Palavras que deveriam existir

Por Alexandre Inagakisábado, 14 de abril de 2007

Reza a lenda que os colonizadores ingleses, ao chegarem à Austrália, ficaram espantados em encontrar um estranho animal com uma bolsa na barriga que se locomovia dando largos pulos. O Capitão Cook mandou chamar um nativo e perguntou-lhe, usando gestos, qual era o nome daquele bicho. O aborígene respondeu: - Khan ghu ru, khan gu ru! Anos mais tarde, outros exploradores teriam descoberto o verdadeiro significado daquelas palavras. O índio, ao ver os sinais que lhe faziam os ingleses, responderam: - Não estou entendendo (ou seja, “khan ghu ru” no dialeto local).

Não é por nada não, mas esta história é engraçada demais para ser verídica, e me soa a lenda urbana. De qualquer modo, serve para ilustrar um assunto que sempre me interessou: etimologia, a ciência que estuda a origem das palavras. Por que chamamos o hipopótamo de “hipopótamo”? De onde cargas d’água surgiram vernáculos como “capicua”, “ornitorrinco” e “vernáculo”?

Shakespeare, no ato 2 da peça Romeu & Julieta, tergiversa sobre o assunto: “O que há em um nome?/ Pois aquilo que chamamos de rosa/ Por qualquer outro nome/ Exalaria o mesmo doce perfume“. Quem já estudou lingüística sabe que palavras não passam de signos lingüísticos previamente convencionados por um sistema de sinais. Ou seja, partem de uma relação semelhante à dos sinais de trânsito, cuja lógica arbitrária faz com que vermelho signifique “pare”, e verde, “prossiga” (a não ser que você seja daltônico).

Contudo, cada palavra que utilizamos no dia-a-dia tem a sua história e reflete as evoluções culturais sofridas pela sociedade em que vivemos atualmente. Há quinze anos, quem imaginaria que palavras como “popozuda”, “mouse” e “escanear” existiriam? Do mesmo modo, fico pensando se daqui a quinze anos meus sobrinhos conhecerão o significado de substantivos como “vitrola” ou expressões como “futebol-arte”.

* * *

Idiomas são organismos vivos, que refletem as mudanças do mundo ao seu redor. Necessitam, pois, incorporar diariamente novos jargões, neologismos e estrangeirismos ao seu repertório, a fim de que possam sobreviver. Caso contrário, murcham e morrem, feito o latim e milhares de outras línguas e dialetos soterrados nestes séculos de civilização. Faz muito bem, pois, a última flor do Lácio, ao adaptar com ginga os anglicismos que vão sendo incorporados por seus poucos e fiéis seguidores, nesta verdadeira bacanal lingüística: é assim que “whisky” virou uísque, e “Whoop! There It Is” (refrão de uma música do grupo americano Tag Team) metamorfoseou-se no hino de todas as torcidas “uh tererê!”.

Há um ótimo texto de Sérgio Augusto, publicado no Digestivo Cultural, que aborda este assunto. Em seu artigo “Para tudo existe uma palavra“, Sérgio cita algumas palavras que gostaria que fossem adotadas pela língua portuguesa. Por exemplo: Razbliuto, palavra russa que significa o sentimento carinhoso que nutrimos por uma pessoa que um dia amamos. Ou Mamihlapinatapei, vocábulo genial que pertence a um idioma indígena da Terra do Fogo. E que quer dizer, simplesmente, o “ato de olhar nos olhos do outro, na esperança de que o outro inicie o que ambos desejam mas nenhum tem coragem de começar“. Depois dessa, só posso dizer uma coisa: uau!

Se bem que nós, poucos mas fiéis usuários deste quase-dialeto que é a língua portuguesa, podemos nos ufanar da síntese contida dentro desta pequena e maravilhosa palavra: saudade.

* * *

Palavras são misteriosas, palavras são esquivas. Principalmente aquelas que não existem, mas deveriam. Nunca sei o que dizer, por exemplo, a um amigo que sofreu a perda de uma pessoa querida: “sinto muito” me soa muito distante e vago. E o que dizer sobre aquele frio na barriga que surge na primeira vez em que vemos uma pessoa que entorpece nossa língua, tolda nossos sentidos, faz nossos ouvidos zumbirem e os olhos se boquiabrirem?

