Há 3 anos

Por Alexandre Inagakisexta-feira, 15 de maio de 2009

Três anos é o prazo após o qual cadáveres que estão em sepulturas individuais vão para covas coletivas, conforme procedimento padrão adotado nos cemitérios públicos de São Paulo. Arual Martins, promotor criminal que trabalha na zona Sul da capital, região que concentrou o maior número de casos no já distante mês de maio de 2006, declarou: “Qualquer apuração criminal, o tempo vai apagando e deixando tudo muito longe. À medida em que o tempo vai passando, tudo vai sumindo. A memória se perde.”

Há 3 anos, São Paulo sofreu a maior onda de ataques contra o Estado em toda a sua história. Tudo começou na noite da sexta-feira, dia 12 de maio de 2006. Cerca de 12 mil detidos foram liberados das cadeias, graças ao indulto concedido por causa do Dia das Mães. Muitos desses homens saíram com uma missão a cumprir: iniciar uma série de atentados, catalisados pela transferência de oito dos principais líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital), dentre eles Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, para a sede do DEIC (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado) em São Paulo, e depois para a penitenciária de segurança máxima em Presidente Bernardes.

Presos rebelaram-se nas cadeias, ônibus foram queimados, bancos e postos policiais foram metralhados. Mas o auge do pânico que assolou a incauta população paulista ocorreu na segunda-feira, dia 15 de maio, quando uma onda de boatos espalhou-se por São Paulo, amplificada pelos noticiários sensacionalistas na TV. Resultado: a maior cidade da América do Sul simplesmente parou. Escolas cancelaram aulas, o comércio fechou as portas, e-mails espalharam o boato de que haveria um “ataque de violência às 18 horas” e São Paulo foi tomada por um inusitado megacongestionamento no meio da tarde, com pessoas aflitas por chegar às suas casas. À noite, William Bonner apresentou o Jornal Nacional fora do estúdio, tendo a marginal do Rio Pinheiros ao fundo, entrevistando ao vivo Cláudio Lembo, governador de São Paulo na época. É um momento significativo: Bonner nitidamente mostra irritação com as respostas de Lembo, interrompendo e contestando as falas do governador em diversos momentos da entrevista.

No dia seguinte, ignorando as declarações apaziguadoras de Lembo, a cidade parou, conforme relatou Bob Fernandes na matéria “Eles venceram”. Em artigo publicado na Folha de S. Paulo no mesmo dia, o dramaturgo Mário Bortolotto desabafou ironicamente a respeito do toque de recolher autoinfligido pelos paulistanos: “Sacaram? Vocês que agora estão escondidos em suas casas, com medo de saírem às ruas pra tomar uma inocente cerveja ou pra ir a um cinema depois de um dia cansativo de trampo e pavor? Vocês sacaram que isso que vocês estão passando nesse momento é rotina nas favelas cariocas? O toque de recolher, o abaixar as portas, o rezar baixinho pra que ninguém ouça. Às vezes tão baixinho que nem Deus ouve. E a gente faz de conta que tá acontecendo longe daqui, num país distante de alguma fábula de terror. E agora você tá vendo os busões incendiados, as estações de metrô metralhadas, e você tá dentro do trem fantasma.”

Três anos se passaram. 63% dos assassinatos de civis ocorridos durante os dias 12 e 20 de maio de 2006 foram arquivados. Rodrigo Bertolotto, que fez uma excelente matéria resgatando os acontecimentos daqueles dias conturbados, entrevistou Domingos Pessoa, perueiro que trabalha na cidade de Guarulhos. Na época, Domingos havia montado uma lan house junto com Anderson, seu filho mais velho, que respondia em liberdade a uma acusação de roubo. No dia 17 um homem encapuzado invadiu a lan house procurando por Anderson. Após se identificar, o filho de Domingos levantou as mãos e pediu misercórdia. Foi ignorado; recebeu um tiro na queima-roupa e morreu, aos 24 anos de idade, deixando dois filhos. Seu algoz jamais foi identificado e provavelmente nunca será. Afirma Domingos: “A gente, que vive na periferia, exposto a tudo, tem garantia de quê? Só de Deus. Garantia de Deus.”

Sofremos uma miopia histórica e esquecemos rapidamente de acontecimentos que não poderiam cair no oblívio. Por causa disso, e movido por saber que em outubro estreará Salve Geral, o primeiro longa de ficção passado durante aqueles dias de maio de 2006, dirigido por Sérgio Rezende, comecei a escrever no Twitter uma série de posts com a hashtag #ha3anos. Muitos compartilharam lembranças sem sequer saber do contexto original, e por isso convidei alguns amigos blogueiros para escreverem, neste dia 15 de maio de 2009, textos resgatando o dia em que São Paulo parou, aproveitando também para discutir a segurança pública no país. Estes são os posts que já foram publicados sobre o assunto:

- Idelber Avelar - Três anos de uma matança e a falência de uma política de segurança

- Marcelo Soares - Três anos dos ataques do PCC: dois dias de caos, 170 mortes insolúveis e R$ 722 mil

- Danillo Ferreira - Ataques do PCC em São Paulo: 3 anos

- Orlando Tosetto Júnior - Eles não são uma espécie de solução

- Roger Franchini - 3 anos dos ataques do PCC

- Gabriela Franco - Toda forma de poder

- Luiz Biajoni - Há 3 anos, o terrível ataque do PCC e a mais terrível ainda postura do PFL

- Gabi Bianco - Há três anos…

- Rafael Pereira - “Há três anos”, o movimento pela memória de uma tragédia

- Flávia Penido - Há 3 anos tivemos toque de recolher

- André - O dia em que São Paulo parou

- Luma Rosa - Cobras e Lagartos

- Hugo Albuquerque - Reflexões sobre a Violência e a Criminalidade

- Mario AV - Três anos desde o terrorismo em SP

- Gabriela Silva - O terror continua à espreita

À medida em que novos textos sobre o tema #ha3anos forem sendo publicados, eles serão devidamente linkados neste post (deixe um comentário ou trackback para que eu publique seu link aqui). Participe! Afinal de contas, o assunto é importante demais para ser relegado ao esquecimento, voltando a ser debatido apenas quando algum ataque acontecer ao lado da sua casa.

Pense Nisso!
Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista, consultor de projetos de comunicação digital, japaraguaio, cínico cênico, poeta bissexto, air drummer, fã de Cortázar, Cabral, Mizoguchi, Gaiman e Hitchcock, torcedor do Guarani Futebol Clube, leonino e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos, não necessariamente nesta ordem.

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Comentários do Blog

  • http://www.sensualsexshop.com.br/ Luiz Pedro

    Foi da hora , o bonner fico mau indignado!

  • http://www.meusexshop.com/sex-shop.php Alexandre

    Cara, isso é muito foda, depois de 3 anos quer a reportagem que tu fez.

  • http://www.hipersexshop.com.br/ Nagata

    O mais absurdo é que o Lembo recusou ajuda federal por razões totalmente eleitoreiras (a campanha de Alckmin, lembram?). Ou seja, o povo poderia morrer a vontade, desde que não se colocasse azeitona na empada da concorrência.

