Dois elefantes e o dia em que Bambi encontrou Godzilla

Por Alexandre Inagakisexta-feira, 23 de março de 2007

Uma das letras mais intrigantes de Herbert Vianna é a de “Dois Elefantes”, faixa 10 do álbum Bora Bora, de 1988. Nela, Herbert canta: “Não sei se hoje é ontem ou anteontem/ E do seu telefonema eu não vi nem a cor/ Existe uma coisa que me dói perder, existe/ Uma coisa que custei a ganhar/ Meu rosto e teu rosto, rindo/ Dois elefantes no fundo do mar“. Se alguém puder me dar uma explicação cabível para a metáfora dos paquidermes se afogando, quase tão enigmática quanto a dos segredos de liquidificador, por favor, não se acanhe: deixe sua leitura nos comentários deste post.

A propósito: os visitantes habituais do Pensar Enlouquece (exceto os de RSS, que não viram a animação dos dois elefantes andando em cima do logotipo deste blog) já descobriram que aparece um link clicável no momento em que os elefantinhos se beijam? Confiram, pois! Aproveitem para participar de uma promoção que oferece 10 Mp3 players, e depois para dar um pulo no blog Samsung Mp3, no qual escreverei esporadicamente nas companhias de Alexandre Matias, Bruno Natal e Atair Trindade.

Voltando a falar sobre animações sobre encontros inusitados de animais, apresento-lhes um clássico considerado um dos 50 melhores desenhos animados de todos os tempos: Bambi Meets Godzilla, de Marv Newland, produção de 1969. Simples. Infame. Sensacional.

* * * * *

P.S. 1: O longa animado Dumbo, filme que Walt Disney produziu em 1941, prova: álcool e elefantes jamais devem se misturar. Ou não, como diria Caetano.

P.S. 2: Você já comprou a nova edição da Rolling Stone Brasil, que está nas bancas com Jack Bauer na capa? Se não, recomendo. Além da habitual qualidade das reportagens e matérias, quem for meu amigo e conferir a resenha que escrevi sobre Calvin & Haroldo reconhecerá imediatamente que inseri ao final do texto o meu mantra particular. :>>

Pense Nisso!
Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista, consultor de projetos de comunicação digital, japaraguaio, cínico cênico, poeta bissexto, air drummer, fã de Cortázar, Cabral, Mizoguchi, Gaiman e Hitchcock, torcedor do Guarani Futebol Clube, leonino e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos, não necessariamente nesta ordem.

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Comentários do Blog

  • mih

    ele explica. “é tão improvável como dois elefantes no fundo do mar”
    eu entendo que, na hora em que ele diz “existe uma coisa que me dói perder, uma coisa que custei a ganhar” ele depois repensa e fala dos elefantes. talvez ele nunca tenha ganhado REALMENTE.

  • http://www.bybraza.com ira

    Bem,custumo começar tudo assim…Eu sou anafalbeta mesmo creia…porém creia você é muito bom…Manda Vê …Leio seu texto 4 vezes ao dia… E claro,sei que não sou o seu público…Desculpa …Ásia….Asiá…Você é o MAXIMO…de CORAÇÃo

  • http://www.bybraza.com ira

    Rapaz,não consigo copiar…Só a página inteira…Será excesso de sabedoria?

    Qualquer coisa, mande um e-mail para mim dizendo que texto você deseja transcrever, ok?

  • ira

    Posssooo usar um texto seu?? Claro que os devidos créditos? em site de brasileiros que vivem na califa?gratissíma

    Ôpa, e-mail devidamente enviado para a senhorita. :)

  • http://www.laboratoriopop.com.br Rodney

    Até compraria a Rolling Stone Brasil, mas devo lhe dizer que somos concorrentes…hehe
    Abraços

    Pô, Rodney, tem espaço pra todo mundo… :D Um abraço!

  • http://missmymi.blogspot.com Shanti

    Reconheci o final de A Day in the Life dos Beatles no Bambi meets Godzilla. Estou pirando?

    Creio que não. Também tenho quase certeza de que é A Day in the Life a trilha sonora do fim da animação.

  • Jorge Lima

    Sobre o verso de Cazuza: também fiquei intrigado com a expressão “segredos de liquidificador”. Até que entendi o espírito da coisa: segredos de liquidificador são coisas que todo mundo sabe. Manja o lance do cara tendo um caso e achando que é escondido, enquanto todo mundo já viu qual é? Segredo de liquificador por causa do barulho do dito cujo. Entendeu?