Há palavras e expressões que perderam o sentido de tanto serem repetidas. Um exemplo: existe frase mais banalizada do que “eu te amo”, balbuciada por paqueras de micaretas com a mesma facilidade com que Pedro Bial chamava os participantes de um reality show como o Big Brother Brasil de “heróis”? Sábios eram os gregos, que possuíam quatro verbos para falar em amar: erao, ligado estritamente ao amor erótico; filéo, o amor de amizade, de querer bem ao outro, de gostar; agapao, o amor ligado à satisfação de um desejo; e, finalmente, stergo, o amor cujo impulso básico é a proteção do outro. Um amor como a dos pais por seus filhos; galinha protegendo pintinhos sob suas asas.

* * *

Recomendo fortemente a leitura de “O Desejo“, obra que compila diversas conferências sobre o assunto do título, organizada pelo filósofo Adauto Novaes e publicada pela Companhia das Letras. Todos os textos são fascinantes, mas há um em especial que me marcou desde a primeira leitura, e que gerou em mim o interesse pela etimologia. Trata-se de “Os Caminhos do Desejo“, escrito pelo filólogo Flavio Di Giorgi; um artigo delicioso e muitíssimo bem-humorado, no qual ele relata as origens etimológicas da palavra “desejo”. Que é proveniente do verbo latino desiderare, que por sua vez descende da palavra sidus, “estrela”. Segundo a explicação de Di Giorgi, desiderare vem da linguagem dos adivinhos que tentavam interpretar o futuro em Roma, observando os astros em busca de pistas sobre o que haveria de acontecer. O ato de contemplar os astros chamava-se considerare, palavra que deu origem ao português “considerar” (ou seja, observar as estrelas e a partir delas extrair uma conclusão sobre os eventos futuros).

No entanto, e pra quem está desesperado de tudo, feito eu depois que vejo meu extrato bancário? Aí os romanos recomendavam ao pobre coitado vislumbrar as estrelas em busca de algum alento. Mas o sujeito, desanimado da vida, dizia: “não adianta, estou perdido“. Isso era desiderare: “desistir dos astros”. Provém daí a significação do verbo “desejar”: ter a certeza da ausência. Não tenho o que quero ou preciso, e por isso desisto de especular sobre o futuro. Tenho a consciência de que não possuo o que quero, e passo a tomar a atitude que me resta: desejar, porque passo a ter a certeza da ausência daquilo que não tenho. Reconheço a ausência, desencano de ficar mirando os astros, e sonho com a busca daquilo que me falta. Orbito, portanto, sob a esfera do desejo.

Fala sério: depois de uma explicação tão bonita, dá ou não vontade de passar a vida inteira estudando etimologia em busca de respostas como essas?

* * *

The Meaning of Liff, por Douglas Adams e John Lloyd.P.S. 1: Dois ótimos textos foram indicados nos comentários deste post. O primeiro, “Significado Das Coisas“, é uma relação de neologismos cunhados por Alexandre Nix, inspirada no livro “The Meaning of Liff“, da dupla Douglas Adams (sim, é ele mesmo!) e John Lloyd. Segundo a dupla Adams & Lloyd, tal livro surgiu devido ao fato de que existem centenas de experiências em comum, sentimentos e situações que todos nós somos capazes de reconhecer, mas para as quais não existem ainda palavras que as descrevam.

Pois bem, Nix inspirou-se em “The Meaning of Liff” e cunhou alguns termos novos para a língua portuguesa. Dois ótimos exemplos:

ANEDOMAR (verbo) - Lembrar que conhece a piada que está sendo contada, não interromper o orador e fingir achar ainda graça.

PRESENGO (substantivo) - Presente que você quer jogar fora, vender, dar ou trocar, mas não pode porque é presente de alguém especial, que se magoaria com o ato.

Nix aceita mais contribuições. Eu também.

P.S. 2: A outra indicação deixada nos comentários foi deixada pelo meu leitor Junior, que recomenda o post “Aprendendo com o silêncio de Bashô“, do meu camarada e professor de culinária Gustavo Weber. Nele, Weber faz uma citação do filósofo taoísta Chuang Tse, que afirmou: “A rede de peixe existe por causa do peixe; uma vez que pegar o peixe, esqueça a rede. A armadilha para coelhos existe para pegar o coelho; uma vez que o pegá-lo, esqueça a armadilha. As palavras existem pelo sentido; uma vez que conseguir o sentido, esqueça a palavra. Onde posso encontrar um homem que esqueceu as palavras, para que possa trocar uma palavra com ele?