  • http://mundobizarrohowbizarre.blogspot.com Josei

    Eu moro no interior de SP e lembro como se fosse ontem. Era dia 15 de maio de 2006, eu estava de saída para a faculdade, umas 18h e minha mãe veio até meu quarto com uma expressão de medo. Ela pediu para eu não sair de casa, porque estava muito perigoso. Na verdade, nada estava acontecendo na minha cidade, mas eram tantos boatos… O ônibus parou de circular às 21h, as aulas foram suspensas. Postei no meu blog e fiquei conversando sobre o “toque de recolher”. No dia 16, o dia em que SP parou, a nossa cidade estava com um clima estranho, mas já tinha voltado a funcionar. Dias depois, uns 2 ônibus, se não me engano, foram incendiados, e dá-lhe outro toque de recolher…

  • http://www.literaturacotidiana.com.br Paulo Cabelo

    O mais incrível é como a mídia pode fazer a cidade parar… Lembro que eu voltei para casa. Não fui para a faculdade à noite, pois meus pais ficaram me ligando e pedindo para eu ir para casa por conta dos ataques. Quando cheguei em casa, as imagens mais chocantes eram as da cidade deserta. Foi como o que se via nas favelas do Rio, porém, apenas em toda a cidade - uma das maiores do mundo… Agora como a mídia pode cobrar as medidas necessárias da polícia, da justiça e do governo sem fazer alarde, ou melhor, sem incitar os criminosos a uma nova onda (afinal, poder para isso o PCC ainda mantem…)de violência? É incrível também como a mídia “esqueceu” desse fato…

  • http://dishumor.twitter.com Dishumor Astúcio

    “Há 3 anos, São Paulo sofreu a maior onda de ataques contra o Estado em toda a sua história. Tudo começou na noite da sexta-feira, dia 12 de maio de 2006.” A onda de ataques contra a cidade de São Paulo começou muito antes, quando o paulistano depositou sua confiança em bandidos como José Serra e Geraldo Alckmin - Dishumor - http://dishumor.twitter.com

  • http://cinemagia.wordpress.com Tommy Beresford

    Infelizmente, no Rio, teremos #ha7anos (Tim Lopes, por exemplo), #ha1ano (o abandono da Cidade da Música) e, claro #ha1hora (eu “tentando ser assaltado” numa esquina da cidade…). Não sei mesmo o que ainda me empurra para tentar alimentar o mais dificil blog de todos os tempos… http://somenteboasnoticias.wordpress.com

    Um abraço ainda assim sempre esperançoso
    Tommy

    R: Caro Tommy, lembro que em certa ocasião houve um portal (se não me engano foi o iG) que resolveu dedicar um dia para destacar apenas notícias boas. A ideia parecia promissora, mas acabou sendo atropelada pela História: foi justamente o dia 11 de setembro de 2001…

  • anonimatus

    LLAMAMIENTO AL MUNDO
    Después de 50 años de cruel y nefasta dictadura, en donde leyes impuestas por el régimen Castrista han privado a los cubanos de los mas elementales derechos humanos como la libertad de expresión, sin medios para protestar y en medio de una BRUTAL represión; los Cubanos en el Exilio, unidos por el INTERNET y en nombre del Pueblo Cubano que no puede opinar ni manifestarse abiertamente, han decidido realizar un llamamiento general a todos los Internautas , a los medios de difusión y al Mundo en General para que exijan a la Dictadura Castrofamiliar que desgobierna en nuestro país y al cual tiene sumido en la más profunda miseria espiritual, humana y material lo siguiente:
    LIBERTAD DE TODOS LOS PRESOS POLITICOS
    LIBERTAD DE EXPRESION
    LIBERTAD PARA QUE TODOS LOS CUBANOS PUEDAN ENTRAR Y SALIR LIBREMENTE DE SU PAIS
    LIBERTAD PARA QUE TODOS LOS CUBANOS TENGAN ACCESO A INTERNET
    REALIZACION DE ELECCIONES LIBRES Y DEMOCRATICAS
    De igual forma pedimos a todos los medios de Prensa, Radio, y Televisión informen realmente al Mundo sobre la cruel realidad que vive hoy el Pueblo Cubano.

  • http://joelitondeto.blogspot.com/ Joeliton

    Olá….sou novo por aqui. Passei com um pouco de pressa, mas depois eu volto para ler tudo.
    Abraços…se puder visite o meu blog: http://joelitondeto.blogspot.com/

  • Lalinha

    Simpatia para emagrecer de Chico Xavier
    Quarta feira pela manhã coloque meio copo de agua , dentro dele o número de grãos de arroz correspondentes aos quilos que você deseja perder. Nao coloque grãos a mais do que você deseja,pois os quilos perdidos não são recuperados.
    A noite beba a água deixando os grãos de arroz, completando novamente com meio copo de água. Quinta feira pela manhã em jejum beba a água deixando os grãos de arroz, complentando novamente com meio copo de água.
    Sexta-feira pela manhã em jejum beba a água com os grãos de arroz junto.
    Obs: 1- Conserve o mesmo copo durante o processo, 2- Não faça regime pois a simpatia é infalivel, 3- Tire o número de cópias correspondente aos quilos que deseja perder 4- Começe na quarta feira após distribuir as cópias, 5- Publique na mesma semana .
    Boa Sorte

    R: Mas hein?! |-|

  • http://metamofosepensante.wordpress.com _Maga

    Muito bem lembrado. Eu não esqueço, esse triste fato ficou bem marcado para mim. Impressionou-me, ao mesmo tempo que não chegou a ser uma surpresa: todos esperavamos algum dia o apocalipse, e Sampa é uma cidade que as vezes parece anuncia-lo. Mesmo assim, não consigo aceitar ou esquecer. Para mim não parecia ter sido há tanto tempo.
    Gostaria de poder lembrar de Sampa como uma cidade florida e alegre. Lembro como uma cidade cinza e incendiada.

    E mesmo assim gosto dela.

    Um abraço
    (ao som de Sampa, na voz do gênio criador João Gilberto)

    R: Trilha sonora muito bem escolhida, Maga.

  • http://www.sovimpraescrever.blogspot.com Gabriela Silva

    Oi Alexandre, tudo bem? Gostei muito do seu blog, trata de assusntos interessantes que trazem a gente à reflexão.
    Achei muito interessante a sua proposta da coletividade e uma oportunidade ótima de pessoas do Brasil inteiro se comunicarem através de seus blogs.
    Inspirada por sua campanha, também postei a respeito o ataque do PCC em 2006 e conto uma história bem particular.
    Espero que goste do que escrevi, só não seja muito crítico, por estou inciando no mundo blogueiro (risos).
    Segue o link da postagem:
    http://sovimpraescrever.blogspot.com/2009/05/o-terror-continua-espreita.html

    R: Gabriela, obrigado por participar da blogagem com o seu relato. Post devidamente atualizado!

  • Daniel Simonov…

    Olá,

    são duas catástrofes: o poder que os grupos organizados detêm, e a apatia funérea do povo brasileiro.