  • http://www.sandrasantos.com/blog.htm A Gata por um Fio

    simples…os dois pombinhos, um pouquinho fora do peso, dois elefantes…

  • uaitan marcos

    ai alexandre tranquilo?
    sou leitor assiduo de um blog de um amigo teu, jesus me chitoteia, beleza, foda-se isso.
    o que eu queria dizer é que não tenho ideia do que o vianna falou com 2 elefantes no fundo do mar, mas segredos de liquidificador, é a famosa lingua na orelha que arrepia toda e qualquer mulher, o cazuza era bi, mas não era besta!
    abraço

  • Valdez

    Será que não foi pura e simplesmente para RIMAR????

  • http://cabecademaracana.zip.net rosa

    Ina, vou arriscar um plapite sobre essa metáfora dos elefantes: elefantes são enormes e meio lentos e desajeitados, teoricamente (pessoalmente eu acho eles graciosos), mas quando nadam parecem bailarinos, algo assim como em Fantasia de W. Disney. Sei que nem todos os elefantes nadam, mas me lembro de ver um desses documentários do Discovery e lembro de ver elefantes nadando, tão leves, num lugar longe isolado… muito graciosos. E tinha também o comercial da Coca-cola. Aquilo não é mentira não, São Google me diz que entre ilhas (http://www.youtube.com/watch?v=xeVc8xDOxc0)
    Apesar de ser verdade é um tanto incrível, não é?

  • Anônimo

    Cara, chorei de rir com esse vídeo… É genial, genial, geniaaaaaaaal!

  • Gi

    Poxa, o nome da música é Dois Elefantes… Essa frase deve ter um significado forte, com certeza. Para mim, esse trecho descreve a relação única que eles tinham e não têm mais, “que dói perder”, “que custou a ganhar”. Imagine a sensação de um elefante no fundo do mar, sozinho, que só vê peixes ao seu redor. É estar solitário, incompreendido. E quando encontra outro elefante, na mesma situação, eles se reconhecem e se unem imediatamente, numa cumplicidade única. “Meu rosto e seu rosto, rindo”.
    E dói perder, porque só ele sabe como vai ser difícil (senão impossível) encontrar outro elefante no fundo do mar…

  • leonardo

    DOIS ELEFANTES Um elefante é o próprio autor e o outro elefante é a amada dele, o poeta. No desenvolver da letra (meio “triller”) o poeta ainda cita “roxos” (mortos) e por fim separados (um prá lá e outra prá cá;). No mais só obedeceu à métrica das rimas. Acho que é isso. Abraço do Leonardo.

  • http://www.amenidadesebobajadas.blogspot.com Daniel F. Silva

    Lembram daquele post sobre o choque que o repórter Lasier Martins tomou durante uma reportagem ao vivo? Parece que ele não gostou nem um pouco da divulgação de sua “façanha” no YouTube… Confiram em:
    http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL12790-6174,00.html

  • http://noticiasdomundo.zip.net Bia Cardoso

    Nem pense em nos fazer traduzir músicas do Djavan. Acho que as letras dele são todas psicografadas. Mas sobre o Hebert, bem o Bruno até agora deu a explicação mais plausível e assim como outras pessoas também lembrei do comercial Coke.

    Mas sim, o elefante é 12 no jogo do bicho. Acho que Hebert apostou e ganhou, apostou de novo depois e perdeu.

    Outra coisa, Ina, continuando naquele papo de nomes de livros bizarros, o Pedro Doria deu a dica: The World’s Weirdest Cookbooks. Não perca, ;-).

  • http://www.metamorfosepensante.blogger.com.br _Maga

    “Meu rosto e teu rosto, rindo/ Dois elefantes no fundo do mar” - Ele queria fazer uma rima; - tenho a impressão de que se eu fumasse/cheirasse/bebesse algo essa frase ia fazer muito mais sentido; - uma metafora de coisas dificeis de acontecer; - uma metafora de como ele se sente de quando “meu rosto e teu rosto, rindo”; - ele não quis dizer nada, só achou que ia ficar legal.