P.S. 3: A respeito da origem etimológica da palavra “canguru”, a leitora Marcia M lembra que o dicionário Aurélio afirma que ela teria surgido a partir de uma expressão que efetivamente significaria “não sei”. Porém, segundo a Wikipedia, o vernáculo “canguru” é oriunda da palavra gangurru, falada em um dialeto aborígene australiano, Guugu Yimidhirr, utilizada para se referir a uma espécie cinza de canguru. Sobre o tema, recomendo ainda a leitura do artigo “Canguru - Falsas Etimologias“, de Cláudio Moreno.

P.S. 4: A convite da Luiza Voll, tive a honra de ser o primeiro convidado de uma seção nova do Favoritos falando de um de meus sites prediletos. Valeu, Luiza! ;)

Pense Nisso!
Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista, consultor de projetos de comunicação digital, japaraguaio, cínico cênico, poeta bissexto, air drummer, fã de Cortázar, Cabral, Mizoguchi, Gaiman e Hitchcock, torcedor do Guarani Futebol Clube, leonino e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos, não necessariamente nesta ordem.

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Comentários do Blog

  • Pingback: 21 palavras e expressões incríveis de outros idiomas que dão inveja à língua portuguesa - Pensar Enlouquece, Pense Nisso

  • Rosane Paim

    Dá vontade, sim, de passar a vida toda estudando etimologia. Mas onde? Existe uma faculdade de etimologia no Brasil?
    Ou só cursos de pós-graduação? Não queria estudar online, queria um grupo com quem trocar idéias. Você poderia me indicar algum? Fui aluna do Flávio, na USP, e juro que foi uma das melhores coisas da minha vida. Não sei se foi ele quem me explicou a origem do verbo “cogitar”, linda: co (junto)+ ag (ovelhas)+ it (caminho), ou seja co-ag-itare era o ato de conduzir as ovelhinhas areebanhando-as para entrarem na mesma fila. Não é o que fazemos ao cogitar sobre algo?

    R: Pois é, Rosane. Desconheço cursos de etimologia no Brasil, o que é uma pena. A propósito, invejo você por ter tido a sorte de ter aulas com um professor como o Flávio. E agradeço por você me ensinar o origem etimológica de “cogitar”; um verdadeiro achado!

  • http://verssima.blogspot.com/ Vera Rolim

    Adoreiiiiiii suas explicações!
    Me sinto leve depois de lê-las!
    Parabéns Alexandre!

    R: Valeu, Vera! Obrigado pelo comentário gentil. :D

  • Lua

    Certa vez chamei meu irmãozinho de “abuzedo”, mistura de “abusado” com “azedo”. Foi podre essa, mas eu queria contribuir…

  • http://www.lalai.net lalai

    amei a Mamihlapinatapei… só nao consegui pronunciá-la! de qualquer forma ela deve ser útil em algumas ocasiões!! vou começar a treinar

  • Maria Luiza

    Simplesmente encantadora essa matéria.
    Eu sempre gosto de pesquisar a origem das palavras.E fico fascinada com a facilidade que algumas pessoas tem de escrever, é lindo o texto sobre ‘desidarare’, fui lendo,lendo, quase entrando no texto, é essa sensação que tenho quando leio algo bem escrito:ser engolida pelas palavras tal como um chantily envolvendo morangos…adorei!!

  • http://pequenascoisasetc.blogspot.com/ Gustavo Weber

    Mestre Ina,
    obrigado pela menção, só vi hoje, duas semanas depois - mea culpa. Fiquei todo prosa. E verso, no caso - tinha que rolar um trocadilho, tinha. :-)
    abração!!