    Mesmo morando em Curitiba, fui gravemente prejudicado pelos atentados…

    Naqueles dias, não pude ir para São Paulo visitar um parente querido que estava em estado grave. Infelizmente, nunca pude agradecer pela atenção, meu primeiro videogame e tantas lembranças boas. Meu fardo certamente foi menor do que de o de muita gente, mas ainda assim pesa.

    Agora, o que trás uma sombra de tensão, quase um arrepio, é constatar que os veículos de mídia simplesmente não citam mais o PCC. Soa estranho, não?

    Essa política faz alusão a uma criança que tapa os próprios olhos pensando que assim não poderemos a ver. Infelizmente, com o brasileiro-padrão essa tática funciona muito bem.

    Parabéns pela iniciativa.

  • http://isabellaviranoticia.blogspot.com isabella

    pois é, são paulo parou neste dia. são paulo só pensou no pcc durante semanas. medo, “toque de recolher”. e, de repente, sem mais nem menos, sem explicação, culpados ou medidas, este se tornou mais um fato. simples assim. como não é mais com a gente, é como se não fosse com gente. lamentável.
    parabéns pelo blog.

  • http://www.hotmastersound.com.br Durval

    É engraçado como tudo neste país tende ao esquecimento.

  • Ligia

    Sempre leio o blog, mas essa foi a única vez que tive desejo deixar algumas palavras: sou de Campinas e mesmo que aqui os ataques tenham menos força do que na capital, os boatos tbm foram muito fortes, causando pânico e uma mais cidade que parou. O que demonstrou a fragilidade e o individualismo em que vivemos.

  • Ronaldo Lomonaco Jr.

    Tratar os presidiários como humanos e não como uma sub-raça inferior aos cães ajudaria.

  • http://acobaia.blogspot.com Marcos Menezes

    Chocante.

  • André

    Esta que te passo vale a pena comentar em uma postagem específica: Maria Amelia López Soliño, uma das blogueiras mais velhas do mundo, faleceu aos 97 anos.
    Seu blog, A Mis 95 (http://amis95.blogspot.com/), foi premiado em 2007 com The Best of Blogs na categoria dos escritos em espanhol.

    R: Valeu pelo link e pela sugestão de pauta, André. Confesso, porém, que não li o blog da Maria Amelia.

  • http://marioav.blogspot.com Mario Amaya

    Demorou mas está aqui:
    http://marioav.blogspot.com/2009/05/tres-anos-desde-o-terrorismo-em-sp.html

    R: Obrigado, Mario. Seu post é tão fundamental quanto o relato fotográfico que você publicou no dia 15 de maio de 2006.

  • Elisa

    Bom.. é a primeira vez q eu leio este blog e fiquei impressionada..
    Amei tanto q acho q já viciei! estou a mais d 1 hrs lendo td q vc escreveu aqui! rs

    Bom.. a respeito deste post..
    Eu tremo só d lembrar destes “atentados”
    Me lembro bem q eu estava voltando da escola e de repente vejo uns 6 carros d policia passando com os policiais segurando suas armas apontadas por fora da janela. Foi assustador.

    É tão triste pensar que estas coisas só acontecem por causa da população que fecha seus olhos pras coisas que acontecem no proprio país. Se todos passasem a se importar e exigir mudanças, tudo poderia ser diferente.

    R: Obrigado pelo seu relato, Elisa. Ah, e pela leitura do blog. B)

  • http://www.antenacombombril.blogspot.com Tuca

    Que grande incentivo à memória! Pena por se tratar de um tema tão trágico, mas cobrar e deixar essa política do esquecimento é um grande, grande passo. Eu me lembro!

  • pac

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  • http://www.descurvo.blogspot.com Hugo Albuquerque

    Obrigado pelo link, Alexandre.

  • http://vozativa2.blogspot.com/ lugirão

    Eu lembro muito bem … foi assustador, o pior ´e ver a cada dia cenas de violencia e muitas vezes numa total inversão de valores. Dias desses vi que a população de bairro(comunidade), em protesto pela prisão de um traficante, queimaram onibus , causando transtornos e quase uma tragédia, já que o fogo chegou próximo a um posto de gasolina. E se engana quem acha que estando longe dos grandes centros está livre de ser vítima de eventos desse tipo… a violência veio para ficar e o pior para governar nossas vidas, nos torando reféns… muito triste.
    Parabéns por resgatar esse triste fato, para que não caia no esquecimento.

  • carlos roberto de oliveira

    Muito boa a iniciativa! Eu lembro, desta história, um fato espantoso: um soldado foi morto na zona norte de São Paulo. Atribuíram ao PCC. Depois, descobriu-se que foram os próprios colegas que o mataram. Já estavam planejando, mas aproveitaram para colocar a culpa no PCC. Que fim levaram estes caras?

