Três takes

Por Alexandre Inagakiquarta-feira, 04 de abril de 2007

Quando a melhor qualidade de um filme é a sua fotografia, há algo de errado nele. É o caso de “300″, adaptação de Zack Snyder para a graphic novel de Frank Miller e Lynn Varley, que me pareceu ser uma espécie de “Gladiador” turbinado e estilizado. Como diversão, é um filme ok. Se bem que mais engraçado é este vídeo que usa uma trilha sonora alternativa (e bem mais adequada) para “300″.

Tomo emprestadas as precisas palavras de Kléber Mendonça Filho: “Rodrigo Santoro como o egolouco Xerxes é apresentado com a aparência de um gigantesco mestre sala adaptado para a grande parada gay que deve existir no inferno, todo ano. Com piercings“.

* * * * *

Cena de Die Hard 4.

Outra cena de Duro de Matar 4

A Blog Hunters disponibilizou ontem à noite um trailer do quarto capítulo da saga de John McClane, o policial mais zicado de Hollywood. A julgar pelas imagens acima, “Duro de Matar 4″ garante manter o mesmo nível dos longas anteriores em pelo menos um quesito: piadas infames em meio às explosões pirotécnicas habituais.

Quando o primeiro capítulo da franquia entrou em cartaz, em 1988, os críticos apontaram uma mudança de paradigma em relação aos heróis cinematográficos de praxe: John McClane era um cara que levava porradas, sangrava e se estrepava a toda hora. Muito diferente dos mocinhos exibidos em filmes como os de 007, numa época na qual James Bond escapava de tiroteios e explosões sem amassar seu terno ou amarfanhar seu impecável penteado. Os anos se passaram, Bond foi sendo mais “humanizado” nos filmes subseqüentes da série e outros heróis que vivem se dando mal a toda hora, como Jack Bauer, surgiram. Quase 20 anos após sua primeira aparição nas telas, será que John McClane ainda terá relevância? Eis uma pergunta a ser respondida quando “Duro de Matar 4″ entrar em cartaz.

* * * * *

Paulo Emílio Sales Gomes, talvez o maior crítico de cinema do Brasil de todos os tempos, causou polêmica ao afirmar que até o pior filme brasileiro é mais importante do que qualquer produção estrangeira. Mas, antes que alguns o acusem de xenofobia, é bom explicar o contexto em que essa defesa apaixonada foi realizada: Paulo Emílio criticava a mentalidade de um mercado no qual exibidores e distribuidoras priorizavam produções hollywoodianas em detrimento de filmes capazes de traduzir a cultura da Terra Brasilis. Em seu livro “Cinema: Trajetória no Subdesenvolvimento“, escreveu Paulo: “Não somos europeus nem americanos do norte, mas destituídos de cultura original, nada nos é estrangeiro, pois tudo o é. A penosa construção de nós mesmos se desenvolve na dialética rarefeita entre o não ser e o ser outro. O filme brasileiro participa do mecanismo e o altera através de nossa incompetência criativa em copiar“.

Para mim foi inevitável lembrar das palavras de Paulo Emílio ao assistir a Os 12 Trabalhos, bom filme no qual Ricardo Elias mostra um dia na vida de Heracles, jovem recém-saído da Febem que busca integração à sociedade tornando-se motoboy. O olhar do cineasta, ao buscar o ponto de vista de uma profissão achincalhada e vista com olhos tortos pelos figurantes da tragédia grega que é o trânsito cotidiano de uma metrópole, revela ao espectador o lado desconhecido de uma classe profissional das mais marginalizadas: segundo informações da Companhia de Engenharia de Tráfego, dois motoboys morrem a cada três dias na cidade de São Paulo. Eis uma das maiores virtudes que uma produção cultural pode ter: revelar aos seus espectadores algo que nosso olhar tornou-se incapaz de capturar na balbúrdia conturbada da rotina de nossos dias.

Pense Nisso!
Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista, consultor de projetos de comunicação digital, japaraguaio, cínico cênico, poeta bissexto, air drummer, fã de Cortázar, Cabral, Mizoguchi, Gaiman e Hitchcock, torcedor do Guarani Futebol Clube, leonino e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos, não necessariamente nesta ordem.