  • Leandro

    Posso ouvir meu professor de Latim gritando com vc depois de ler esse post “Mas quem disse que o Latim morreu???”.
    Ele exagera um pouco às vezes, mas nesse caso teria razão: como vc mesmo disse as línguas vão incorporando novas palavras, modificando as antigas e se modificando de acordo com as necessidades da comunidade falante. E foi isso que aconteceu com o Latim: não morreu, apenas evoluiu para o Português, Francês, Espanhol…
    =)

  • http://locutorius,blogspot,com simone iwasso

    além de misteriosas, e arbitrárias, as palavras também são únicas - deve ser por isso que gosto tanto delas. ao contrário do que muita gente pensa, sinônimo quer dizer equivalência, não é outra palavra igual, apenas outra que pode ser usada no mesmo sentindo, em determinado contexto, o que é bem diferente. sem contar que são as palavras que nos fazem entender o mundo. vai ver por isso também nossa visão pode, muitas vezes, ser tão arbitrária…

  • http://terapiazero.blogspot.com anna v.

    Delícia de post. Lembrei de um livro chamado “Ser Feliz(R)”, lançado aqui pela Cia das Letras, cujos personagens trabalham numa editora. Fora a descrição hilária do mercado editorial, dois dos personagens têm uma brincadeirinha de procurar palavras em outras línguas que tenham um significado muito específico, como “mokita”, que na Nova Guiné é a palavra para “a verdade que ninguém diz”. Existe, de verdade, um livro só com essas palavras, se chama “They Have a Word For It”.

  • http://www.tipos.com.br rodrigo moraes

    no jornal hoje, alguns anos atrás, rolou o assunto sobre a palavra “canguru”:
    sandra annemberg para evaristo costa: “Evaristo, você sabe o que significa canguru?”
    evarisco costa: “Não sei.”
    sandra annemberg: “Acertou!”
    juro que eu vi isso.

  • http://www.blogar.com.br enio

    Sempre achei que etimologia é a palavra mais bem resolvida da língua portuguesa.
    Rola uma epifania linguística em mim pensar no significado e condição dela, saca?
    Abraços!

  • Débora

    Vc deve receber esse tipo de mensagem o tempo todo, mas eu adoro o seu blog. Sempre que posso dou uma passada por aqui para ver se ja está atualizado.

    Adorei em especial esse ultimo post porque tenho um amor às palavras, a metalinguagem. A palavra pela palavra eu acho extremamente sedutor! rs Posso ser uma louca, mas adoro essas questões idiomaticas, curiosidades da Lingua.

    Tenha um otima noite e continue nessa inspiração!

    Obrigado, Débora. Pra mim é valioso receber o feedback dos leitores, e por isso valorizo tanto os comentários deixados aqui. Não respondo a todos um por um por falta de tempo, mas seleciono alguns na medida do possível, principalmente daqueles que não têm blogs ainda. Um abraço!

  • Anna

    Vc é muito bom mesmo.Inclusive pra indicar blogs.Fui até o blog do Weber e achei muito bom o post dele do dia l7 de abril.Não pude comentar porque a internet deu “tilte”

  • regina

    Minha família “criou”a palavra merdança, uma herança genética da pior qualidade….

  • http://www.despropaganda.zip.net Bruno Motta

    Meu Deus, isso não é um post, é um almanaque.

    Tenho um amigo, que também é comediante stand up - o Fábio Porchat - que tem um texto reclamando ‘por que diabos tem palavras que significam duas coisas diferentes? Tem tantas palavras que nao foram inventadas ainda!”

    Falando em Stand Up, eu tinha que comentar que esse video do Kevin Smith ai do lado é um pérolazinha, hein?

    Valeu!

    http://www.despropaganda.zip.net

    Ótima sacada do seu amigo, Bruno. E a palestra do Kevin Smith é uma verdadeira performance de stand-up comedy, não? Um abraço!

  • http://www.sampaist.com Renata Honorato

    Ah, viciante, nao?
    Beijao

    Vício mesmo é ler blogs durante uma viagem a Londres, Ms. Honorato! ;) Um beijão!

  • http://www.lauravive.blogspot.com laura

    Adorei seu post.
    Adorei saber que existe um palavra para o que sinto:
    Razbliuto,
    maravilha!
    preciso aprender a dizer isto. Vou recomendar seu texto.
    Tks, Bj Laura

  • http://www.unsettled-thoughts.com/weblog *Lusinha*

    Só para deixar registrado que li o seu texto e que gostei de verdade dele…
    Agora tenho ir ali conferir os outros links… E ver se consigo inventar algumas palavras???
    E não estamos a fazer isso todos os dias? Eu, pelo menos, faço. :p
    Bjitos!

  • Mário B.