  • André

    Naquele dia, eu voltava para minha casa pelas 20 h. A pé, claro, pois não havia um ônibus sequer na rua.
    Na avenida São João, vejo à minha frente um Tempra bater na traseira de um Corsa Classic de praça. Até ai tudo bem, pois acidente de trânsito é normal. Anormal foi a reação do cara que deu a batida: virou o volante para a esquerda, ultrapassou o táxi e saiu à toda. Logo um monte de viaturas da PM saiu no encalço do cara. No mínimo havia raspado perna de passarinho com gilete, no máximo era o próprio Marcola.
    Andei nas ruas naquele dia, voltando para minha casa. Não se via vivalma. Tanto não se via vivalma que sequer vivalmas sebosas estavam na rua. Parecia um daqueles cenários apocalípticos.
    Até hoje fico com medo daquilo que vi. Fui a única pessoa em um monte de quarteirões do trajeto entre o lugar onde fazia um frila e minha casa. Isso fora o show de horror testemunhado à minha frente.
    Tudo bem que dependendo de quem eu contasse esse episódio, diriam que isso não se compara a outros episódios. Em meu ambiente familiar, uma das agregadas nasceu em Angola e fugiu daquele país quando da guerra de independência. Chegou a ver gente ser metralhada na frente dela e para ela, andar pelo centrão da cidade é coisa simples e pacífica. Sabe até como agir com dimenós e assemelhados. E pelo que sei, nunca foi assaltada.
    De minha parte, fico pensando se a tal história de “vítimas da sociedade” acabou não se tornando, mesmo que quem proferiu tal coisa não tenha tido essa intenção e passou a ser mesmo que a contragosto inocente útil na história, uma espécie de discurso que a própria bandidagem usa para tentar se legitimar. Para quem não está atento, passaria como justificativa convincente, mas quem está atento sabe que é tão verdadeiro quanto o “estamos exercendo nossas liberdades de expressão e imprensa e quem disser qualquer coisa contra é um ditador ou apoiador de regimes totalitários” que a mídia ama usar em CTRL+C, CTRL+V para querer justificar quando é pega de calças curtas fazendo alguma canalhice que beneficia a alguns poderosos amiguinhos dela.
    Depois desse dia, e de também ver episódios como o do assassinato do menino João Hélio (que os “coitadinhos” compararam a um boneco de judas) e do rebu em Paraisópolis (em que quebraram e incendiaram apenas e tão somente carros de pessoas com certeza mais, e talvez bem mais, pobres que qualquer daqueles que praticava os atos), criei em minha mente uma total barreira para não ser permeado por essas alegações de vítima da sociedade, más companhias, família desestruturada e outras. Uma das pessoa mais bondosas e puras de coração que conheci, infelizmente não mais entre nós, era pobre, filho de um pai alcoólatra e de uma mãe esquizofrênica (e pense no que era esse fardo nos tempos em que os tratamentos de ambas as coisas tinham tratamentos bem precários), morava perto de um lugar que só tinha bandido e drogado e nunca sentiu qualquer vontade de trilhar qualquer dos dois caminhos que teoricamente diriam que ele deveria trilhar porque daria glamour no ambiente em que vivia. Resolveu fazer como qualquer pessoa normal: trabalhar. Casou-se, tornou-se pai de dois filhos, deu um duro danado para que estudassem e entrassem na faculdade, viu os dois se formarem (e hoje trabalharem em cargos de alto gabarito) e pôde morrer conhecendo ao menos um dos netos. E olha que ele saiu de um lugar meio precário e foi morar em outro que também tem umas bandas precárias e bandidagem bem ativa (e pense na bandidagem bem ativa como algo muito além de um simples batedor de carteira de alta atividade). Um de meus melhores amigos viveu a vida inteira dele em bairros periféricos e sempre foi cidadão de bem. Viciou-se em maconha, é verdade, mas isso aconteceu quando ele estava bem longe da perifa que não o viu nascer mas o acolheu desde criancinha, distante de qualquer ambiente limítrofe. O cara hoje está muito bem (não financeiramente, ainda que não passe fome nem esteja devendo a banco e credores), é inteligentíssimo e das poucas pessoas que conheço com quem posso conversar sem sentir um brutal desnível intelectual entre mim e quem interlocuta, a ponto de após a última vez que conversei com ele, todo meu redor subitamente pareceu extremamente fútil. E toda a família dele seguiu “o caminho do bem” (Tim Maia). Todos têm curso superior, seja concluído, seja em curso, mandam bem em suas áreas e agem como se tivessem esquecido de avisar que eles são de periferia.
    Por respeito a eles e a tantas outras pessoas que nasceram em ambientes precários, mas hoje dão dez por aí, é que não posso sequer considerar que bandido seja vítima da sociedade. Eram isso os caras que queimaram o índio? Claro que não. Isso para não voltarmos ao exemplo do rebu de Paraisópolis anteriormente dito.
    Assim como há gente ruim em altos estratos financeiros, também existe nos mais baixos, e em proporções incrivelmente parecidas. Há gente ruim onde trabalhamos (e talvez alguns estejam lendo este comentário no presente momento), em nossos círculos sociais, em nossas famílias e por aí vai. Assim como um litro de óleo de cozinha contamina um milhão de litros de água, esses baixos percentuais são capazes de contaminar ambientes bem grandes.
    O grande lance é não gerar cenário que facilite a expressão de tal característica. E só mesmo alguém muito baguá ou de má-fé para dizer que eu estaria sendo defensor de regimes de exceção, tortura ou coisas do tipo.

  • Pedro

    Olá Alexandre, tudo bem?

    Está rolando um concurso no YouTube (Cannes Young Lions Ad Contest). Pessoas do mundo inteiro tiveram 48 horas para criar um filme para uma ONG que luta por medidas governamentais mais enfáticas em relação ao aquecimento global (Oxfam).

    Foram mais de 1400 videos inscritos. Se puder, peço que assista ao meu vídeo:

    http://www.youtube.com/watch?v=KrWwOcsMRrI

    Nele, todas as pessoas assinaram utilizando um lápis crayon, remetendo às crianças e ao futuro delas no nosso planeta.

    Se puder me dar uma força, entra, vota, comenta. Um dos critérios de avaliação para definir o vencedor é o número de views: se gostar, publique no blog. Assim você ajudaria um brasileiro a vencer o concurso.

    Grande abraço.
    Pedro Araujo

  • http://www.fisica.ufpb.br Thiago Araujo

    Duas coisas, uma frase e um vídeo:

    “Only a crisis, actual or perceived produces real change.” - Milton Friedman

  • http://www.atelierdosofa.com.br/ Cinthya

    concordo com o lancaster, isso n passa batido de jeito nenhum!!!
    genteee, deem uma olhada nesse site aki, mt fera o design dele:
    http://www.atelierdosofa.com.br/
    desenvolvido pela (namp.com.br)

  • http://iara-alencar.blogspot.com/ Iara Alencar

    Na verdade eu não lembrava disso mais :( :( .

  • http://neidematsumoto.zip.net Neide Matsumoto

    Ina,estou de blog novo,ainda engatinho para dominar a coisa;já consigo colocar fotos mas os vídeos ainda saem com indicação,não sei colocar só o vídeo.
    Espero sua visita por lá.
    Bjs e boa semana.

    R: Neide, é bom vê-la de volta à blogosfera. Mas reitero o comentário que deixei: por que usar zip.net em vez do Blogger ou do WordPress?? Um abraço!

  • http://www.descurvo.blogspot.com Hugo Albuquerque

    Alexandre, Publiquei um post a respeito do tema:

    http://descurvo.blogspot.com/2009/05/reflexoes-sobre-violencia-e.html

    Dê uma olhadinha se lhe interessar.

    abraços

    R: Valeu, Hugo. Atualizei o post com um link para o seu blog.

  • http://luzdeluma.blogspot.com/2009/05/cobras-e-lagartos.html Luz de Luma, Yes party!

    Cobras e Lagartos
    Antes de toda essa tragédia em São Paulo acontecer, autoridades de todo o país passavam o tempo negando à sociedade que existissem em curso ações de crimes organizados e para tanto, passavam o tempo a discutir fórmulas com ênfase em serviços de intel…

  • Cristina

    Mudando um pouco de assunto, estou precisando da ajuda de vocês. Meu namorado fez um video que está concorrendo em Cannes e precisa ter um número mínimo de acessos para estar entre os finalistas. Quem puder fazer a gentileza de assistir:

    http://www.youtube.com/watch?v=9bJyNqb7dG8

    Desde já, agradeço.

  • http://abordagempolicial.com Danillo Ferreira

    Inagaki, parabéns pela iniciativa. Um evento como os ataques que o Primeiro Comando da Capital realizou em São Paulo é perverso e paradoxal. Perverso porque atinge vidas, bens, integridades físicas e psicológicas de pessoas. É um tapa na cara da democracia e do Estado de Direito.

    Por outro lado, um grande paradoxo é estabelecido: apesar do atentado à sociedade, isso serve para nos alertar, da pior maneira possível, do nível de caos que boa parcela do Brasil está submetida. Sair de casa com o risco iminente de ser morto: eis uma realidade comum em favelas e periferias do Brasil.

    Refletir sobre nossa anestesia diária, a omissão das autoridades e a inércia do povo brasileiro em relação à (in)segurança sempre é muito importante…

    Abraço!