Categorias:

Comentários do Facebook

Comentários do Blog

  • http://listbuildingincomenow.com/blog/ small business seo

    I delight in, result in I found exactly what I was having a look for. You have ended my 4 day lengthy hunt! God Bless you man. Have a nice day. Bye

  • http://elismarchioni.multiply.com Elis Marchioni

    Ah… nesse vídeo de 300 faltou aquela cafungada no cangote que o rei Xerxes dá em Leônidas.

  • http://catatau.blogsome.com catatau

    Fiquei pensando nessa referência do ‘i will survive’: tanto quanto o papel mais alargado da mulher de Leonidas, os produtores não deixariam de colocar corpos segundo a descrição que você expôs… coisa que não tem no gibi, é algo bem mais humano, e menos ‘metrossexual’

  • http://www.somnoblog.com Anderson

    É mesmo, McClane foi o precursor de Jack Bauer… nossa…
    O DM3 já era engraçado, acho q a tendência é aumentar as piadas a cada filme. Se o Willis resistir até lá…

  • Diego Goes

    Inagaki,
    me lembrei do filme Herói enquanto lia seus comentários dos comentários sobre importância (ou não) da fotografia em um filme. Plasticamente o filme é impecável. Mas falta sustância, falta tutano, falta conteúdo. Entendo perfeitamente o que você quer dizer sobre 300. Eu o vi apenas como diversão escapista e (ao dizer isso me parece que declaro ter um Q.I. de 50) me surpreendi tal e qual como o ver Sin City.
    um grande abraço pra ti, rapaz!

  • http://cabecademaracana.zip.net rosa

    mas menino, quem disse que eu separo filmes de entretenimento de filme cabeça? eu adoro cinema e entretenimento é pra mim Amacord como Letras e Música. gosto de filme com uma história boa e também com história besta, tem espaço pra muita coisa na minha lista de melhores, por motivos diferentes. Profundidade não cabe em todos os lugares, sabe como é.
    Acho apenas que quem vai esperando Sin City se decepciona. Como eu li previamente as duas Graphic Novels, sabia melhor do que se tratava, Não vim dizer que você está errado, só que eu discordo, pode?
    Mas aceito a crítica, porque sou mesmo muito dona da verdade, mas não tive a intenção de ofender. Deve ter a ver com a minha vida, eu ando meio cansada da patrulha intelectual à minha volta, e também sou fã né? não dá pra esperar coerência de fã.

    Rosa, você afirmou o seguinte: “Se a gente vai ver um filme feito 300 querendo cabecice dá a maior frustração mesmo, Ina”. Minha cara, quando fui ao cinema não tinha a menor expectativa de buscar por “cabecices”, simplesmente queria encontrar entretenimento embasado por um roteiro bem estruturado, capaz de aprofundar a psique dos personagens, e que contivesse mais do que belas coreografias de lutas (não foi o caso). Se você realmente reprova condutas de “patrulheiros intelectuais”, creio que deveria refletir um pouco mais antes de discordar de opiniões alheias com comentários a la “dona da verdade”, em vez de pressupor (equivocadamente) quais eram minhas expectativas ao ver “300″. Da próxima vez que discordarmos, espero mais argumentos e menos adivinhações, Rosa. O debate certamente será mais produtivo. :) Um abraço.

  • http://junofoster.blig.com.br Juno

    Quanto ao 300, o seu comentário me fez lembrar de quando Matrix “Devolutions”( devolvam o meu dinheiro!) estava pra ser lançado; só se falava dos efeitos, e de que era um filme de Kung Fu como nunca viu antes…peraí, filme de Kung fu? Cadê o papo de filme revolucionário( tá certo que Matrix só é revolucionário pra quem só vê um filme por ano, mais ainda assim…)

    Mas,eu gostei do filme ( do 300, não de Matrix, que isso fique registrado :-D), só que o xerxes realmente ficou muito afetado…

    A minha cena preferida é aquela em que o Leõnidas diz que “não há razão para não serem civilizados”. hohoho

    Parabéns pelo Blog. e boa páscoa!

    Juno, eu gosto dos dois primeiros filmes da trilogia Matrix. Lamentavelmente o terceiro capítulo da série não explorou nem metade das possibilidades abertas pelos longas anteriores. Em tempo: boa Páscoa pra você também.

