Eco Power Conference no Brasil

Por Alexandre Inagakiterça-feira, 27 de novembro de 2007

Em 1967 Jim Morrison cantou, na perplexamente apocalíptica “When The Music Is Over”: “O que eles têm feito com a Terra?/ O que eles têm feito com nossa irmã gentil?/ Arruinaram e saquearam e a rasgaram e a morderam/ Enfiaram facas nela durante o amanhecer/ Prenderam-na com estacas e a arrastaram”. Hoje, quarenta anos depois, a letra permaneceria atual com uma imprescindível modificação: a mudança, no sujeito da oração, de “eles” para “nós”.

Já não é novidade para ninguém saber que as paulatinas mudanças climáticas neste planeta são, essencialmente, conseqüências das ações predatórias praticadas pela civilização humana. Geleiras e calotas polares estão derretendo, o aquecimento global é um fato incontestável, o nível dos oceanos está subindo e toda essa cadeia de acontecimentos vem desembocando em inúmeras catástrofes ambientais: furacões, incêndios, secas, tsunamis, epidemias.

Embora o documentário de Al Gore, Uma Verdade Inconveniente, apresente algumas incorreções científicas, ele possui importância incontestável ao ter levado para o mainstream cultural uma discussão primordial. James Lovelock, autor da polêmica Teoria de Gaia, afirmou recentemente que o planeta Terra encontra-se em estado terminal. Mais: segundo Lovelock, o aquecimento global fará com a temperatura média em continentes como a América do Norte e a Europa aumente em até 8 graus Celsius, e a população terrestre cairá de 6,6 bilhões de habitantes para cerca de 500 milhões até 2100.

Lovelock está certo? Bem, ainda que suas previsões apocalípticas possam ser exageradas, não é possível mais negar que é necessário informar-se cada vez mais sobre questões ambientais. O que podemos fazer para tornar o mundo mais habitável? A energia limpa será capaz de substituir os combustíveis fósseis? Como se tornar um consumidor responsável? Por que o Brasil, com os recursos naturais que possui, não investe em energia solar ou eólica? Há muitos, muitos motivos para que aqueles que estarão em Florianópolis nesta semana acompanhem a Eco Power Conference, fórum internacional que discutirá energia renovável e sustentabilidade, sobre o qual tomei conhecimento neste post do Edney.

O evento reunirá 130 conferencistas e palestrantes, dentre eles Muhammad Yunus, Prêmio Nobel da Paz de 2006 graças às suas atividades à frente do Grameen Bank, e Mohan Munasinghe, vice-presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), entidade que dividiu o Prêmio Nobel da Paz de 2007 com Al Gore. Além deles, diversos temas ligados ao meio ambiente serão discutidos na Eco Power Conference: produção de biocombustíveis sem que seja comprometido o uso das terras (um problema que vem acontecendo em proporções assustadoras na Indonésia), energia eólica), mudanças climáticas decorrentes do aquecimento global, desenvolvimento sustentável da Amazônia sustentável e neutralização de carbono, só para citar algumas pautas.

Espero que este evento internacional realizado no Brasil ajude a despertar consciências por aqui. É importante ressaltar que, em meio à euforia causada pela descoberta do novo campo de petróleo na Bacia de Santos, o Brasil tem pecado com relação ao controle do desmatamento da Amazônia, por exemplo. Marcelo Furtado, diretor de campanhas do Greenpeace Brasil, leva outra questão importante: “No Brasil o programa para promover as energias alternativas, como solar, eólica e pequenas centrais hidrelétricas, não tem a escala nem o apoio necessários para garantir energia limpa para o desenvolvimento esperado pelo país nas próximas décadas. Em vez disso, o governo quer investir R$ 7 bilhões no dinossauro nuclear de Angra 3.

* * * * *

P.S.: Além de sites de ONGs como a WWF-Brasil, há diversos blogs brasileiros que apresentam informações valiosas e dicas sobre o que cada um de nós pode fazer em prol do meio ambiente. Alguns bons exemplos: Faça Sua Parte, Uma Malla Pelo Mundo, Atitude Verde, Blog do Planeta, O Escriba e Núcleo de Ecojornalistas dos Matos.