    R: Danillo, obrigado pela participação na blogagem, e por este comentário com uma reflexão fundamental a respeito das lições que a sociedade brasileira deveria assimilar após os ataques de 2006. Um abração!

  • Germano

    - Política suja foi o que aconteceu no episódio do ataque do PCC, em maio de 2006, de um lado o PT do governo federal oferecendo ajuda, do outro o PSDB no governo estadual negando essa ajuda, é muito evidente, tá na cara que Lembo foi instruido pelo partido para não aceitar tal ajuda, e o povo? bem o povo só serve para voto.

  • http://www.urbanamente.net Ana Paula

    Ina, mais um parabéns pela sua iniciativa. Excepcional mesmo, eu li o texto, que acho, sinceramente, que devia ser replicado e divulgado muito mais, e confesso que, ao ler os comentários, em muitos momentos me emocionei de verdade.
    Aqui no Rio, como vc disse, a gente vê isso de vez em quando, mas esse dia em São Paulo tomou uma proporção assustadora, pelas dimensões do ataque, pela cidade em si, tão grande e poderosa, pelos sintomas pavorosos do medo e sobretudo, pelo descaso das autoridades.
    É um momento que não deve mesmo ser esquecido, não apenas para honrar os que morreram ou para reviver a dor e o pânico, mas porque suas lições estão muito longe de terem sido aprendidas.

  • http://odia.terra.com.br/blog/digitais/index.asp Marlos Mendes

    Inagaki,
    Parabéns pela iniciativa, aliás muito bem articulada.

    Estava em São Paulo nesse dia para um evento e me espantei com as ruas vazias. Andei por boa parte da cidade com um amigo paulistano e não vi nada de extraordinário, exceto ruas vazias. Foi um toque de recolher espontâneo, e por isso mesmo, preocupante. A julgar pela coletiva de autoridades que vi pela TV, em tom severo, também não sairia dali do hotel. Só saí porque o tal amigo garantiu que aquilo não fazia sentido, as pessoas tinham perdido a razão.

    Pensei melhor e concordei. Afinal, o que chamamos de crime organizado e muito menos organizado do que acreditamos. Lançar coquetéis molotov em caixas eletrônicos e delegacias de madrugada não requer nenhuma estratégia militar ou de guerrilha. Dois homens numa moto e uma garrafa de combustível bastam para dar conta do recado. Cresceu o número de crimes no período? Claro. Quando se coloca na rua 12 mil criminosos de uma só vez, é de se esperar que eles tenham contas a acertar e aproveitem a oportunidade, como no caso do infeliz da lan house. E que bandidos em liberdade usem o clima de terror para espalhar ainda mais o terror.

    Esse clima de terror se deve em grande parte à imprensa sensacionalista, como você ressaltou. A pergunta é: foram casos isolados ou articulados? Não dá para dizer que foram isolados, assim como não dá para dizer que faziam parte de uma estratégia articulada. Mas pode-se afirmar que se a TV fica insistindo e buzinando que a cidade foi tomada por criminosos e que o PCC vai matar a todos, é provável que boa parte da audiência entre em pânico e fique em casa.

    Claudio Lembo foi um político de bastidores que se viu no meio do tiroteio e acabou servindo de bode expiatório. Naquela situação, depois de controladas as rebeliões, nenhum político aceitaria, em meio à campanha, ajuda federal, leia-se Exército e Guarda Nacional. Talvez se o governo federal e estadual fossem ocupados por aliados políticos. Questionável? Talvez. Vale lembrar que militar não tem obrigação nem é treinado para cumprir papel de polícia. Militar entra em cena para ocupar território e matar antes de prender.

    Bem menos questionável é que a presença de tropas federais daria ainda maior dimensão ao fato, serviria no fim das contas apenas para engrandecer o chamado crime organizado em nome de uma tranquilidade provisória para a população. E depois? Novos boatos e mais tropas na rua? Permitir que boatos gerem um estado de sítio não é o melhor caminho para a sociedade viver em paz.

    Devemos aproveitar o episódio para discutir as leis que permitem o indulto indiscriminado a 12 mil presidiários. Quantos voltaram, aliás? Discutir por que 63% dos crimes foram arquivados, embora saibamos por intuição que a investigação policial é ineficiente, quer por falta de recursos ou de interesse.

    Para mim, a lição que fica é que cidadãos de bem não devem se deixar intimidar, mas devem buscar contribuir para resolver os problemas da cidade em que vivem e da sociedade da qual fazem parte, e isso vai desde não jogar papel no chão a escolher melhor seus governantes.

    R: Caro Marlos, obrigado pelo seu testemunho, que resgata as reações da população à “cultura do medo” e contextualiza o papel de Cláudio Lembo em meio aos acontecimentos daquele maio de 2006. []‘s!

  • http://tr.im/ppcc Leo Bragança

    Inagaki, iniciativa excelente. Eu estava em SP neste dia (sou do RJ), ali no Hyatt, cheguei a ver o Bonner gravando dos poucos andares ainda em construção da sede da Globo. Fiquei muito assustado com tudo aquilo, mas o que realmente assustou foi a preocupação do Lembo em deixar tudo no plano político: Dizer que nada estava acontecendo de errado, que tudo estava sob controle e não aceitar ajuda vinda de adversários políticos (o PT governista).

    É ótimo ver que nomes como o seu, de relevância na internet, usam isso a favor da informação, do buzz positivo. Parabéns e gde abraço!

  • http://thiagorsr.blogspot.com Thiago Rosa

    Talvez este foi o momento mais triste para o Estado de S. Paulo. Eu até hoje as histórias da turma que manda nos presídios de todo Estado. E eles ainda dominam as operações do jeito que eles querem. E isso porque? Porque este estado tem varias ilhas comandadas por gente que esquece de pensar no estado como todo. Enquanto os que estão lá em cima, não conseguem desenvolver linhas ou politicas de segurança e educação, que evitariam a chegada do estado de sitio em que vivemos em um passado recente. É isso.

  • http://quasecalado.blogspot.com/ F. Pigrizya

    Até hoje não foi ainda dada uma explicação a sociedade sobre o que aconteceu, e enquanto isso a memória falha vai falhando..

  • http://prasemprepitchula.blogspot.com Silvia

    Inagaki,
    E não é que eu já tinha esquecido…
    Eu nunca senti tanto medo, como o que senti naquele dia. Voltei do Hospital a pé até em casa, andei a Av. Paulista inteira e lembro perfeitamente a sensação de impotência, de indefesa. Horrível.
    Bjsss e bom fim de semana.

    R: Silvia, a última vez em que caminhei pela Avenida Paulista inteira a pé foi numa greve de ônibus que me fez andar até a Dr. Arnaldo. É triste a vida dos paulistanos que dependem de transporte público para se locomover…

  • Marilda Silva Costa

    Estou aqui somente para lhe dar os parabéns pela iniciativa da blogagem coletiva. Li o post do Idelber e lá estava indicado que a iniciativa havia partido de você.
    Todos sabemos da absoluta importância de não se perder a memória dos processos que, no final, fazem de nós, coletividade, o que somos.Principalmente, a memória de momentos dramáticos como estes que estão sendo lembrados tanto pelos blogueiros, como pelos que comentam.
    Abraço fraterno.
    Marilda

    R: Obrigado, Marilda. É sempre bom receber o comentário de uma professora por aqui. :D Um abraço!