    Eu também sempre gostei do assunto…tanto que até hoje lembro do dia em que li numa revista que “hipopótamo” quer dizer “cavalo do rio” :D
    Já devem ter dito aqui, e eu repito, do livro “A Casa da Mãe Joana” (vol. 1 e 2), que trata só de etimologia - palavras, expressões e marcas. Vale mesmo a pena. (Diferente do “Mas Será o Benedito?” do Mário Prata, que ainda deve achar que é escritor… humor da pior qualidade).
    Ah sim, também tem que falar no Millôr Fernandes (já que ele, maravilhado, descobriu que de Milton se chamava mesmo Millôr), que foi o primeiro a escrever uísque e brigar com os revisores que mudavam pra whisky - e mesmo assim sempre foi um dos maiores defensores de que “a língua depende do povo, e não o contrário”, brigando com as regras gramaticais bobas.
    “Last but not least” (uhu!)lembrei que tem mais uma palavra pra incluir aí na lista de importação: Schadenfreude, do alemão, que significa o sentimento de alegria pela desgraça alheia. Quer coisa mais humana que isso?

  • Laise

    ESPETACULAR!!!
    ADOREI SABER SOBRE 4 VERBOS GREGOS PARA “AMAR”.
    PENSAR ENLOUQUECE É SEMPRE CULTURA!RS
    PARABÉNS PELO BLOG!!
    BEIJOS!

  • http://www.chinfra.blogger.com.br Serbão

    rapaz, essa história do canguru me lembrou minhas aulas de Ciências. meu livro tinha até uma HQ contando a história do escorbuto e do beribéri. os marinheiros tinham uma dieta pobre em vitaminas, caíam doentes, e quando eram mandados pra fazer o serviço respondiam :”beri beri” que queria dizer “não posso” numa dssas línguas aí…

  • http://www.palavriando.blog-se.com.br Rafael Coelho

    Olá Inagaki!
    Parabéns pelo blog e pelas palavras. É de extrema importância termos pessoas na sociedade que usam de inteligência e senso de humor para levar informação às pessoas. Um abraço!

  • http://acaua.wordpress.com/ Acauã B.

    você tornou a escrever sobre o “Khan ghu ru”, mas não escreveu nem mais uma linha para explicar o pobre “cavalo d’água”…

    Oras, Acauã, não foi preciso. Os comentários já trataram de complementar e enriquecer o conteúdo deste post.

  • Dri

    O amor “agapao” na realidade significa um amor baseado em princípios, amor abnegado, amor ao próximo, mesmo que este nos seja um desconhecido, amor altruísta.

  • http://www.amenidadesebobajadas.blogspot.com Daniel F. Silva

    Grande texto, pois a etimologia é um estudo fascinante em todos os aspectos. Principalmente quando temos a oportunidade de inventar novas palavras para nosso idioma. Isso promete ser bem divertido. Tomara que tenhamos grandes idéias.

  • http://www.dadivosa.com.br Dadivosa

    Ina, eu tenho essa coisa de me deixar seduzir pelas palavras e suas entranhas, principalmente aquelas que estão nos domínios da minha cozinha. Às vezes nem preciso investigar suas origens, só a sonoridade já me faz viajar. Assim como o seu texto, tão sedutor e saboroso.
    ;***

  • http://namesadeumbar.blogspot.com Meg

    Não posso te ajudar com as outras palavras, mas hipopótamo quer dizer “cavalo do rio”. Do latim Hippus: cavalo e Potamus: rio.
    beijo,
    Meg

    Obrigado pela informação! :D

  • Anônimo

    Até por uma questão empírica, “schadenfreude” é uma palavra que já devia constar no vocabulário brasileiro faz tempo.

  • http://bumerangue.pitas.com Vitor Diel

    Genial! :o)
    Adoro o blogue. Me divirto e aprendo. Abraços!

  • http://www.pingacombambu.blogspot.com marie.

    Olha, eu acho que é muito mais legal algumas sensações simplesmente não conseguirem ser expressas por palavras… :)
    beijo!

  • http://favoritos.wordpress.com/ Luiza Voll

    Valeu você, Inagaki! Todo mundo adorou. Um grande beijo, Luiza.