  • koveiro

    eu adorei 300 sou fã do Miller já tinha lido a HQ entaum eu já sabia td q ia acontecer mais aquele banha de sangue e as lutas hahaha garoto aquilo sim é foda eu fiquei loco no cinema isso q é filme pra macho tirando a parte do xerxes com o leonidas q gay aquilo hein

  • http://lobotomiaphasedois.blogspot.com/ Dri

    Não vejo nada de errado com a fotografia ser a melhor coisa de um filme, veja a obra máxima de David Lean, Lawrence da Arábia, a melhor coisa dalí é a fotografia e nem por isso deixa de ser um dos grandes filmes de todos os tempos. Não que que eu esteja comparando ou que 300 chegue a lamber a sola do Lawrence, mesmo porque não acho que a melhor coisa de 300 seja a fotografia e sim todos aqueles belos espécimes masculinos. It’s raining men, aleluiah!!! L-U-X-O!!! De uma fag-hag assumidíssima!

    Dri, o trabalho de Freddie Young é maravilhoso e totalmente integrado ao filme, mas você comete uma enorme injustiça afirmando que a melhor coisa de “Lawrence da Arábia” é a sua direção de fotografia. De nada adiantaria a exibição do deserto como nunca se viu se não fosse, pra começar, pela direção segura de David Lean, cineasta responsável por alguns dos maiores épicos da história do cinema, como “Dr. Jivago” e “As Pontes do Rio Kwai”. E isso para não citar o disparate de deixar em segundo plano a atuação de Peter O’Toole no papel-título, e de coadjuvantes de luxo como Omar Shariff, Alec Guiness e Anthony Quinn. Ou a trilha sonora, a cargo de Maurice Jarre, ou o roteiro, da dupla Robert Bolt e Michael Wilson. Não à toa, “Lawrence da Arábia” ganhou sete Oscars, e não apenas o de melhor fotografia. Quando Steven Spielberg afirmou que esta obra-prima foi o filme que fez com que ele desejasse tornar-se cineasta quando crescesse, ressaltou principalmente o trabalho de David Lean, um dos meus diretores prediletos.

  • Ganbah

    Discordo. Acho que a fotografia é uma das coisas mais importantes no cinema. As melhores histórias e enredos estão nos livros. Cinema é IMAGEM ou estou errado? Quem vai pro cinema vai pra VER uma história. A história mais simples pode ficar fantástica na beleza das imagens.

    Oras Ganbah, se cinema fosse apenas imagem bastaria a um cineasta filmar um striptease da Mônica Belucci ou da Scarlet Johansson para ganhar a Palma de Ouro de Cannes. ;D Até um filme mudo precisa de um ROTEIRO para se fazer entender e narrar um enredo, meu caro! Veja bem: o trabalho de um diretor de fotografia é importante. Mas ele jamais pode se sobrepor ao do roteirista ou do diretor. A fotografia mais esplêndida causará apenas bocejos nos espectadores se não contar com um roteiro bem construído. Se você realmente acha que um bom filme só se faz com uma bela fotografia, menosprezando o trabalho de um diretor que seja capaz de traduzir visualmente uma história ou de atores que tornem crível o enredo, então creio que você possui uma concepção de cinema que se aplica mais a documentários do Discovery Channel ou aqueles vídeos demonstrativos de televisões de alta definição que são exibidos em lojas de departamentos. Como dizia aquela propaganda de refrigerantes, “imagem não é tudo”, Ganbah! :D

  • Daniel

    Alexandre,
    queria te passar um site que acho fantastico..talvez tu ja tenha usado..
    o http://www.pandora.com
    Imagine que voce goste de uma certa musica, e gostaria de ouvir outras parecidas com essa. O site cria playlists conforme uma solicitação inicial, tentando adivinhar seu gosto.
    É uma radio online, com ótima qualidade de som, e excelente taxa de streaming.
    È o fenomeno tecnológico da WEB 2.0 invadindo nossa pacata vida.
    Pra que ficar escolhendo músicas no HD, criando playlists, se a web pode fazer isso automaticamente pra voce…hehe

    Abraços!
    Daniel

    Valeu pelo comentário, Daniel. Já tenho contas, tanto no Pandora quanto no excelente Last.FM, que me dão ótimas dicas de novas bandas por aí. :) Um abraço!