  • http://www.ocomcopo.blogspot.com roberto ney

    Cara, é preciso resgatar esses fatos para que não caiam no esquecimento. O que ocorre é memória seletiva: uma tragédia vai substituindo a outra. Por isso dizem que o povo tem memória curta…
    Parabéns pela matéria e pelo blog tão bem escrito!
    abraço!

    R: Valeu pelas palavras, Roberto. Um abraço!

  • http://avoltadosquenaoforam.wordpress.com André

    Inagaki, atendendo ao seu pedido de postagem coletiva, fiz o texto “O dia em que São Paulo parou”. O link do texto é esse: http://avoltadosquenaoforam.wordpress.com/2009/05/15/o-dia-em-que-sao-paulo-parou/

    Abraço

    R: Valeu, André. Post devidamente atualizado!

  • http://samanthaabreu.blogspot.com Samantha Abreu

    Chega a ser engraçado…
    o ex governador parece falar com um bando de débil mental. A sensação que tenho é que ele fala isso achando que está num gabinete, com meia dúzia de elitistas sentados, concordado que os alarmes de suas casas já estão devidamente ativados. E que se dane o resto.
    Parece clichê, mas é bem pior.

  • http://ibest janaina teixeira

    A politica no nosso pais é ridicula!criam leis que beneficiam,presos??e os trabalhadores inocentes,e nossas crianças?os bandidos que lembrassem quem tem mãe,antes de cometerem crimes,depois de assassinatos,roubos…lembram que tem mãe?e saem com essa “disculpa”para cometerem mais crimes…somos palhaços?

  • Luiz Franco

    Vivemos, de fato, um estado democrático de direito. As pessoas tem que conhecer as leis do país e fazê-las cumprir.É a partir da ignorância pessoal e coletiva que se desenvolvem todas as nossas mazelas.

  • Iranildo Moura

    Ha tres(03) que terriveis marginais colocaram em panico maio Cidade da America do Sul, isto é uma vergonha para nosso País. Sem comnado e atituder para conter esses pé-de-chinelo

  • http://batatatransgenica.wordpress.com/ naomi

    mesmo em pedra lascada as coisas nunca mais foram as mesmas depois disso.
    parabéns pela iniciativa!

  • nascimento

    A imprensa sem compromentimento político deveria ser desta maneira como no vídeo acima. Só queria também saber se o William Bonner e rede globo, folha de s. paulo, estadão, veja, etc… também fariam repórteres seus falarem e questionarem Gilmar Mendes, Daniel Dantas, dentre outros que lesam a inteligência do Povo com suas reportagens armadas. Que possamos verificar de agora em diante, coberturas jornalísticas centradas e voltadas ao interesse do Povo, e não de políticos inescrupulosos, ricos, banqueiros condenados.

  • Givaldo O. Santos

    Eu lembro muito bem nunca vou esquecer aquela noite sentado no sofa assistia o jornal qdo telefone toca minha irmã do outro lado chorando desesperada pois tinha acabado de perder seu filho de apenas 14 anos que conversava co amigos na rua cuja morte chegou veio num carro encapuzada.
    Foi uma noite de muita dor e sofrimento em Guarulhos eu sei disso pois fiquei metade da noite no IML e muitos passaram ali pela 1ª e única vez.

    R: Putz. Lamento pela morte do seu sobrinho, Givaldo.

  • http://anny-linhaozzy.blogspot.com/ Anny(Anna)

    Inagaki:
    Uma das vantagens do Twitter. Fiquei sabendo do seu texto e que claro já reTwittei.
    Quando comecei a ler percebi que uma das coisas a serem feitas é exatamente isto. Publicar e lembrar do que aconteceu para que as pessoas não se esqueçam.
    Embora não more em São Paulo a violência está em todos os lugares do Brasil. Inclusive aqui em Salvador.
    Portanto, parabéns pelo texto.
    Anny.

    R: De fato, Anna. A violência não tem fronteiras. :(

  • Moema

    eu tinha aberto um restaurante alguns dias antes daquele dia do “toque de recolher”. Estava bem no centrão, comprando roupas para os garçons. De repente, um corre-corre. Achei que fosse briga, ladrão. Depois, uma loja fechou. Seguida das outras. Algumas atendentes chorando. Fui para o carro, dava para ver a cara de pavor das pessoas. Gente ligando para seus familiares. Parecia guerra, a única coisa que vc queria era ver seus familiares, e estar são e salvo em casa. Foi horrível.

  • Flavia

    Alexandre, olha, moro em Aracatuba, SP, interior, aqui, 1 onibus foi queimado, olha q nos estavamos apavorados, ele foi queimado na periferia, prox., de favelas, toda exclusao social eh abominadora, tava de parabens o Willian, reporter conceituado ouvindo tanta indiferenca do Lembo, mas tah, essa gente q morreu, qtos inocentes hein, lembro de haver acompanhado pela net varios q nao tinham passagem pela policia, odeio a exclusao, nao moro em periferia, naum sou negra, mas eh triste essa terrinha cheia de coroneis que ” naum se lixam”, nossos politicos, cade o MP, cassa todos, fazer o que nos naum sabemos votar, vamos apelar pro MP.
    Um grande beijo

    Flavia-33-Aracatuba-SP

    R: Obrigado pelo depoimento, Flavia. O seu comentário e o post escrito pelo Biajoni são importantes para fazer as pessoas lembrarem que não foi a cidade de São Paulo que foi afetada pelos ataques do PCC.

  • http://www.verbeat.org/blogs/cultcoolfreak Roger

    É certo que isso nunca sairá de mim. O que fiz nesses dias ficaram com os policiais da minha VTR.

  • http://ornitorrincoquantico.blogs.sapo.pt Rubens Torres

    Olá Inagaki,
    Naquela época eu estava iniciando minha graduação e fazia poucos meses que havia me mudado de Minas p/ São Carlos. O medo e pavor que surgiu com o fato foi tão grande que até aqui chegou e a gente tinha medo de cruzar a rodovia em direção à cidade. Até minha mãe em Minas ficou mto preocupada. A gente não acreditava no que estava acontecendo.
    Parabéns pela iniciativa de manter isso vivo, não podemos apagar essas cicatrizes do passado e que a qualquer momento podem ser reabertas.
    Abraço!

    R:Caro Rubens, obrigado pelo comentário. Em tempo: sensacional o nome do seu blog. B)

  • Reijane Dantas da Silva

    Muito boa a matéria “Há 3 anos” de Alexandre Inagaki, até mesmo surpreendente, pois sabemos que o Brasil é um país sem memória, e logo tudo vira pizza. Gostaria que o nosso país fosse levado mais à serio. Temos a obrigação de utilizar os meios de comunicação de forma responsável, conscientizando a população da sua força, mostrando a verdadeira função do poder público para que todos entendam que somos nós quem estamos bancando essa pouca vergonha que é a administração pública no Brasil.
    Parabéns pela iniciativa.
    Reijane Dantas da Silva.