  • http://eugeniainthemeadow.blogspot.com Silvia Chueire

    São extremamente interessantes estas palavras de outras línguas para dizer algo que dizemos com muitas outras palavras na nossa. Sempre me fazem pensar no que as fez surgir. Que acontecimento ou soma de acontecimentos, que eventos alteradores de uma cultura determinaram o surgimento de certa palavra original, já que parece haver nas línguas um grupo comum de palavras, ao menos no Ocidente. Então parece-me inteligível pensar que saudade tenha surgido como consequência a uma certa tendencia à melancolia que os portugueses têm, somada às navegações. Gosto destas especulações e de saber o caminho que a língua percorreu. Ainda que às vezes ache um tanto sem graça despir de mistério o significante. : )
    Uma única pequena correção no que está escrito em relaçáo a desejar. O sujeito que deseja não sonha com a busca do que lhe falta. Ele busca o que lhe falta, tem um objeto e quer este objeto do seu desejo. Exatamente como vc dizia, ele saiu da inércia, de olhar as estrelas, para desejar : uma espécie de ação, ou de movimento na direção de.
    Um abraço,
    Silvia

  • http://blogmaisalem.blogspot.com/ Fabiano Camilo

    Caro Inagaki,

    não confie muito nas informações das livrarias virtuais. Às vezes, um livro foi reimpresso, mas continua constando como esgotado. Isso é muito comum na Cultura e no Submarino. O livro “O desejo” não está esgotado, muito menos fora de catálogo, como você pode conferir aqui.

    A propósito, você já leu “Civilização e barbárie“, também organizado pelo Adauto Novaes? Excelente:

    Abraços!

    Valeu pela correção, Fabiano. Dos livros organizados pelo Adauto Novaes li também “O Olhar” e “Os Sentidos da Paixão”. Um abraço!

  • http://www.superfluo.com.br Jot

    Comentário bem off-topic:

    “No entanto, e pra quem está desesperado de tudo, feito eu depois que vejo meu extrato bancário?”

    Quer que eu te dê de presente um CD com o Microsoft Money? É um programa muito bom pra você saber onde anda seu dinheiro (desde que você o use direitinho, é claro).
    Ou você ganha muito pouco ou em administração de recursos próprios você tem nota muito baixa, já que é o segundo post seguido que você lembra de suas contas a pagar. :)

    Grande abraço.

    Ôpa! Doações a fundo perdido são sempre bem-vindas em minha conta! :P

  • http://www.azaroseuquerida.wordpress.com ju

    a vida secreta das palavras…

  • http://grandeabobora.com marcus

    Apesar das quatro palavras gregas para designar o amor, acho que ainda falta uma palavra para designar o amor pelo cônjuge, aquele que amamos de forma erótica, cuja companhia e amizade prezamos, que satisfaz nossos desejos e que queremos bem, acima de tudo.

  • Mariângela de POA

    Querido Ina, este assunto daria um tratado aqui neste Rio Grande ,aliás, já deu, pois há tempos um dos maiores sucessos na nossa maravilhosa Feira do Livro é um Dicionário de Gauchês escrito por um professor da UFRGS,muito divertido e interessante.
    O gaúcho possui vocabulário próprio,expressões locais como tu bem sabes e utiliza no dia a dia palavras de gosto duvidoso para designar tantas coisas(como “cacetinho” para pão francês, etc..) assim como muitos termos que se misturam aos usados pelos hermanos vizinhos, enfim, aqui se formou um samba do crioulo doido!!Agora me antenei para saber a origem deste vocabuário tão particular.
    Beleza de texto, muitos beijinhos prá ti!

  • http://ideiasnajanela.blogspot.com Kandy

    Esse texto é bem a minha praia. Aprendi muito, obrigada! Mas senti falta de “a perda” no oitavo parágrafo… ou será que a omissão foi intencional, dando um perdido na perda? rs Eu gosto de estudar palavras e de trabalhar com elas. Acho tudo fascinante. A gente passa a entender mais um monte de coisas quando aprende de onde elas vêm. Parabéns pelo post! Bjos

    Kandy, nada como ter leitores atentos para fazer a revisão pela gente. Não foi omissão, e sim um lapso. Talvez inconscientemente intencional (Freud explica), vai saber. Mas já tratei de corrigir o post graças à sua observação. Obrigado! ;D

  • Marcia M

    Oi… Ei, tá no aurélio:
    Canguru:
    De uma língua australiana, na qual significa ‘não sei’, pelo ingl. ant. kangooroo, atual kangaroo, e do fr. kangouru.

