O dia em que Prince tocou Purple Rain em público pela primeira vez

Por Alexandre Inagakiquinta-feira, 21 de abril de 2016

3 de agosto de 1983. Naquele dia, Prince Rogers Nelson subiu ao palco do First Avenue, casa de espetáculos em Minneapolis, a fim de participar de um concerto beneficente para arrecadar fundos para o Teatro de Dança de Minnesota. Aquele show marcou a estreia de Wendy Melvoin como guitarrista da banda The Revolution, mas também entraria para a história por ter sido a primeira vez em que Prince apresentou pela primeira vez ao mundo a canção que se tornou o maior sucesso de sua carreira, fez parte da trilha sonora que lhe rendeu o Oscar de Melhor Trilha Original e foi considerada pelo site Pitchfork a melhor música dos anos 80. Não apenas dos anos 80, complemento: trata-se de uma das melhores de todos os tempos.

Infelizmente não sei quem foi a pessoa que editou o vídeo a seguir, uma jóia que, além de documentar a primeira performance de “Purple Rain”, ainda enriqueceu este registro histórico incluindo diversas observações sobre como ela foi gravada por engenheiros de som que, depois de algumas edições e mixagens, aproveitaram o registro do show imortalizando-a no álbum homônimo que foi lançado em 1984. Você perceberá, por exemplo, que nesta versão que dura 13 minutos há uma estrofe sobre dinheiro que acabou sendo cortada da gravação final. Mas enfim, nada melhor do que apreciar esta raridade.

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Tenho dois CDs de coletâneas com alguns de seus principais hits: “1999”, “When Doves Cry”, “Sign ‘o’ the Times”, “Raspberry Beret”, “Cream”, “Kiss”, “Little Red Corvette”, “Let’s Go Crazy”… Enfim, um pouco do melhor que a música produziu nos anos 80 e 90. Mas são CDs que há tempos acumulam pó: me mudei de mala e cuia para o mundo do iPod e seus arquivos mp3 e, depois, para o universo dos sites de streaming. E é uma pena constatar que há toda uma geração que pouco conhece sua obra, uma vez que, avesso à internet, Prince sistematicamente mandava remover todos os vídeos de suas músicas no YouTube. Além disso, seus maiores clássicos não estão no Spotify, no Deezer, na Apple Music. Sem recorrer aos métodos alternativos de praxe, só é possível ouvir online o melhor de Prince no Tidal, adquirindo uma assinatura por US$ 3,99 mensais.

De qualquer modo, como todo usuário razoavelmente curioso bem sabe, há sempre alguma maneira de encontrar suas músicas na internet. Não sei por quanto tempo os clipes a seguir estarão disponíveis online, mas espero que a molecada que só ouviu falar de Prince por causa de um episódio de Todo Mundo Odeia o Chris um dia tome conhecimento da grandeza da obra de um cantor, compositor e multi-instrumentista que faz jus a uma palavra que tem sido muito banalizada nos últimos anos, mas que se aplica perfeitamente a ele: gênio.

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Top 10 Prince

“Kiss” (1986)

“When Doves Cry” (1984)

“Sign ‘O’ The Times” (1987)

“I Wish U Heaven” (1988)

“Raspberry Beret” (1985)

“7” (1993)

“Little Red Corvette” (1983)

“Sexy MF” (1992)

“Batdance” (1989)

“Cream” (1991)

P.S.: Você está estranhando a ausência de músicas mais recentes gravadas por Prince de 1993 para cá? Pois é, taí um efeito colateral do fato de que, sem disponibilizar seus álbuns na internet, infelizmente conheço muito pouco do que ele produziu nos últimos tempos.

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Esta é a bela capa da revista New Yorker que circulará repercutindo a morte, aos 57 anos de idade, de Prince.

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Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista, consultor de projetos de comunicação digital, japaraguaio, cínico cênico, poeta bissexto, air drummer, fã de Cortázar, Cabral, Mizoguchi, Gaiman e Hitchcock, torcedor do Guarani Futebol Clube, leonino e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos, não necessariamente nesta ordem.

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Pense Nisso! Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.

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