    Gosto quando você faz essas perguntas. Por mais nonsense que seja a frase é legal por a interpretação e a criatividade para rodar um pouco… tem mais algum desses por ai??? ;)
    Beijos

    Marcela, o que não faltam são versos misteriosos na MPB. Aguarde pelo próximo exemplar da série! ;)

  • Bruno

    Cara, é a vez da minha viagem. Há um poema de “The Elephant is Slow to Mate”, do poeta inglês David Herbert Lawrence, que fala sobre sobre o encontro amoroso dos “vast shy hearts” dos elefantes: “their massive blood moves as the moon-tides, near, more near till they touch in flood”. A conseguência desse dilúvio é um oceano. Será? Flw cara, nunca tinha postado mas curto seu blog miliano.

    Bruno, valeu pela dica do poema de D.H. Lawrence. E que venham mais viagens!

  • http://www.uhbaby.blogspot.com lucila

    Inaaaa vc tá impossível, bem que vc disse que 2007 promete. Vou djá comprar a Rolling… sobre os elefantes fiquei 10 minutos hipnotizada, achei lindo. quanto a música do Herbert, difícil hein?
    beijos

  • http://jccbalaperdida.blogspot.com JULIO CESAR CORREA

    O Herbert e o Cazuza foram os melhores compositores da sua geração.O problema dos compositores brasileiros é que eles, muitas vezes, parecem escrever para si ou para os amigos.
    abração

  • http://querumbloggratuito.blogspot.com/ Dourado

    Um vídeo bucólico, mostra toda a sabedoria da Mother Nature.
    A atuação de Bambi está impecável, a gente tem a nítida impressão q ele realmente morreu.
    E a participação especialíssima de Godzyla deve ter sido tão cara quanto a de Marlon Brando em Superman.
    Abraços.

  • http://olivrodasmanhas.blogspot.com Vinicius B

    Sobre a metáfora: Herbert Vianna muito provavelmente saca fã de física. Se os elefantes estão no fundo no mar, muito provavelmente vão (im/ex)plodir a qualquer instante, por conta da pressão extremamente alta.
    Sobre o vídeo: conheço muita gente que gostaria estar no papel do Godzilla.

  • http://rosebud-nyc.blogspot.com Andréa N.

    Não tenho a mínima idéia do que significa os elefantes no fundo do mar da música do Herbert- mas sem sacanagem, não pude evitar me lembrar do acidente dele com a esposa, de ultraleve. Mórbido…
    Minha querida mãe me manda do Brasil a Rollin Stone brasileira e a piauí. Vou procurar por você.
    Coitado do Bambi!!!!!!

  • Juquinha

    Voltando ao comentário sobre qual o vídeo do You Tube que eu queria ver um Criança Esperança de muitos anos atrás em que a Xuxa foi a principal atração. O Renato Aragão é quem apresentava, e chegado determinado momento ele anunciou um “Esta é a sua vida” da rainha dos baixinhos. Depois de todos os depoimentos de parentes e amigos, a apresentadora, aos prantos e com certeza fora de si, disse ao Didi sobre o seu sucesso no exterior: “Eu consegi provar que no brasil não tem só preto”… Caramba! Ninguém se lembra disso, só eu! Mas foi verdade e eu queria ver de novo!

  • http://attu.typepad.com/universo_anarquico/ tina oiticica harris

    São quase onze horas esó agora meu filhote terminou de instalar as apps do meu computador, pois o outro foi pro brejo. Terá sido o adesivo da Hillary?
    O nosso Rolling Stone tem um artigo colossal sobre o Pink. Se quiser, às ordens. Vídeo só amanhã, que é quase hoje.

  • http://www.minhaduplavida.blogspot.com amanda

    Oi!
    Cá estou eu de novo!!!
    Adoro interpretar letras, mas algumas são bem complexas, o próprio autor poderia explicar melhor… Agora, a gente pode dar palpite, né?
    Eu não conheço essa música, li a letra pela primeira vez agora. A impressão que tive, no contexto, é que os elefantes no fundo do mar representam uma relação que acabou, que não tem futuro… Dessa forma mesmo, deprê, pesada, o fim, dois elefantes no fundo do mar, umm bicho tão grande, forte, que nesse caso está indefeso, não tem a mínima chance de se salvar. Nem o elefante, nem essa relação.
    Beijo
    Amanda

  • http://apoiofraterno.blogspot.com/ Mario

    Alexandre, venho sempre aqui, então to colocando o seu link no meu blog. Tudo bem? Abraços, Mário.

    Valeu pelas leituras, Mário. Um abraço!

