enfim, confesso que o Oscar premia bastante esse tipo de filme, além de gostar do gênero, como vocês pode até notar o filme que se encontra como o mais cotado para ganhar como melhor filme.
    É gratificante ver o crescimento do cinema nacional, e lógico, como forma de protestos para quem gostaria de ver Tropa de Elite figurando como representante do Brasil…
    Enfim, O ANO EM QUE MEUS PAIS SAÍRAM DE FÉRIAS merece uma melhor divulgação e respeito pelo trabalho bem feito. E aqui fica minha torcida para receber a estatueta.

    Márcio, antes de mais nada, qual o problema em um filme ter sido lançado há algum tempo? Isso torna um longa que entrou em cartaz em janeiro ser inferior a outro que estreou nos cinemas em novembro? Como você mesmo acaba comentando en passant depois, há dois motivos principais para “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias” ter sido indicado como representante brasileiro no Oscar: a qualidade do filme e as características que fizeram com que o comitê de seleção chegasse à correta conclusão de que era uma obra com mais características que pudessem agradar ao votantes da Academia.

  • http://yassuda.org/blog Luiz Yassuda

    Gostei muito mesmo deste filme e o considero, também, um bom candidato. Mas não vi os outros concorrentes, então não vou torcer por nada. Ou tiro a bandeira canarinha da gaveta e canto o hino? =)

    Ou faça como o Galvão Bueno e diga: “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias é o Brasiiiiiiiiiillll no Oscar!!!” :D

  • http://doppelgangerperdido.blogspot.com/ Gisele Amaral

    Confesso que Oscar não é nada importante para mim, apesar de AMAR cinema. Mas vai lá, os brasileiros querem tanto… seria legal trazer aquela estatueta estranha para terras tupiniquins logo - até para cessarem com as perguntas de sempre… De qualquer maneira, o filme é uma gracinha, muito sensível e com uma abordagem totalmente diferente do que sempre se fez sobre ditadura ou mesmo futebol. Bom mesmo! Desculpe a chatice…
    =*

    Gisele, acho que todo reconhecimento justo é bem-vindo. É lógico que a ausência de um Oscar para o cinema brasileiro não afeta, nem um milímetro sequer, o brilho de uma cinematografia que tem grandes nomes como Glauber Rocha, Eduardo Coutinho, Luís Sérgio Person, Joaquim Pedro de Andrade e Roberto Santos. Mas eu gostaria, sim, de ver algum filme nacional ganhando o Oscar, da mesma maneira que teria vibrado se João Cabral de Mello Neto tivesse recebido o Nobel da Literatura (infelizmente não vejo nenhum escritor vivo brasileiro cuja obra mereça ser laureada com um Nobel). Um beijabraço!

  • http://www.porraman.blogspot.com Marcio Melo

    Achei o filme bem chatinho pra falar a verdade, entretanto, tem tudo que a galera do ‘oscar’ adora: Judeus, drama, criança. De repente emplaca

  • http://geracaointernet.com rodrigo Cunha

    Olá Inagaki. Sobre o filme “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias”, achei um filme muito bem produzido e interessante. A fotografia do filme também merece destaque. No entanto, não acho que seja lá um filme para ser premiado com o OSCAR, da mesma forma que “OS INFILTRADOS” foi, no ano passado. Acho os 2 bons filmes, mas não filmes de OSCAR.

    Sobre o Premio IBEST, já voltei no Pensar… Tjanks pela dica do Dinheirama. Já add em meu Netvibes e já votei tb. abs

    Rodrigo, concordo que “Os Infiltrados” não era filme pra levar Oscar, até por Scorcese fez no mínimo uns cinco longas bem superiores a esse. Mas enfim, é bem superior que aquela porcaria chamada “Crash - No Limite”. Ah, valeu pelo voto no iBest. Em mim e no Navarro, que desenvolve um trabalho exemplar no Dinheirama!

  • http://oleitoresseidiota.wordpress.com André

    Vi o filme e gostei. Porém, fica aquela ligeira impressão de que algumas coisas foram feitas de caso pensado para Oscar. A película tem judeus, crianças e só faltou mesmo um cachorro para ter tudo que a Academia gosta.