Pense Nisso!
Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista, consultor de projetos de comunicação digital, japaraguaio, cínico cênico, poeta bissexto, air drummer, fã de Cortázar, Cabral, Mizoguchi, Gaiman e Hitchcock, torcedor do Guarani Futebol Clube, leonino e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos, não necessariamente nesta ordem.

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Comentários do Blog

  • Renata Pascoal

    Boa tarde, sou amiga do Eduardo Demoro, policial do CORE que no dia 09/11, tombou em serviço, com um tiro de fuzil quando sobrevoava o Morro do Alemão. O Dudu como era mais conhecido era um ótimo policial, correto, dedicado, mas além disso, era otimo filho, namorado, amigo.
    Portato, na intenção de que a morte dele não vire simplesmente estatísitica, faremos a manifestação:’ MÃO AMIGA PARA O CIDADÃO DE BEM’ é uma homenagem ao Eduardo Demoro, o Dudu, um policial exemplar, que não temeu oferecer a própria vida em defesa do cidadão de bem. Temos que valorizar os bons policiais, não podemos permitir a apologia ao bandido. Temos que cobrar dos governantes melhor aparelhamento das polícias e melhores condições de trabalho aos policiais (salário, treinamento, plano de carreira, equipamentos, instalações nas delegacias, etc).Dia 09/12 às 10 horas - Forte de Copacabana. Maiores detalhes na comunidade do Dudu: http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=41607781&tid=2568720867727616590&start=1
    Se quiser participar e quiser a camiseta do manifesto, entre na referida comunidade e poste no tópico ‘ urgente - quanta camisetas vc vai querer?’ Convide seus amigos… Qto + gente, melhor!!!
    PRECISAMOS E VAMOS FAZER A DIFERENÇA!
    NÃO EXISTE MANIFESTAÇÃO EM PROL DOS POLICIAIS MORTOS EM COMBATE…PORTANTO, VAMOS MUDAR…VAMOS FAZER COM QUE TODOS OS NOSSOS AMIGOS QUE TOMBARAM EM SEVIÇO, DEIXEM DE SER SIMPLES ESTATÍSTICAS E PASSEM A SER VISTOS COMO SERES HUMANOS.
    CAMINHADA: MÃO AMIGA PARA O CIDADÃO DE BEM - VAMOS VALORIZAR NOSSOS POLICIAIS! SOCIEDADE E POLÍCIA JUNTAS POR UM RIO MELHOR.’
    Precisamos fazer algma coisa, precisamos defender e proteger quem realmente precisa de proteção. Bandidos são bandidos! Policais são Policiais! Enquanto a sociedade tiver uma imagem distorcida dessa diferença, outros amigos honestos, dignos, que cumprem com amor e dedicação o seu trabalho, também, tombarão.
    Não podemos generalizar…é claro que existem bons e maus policiais, bons e maus dentistas, bons e maus em tudo, mas não é justo que os bons continuem pagando pelos maus e virando, simplesmente, estatística.
    Precisamos reagir e mostrar nossa indignação a OAB e, principalmente, aos Direitos Humanos que NUNCA estão presentes para confortar a família dos bons, justos e merecedores da verdadeira solidariedade.
    QUE A MORTE DO DUDU NÃO TENHA SIDO EM VÃO! ELE NÃO PODE SIMPLESMENTE VIRAR ESTATÍSTICA, ALGUMA COISA TEM QUE SER FEITA ANTES QUE A FAMÍLIA DE OUTROS POLICIAIS SINTAM O QUE A FAMÍLIA E NÓS AMIGOS DO DUDU ESTAMOS SENTINDO.
    Como já dizia Elisa Lucinda: ‘Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau. Dirão: “É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal”. E eu direi: “Não admito, minha esperança é imortal”. E eu repito: “Ouviram? IMORTAL!”
    SEI QUE NÃO DÁ PARA MUDAR O COMEÇO MAS, SE A GENTE QUISER, VAI DAR PARA MUDAR O FINAL! ‘
    Segue panfleto do manifesto.
    Qualquer ajuda será bem vinda!
    Desde já agradeço,
    Renata

  • http://www.atitudeverde.com.br Iberê Thenório

    Grande Inagaki!
    Uma honra ser citado em um post seu.