  • http://abrindojanelas.blogspot.com Saramar

    Inagaki, vim lhe desejar feliz páscoa, com muito chocolate embrulhado de esperanças.
    beijos

  • http://www.aroundvenus.blogspot.com Emilio

    Bom mermo é o Cartola! ;)
    Em tempo, o Paulo, personagem do Santoro em Lost, realmente não agradou. Foi cortado antes de acabar a terceira temporada. Se bem que Lost não conta mais, né? A série se perdeu, com o perdão do trocadilho.

    Aliás, ainda não assisti ao documentário sobre Mestre Cartola. Está na lista. :) Quanto a Lost, ainda não tive tempo de assistir aos episódios da terceira temporada. Faz tempo, aliás, que não acompanho minhas séries prediletas. O fato de ainda não ter visto um capítulo sequer de “Heroes” me deixa deslocado de muita conversa…

  • jacky

    muiiiiiito foda o blog
    adorei, e o pior é q descobri por acaso…
    parabéns

  • http://cabecademaracana.zip.net rosa

    ahhh.
    Como seguidora fiel de Frank Miller, o que eu tenho a dizer é que a boa fotografia apenas maximiza as imagens alucinadas de Frank, meu rei (e sangue não me faltará).
    E essa história de que o filme tem uma “estética gay” é forçada. Ou teríamos que observar a estética gay dos Hell Angels (couro preto da cabeça aos pés…) e das jogadoras de voley de praia feminino, dos lutadores de Telecatch, de Dungeons and Dragons, dos Emos, do uniforme da polícia (calças apertadinhas e coturno por cima da calça, oh yeah!) e por aí vai. Eu tenho uma lista enorme, podia ficar aqui até amanhã.
    Cinema é diversão. Se a gente vai ver um filme feito 300 querendo cabecice dá a maior frustração mesmo, Ina. Recomendo então o lindíssimo After The Wedding, produção dinamarquesa pós-dogma95 que é de chorar do começo ao fim. E não vá ver 300 se você espera mais que entretenimento bem feitinho.

    Rosa, quem disse que eu fui ao cinema procurando por “cabecice”? Queria me divertir como me diverti com “Sin City”, oras. Em vez disso, encontrei um filme esteticamente bem feito, mas sem conteúdo à altura. Mas enfim, não dá para esperar julgamentos isentos de “seguidores fiéis”. :D Aliás, sinto muito, Rosa, mas considero muito retrógrada essa sua atitude de separar filmes de entretenimento de filmes “cabeça”. Os grandes filmes são aqueles que permitem diversas leituras, conciliando profundidade com enredos que entretém e prendem a atenção do espectador, envolvido que fica com a história que lhe é descortinada na tela, como em “Janela Indiscreta”, “O Poderoso Chefão”, “Os Sete Samurais”, “Amarcord”, “O Sétimo Selo”, “Quanto Mais Quente Melhor” ou “Annie Hall”. Obra de arte não precisa ser chata, e Alfred Hitchcock foi um diretor exemplar nesse sentido, vide obras-primas como “Um Corpo que Cai” e “Psicose” que foram sucessos de bilheteria ao mesmo tempo que constam nas principais listas da crítica de melhores filmes de todos os tempos.

    Ah: sobre a estética gay, não sou o único a achar isso. Em seu blog no No Mínimo, Ricardo Calil escreveu: “Com seus atores marombados e o Xerxes andrógino de Santoro, com seus diálogos de duplo sentido e sua ênfase nos adereços, ’300′ é provavelmente o mais gay dos blockbusters hollywoodianos desde… bom, não é preciso ir tão longe assim… desde o ‘Alexandre’(2004) de Oliver Stone”.

  • http://www.egolog.rg3.net Diego

    “Os 12 Trabalhos” é realmente muito legal, mas me pergunto se o filme faz tanto sentido - ou se mantém essa virtude de descortinar uma realidade tão-próxima-e-tão-distante - para quem é de fora de São Paulo, capital.

    Digo isso porque a cidade é uma das grandes personagens do filme e também porque a “cultura dos motoboys”, como apresentada em “Os 12 Trabalhos”, me parece ser uma coisa muito paulistana, dificilmente encontrada fora daqui.