  • http://www.bombounaweb.com.br Rafael Pereira

    Inagaki, o Bombou na Web adere e aplaude. Parabéns pela iniciativa.

    R: Rafael, obrigado pela divulgação e pela participação na blogagem. Um abraço!

  • Blenda

    Se o Poder Público, que posssui equipamentos - nem discuto se são ou não obsoletos - se esconde atrás das portas, o que resta à população senão fugir? Eu fugi e não me envergonho de dizer. Conhece o ditado, melhor um covarde vivo…? Por que será que os bandidos - PCC, CV e afins se acotovelam nas grandes cidades? Não será pela má distribuição de renda? Ou será que eles gostariam também de participar das farras políticas? Os que podem, não agem e os que não podem se escondem, como eu. Quando tivermos homens de pulso no Poder e na Polícia, tudo isso é liquidado. Blenda Berlinotti Ferreira

  • Ely Jorge

    Sou Policial militar em Minas Gerais, e tenho familiares em São Paulo, logo que tomei conhecimento dos fatos daqueles dias, liguei imediatamente para eles, e soube que minha sobrinha estava na escola e ocorreu um terror, ela estava apavorada, pois tinha pouca idade, então a minha vontade foi ir até la e tirá-la do meio daquela confusão, ainda bem que por providência de DEUS, nada aconteceu com minha família. Porém os acontecimentos com outra diversas famílias que ali estavam me deixaram muito entristecido por não poder fazer absolutamente nada, impotência total, mêdo, terror, este é o meu país, não estava vivendo um filme de Hollyood, era tudo verdade, e colegas de profissão (da segurança pública), estavam sendo mortos um após o outro, cidadãos inocentes que deveriam ser protegidos, se encontravam totalmente desprotegidos à mercê da própria sorte. Certamente isto não pode cair no esquecimento, se faz necessário dar uma resposta à sociedade que, por falta de uma política mais séria nas questões de segurança pública, sofreu e sofre os abusos dos marginais e também dos politicos, estes em seus escritórios com ar condicionado e despreocupados com o eleitor (O Povão). Boa iniciativa, mas gostaria que a midia nacional se preocupasse um pouquinho só, com os profissionais de segurança pública que são muitas vezes marginalizados pela sociedade, e naqueles dias foram abatidos em alguns pontos da cidade, aclamados em outros e hostilizados em boa parte do paíz, sendo seus sofridos famíliares totalmente ignorados em suas dores e lamúrias. me perdoem foi só um desabafo, que Deus possa continuar abençoando o povo brasileiro, lutador e sofrido, abençoar também pessoas como voçe que se preocupa com as outras.

  • http://www.nahschneider.blogspot.com Natália

    Gozado… depois o Alckmin na época das eleições falava que o Lula e o governo federal não quis nem saber em ajudar o governo de SP a resolver a situação do PCC… O governo de SP é que não queria a ajuda deles!!!!!
    Me lembro que o Lula chegou a comentar isso… “se não quer a minha ajuda, não posso fazer nada…”

  • http://www.casadagabi.com Gabi

    Pronto, Ina. Me inspirou: http://casadagabi.com/ha-tres-anos/

    beijo!

    R: Valeu, Gabi. Atualizando o post!

  • bibuno

    Garantia de Deus, Só de deus.
    Podemos dizer assim:
    Já não vou andar sozinho,seguirei o seu caminho, com destino à salvação.

  • http://www.palcobr.com.br/ Cyro Salgado

    Fala, Inagaki. Tudo bem?

    Apesar de ler o blog há anos, de acompanhá-lo pelo Twitter e de ter estudado na Cásper também - como me fez lembrar a Nádia - acho que nunca comentei aqui antes. Vamos lá…

    Certamente, não vou esquecer do caos que tomou conta da cidade naquele 15 de maio. Na época, eu trabalhava na redação do ‘Último Segundo’, do iG, e entrava às 16 horas. Portanto, naquela segunda, enquanto todos já estavam desesperados, eu estava indo para o trabalho. No caminho, vi um ônibus em chamas, peguei um congestionamento monstruoso e não conseguia usar o celular para avisar que chegaria atrasado, pois a rede havia caído.

    Porém, o pior momento do dia foi na hora de sair da redação. Sem dúvida, a imagem que ficará para sempre na minha memória é a da Avenida Faria Lima totalmente deserta. Lembro de conseguir ouvir folhas secas sendo carregadas pelo vento e o semáforo mudando de fase. Sons que talvez eu nunca tivesse parado para ouvir antes. Foi assustador e incrível - literalmente.

    Quanto à iniciativa de resgatar os ataques do PCC - e a discussão inerente ao fato - só posso parabenizá-lo. Há um leque enorme de assuntos abertos e respostas incompletas. Parabéns e um grande abraço do fiel leitor!

    R: Cyro, bacana ver um encontro de casperianos por aqui, he he! Valeu pelo seu testemunho, sinestésico o suficiente pra eu ter visualizado bolas de feno rolando na Faria Lima naqueles dias sui generis. Aquelabraço!

  • http://www.verbeat.org/blogs/biajoni Biajoni

    postado lá no blog, maestro.

    R: Valeu por participar, Bia. Post atualizado!

  • oliveira

    Sou funcionária da Fundação CASA na época ainda FEBEM, e confesso que o dia exato me tinha fugido a memória mais não a sensação de pânico e impotencia diante a grandeza do crime organizado do Estado de São Paulo. Lembro me que neste dia os telefones dispararam pois quem ouvia as noticias ligava pra perguntar se estavamos bem. Meu irmão que na época morava em Portugal me ligava e perguntava pq eu ainda estava fora de casa. Uma vez que unidades da hoje Fundação CASA ameaçavam estourar em rebeliões e dizia-se que a nossa Presidente sofria ameaças.

    Entre duas e três horas da tarde olhamos pelas janelas e vimos a frente do nosso prédio com viaturas e policiais com suas metralhadores em punho apontadas no sentido que vinham os carros nos desesperou e aí tivemos noção real do que se passava pela cidade.

    Como todos os trabalhadores fomos liberados mais cedo e enfrentamos uma cidade enlouquecida pelo medo, e nós com medo de que alguém descobrisse onde trabalhamos e fizesse algo que nos colocasse em perigo. Os dias de ataque foram sem sombra de dúvida crueis na terça feira qdo voltava para casa encontrei minha mãe num shopping e cai aos prantos dizendo que trabalhar na Fundação já não era fácil e pior ainda era ter que trabalhar num lugar com segurança e PM’s armados sabendo que se algo acontecesse eram as vidas de quem ali trabalha que estavam em risco.

    Vivemos um pouco do que se vive diariamente em algumas regioes do Rio de Janeiro, sentimos por alguns dias o que sente-se todos os dias no Rio.