    Vamos ver se sai alguma coisa da Eco Power Conference. Às vezes os interesses comerciais não batem muito com os da natureza, e esses encontros não atingem o efeito desejado.

    Iberê, creio que encontros que visam discutir questões relevantes ligadas à ecologia são sempre bem-vindos. Também espero que os interesses comerciais não se sobreponham aos que efetivamente interessam. []‘s!

  • Rude.boy

    Só pra constar… o governo criou o PROINFA - Programa de incentivo a fontes altenativas - que fornece facilidades para implantação de fontes de energia ambientalmente menos impactantes como usinas de biomassa, eólicas e pequenas centrais hidrelétricas. Esse incentivo despertou o interesse de grandes grupos de investidores internacionais que estão investindo pesadamente nisso. Claro que não é um resultado de curto prazo, visto que o tramite de implantação de um empreendimento desse tipo é demorado,mas não deixa de ser um sinal de melhora.

    []s

  • http://blog.brasildiverso.com.br Otávio Cafundó

    Caros amigos… Essa foi a primeira vez em mais de um ano que consegui (eu tentei) encontrar um texto de alguém que concordasse que o documentário de al Gore possui inúmeras incorreções científicas. É louvável que exista um consciente coletivo tentando encontrar maneiras de sairmos dessa crise. Mas como dizia Fritjof Capra “A mais grave crise que vivemos é a crise de percepção”. Arremato minha tese com outra frase de Einstein: “Não podemos resolver uma crise utilizando-se da mesma maneira de pensar que gerou essa crise”. Sugiro que todos leiam o livro cradle-to-cradle, de McDonough e Braumgart, sobre a mudança de paradigma de nosso modelo de consumo cradle-to-grave (do berço à cova) para o cradle-to-cradle (do berço ao berço), e entendam um poquinho sobre as sutiliezas entre o que é ser eco-eficiente e ser eco-efetivo. Separar o lixo é só a ponta do iceberg. Temos que tentar vê-lo e entendê-lo por inteiro. Parabéns ao BLOG.

    Pois é Otávio, creio que o documentário do Al Gore não necessitava pintar o quadro mais feio do que ele efetivamente é. Se fosse melhor apurado cientificamente, certamente teria mais credibilidade. Em tempo: obrigado pela dica de leitura. []‘s!

  • http://apocalipsemotorizado.net Gunnar

    Essa desculpa do “que adianta eu fazer se os outros não fazem?” é ridícula. Não tem nada a ver com o poder do efeito-formiguinha. Mesmo que não tenha efeito nenhum, agir de modo correto em relação ao meio-ambiente é uma questão de ética. Não interessa a que resultados isso leva, o que importa é a postura. Jogar lixo no chão é errado e pronto! O que se deve fazer é PARAR de jogar lixo no chão, salvando o planeta ou não. Vou fazer uma analogia: se eu NÃO sair por aí dando tiros na cara das pessoas, vou diminuir a taxa de homicídios no mundo? Não. Então porque eu NÃO atiro nas pessoas?

    Enquanto a sociedade não encarar a questão ambiental como uma questão de ética, da mais elementar, nada mudará.

    Ah, e pra quem fala de jogar lixo pra fora da janela do carro… já começou errado. Carro é um mal em si. Congestiona as ruas, polui o ar, causa mortes por doenças respiratórias e em “acidentes” e é uma das causas da cada vez maior alienação e isolamento que as pessoas vivem nas grandes cidades. Além de ser uma porcaria de meio de transporte. Quem tem pressa vai de bike!

    Excelente colocação, Gunnar. Assino embaixo, em cima e dos lados de suas palavras.