    Mudei-me para SP há pouco tempo e o filme teve em mim esse impacto de me fazer observar certas coisas enquanto ando pela cidade. Impossível não ver um desses caras costurando o trânsito engarrafado e não lembrar do filme. É bobo mas é verdade. :)

    Diego, creio que o retrato dos motoboys no filme de Ricardo Elias vale para qualquer metrópole. São Paulo é personagem nesta produção do mesmo modo que em outros grandes filmes que se passam nesta cidade, como “O Grande Momento”, de Roberto Santos, ou “São Paulo S.A.”, de Luís Sérgio Person. Mas, tal qual naquela frase clássica cunhada por Tolstói, seguindo aquele lema que fala em falar de sua aldeia a fim de falar universalmente.

  • http://www.crisemcrise.blogspot.com/ Cristiane

    Ainda não assisti 300. Nem 12 trabalhos. Estão na minha lista. Em compesação assisti O cheiro do ralo que é muito foda!

    Agora, preciso falar que a série Duro de Matar é a minha favorita de ação. Sem contar que o já sr. Willis é o meu favorito. Não perco por nada. E, como fã garanto… assistirei!

    Saudade mocinho!
    Feliz Páscoa!

  • http://obacamarte.blogspot.com b.m.

    Esse cineasta fala o que Antônio Candico, crítico literário, já falava sobre livros há uns sessenta anos ou mais. Estudou em Caramuru (a versão original) a fusão de duas culturas como formação do brasileiro. A idéia é antiga: e será que é mesmo verdadeira ainda? A cultura foi formada - nos formamos por antropofagia, por não sermos nada. Existe uma tradição, existe um identidade que usam nas propagandas. Hoje, ainda, o mesmo dilema existencial? Não posso concordar com ele.

  • Anônimo

    Vi 300 ontem. O filme é mediano, o diretor não esconde a “inspiração” em Gladiador o tempo inteiro, a mulher deitada sobre campos de trigo, só faltava o espartano esfregar terra nas mãos. Mas o Rodrigo Santoro… cara, ele ainda vai se envergonhar muito dessa caracterização ridícula que lhe deram. E nem se encaixa no contexto do filme, porque Xerxes deveria ser um sobrehumano senhor do trovão, capaz de fazer parar um tornado, alguém que metesse muito medo, não vontade de rir.
    Tem um pouco de Coração Valente também nesse negócio de “we few, we happy few, we band of brothers” do filme, em que “nunca tão poucos fizeram tanto”.
    Agora, os iranianos protestarem é outra comédia.

  • Diego Goes

    Honestamente, 300 é um bom filme. Cenas de ação muito bem coreografadas, trilha sonora no lugar certo, sangue escorrendo na tela e um roteiro básico. O que já é muito para um filme de ação, não é verdade? Não pode alegar que 300 foge dos fatos históricos, que a História(a ciência com H maiúsculo mesmo) foi alterada etc etc. 300 é um filme de ficção e não passa disso. É funcional, divertido pacas e pronto. Só não inventem de querer basear o mestrado nele…
    Sobre o cinema nacional, creio eu que deu um salto qualitativo muuuito grande nos últimos tempos. O melhor filme que vi neste ano foi O Céu de Suely, belíssimo longa do mesmo diretor de outro filme maravilhoso Madame Satã.

    Honestamente, Diego, pra mim “300″ é um filme até ok como entretenimento. Mas seus personagens são bidimensionais e o roteiro é esquemático (muitos videogames possuem roteiros bem mais instigantes). A questão nem é de verossimilhança: “Cassino Royale”, por exemplo, fez tanto sucesso inclusive junto à crítica porque tanto os personagens do Daniel Craig quanto da Eva Green foram bem apresentados e desenvolvidos na história. Um filme de ação não precisa se ater a apenas um “roteiro básico e sangue escorrendo” pra ser bacana. Esse foi o segredo do primeiro “Matrix”, pra citar outro exemplo.

  • http://prosaico20mg.blogspot.com celinho

    Sei sim, Ina.. Alias, vamos ver se rola aqui no festival de cinema brasileiro de Paris, semana que vem.. Acho que é meio cedo para ele aparecer por aqui :-/

  • gisele

    hm, até chorei… :(

  • http://idelberavelar.com Idelber

    Quando a melhor qualidade de um filme é sua fotografia, há algo de errado nele.

