O primeiro livro que li na vida
Por Alexandre Inagaki ≈ quarta-feira, 30 de junho de 2010
Volta e meia surge algum pretexto pra que a gente pegue o pano úmido da memória e remova a camada de pó que já cobriu certas lembranças. E foi assim que comecei a resgatar a época na qual eu chamava minhas professoras de “tias”. Eu devia ter uns 5 ou 6 anos de idade, e cursava o 1o. ano do primário no Colégio Raio de Sol, uma escola particular que ficava em frente ao estádio do Pacaembu.
A classe não tinha mais do que oito alunos. E, embora a maior parte das minhas reminiscências dessa época já tenha se dissipado feito poeira no vento, ainda me lembro dos nomes de alguns dos meus coleguinhas de classe: Ivo, Sumaya, Priscila (minha primeira paixão platônica, da época em que eu sequer imaginava o que significava essa expressão), Richard, Roberta. Mas já me esqueci dos sobrenomes; ou seja, não conseguirei reencontrá-los no Orkut. Quanto ao colégio, eu sei que já não existe mais (ah, a inexorável passagem dos anos).
Mas enfim, tergiverso, tergiverso e quase fujo do assunto deste post. Foi a tia Marta, minha primeira professora, quem me deu o primeiro livro que li na minha vida: A Margarida Friorenta.
Em meio ao Triângulo das Bermudas do meu quarto, em que objetos entram e desaparecem, provavelmente indo parar na mesma dimensão de tampas perdidas de canetas e guarda-chuvas esquecidos, não tenho a menor ideia de onde foi parar o livro. Não creio, porém, que tinha ido parar no lixo. Por bóbvios motivos sentimentais, meu exemplar de A Margarida Friorenta sobreviveu a diversas mudanças e faxinas ao longo dos anos. Era um volume fino, de pouco mais de 30 páginas. Sua história era singela: o drama de uma flor que à noite tremia e chorava de tanto frio que sentia. No fim, tudo acaba sendo resolvido graças ao carinho de uma menininha, que ao dar um beijo carinhoso na margarida faz com que o frio vá embora.
Ao pesquisar sobre A Margarida Friorenta na Web, me deparei com uma adaptação curiosa, produzida por algumas professoras, que aparentemente conclamaram seus alunos a lerem o texto de Fernanda Lopes e fazerem desenhos ilustrando a parábola. O vídeo, postado no YouTube, não é nenhuma obra-prima da dramaturgia audiovisual, mas é suficientemente curioso para ser embedado neste post.
Mais do que este livro, creio que foram as histórias em quadrinhos de Mauricio de Sousa e Carl Barks que me ensinaram a gostar de ler e, por osmose, de escrever. Contudo, nunca esqueci que A Margarida Friorenta foi o primeiro passo da minha vida de bibliófilo. E o primeiro tijolo das muitas Torres de Pisa de livros empilhados que fazem parte da paisagem zoneada do meu quarto.
P.S. 1: Este texto foi produzido a partir de uma proposta feita pela Flávia Durante de convidar outros blogueiros a prosearem sobre os primeiros livros que leram na vida. Para dar continuidade à brincadeira, convido: Alessandro Martins, Ana Carolina Moreno, Dani Arrais, Lu Monte e Marcos Donizetti.
P.S. 2: Ana Carolina, a.k.a. @anarina, já publicou seu post: “Meu primeiro livro”. Assim como Alessandro Martins, Flávia Penido, Luiz Pimentel e Lucia Malla, Bruno Pedrassani e Lis Comunello.
Alexandre Inagaki
Alexandre Inagaki é jornalista, consultor de projetos de comunicação digital, japaraguaio, cínico cênico, poeta bissexto, air drummer, fã de Cortázar, Cabral, Mizoguchi, Gaiman e Hitchcock, torcedor do Guarani Futebol Clube, leonino e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos, não necessariamente nesta ordem.
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