  • amaro

    Sinceramente não vejo a energia nuclear como um devaneio do governo não, houve um grande investimento do governo em Angra, e para mante-la como está gasta-se muito dinheiro. Já que a obra esta inacabada e inoperante porque não termina-la? Sem falar que esta energia é das mais “limpas”, o maior problema é o residuo radioativo que não pode ser descartado. Agora com relação a preservação do meio-ambiente, lógico que devemos fazer um planejamento para o manejo de recursos, mas como já foi dito sem a conscientização não vamos a lugar algum, não adianta as empresas contratarem 500 engenheiros de meio ambiente, se a gente não faz nossa parte. Um exemplo eu trabalho numa estatal que tem uma politica muito séria com relação ao meio ambiente, os funcionários dentro dela tem imenso cuidado com mesmo, basta dar três passos fora da portaria que a maioria volta a sua rotina de poluição e desleixo.

    Amaro, obrigado pelo seu relato. É sempre bom ouvir outras opiniões sobre o assunto. Diga-se de passagem, o polêmico James Lovelock, que cito no post, defende o uso da energia nuclear.

  • http://www.escriba.org jorge

    Sabe que por vezes eu me sinto completamente pessimista? Será q vamos conseguir segurar os quatro cavaleiros do Apocalipse? Vi uma nota na BBC que me desesperou de vez: de hoje até 2020, acho, serão produzidos mais carros do que a produção já realizada até hoje. É punk…

    abração!

    (e valeu pela indicação do Escriba como referência em blogs que tratam do assunto. Tamus aí, na luta…)

    Foda, Jorge, foda. Mas enfim, o negócio é não esmorecer. Façamos nossa parte, e vamos em frente. []‘s!

  • http://interney.net/blogs/malla Lucia Malla

    Ina, parabéns pelo post e obrigada pela citação. A questão ambiental tem meandros muito mais complexos do que sonha nossa vã filosofia. Passa por educação, passa por incentivos, passa por escolhas estratégicas políticas, passa por consciência coletiva e principalmente, passa pela consciência individual das pessoas. Essa semana mesmo, fui entrevistada para um jornal goiano sobre ecoconsciência e a primeira pergunta do repórter foi: “Você acredita na ação individual?” Há um ceticismo muito grande com relação ao poder do efeito-formiguinha sobre o ambiente como um todo. E aí está para mim a chave para melhorarmos a situação atual: precisamos disseminar que é possível, sim, cada um fazer a sua parte. Se o fizermos de forma efetiva, mudanças positivas em larga escala ficarão mais fáceis de serem alcançadas. Há de se começar em algum lugar; sentar e esperar governos resolverem isso para mim é no mínimo comodismo demais para o meu ecossistema mallístico. Prefiro começar por onde tenho um pouco de controle sobre os resultados: ao meu redor. Acho que a gente tem que deixar a preguiça de lado e fazer acontecer. Para nosso próprio benefício futuro.
    Beijos.

  • http://fiquelouco.blogspot.com Guilherme Grünewald

    Essa questão de não ter consciência ambiental é algo presente de forma muito forte no mundo inteiro, ele está muito ligado a própria noção de consumo que é um dos pilares do nosso sistema, sem uma mudança de mentalidade a coisa fica difícil, mas alguém tem que começar, por isso é sempre importante conferências desse tipo, e claro,divulgação.
    Fortuna!

  • http://www.exiliodalenda.blogspot.com lendari0

    da minha parte faço o que posso, mas também apoio a campanha veleja caipira que propõe a degradação brutal do meio ambinete para que se degele logo as calotas polares e a praia chegue ao interior dos estados de são paulo e minas gerais, entre outros…
    são os paradoxos de cada um!