  • http://www.segredosementiras.blogger.com.br Tita

    Esse negócio deles terem caído numa tina de álcool e saírem vendo focinhos de elefantes rosas explodindo numa coisa toda colorida nunca me convenceu. Está claro que era uma banheira de LSD.
    hahahahahhaaha

  • http://prosaico20mg.blogspot.com Celinho

    Alo Inagaki!
    é impressao minha ou esse texto veio sob encomenda? ;-) Se por um lado ao ler o texto fico meio me sentindo o coelho obrigatoriamente pegando a cenoura(pq somos todos curiosos ne?), por outro tenho que reconhecer a qualidade da pub, nada invasiva e discreta o suficiente. Confesso que fico reticente achando que o mundo blogueiro vai acabar tomando o mesmo rumo de publicaçoes que aceitam jaba e servem aos leitores sob forma de conteudo. No entanto, estamos descobrindo a blogosfera ao mesmo tempo em que ela é criada e se desenvolve e por isso confiamos no seu bom senso e discernimento nos textos. Sera que todos vao ser assim?
    Um abraço!

    Caro Celinho, em um mundo ideal eu seria sustentado por uma mecenas maravilhosa e poderia blogar sossegadamente, sem a necessidade de vender minhas horas de trabalho, preocupando-me unicamente em pesquisar assuntos interessantes para atualizar com a freqüência ideal o Pensar Enlouquece. Não é o caso. Tenho a plena consciência de que os leitores deste blog são inteligentes e sabem que este post, se tem lá suas motivações comerciais, apresenta exatamente o mesmo tipo de conteúdo que os textos que redijo sempre tiveram. Não falarei de aumentadores de pênis, cachaças bolivianas ou quaisquer outros produtos nada a ver com o Pensar Enlouquece. :D Um abraço!

  • http://viajenaviagem.wordpress.com Riq

    Talvez nosso paralama estivesse sob o efeito de… um comercial da Diet Coke dirigido pelo indiano Tarsem, filmado nas ilhas Andaman e estrelado por uma mãe elefanta e um elefantinho que nadam no mar… (é sério)

  • Cíntia

    Oi Alexandre,
    Pra mim a metáfora dos elefantes significa o que se custa mais perder de uma relaçao que acaba, que é essa sensaçao de que se consegue realizar até as coisas mais improváveis, como se dois elefantes pudessem estar no meio do mar, contrariando todos os prognósticos desfavoráveis e contornar todos os desafios (sem falar da lógica, tao inimiga às vezes das relaçoes sentimentais).
    Acho que esse é o tipo de ilusao ou sensaçao que mais dói abandonar em uma relaçao que acaba, e acho que a isso se referem os Paralamas (que aliás têm um monte de metáforas que eu gosto nesse sentido, como na cançao “Tendo a Lua” e tantas outras).

  • http://www.condbarral.blogspot.com Cantábile

    Minha opinião sobre o caso dos Elefantes é: esse era do bom.

  • Catarina Azevedo

    Perdi a timidez. Olá adoro a tua escrita. Sou portuguesa do Porto a começar um estágio em publicidade em lisboa.
    Isso dos elefantes fez-me criar logo uma imagem. Acho que é como quando a gente se atira de cabeça numa aventura. Na hora que se quer sair, sem dar conta, já é tão difícil como um elefante conseguir vir à tona desde o fundo do mar.
    beijinhos

    Seja bem-vinda ao espaço de comentários deste blog, Catarina. Espero que a senhorita volte sempre. :) Um beijo!

  • http://quintessencia.wordpress.com Vozes na mente do Társis o obrigaram e ele escreveu, oras

    Alê, tu está cheirando meia suja? Está torcendo para o São Paulo? Virou indiano?
    Que raios é isso de Bambi e Godzilla? Imagine um cruzamento entre essas duas criaturas? O que dá, um T-rex sãopaulino? Afee…
    Bom..
    Já queria comprar a Rolling Stone e agora vou comprar sim. Fico feliz que tenha escrito sobre um dos personagens mais queridos (e mais importantes pra mim).
    Falando em Quadrinhos, você precisa conhecer (se é que já não tem) a “Revista Mundo dos Super-Heróis” da Editora Europa, na qual eu e meu amor escrevemos.
    http://www.europanet.com.br/superheroi
    A revista é com papel especial, super bacana e você curte HQ´s vai gostar desse trampo - por favor, me dê suas impressões.
    Vou participar da promoção da Sansung.. se eu achar, caray!Cadê o lance?
    Aliás, bacana esse Blog da Sansung (music is very porreta).
    Amplos amplexos!

Pense Nisso! Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.

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