Oscar 2012: palpites para os vencedores do Troféu Imprensa do cinema mundial
Por Alexandre Inagaki ≈ domingo, 26 de fevereiro de 2012
Seguem abaixo os meus palpites para a premiação de logo mais.
- Filme: O Artista. Apesar de ser uma intrusa produção francesa na festa do cinema americano, O Artista é uma ode ao cinema mudo e em P&B de Hollywood. Alguns analistas não descartam as chances de Histórias Cruzadas (que ganhou o prêmio de Melhor Elenco do sindicato dos atores) ou Os Descendentes receberem o Oscar principal por serem pratas da casa, mas não creio na hipótese dessa patriotada de última hora.
- Diretor: Michel Hazanavicius (O Artista). Embora Martin Scorsese tenha maior currículo, realizando um belo trabalho na direção de A Invenção de Hugo Cabret, Hazanavicius ganhou todos os prêmios mais importantes do ano, incluindo o BAFTA e o DGA Award. Os três demais concorrentes, Allen, Malick e Payne, têm tantas chances de vencer o Oscar deste ano quanto Tropa de Elite 2 tem de levar o de Filme Estrangeiro.
- Ator: Jean Dujardin (O Artista). Nesta categoria a briga será realmente boa. Creio que Dujardin leva a estatueta porque as premiações que ocorreram mais recentemente, como a do sindicato dos atores, premiaram o francês. Mas George Clooney, um querido da Academia que desde 2005 já foi indicado a 7 estatuetas (3 como Melhor Ator, 1 como Melhor Ator Coadjuvante, 1 por Melhor Roteiro Original, 1 por Melhor Roteiro Adaptado e 1 de Melhor Diretor), divide o favoritismo com Dujardin em uma porcentagem que eu chutaria ser de 51% x 49%, por sua atuação em Os Descendentes.
- Atriz: Viola Davis (Histórias Cruzadas). Outro páreo duro, desta vez entre Viola e Meryl Streep, que foi indicada por A Dama de Ferro. Mais uma vez, porém, vou me deixar levar pelos resultados do SAG Awards e apostar na vitória de Davis, que também ganhou o Critics’ Choice. Porém, se Meryl (que já fez por merecer receber outras estatuetas por suas atuações estupendas em As Pontes de Madison e O Diabo Veste Prada) for a oscarizada da noite, não será nenhuma surpresa ou injustiça.
- Ator Coadjuvante: Christopher Plummer (Toda Forma de Amor). Nesta categoria a Academia costuma premiar atores jovens promissores ou veteranos que há tempos fazem por merecer uma homenagem à sua carreira. Pois bem: chegou a vez de Plummer, o capitão Von Trapp de A Noviça Rebelde, receber o seu Oscar. Ele só perde a estatueta se Hollywood optar por outro decano das telas: Max von Sydow, ator sueco de filmes como O Sétimo Selo, O Exorcista e Hannah e Suas Irmãs.
- Atriz Coadjuvante: Octavia Spencer (Histórias Cruzadas). Taí um caso no qual a minha aposta não tem nada a ver com a minha torcida. Se dependesse de mim, o Oscar já teria lugar reservado na estante de Bérénice Bejo, magnífica em O Artista, e protagonista de uma das cenas do ano: quando ela entra no camarim do astro George Valentin e se enamora com uma das roupas dele. Mas não posso fugir do fato de que Spencer é a favorita destacada.
- Roteiro Original: Meia-Noite em Paris.
- Roteiro Adaptado: Os Descendentes.
- Filme Estrangeiro: A Separação. O reconhecimento deste filme iraniano é a maior barbada deste ano. Qualquer outro resultado que não seja este será uma zebra do mesmo porte do ano em que aquela porcaria chamada Crash ganhou de O Segredo de Brokeback Mountain.