    Frase brilhante, mestre Ina. Nada me parece mais pueril que redimir um filme pela fotografia. Lembro-me logo de filmes chatíssimos, o convite para os quais era logo acompanhado da pérola: ah, mas a fotografia é linda!

    Tomei birra dessa frase. Abraço!

    Ôpa! Bom reencontrá-lo aqui, Mestre Idelber! :D

  • http://querem_me_enlouquecer.blogger.com.br Claudia Draper

    Eu vi o trailer de Duro de Matar 4. Parece ser muito mais mentiroso que os outros 3 juntos.

    Em termos de inverossimilhança, o páreo é duro. De matar. XX(

  • http://edineysantana.zip.net ediney

    muitos filmes são feitos para nada…300 não poderia ser diferente

  • http://prosaico20mg.blogspot.com Celinho

    Hahaha.. Uma das minhas falas preferidas do cinema: “now I have a machine gun. Ha ha ha” :-D
    Outra coisa: cada vez mais reconheço o talento brasileiro para o documentario, mais do que para o longa metragem convencional..

    Mas você sabe que “Os 12 Trabalhos” é um longa de ficção, né?

  • http://www.interney.net/blogs/filmesdochico Chico

    Que maldade com “300″!

    Sabe que eu não gosto daquela fotografia? No entanto, acho louvável o fato do diretor explorá-la até o final

    Chico, o filme definitivamente não me convenceu. Eu não chegaria a dar bola preta para o “300″, feito nossos colegas da Contracampo, mas não daria mais do que 2 estrelas e meia.

  • http://foradesintaxe.zip.net fernando

    300 me lembrou o retorno do rei, pelas cenas e monstros

  • http://www.bion.blogspot.com Bion

    Prezado Ina
    Até no cartaz do filme dá pra ver que eles usaram e abusaram da técnica do Chromaki!

  • Laise

    ahahahhaha..Acho que vou ter que parar de acessar seu blog aqui do trabalho, pois tenho acessos de risos contidos diariamente…
    Concordo! Santoro em 300 está pronto para a parada Gay.
    Acho que nunca me contorci tanto numa cadeira de cinema..calma..calma..foi pelas cabeças e sangue rolando que também me tiraram o sono..kkkkkk

  • http://janice.clickblog.com.br jan

    Você é um doido lindo..

    Er… Obrigado! :roll: :oops:

  • http://www.rafael.galvao.org Rafael

    Dois comentários.

    O primeiro é que o Die Hard IV já traz uma inovação importante: Willis fica finalmente sem munição. Vai ser mais difícil salvar o mundo com uma pistolinha automática, dessa vez.

    A outra é sobre o Paulo Emílio. Eu não tenho certeza de que é o maior crítico nacional, apesar da unanimidade em torno dele. Acho que outros, como o Moniz Vianna e o Francisco de Almeida Salles, tiveram uma importância talvez maior, porque exercitaram a crítica no dia a dia, e formaram uma legião de admiradores bastante respeitável.

    O que o Paulo Emílio é, na minha opinião, é o maior ensaísta de cinema do país (sem “talvez”, e apesar dessa falácia sobre o pior filme brasileiro etc.). Um nível muito superior ao da crítica diária, mas talvez menos influente. Sei lá. :)

    Rafael, eu gosto bastante dos textos do Paulo Emílio. E, como ressaltei em meu post, a afirmação que ele fez a respeito do pior filme nacional, yada yada yada, deve ser analisada dentro de um contexto (vide nossas conversas no MSN, ho ho). Afinal de contas, jamais se poderá acusar de xenófobo o primeiro crítico que descobriu o valor de Jean Vigo, cineasta francês que não era reconhecido nem em seu próprio país até que Paulo Emílio escrevesse uma monografia sobre o diretor de “O Atalante” e “Zero de Conduta”. Aliás, além de grande crítico Paulo Emílio Sales Gomes foi ficcionista de primeira: recomendo fortemente que você leia Três Mulheres de Três Pppês, prosa deliciosíssima!

Pense Nisso! Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.

Parceiros

Mantra

A vida é boa e cheia de possibilidades.
A vida é boa e cheia de possibilidades.
A vida é boa e cheia de possibilidades.