Todos os artigos com a tag: Roberto Carlos

Top 5 músicas do Roberto Carlos

Por Alexandre Inagakiquarta-feira, 10 de março de 2010

Bastaram alguns minutos para fazer a constatação: a tarefa de selecionar as cinco melhores músicas do Rei não seria nada fácil. Mal recordava de algumas gravações, logo outras tão boas quanto surgiam no meu jukebox mental reivindicando seu espaço.

Sei que muitos me questionarão: como pude, por exemplo, deixar de lado “Outra Vez” (1977), composição de Isolda sobre “a mais estranha história que alguém já escreveu”? Ou “Cavalgada” (1977), talvez a melhor descrição de uma noite de sexo já feita por uma canção da MPB (“Vou cavalgar por toda a noite/ Por uma estrada colorida/ Usar meus beijos como açoite/ E a minha mão mais atrevida/ Vou me agarrar aos seus cabelos/ Pra não cair do seu galope”)? E o que dizer de outros clássicos como a balada “As Curvas da Estrada de Santos” (1969), o soul/gospel de “Jesus Cristo” (1970), a tristemente bela “À Distância” (1972), cuja versão em italiano fez parte da trilha sonora do filme Violência e Paixão, de Luchino Visconti, ou a catártica “Fera Ferida” (1982)? Enfim, que cada um faça as suas listas; o que importa mesmo é saudar a obra deste artista que está celebrando 50 anos de carreira. Continue Lendo

“Detalhes”, a obra-prima de Roberto Carlos

Por Alexandre Inagakiterça-feira, 30 de outubro de 2007

Músicas não diferem muito de filmes: elas também vendem ilusões. O melhor exemplo do que afirmo é uma canção composta por Roberto e Erasmo Carlos em 1971 e gravada em um álbum considerado pela revista Rolling Stone o vigésimo oitavo melhor disco da MPB de todos os tempos. Lembrança mais do que justa para um álbum que reúne grandes canções como “Todos Estão Surdos” (soul de primeira, regravada posteriormente por Chico Science & Nação Zumbi), “Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos” (a famosa homenagem a Caetano Veloso, que na época estava exilado em Londres), “Como Dois e Dois” (confira aqui o Rei cantando esta baita canção ao lado de Caetano, seu compositor), “De Tanto Amor” (balada capaz de fazer pedras se emocionarem) e a faixa inicial, música predileta de Roberto Carlos e de seus fãs: “Detalhes”.

Estamos falando aqui da música definitiva sobre dores de cotovelo. Pois “Detalhes” narra em primeira pessoa a história de um homem que, apesar de ainda mostrar inconformidade pelo fato de ter sido trocado por outro amante (“Eu sei que um outro deve estar falando ao seu ouvido/ Palavras de amor como eu falei/ Mas eu duvido”), não se deixa abater. Muito pelo contrário, alimenta a convicção de que jamais será esquecido, imaginando que será constantemente evocado pela ex-amante (“Se alguém tocar seu corpo como eu não diga nada/ Não vá dizer meu nome sem querer à pessoa errada”). Estamos, pois, diante de um homem que exorciza o fim de um relacionamento fomentando a certeza de que seu amor do passado jamais encontrará alguém tão marcante quanto ele. É um paradoxo interessante: ao mesmo tempo em que parece rogar uma praga (“Desesperada você tenta até o fim/ E até nesse momento você vai lembrar de mim”), o eu lírico da canção recorda um grande amor com toda a ternura que alguém que levou um pé na bunda é capaz de nutrir. Continue Lendo

80 clipes brasileiros dos anos 80 (parte 2 de 8)

Por Alexandre Inagakidomingo, 10 de dezembro de 2006

A MTV Brasil anunciou que em 2007 deixará de exibir videoclipes no horário nobre. É difícil não resistir ao trocadilho com aquela música dos Buggles e dizer que “YouTube killed the MTV star“. Mas o fato é que há tempos a Music Television perdeu a relevância que teve nos anos 80 e 90, quando era o principal meio de se conhecer bandas novas. E sua filial brasileira, depois que dispensou VJs que realmente entendiam do métier, como Fábio Massari, e passou a infestar sua grade com mediocridades como “Beija Sapo”, definitivamente não me motivava mais a acompanhá-la. Saudemos, pois, a era na qual nós montamos a nossa programação. A propósito, esta é a segunda parte de uma série iniciada neste post.

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Gang 90 & Absurdettes - Telefone - Criada pelo jornalista Júlio Barroso, a Gang 90 (nome inspirado em uma gíria do balacobaco, “pedra 90″, correspondente ao que hoje é conhecido como “sangue bom”) ganhou destaque quando se classificou para as eliminatórias do festival MPB Shell, promovido pela Globo em 1981, com a música Perdidos na Selva. Após várias mudanças de formação (Guilherme Arantes, Lobão e Wander Taffo chegaram a fazer parte do grupo), a Gang 90 finalmente gravou seu primeiro disco em 1983, puxado pelo sucesso “Nosso Louco Amor”, tema de abertura da novela “Louco Amor”. O clipe de Telefone é estrelado por Júlio e duas absurdettes, May East (nome artístico de Maria Elisa Capparelli Pinheiro, atualmente uma ativista ecológica residente na Escócia) e Taciana Barros (na época esposa de Júlio e tecladista da banda). Júlio Barroso morreu ao cair da janela do seu apartamento, no 11o. andar, em 6 de junho de 1984. Em seu livro Dias de Luta, o jornalista e atual editor da revista Bizz Ricardo Alexandre descreve um diálogo entre Lobão e Cazuza, travado durante a aspiração de uma fileira de cocaína esticada sobre o caixão de Júlio (como se compartilhassem a droga com o amigo pela última vez): “Perdemos nosso maior agitador cultural, um cara com drive, um guerrilheiro que sabia de tudo. Me desculpe, Cazuza, mas agora só sobrou bundão“. Continue Lendo

Pense Nisso! Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.

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A vida é boa e cheia de possibilidades.
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