    André, de fato o filme dá margem pra gente pensar nessas coisas. Mas, independentemente disso, é bom por si só. :D

  • http://undblog.com Pedrotxp

    Opa, eu ainda não vi, na verdade acabei de saber desse filme por aqui, tenho que me ligar mais no cinema brasileiro, interessante é que o brasil nunca ganha… vamos ver se dessa vez emplacamos, o que eu duvido muito, esperemos… :D

  • http://senhoritarosa.wordpress.com senhorita rosa

    Pois eu torço, muito. Eu achei de uma poesia louca esse filme. Adorei.
    Bezzos querido,

  • http://www.novaeraseguros.com.br Charles

    Já passou da hora do Brasil conseguir além da indicação, como foi o caso de Central de Central do Brasil, ganhar também o prêmio de melhor filme, pois segunda minha opinião o trabalho de um modo geral do cinema nacional só tem melhorado.
    Vamos ficar na torcida.

  • http://piggy-sakura.blogspot.com Kiyomi

    Alô, Ina! Feliz ano-Novo atrasado, né?
    Parabéns pela indicação pelo iBest again!
    Sobre o filme “O ano…”, infelizmente aqui no Japão nem chegou nem nos eventos destinados a comunidade. Ano passado, foi meio fraquinho, em comparação a 2006 que foi o mês de setembro todinho! Torçamos que o Brasil consiga uma estatueta, e mesmo a gente sabendo que o cinema brasileiro está evoluindo em qualidade, ainda bem!
    Abraços!

    Kiyomi, espero que ao menos o DVD de “O Ano…” chegue aí no Japão. :D Um beijabraço!

  • http://arquiteturadeinformacao.com Fabricio Teixeira

    iBest? Votadíssimo!

    Ôpa, valeu pela força, Fabricio!

  • http://jccbalaperdida.blogspot.com JULIO CESAR CORREA

    Ando meio desligado de cinema nacional, mas por acaso este filme já passou por aqui? Em caso negativo, fico feliz pela indicação, mas considero uma vergonha tanta festa por um filme que não privilegiou o público do seu país. Torcerei por ele. Mas, se ganhar, ficará um gostinho meio amargo, pois o filme pode ser nacional, mas foi feito para os gringos.
    abração

    Julio, você realmente anda desligado a respeito de cinema nacional, rapaz! Saiba que “O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias” entrou em cartaz em novembro de 2006, levou mais de 300 mil espectadores, foi relançado nos cinemas quando foi indicado como o representante brasileiro ao Oscar, e fala de um momento recente da história do Brasil: a repressão da ditadura nos anos 70. Recomendo, fortemente, que você o alugue (já está disponível em DVD), a fim de que você comece a se inteirar melhor sobre a produção cinematográfica brasileira, que tem produzido filmes excelentes como “Jogo de Cena”, “Cão Sem Dono” e “Santiago”.

  • http://issoebossanova.blogspot.com/ Sandra Leite

    Se ganha um Oscar, não sei. Mas que o cinema nacional tá bacana isso está. Diretores, argumentos, artistas…tudo de 1a…eu amei também “O ano em que meus pais saíram de férias”.
    Quanto aos demais comentários seus, assino embaixo.
    Marion Cottilard é sem comentário, aliás, Piaf inteiro

  • http://www.amenidadesebobajadas.blogspot.com Daniel F. Silva

    Outras três notas sobre participações brasileiras no Oscar:

    - Orfeu Negro (também conhecido como Orfeu do Carnaval), falado em português e dirigido pelo francês Marcel Camus (o filme, por isso, representou a França), ganhou o Oscar de filme estrangeiro em 1960.

    - William Hurt, interpretando Luis Molina, ganhou o Oscar de melhor ator em 1986 pelo filme O Beijo da Mulher-Aranha - considerado o mais importante prêmio individual da Academia a ser conquistado por uma produção brasileira; no caso, uma co-produção.

    - E como esquecer a indicação de Fernanda Montenegro ao prêmio de melhor atriz em 1999, por Central do Brasil? Muita gente boa, até hoje, diz que deveria ter sido ela a vencedora.

    Valeu pelas ótimas observações, Daniel! Meus comentários:

    - Você chegou a assistir “Orfeu Negro”? O filme passa uma imagem tão estereotipada do Brasil que me deixou puto. Pode ser francês, mas me soou a produção pra inglês ver. A melhor coisa desse filme pra mim é a ótima trilha sonora, a cargo de Luiz Bonfá e Mestre Tom Jobim.

