Todo cinéfilo que conhece os títulos originais de filmes já ficou estarrecido com alguma tradução feita no Brasil. Lembrar, por exemplo, que The Sound of Music tornou-se A Noviça Rebelde por aqui, é constatar que este deve ter sido o pior nome que alguma coisa recebeu neste país desde que batizaram o mascote da copa de Fuleco. Porém, saibam que a ruindade nas traduções de nomes de filmes não é exclusividade tupiniquim.
Ok, eu entendo que às vezes uma obra recebe um nome pouco chamativo, e que por conta disso departamentos de marketing de distribuidoras de filmes se esmeram ao procurar um título que seja capaz de atrair as atenções dos espectadores. Não creio que muita gente se animaria a sair de casa e ir até uma sala de cinema, por exemplo, para assistir a um filme intitulado O Dia de Folga de Ferris Bueller. É curioso, pois, ver como este clássico de Sessão da Tarde, que no Brasil ganhou o nome Curtindo a Vida Adoidado, é conhecido em outros países. Em Portugal, por exemplo, virou O Rei dos Gazeteiros. Na Espanha, foi traduzido como Tudo em um Dia. Creio, porém, que o Oscar de pior versão merece ser dado aos italianos, que rebatizaram o clássico de John Hughes como Um Louco Dia de Férias. Continue Lendo
Todos aqueles que cresceram tendo a TV como babá eletrônica e assistiram a filmes como Curtindo a Vida Adoidado, Mulher Nota 1000, Clube dos Cinco e A Garota de Rosa Shocking acordaram um pouco mais tristes e envelhecidos na manhã de hoje, depois de assimilar o baque da morte inesperada de John Hughes, diretor e roterista de clássicos da Tela Quente e da Sessão da Tarde. Creio que Kevin Smith, cineasta e nerd de carteirinha, falou por todos nós ao escrever, em seu perfil no Twitter: “John Hughes, o homem que falou para geeks de uma maneira que ninguém havia feito antes.” Continue Lendo
Ferris Bueller é o cara que todo adolescente gostaria de ser: esperto, popular, de bem com a vida e com uma namorada linda. Cameron Frye, seu melhor amigo, é o rapaz problemático que personifica um lado que todo mundo também já teve: um jovem em conflito com os pais, travado entre a angústia sobre o futuro e as dúvidas existenciais que pipocam na alma feito espinhas na cara. Já Sloane Peterson é a namorada dos sonhos, uma garota cool e comparsa de qualquer aventura que fosse proposta, cuja beleza é admirada (e invejada) por todas as amigas.
Não é difícil entender o porquê de uma reprise de Curtindo a Vida Adoidado na TV representar um apelo irresistível para que a gente se ajeite no sofá e curta 102 minutos de diversão descompromissada. Este filme, dirigido e roteirizado por John Hughes em 1986, é o retrato de uma geração sem utopias que simplesmente aspira por uma vida que fuja à rotina besta do dia-a-dia. Facilmente digerível, feito as melhores canções pop, Ferris Bueller’s Day Off (título original do filme que, em Portugal, ganhou o nome de O Rei dos Gazeteiros) dá voz a toda uma geração em uma seqüência na qual Matthew Broderick fala diretamente para a câmera. Continue Lendo