  • http://www.exiliodalenda.blogspot.com lendari0

    Cara, é uma questão de educação mesmo, é não jogar lixo pela janela do carro, é separar os reciclaveis, ainda mais se na sua cidade/bairro tem coleta seletiva ou cooperativa de catadores, é ser um consumidor mais responsavel, tudo isso gira em torno de ser uma pessoa bem educada.
    e se quiser dar uma forcinha a mais existem varias coisas para fazer,
    plantar arvores, se não der para enfiar a mão na terra e plantar você mesmo,
    gaste 15 segundos para clickar lá no sos mata atlantica http://www.clickarvore.com.br/
    essas coisas são fáceis!
    não sei como o planeta vai aguentar é a essa deseducação, ou máeducação!

  • http://carolmonti.blogspot.com Carol Monti

    Eu de novo trazendo notícias da terra fria!
    Aqui em Londres reciclagem é muito comum e tem um super incentivo tanto do governo quanto de empresas privadas. É muito fácil encontrar lixeiras destinadas a materiais recicláveis nos bairros residenciais. Qualquer um com um pouco de bom senso e boa vontade pode reciclar.
    No Brasil cansei de ouvir frases do tipo “do que adianta só eu fazer? se fulano não faz também não adianta”. Eu ainda acho que de grão em grão a galinha enche o papo e se cada um contribuir com o “seu” pouco a gente chega lá, mas o difícil é motivar as pessoas a se movimentarem e tomar uma atitude.
    Falta de aviso e motivo não é.
    Eu ainda acho que não falta de nada e sim excesso, de egoísmo.
    Depois de ouvir um sonoro “eu não vou estar vivo mesmo quando tudo isso acontecer” fiquei brochada … no fundo acho que a grande maioria merece tudo de ruim que está acontecendo e o pior que está por vir (rancorizando só um pouco). Afinal, como diria minha vó: a gente colhe o que planta!
    Eu vou continuar tentando ajudar esse planeta rico e maravilhoso que a gente tem e não dá valor algum.
    ps: ai que vou te copiar e fazer um post sobre isso também!

    Putz! Carol, haja Viagra pra levantar a moral depois de uma frase tão mediocrizante quanto “eu não vou estar vivo mesmo quando tudo isso acontecer”. :( Também procuro fazer minha parte aqui na Terra Brasilis.

  • Mariângela de POA

    Morei seis anos na Alemanha. As pessoas são muito mais conscientes no que diz respeito ao meio-ambiente do que aqui,sem dúvida. Porém,uma das coisas que mais me chamou a atenção quando lá cheguei foi o excesso de embalagens dos produtos industrializados,bem mais que aqui. Nos caixas de super quem não leva sua sacola paga pela de plástico,muito correto, porém o que levamos junto em embalagens de produtos é absurdo. No estado em que morei,a Baviera,lembro de um professor da Uni que uma vez comentou que todos os sapatos comprados apenas naquele estado naquele ano dariam para calçar todos os pés africanos. Os europeus são “engraçados” meu amigo,por um lado,eco-conscientes,por outro,os maiores consumistas da paróquia, o que leva a um aumento absurdo da produção de lixo no planeta, creio que vivem com certo conflito nesta questão.Beijo!

  • http://pensitivo.wordpress.com Santaum

    Caro Inagaki,
    Achei muito bom o filme do Al Gore. Muito interessante mesmo. A oratória dele é estupenda. Os slides muito bons. As dicas e as informações que ele passou são muito interessantes para a sociedade, principalmente a americana, que era o foco do filme. Mas, enfim. Al Gore está contribuindo para o meio ambiente? Demais, demais. E como! Ufa… Imaginemos, com a sua campanha, palestras e viagens, que ele possa convencer (e de fato isso tá acontecendo) uma imensa população que tem um padrão de consumo X. Suponhamos que essa população comece a consumir algo menor que X. De fato, já compensaria os 221.000 kWh que o palestrante gasta na casa dele anualmente.
    Grande abraço.

  • Luciana

    Fazendo um adendo ao meu comentário:
    - meu irmão estava fardado e de serviço dentro do ônibus, quando multou o carro;
    - segundo o Código de Trânsito, art.173, atirar ou abandonar na via objetos ou substâncias pode lhe render uma infração média e 4 pontos sua sua CNH;
    - e se quem recebeu a bolinha de papel na face fosse um cidadão comum?