    Marcia, o Houaiss também escreve algo similar, mas fazendo a ressalva do “talvez”:

    “Etimologia
    ing. kangaroo (1770) ‘id.’, em sua f.ant. kangooroo, de gangurru, de um idioma nativo da Austrália; JM e Nasc. narram que não há essa palavra nativa naquela região e que talvez a palavra em inglês tenha surgido de um equívoco do capitão Cook com relação às palavras nativas para ‘não sei’ ou ‘não entendi você’; f.hist. 1838 kangurús, 1838 kangurúzes”

  • http://www.buscarletras.com.br/ Alexandre Henrique

    Nossa, gosta muito desse blog, principalmente o Sloga “Pensar Enlouquece, Pense Nisso” kkkk
    parabéns….

  • Swamy

    Genial.
    genial.
    genial.
    genial.
    =]
    è isso.

  • http://requiemforadream-luiza.blogspot.com/ Luiza

    fooooooooodaaaaaaaaaaaa… simplesmente maravilhoso este canto!!

    posso adiciona.lo aos meus favoritos??

    beijos, Luiza

    :)

    Não carece de permissão, Luiza. ;) Beijo!

  • http://rosebud-nyc.blogspot.com Andréa N.

    Isso me lembrou um trecho daquela canção do Caetano:

    “Parafins, gatins, alphaluz, sexonhei da guerrapaz
    Ouraxé, palávoras, driz, okê, cris, espacial
    Projeitinho, imanso, ciumortevida, vivavid
    Lambetelho, frúturo, orgasmaravalha-me Logun
    Homenina nel paraís de felicidadania:
    Outras palavras”

    Beijo de domingão chuvoso

    Boa lembrança, Andréa. Eu, que sou fascinado por neologismos e, por conseqüência, pelos textos do Guimarães Rosa, gosto muito dessa letra do Caetano. Beijabraço pra ti!

  • Cíntia

    Alexandre,
    E você ainda se espanta de estar ao lado da Clarice na porta da minha geladeira??? Depois desse post nao deveria.
    Abraço e boa semana pra você

  • http://nightripping.com/nix/ Nix

    Já tinha visto isso? Já tem um tempo que coloquei no blog…

    http://nightripping.com/nix/?page_id=67

    Caro xará, esse teu post é tão bom que vai ser incluído no post!

  • http://www.rosebudeotreno.com Anderson

    Essa palavra que significa o ‘olhar nos olhos…’ viria a calhar em português, é simplesmente espetacular.

    Mas o que eu adoro pesquisar tbm são palavras feias: eu acho ‘fronha’ a pior palavra em qualquer língua. Mas ‘tigela’ e ‘birosca’ não ficam atrás hehe

    Obrigado pela citação e o link do ROSEBUD É O TRENÓ no seu site. Agora só falta a Angélica nos chamar pro ESTRELAS ;-)

    Abraços

    Anderson, prefiro um convite para passar uns dias na Ilha de Caras. Ao menos ganharíamos alguns badulaques de brindes. :D

  • Junior

    Explicação fascinante essa sobre a palavra desejar.
    Esse texto me fez lembrar de um texto escrito pelo teu amigo Gustavo Weber, falando sobre a dificil arte de traduzir em palavras o que vemos. Há uma citação que acho fenomenal.
    “A rede de peixe existe por causa do peixe; uma vez que pegar o peixe, esqueça a rede. A armadilha para coelhos existe para pegar o coelho; uma vez que o pegá-lo, esqueça a armadilha. As palavras existem pelo sentido; uma vez que conseguir o sentido, esqueça a palavra. Onde posso encontrar um homem que esqueceu as palavras, para que possa trocar uma palavra com ele?”

    Ótima dica, Junior. Valeu pelo link do meu camarada Gustavo!

  • Bear

    Etimologia é viciante, principalmente no que ela resgata do momento histórico onde a palavra foi cunhada. Eu adoro pensar, mesmo que possa não ser verdade, que o ato de jogar alguém pela janela tenha sido muito popular em algum momento da nossa história. Só isso justificaria terem criado uma palavra, defenestrar, para descrevê-lo mais facilmente.

Pense Nisso! Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.

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