    - Apesar de, sim, ser uma co-produção entre Brasil e Estados Unidos, vou te falar que não consigo ver um filme totalmente falado em inglês como “O Beijo da Mulher-Aranha” como um representante do cinema brasileiro, apesar da direção do Babenco (mezzo argentino, mezzo tupiniquim) e do elenco com Sônia Braga e José Lewgoy. De quebra, o único Oscar que o filme levou foi para um ator americano. Se for assim, podemos lembrar também do “Diários de Motocicleta” dirigido pelo Walter Salles, que rendeu uma estatueta de Melhor Canção Original para o uruguaio Jorge Drexler em 2004. E ainda dá pra citar o Fernando Meirelles, diretor de “O Jardineiro Fiel”, que rendeu um Oscar de Atriz Coadjuvante à inglesa Rachel Weisz em 2005.

    - Ôpa, gritante esquecimento o da Fernanda Montenegro! Acrescentarei um P.S. ao meu post, valeu!

  • http://maroma.wordpress.com Marília

    Ainda não vi esse filme, por falta de tempo… mas verei! Tem cara de ser bom!

  • http://www.diariodav.blogspot.com vivian

    Nooooossa, eu nem me ligo em Oscar cara. Gosto muito de filme, o dia que eu fico sem assistir, parece que eu não sou eu. É um vício! Agora sim eu estou informada sobre esse prêmio ! Enfim, bem interessante seu post.
    Beijos .
    Seu blog é irado!

    Vivian, confesso que Oscar é algo que acompanho religiosamente todo ano. Por certo é um prêmio que comete inúmeras injustiças, mas enfim, nenhum deles, seja o Pulitzer, o Grammy ou o Nobel, passa incólume a elas. E eu gosto de torcer pelos meus prediletos…

  • http://attu.typepad.com/universo_anarquico/ tina oiticica harris

    Estou com você. Torço pelo Brasil. Cidade de Deus, que vi na pré-estréia para as “populações carentes” no centro do Rio e depois no festival da American Film Institute teve reações negativas aqui. Durante a sessão houve muita gente saindo antes do fim. E para piorar a situação, o Anthony Lane, que escreve para a New Yorker, meteu o pau no filme: disse que o melhor ator era a galinha. Dos brasileiros citados é meu favorito.

    A galinha? Pfuf. Respeito imensamente a New Yorker, mas é o tipo de observação que justifica o descrédito que a crítica cinematográfica tem junto a muita gente esclarecida. E veja que dois dos atores do elenco de Cidade de Deus, Alice Braga e Seu Jorge, já estão fazendo uma bela carreira no exterior…

  • http://www.jonnyken.com/infoblog Jonny

    O mais engraçado é o tanto de gente indignado porque Tropa de Elite não foi a escolha brasileira para concorrer ao Oscar… Com que cara elas ficarão agora?
    Bom, provavelmente falarão “ah, mas Tropa de Elite ganharia o Oscar, e não ficaria somente entre os 9…”

  • http://holococos.sjdr.com.br Henrique Cintra

    Parabéns pela indicação ao prêmio iBest e também estou torcendo para O dia em que meus pais sairam de férias e Ratatouille. Dois filmes que adorei assistir ano passado.

  • http://metamorfosepensante.wordpress.com _Maga

    Eu gostei muito deste filme!
    É encantador ir vendo um garoto mimado e muito pouco preparado para conviver com adultos e no mundo deles, vai se virando neste novo ambiente…
    estou na torcida!
    beijos

  • http://www.dinheirama.com Navarro

    Ina, parabéns pela indicação e participação no Ibest 2008. Sem dúvida é um dos grandes favoritos e merece todo nosso suporte. Seu sucesso é motivo de muita alegria para newbies como eu. Aproveito para agradecer pela citação e palavras sobre o Dinheirama. É uma honra figurar em seu disputadíssimo espaço. Obrigado a todos que votaram e votarão no Dinheirama. Forte abraço parceiro.

    Valeu, Navarro. Continuemos assim, para o alvo e avante! B) Um abração!

Pense Nisso! Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.

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