  • Luciana

    Esqueçamos o governo…
    Vamos avaliar o que acontece no dia-a-dia em muitas capitais deste país: cidadão com a geladeira aberta e babando, tentando há duas horas decidir se quer ou não mais uma cerveja; cidadão lavando calçada com água potável; cidadão lavando o carro com água potável; cidadão jogando no chão papel de bala, bituca de cigarro, e tantas outras coisas.
    Dentre as várias histórias das outras coisas lembro-me: do sujeito jogando de dentro de um carro importado uma lata de cerveja na rua, que por pouco não atingiu um motociclista; do sujeito jogando um côco de dentro do ônibus, quase ocasionando um grave acidente; do sujeito que enquanto estava parado no sinal, jogou uma bolinha de papel de dentro de seu carro - o papel voou e entrou dentro do ônibus - o sujeito riu…mas o que ele não esperava era que a bolinha iria atingir a face de um policial militar dentro do ônibus…Um policial de trânsito, que o multou sem dó nem piedade. Como sei disso? o policial é meu irmão.
    No fim das contas o que falta? é o que a Amana colocou: conscientização.

    Perfeito, Luciana. Disse tudo.

  • http://metamorfosepensante.wordpress.com _Maga

    Lá venho eu com uma das minhas citações… mas estas são obrigatórias:

    “A escolha é clara: ou não fazemos nada e permitimos que um futuro miserável e provavelmente catastrófico nos alcance, ou usamos nosso conhecimento sobre o comportamento humano para criar um ambiente social no qual poderemos viver vidas produtivas e criativas, e fazemos isso, sem pôr em risco as chances de que aqueles que se seguirão a nós serão capazes de fazer o mesmo”. (Skinner, 1978, p.66, Sobre Behaviorismo)

    “Antes de construirmos um mundo em que todos possamos viver bem, precisamos parar de construir um no qual será totalmente impossível viver. Essa questão é integralmente um problema de comportamento humano. Como induzir pessoas a não consumir mais do que necessitam, como impedi-las de poluir desnecessariamente o ambiente, como fazer com que tenham apenas filhos suficientes para subistituí-las e como resolver problemas internacionais sem o risco de uma guerra nuclear? As contingências sob as quais as pessoas vivem são mantidas pelos governos, religiões e empreendimentos econômicos, mas tais instituições, por sua vez, são controladas por conseqüências excessivamente imediatas, as quais são cada vez mais incompatíveis com o futuro do mundo. Necessitamos construir conseqüências relativamente imediatas para o comportamento humano, as quais devem atuar como atuariam conseqüências mais remotas se estivessem disponíveis aqui, hoje. Isso não será fácil, mas ao menos poderemos dizer que dispomos de uma ciência e de uma tecnologia que atendem aos nossos problemas básicos.” (Skinnner, 1989, Questões Recentes na Análise Comportamental, 116).

    beijos

  • http://a.degmont.sites.uol.com.br Angela d’Egmont

    Tomara que não esqueçam do meu quintal, Serra da Cantareira, a maior floresta urbana do mundo, com 7.900 hectares – o equivalente a 44 Parques do Ibirapuera, ou a 2,4 Florestas da Tijuca. Que tem degradação a olhos vistos.
    “A mensagem de fim de ano que deixo, pois, é esta: todo dia é ocasião para acreditar no amor a despeito da aleatoriedade do universo, reafirmar esperanças (inclusive as que mofam amarfanhadas no armário do olvido), evocar sementes e estrelas como símbolos de potencial e concretização, abraçar demoradamente cada pessoa querida no mínimo 42 vezes por mês, adiar sua lápide e, principalmente, tratar de ser feliz. Feliz Desnatal e um Próspero Ano Todo a você!”
    Mensagem de Natal devidamente copiada em 2003 do Inagaki. Sim sinhori, positoni :o) Saúde!