    Felizmente o que aconteceu em São Paulo não tem mais se repetido mais infelizmente tanto aqui como no Rio morreram e morrem inocentes de graça pois nenhuma providencia séria foi tomada, não vemos nas ruas os Direitos Humanos das pessoas que não estão em conflito com a lei, mas vemos que cada vez mais os Direitosa Humanos se dedicam a procurar formas de tornar a vida daqueles que estão em conflito com a lei mais fácil e confortavel. E me pergunto pra que? Pra quando eles sairem às ruas matarem pessoas inocentes? Pra nos fazerem viver uma busca incessante por segurança? Nos obrigar a nos aprisionar dentro de nossas casas pelo medo de sair e não mais voltar? Que segurança pública é essa que não dá segurança a nenhum cidadão?

  • Felipe

    Eu lembro que neste episódio dos ataques do PCC eu estava com amigos num bar bebendo uma breja depois da aula. Quando fui pra casa e a cidade tava um caos, nem ônibus tinha direito…mo medo!

  • Yello

    Amigo, bandido tem que morrer. Não tenho dó do moleque de 24 anos que pediu misericórdia. Puxou cadeia é bandido e tem mais é que fuzilar mesmo. Menos um! No oriente médio se for pego roubando te cortam as mãos. Pega esses filhos da puta de Marcola e cia. e prega fogo em praça pública. Tem revolta na favela por causa disso? Prega fogo também. Tá defendendo bandido por quê? Mas esses porras da PM tão se fudendo pra população. É só não mexer com eles que tá tudo certo. Se pá, te dão até cobertura e os direitos humanos tão se cagando pro cidadão de bem. Quer saber? Foda-se todo mundo! Meu bom, dá meu brinquedo de furar moleton…

    R: Yello, você está subentendendo que o rapaz era culpado. Foi pena de morte, cumprida da maneira mais covarde possível, sem direito a defesa. E ao deixar seu comentário a la Amaral Neto sequer levou em consideração que o Anderson estava trabalhando, em uma lan house que criou junto com o pai. Acha realmente que toda pessoa presumidamente culpada deve ser assassinada? Mas, putz, por que estou argumentando racionalmente com alguém que diz que todo mundo deve se foder? Enfim.

  • http://www.trottolices.com.br/ Trotta

    Ora ora ora, então vc criou um viral? Hahaha! Bem bacana, Ina! Muito legal a sua iniciativa, parabéns. :)

    Abraço!

    R: Pelamordedeus Trotta, não fale isso! Daqui a pouco começo a receber mensagens de gente pedindo: “faz um viralzinho aê”. XX(

  • http://quatrooitoquatro.blogspot.com Rodrigo

    Bem lembrado.
    Só uma coisinha: a maior cidade da América Latina é a Cidade do México!
    Abraços.

    R: Valeu pela correção, Rodrigo. Já editei o post. Brigadão!

  • http://twitter.com/diegogoes Diego Goes

    Eu vi quando você twittou a tag #ha3anos. Depois o pessoal começou a utilizá-la dizendo coisas que fazia em 2006. Foi uma espécie de twittada sem fio, onde a ideia inicial foi um pouco deturpada, hehehe.
    Mas foi muito bacana mesmo você relembrar este fato que marcou a cidade de São Paulo, já que brasileiro tem uma memória incrivelmente curta.
    Abração!

  • http://dialetica.org/cafemineiro Marília

    Excelente post, Inagaki.
    São coisas que merecem ser lembradas!

  • http://www.chucrutiz.com.br magno

    Muito bom, cara! Algo me dizia que existia algo por trás do #ha3anos… Te confesso que pensei que fosse mais um viral.
    Que, ótimo! Nem tudo está perdido, então!

    =D

    Abraços

    R: Magno, se os produtores do filme que inspirou essa tag forem sagazes, ainda haverão de aproveitar o movimento que acabou rolando no Twitter. Aquelabraço!

  • http://www.midcult.wordpress.com Nádia Lapa

    Oi, Inagaki.
    Sou sua seguidora no Twitter, leitora desde os primórdios dos blogs e agora sou Casperiana, como você foi.

    Não havia entendido a tag no Twitter e antes de morar em São Paulo não tinha ideia real do que havia acontecido naquele dia. Quando se mora no Rio, ver pela televisão que lojas foram fechadas e/ou que pessoas estão com medo de sair de casa parece notícia cotidiana.

    Afinal, os cariocas e agregados (como eu) já se acostumaram com tudo isso - e olhe que eu morava em Copacabana, e não em uma favela.

    O texto está excelente e de fato é necessário que algo seja feito na área de segurança pública. Infelizmente, não consigo vislumbrar o quê.

    Temos um sistema penitenciário falido, um judiciário moroso e uma polícia corrupta. Além disso, vivemos em uma sociedade preconceituosa e com valores morais deturpados. Assim, muitos acreditam que, quando o pobre morre, “alguma ele aprontou”. E vida que segue. Só que, em algum momento, pode ser que a NOSSA vida deixe de seguir.

    Um beijo.

    R: Olá Nádia, obrigado pelo comentário e pelas leituras. Pois é, quando surgiu a tag no Twitter, foi curioso ver como ela ganhou vida própria. E, de fato, é assim que algo despretensioso ganha novos contornos e espalha-se de forma natural pela internet. Mas também foi o que me fez convidar outros blogueiros a escreverem sobre o assunto; a fim de resgatar o contexto original em que ele surgiu, e dar sentido à brincadeira. Espero que mais e melhores discussões sobre a segurança pública sejam realizadas na blogosfera. Um beijabraço!

  • http://www.floresnajanela.com Nathália

    Eu admito: já nem me lembrava tão bem dos ataques há três anos. Mas, como Bortolotto disse, é fácil nos esquecermos daquilo que se passa longe da gente.
    Mas, ao mesmo tempo, é revoltante a falta de justiça. E pensar que todos os dias pais perdem seus filhos e jamais verão seus algozes por trás das grades.
    E, pior ainda: estamos longe de resolver a situação.

  • Anônimo

    O mais absurdo é que o Lembo recusou ajuda federal por razões totalmente eleitoreiras (a campanha de Alckmin, lembram?). Ou seja, o povo poderia morrer a vontade, desde que não se colocasse azeitona na empada da concorrência.
    Não sou lulista ou petista ou nada que o valha. Mas não votaria nem em Alckmin, nem em Lembo, nem pra síndico de edifício. Na verdade, votaria contra. E os atos dele falam por si.
    E a propósito, o Lembo não é a cara do Montgomery Burns dos Simpsons?

    R: Lancaster, dizem que o Serra também tem a cara do Sr. Burns

  • http://scienceblogs.com.br/rainha Atila

    Fantástico Inagaki, adorei a iniciativa de manter e discutir o assunto. Não dá pra esquecer algo tão grave e tão mal resolvido.

    R: Atila, as tuas palavras me fizeram lembrar do final do post do Roger Franchini, que escreveu um texto logo no dia em que a tag #ha3anos bombou no Twitter. O Roger trabalhava como policial civil em maio de 2006, e escreveu o seguinte: “O Estado em pânico. Ruas vazias durante o dia como nunca tinha visto. depois de tudo, muitos bandidos morreram ao sair da cadeia. O governador fez um acordo com a mídia para não se falar mais no nome PCC, como se não mais existissem. Até hoje.”

Pense Nisso! Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.

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