- Longa de Animação: Rango. O favorito é este desenho animado, vencedor do Annie Awards, que foi dirigido pelo versátil Gore Verbinski, o mesmo de filmes como O Chamado e Piratas do Caribe. Pena que a Academia cometeu aqui a injustiça de não indicar Rio, de Carlos Saldanha, que só foi lembrado na categoria de Melhor Canção.
- Curta de Animação: The Fantastic Flying Books of Morris Lessmore . Clique aqui para visitar o site oficial deste curta, que conta a história de um lugar onde os livros têm vida. Seu principal concorrente é La Luna, produção da Pixar.
- Fotografia: A Árvore da Vida. Mesmo aqueles que acham os filmes de Terrence Malick tão emocionantes quanto discursos da TV Senado exibidos em slow motion precisam reconhecer que a fotografia de suas películas é excepcional. E não foi diferente com o trabalho feito pelo mexicano Emmanuel Lubezki, responsável pela fotografia sensacional de outros filmes como Filhos da Esperança.
- Montagem: O Artista.
- Direção de Arte: A Invenção de Hugo Cabret.
- Figurinos: A Invenção de Hugo Cabret.
- Maquiagem: A Dama de Ferro.
- Trilha Sonora: O Artista. Ludovic Bource deve ganhar, até porque seu trabalho ganhou maior destaque ao embalar as cenas de um filme mudo. Mas não se devem desprezar as chances de John Williams, indicado duplamente por As Aventuras de Tintin e Cavalo de Guerra.
- Canção: “Man or Muppet”, de Os Muppets. Embora minha torcida seja pelo representante brasileiro na disputa Carlinhos Brown vs Muppets, não creio que a música composta por Brown, Sérgio Mendes e Siedah Garrett (conhecida por ter dividido os vocais de “I Just Can’t Stop Loving You” com Michael Jackson) leve a melhor.
- Mixagem de Som: A Invenção de Hugo Cabret.
- Edição de Som: A Invenção de Hugo Cabret. Todo ano algum filme domina as premiações das categorias técnicas, e neste ano creio que a produção em 3D de Scorsese levará a melhor. Seriam prêmios mais do que justos.
- Efeitos Visuais: Planeta dos Macacos: A Origem.
- Documentário (longa-metragem): Undefeated.
- Documentário (curta-metragem): Saving Face. As categorias de documentários são aquelas em que o pessoal aproveita pra ir ao banheiro e pedir alguma bebida. Além de serem as categorias que costumam derrubar todo mundo nos bolões, são imprevisíveis porque seguem critérios que quase ninguém entende, não raro cometendo grandes injustiças. Em 2012, por exemplo, muitos reclamam da ausência de Senna, o belo documentário dirigido por Asif Kapadia, que ganhou dois prêmios BAFTA (o Oscar do cinema inglês), sobre a vida de Ayrton Senna. Meus palpites nessa categoria são baseados em sites especializados como Oscar Central, Indiewire e Tío Oscar.
P.S. 1: Costumo ir bem nessas previsões. Assim, faço uma pequena aposta boba: se alguém deixar nos comentários deste post previsões mais certeiras que a minha, ganhará uma sessão de cinema bancada por mim com direito a acompanhante, pipoca e refrigerante (em sala à sua escolha). Mas só valerão os palpites que forem deixados antes de começar a cerimônia da Academia, claro. Felipe Gaúcho, tudo bem que você deu copy-and-paste nos meus palpites e mudou só o chute de Melhor Atriz, mas, ok, tá valendo: entre em contato aê! :D
P.S. 2: No fim, acertei 19 de 23 palpites. Mas deveriam ter sido 24: esqueci da categoria de Melhor Curta-Metragem, na qual o vencedor foi “The Shore”. Vamos ver se ano que vem supero esse recorde pessoal.
Alexandre Inagaki
Alexandre Inagaki é jornalista, consultor de projetos de comunicação digital, japaraguaio, cínico cênico, poeta bissexto, air drummer, fã de Cortázar, Cabral, Mizoguchi, Gaiman e Hitchcock, torcedor do Guarani Futebol Clube, leonino e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos, não necessariamente nesta ordem.
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