    Angela, está um pouco cedo pra desejar Feliz Desnatal. Anyway, obrigado por ter resgatado esse texto que escrevi há quase quatro anos. :D

  • aninha

    Eu acho que a “consciência” de qualquer coisa nessa vida só nasce com a perfeita compreensão da coisa. Seja sentindo na pele ou aprendendo por estudo. Não é diferente com ambientalismo. Na Europa, o povo sofreu fome e outras privações de guerra, o que provavelmente aumentou bastante a consciência do desperdício - que é passada de geração para geração. Não só isso, claro. Existem também, em certos casos, multas altíssimas e muito bem aplicadas que também funcionam como “educação na marra”, além de incentivos (como o citado pela Tina Harris). Aqui no Brasil, eu penso que seria necessária uma educação de base. Não como “complemento na formação escolar”, mas como matéria obrigatória, tão essencial como a própria Língua Portuguesa. (Tá bom. Eu sei que é “sonhador” da minha parte,ainda mais porque o sistema de ensino aqui está mais do que desatualizado. Mas…Sonhar é grátis). Pesquisando por aí, encontrei a “Lei da Educação Ambiental” - Lei N° 9.795, de 27 de abril de 1999. Em meio à prolixidade típica desses documentos, li uma frase intrigante: Art. 10 - §1 “A educação ambiental não deve ser implantada como disciplina específica no currículo de ensino.” - Não DEVE ser? Minha pergunta é: porque não? Eu acho que deveria. Passou da hora, não?

    Quem quiser conhecer a lei, pode fuçar em http://www.lei.adv.br/9795-99.htm

    Fiquei estupefato com a sua descoberta, Aninha. “Não DEVE”? Brincadeira de mau gosto dos legisladores.

  • http://attu.typepad.com/universo_anarquico/ tina oiticica harris

    Muito pertinentes as observações feitas. Aqui na Califórnia o governador finalmente decidiu dar mais incentivos aos cidadãos que investem em tetos solares. Já há vários modelos diferentes e até anúncios diários a cores no jornal.
    Tenho contato com amigos na Amazônia. Lamento que desde o Bye-Bye Brazil do Cacá Diegues a realidade seja de queimadas e mais queimadas.
    Na verdade creio que seja difícil se nnao impossível vigiar o que passa no Brasil. É um país grande demais. Um governo centralizado não pode fazer tudo para todos, é minha impressão.

  • http://www.incomunicavel.blogger.com.br Amana

    Nossa… a falta de consciência ambiental é algo realmente preocupante no Brasil, principalmente por não estarmos sequer a meio do caminho dessa conscientização. Estou morando na europa há quase um ano e não é que demorei a me “educar”, pois logo que cheguei já aderi à pratica da separação do lixo, da entrega aos ecopontos, do uso responsável da água, etc… Mas a conscientização mesmo demorou… Demorou pq não fazia parte da minha cultura… Nós temos e desperdiçamos muita água, somos consumistas demais e muito mal educados. Simplesmente não temos esse sentimento de culpa enraizado, em relação ao que ocorre com o meio, mesmo as pessoas que defendem a causa, na maioria das vezes não o têm. O Brasil foi feito e continua crescendo “nas coxas”, os brasileiros “se viram” como podem e pouco de lixam e é assim a história toda, não os culpo… E vendo de fora fica mais preocupante ainda… Como é que vão conscientizar um povo que não tem educação ou sequer o que é mais básico ainda que isso? Como é que vão se preocupar com o ambiente as pessoas sentem que não há qq preocupação com elas? Essas são as mesmas perguntas de sempre, mas hoje eu as faço com uma entonação de quem não espera resposta nenhuma, infelizmente… As primeiras medidas, os investimentos em energia limpa, em mídia educativa, recolhimento seletivo, etc, etc, etc, têm que ser feitos imediatamente, mas ainda vai ter muita “discussão” até uma coisa ser realmente feita… SE FOR… Que tristeza… Então… Quem já conseguiu enxergar essa merda toda, o que pode fazer, né? Fazer sua parte e XINGAR bastante, pra ver se alguém escuta ou se pelo menos a raiva passa…

Pense Nisso! Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.

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