Estou exatamente onde queria estar
Por Alexandre Inagaki ≈ segunda-feira, 12 de junho de 2006
Nós sempre teremos Paris.
Enquanto caminhávamos pelas ruas de Botafogo, conversando sobre a vida e seus estranhos desígnios, o filósofo de boteco Fábio Costello cunhou, sem querer querendo, o seguinte aforismo: “um homem amedrontado é incapaz de amar“. Seria esta a explicação para a minha fase atual, na qual penso em comédias românticas como ficções científicas que se passam em mundos vagamente inspirados em fatos reais? Não sei, mesmo porque ando numa fase na qual minhas certezas vêm se dissipando paulatinamente, enquanto meus pés tropeçam em poças de estrelas.
Hoje de manhã recebi a notícia de que uma ex minha vai se casar. Quase que inconscientemente, meus pés começaram a bailar um tango argentino.
Afirma Joel Barish em um dos melhores filmes dos últimos anos: “O Dia dos Namorados é uma data inventada pelos fabricantes de cartões comemorativos para fazer as pessoas se sentirem como lixo“. Não concordo totalmente com essa frase. De qualquer modo, aproveito o mote do dia 12 de junho para prestar um pequeno tributo a esta obra-prima concebida pela dupla Michel Gondry e Charlie Kaufman. Como bem escreveu Bernardo Krivochein, é um filme sem o qual sua vida terá sido uma experiência incompleta.
Haja o que houver, encontre-me em Montauk.
Alexandre Inagaki
Alexandre Inagaki é jornalista, consultor de projetos de comunicação digital, japaraguaio, cínico cênico, poeta bissexto, air drummer, fã de Cortázar, Cabral, Mizoguchi, Gaiman e Hitchcock, torcedor do Guarani Futebol Clube, leonino e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos, não necessariamente nesta ordem.
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