Artigos da categoria: Televisão

Dez aberturas marcantes de novelas

Por Alexandre Inagakidomingo, 06 de agosto de 2006

Brilhante - Sua bela abertura exibe uma modelo e um gato sendo refletidos ad infinitum por um cenário de espelhos. Contudo, inesquecível mesmo é o seu tema musical, feito por encomenda por ninguém menos que Antônio Carlos Jobim: “Luiza”, canção cujo título ganhou o mesmo nome da personagem principal da novela, interpretada por Vera Fischer. Eu, que na época ainda conhecia pouco de bossa nova, tomei conhecimento da obra de mestre Tom graças a esta novela de Gilberto Braga, exibida de setembro de 81 a março de 82. Mas confesso que “Luiza” ainda é a minha música predileta do maestro, com sua precisa combinação entre letra e melodia. Continue Lendo

Bussunda (1962-2006)

Por Alexandre Inagakisegunda-feira, 19 de junho de 2006

Cláudio Besserman Vianna costumava dizer que seu apelido nada mais era do que a aglutinação das duas coisas que ele mais gostava na vida. Tal explicação é uma deslavada cascata, mas enfim, o que esperar de uma figura que afirmava que o lugar mais estranho onde fez amor na vida foi São Paulo?

Quando adolescente, Bussunda nutriu um projeto de vida bastante específico: fazer porra nenhuma. Enquanto pôde, cumpriu à risca seu plano, chegando a ser reprovado no segundo grau científico com nota zero em todas as matérias por matar aulas com requintes de ociosidade. Bastou, porém, um mínimo de esforço para que conseguisse ser aprovado no vestibular. Em 1979, ingressou no curso de Comunicação Social da UFRJ, lugar ideal para que Bussunda continuasse coçando o saco (por ser faculdade gratuita, seus pais não poderiam reclamar de mensalidades). E assim a vida seguiu, até que o futuro Casseta conheceu três alunos de Engenharia: Beto Silva, Helio de La Peña e Marcelo Madureira, que o convidaram para integrar um jornal estudantil criado com o nobre intuito de queixarem-se da falta de mulheres na faculdade. Aos quatro, uniria-se também Cláudio Manoel, fiel companheiro de vadiagem nas areias de Ipanema. O ano de 1980 testemunharia a transformação do Casseta Popular em um tablóide, vendido de bar em bar por um quinteto que buscava, com a publicação, arrecadar alguns trocados, fazer amigos, influenciar pessoas e, principalmente, tentar comer alguém. Continue Lendo

TV Pirata

Por Alexandre Inagakisábado, 18 de dezembro de 2004

Foi numa terça-feira de março de 1988 a estréia de um dos melhores humorísticos produzidos pela TV brasileira em todos os tempos: TV Pirata. Às vésperas do anunciado lançamento em DVD e das reprises programadas a partir de janeiro no canal por assinatura Multishow, como parte das celebrações de 40 anos da Rede Globo a serem completados em 2005, aproveito a ocasião para relembrar algumas reminiscências do humorístico notabilizado por personagens como Zeca Bordoada, Índio Cleverson (“engraçado praaa caramba”), Super Safo, Cabocla Jupira, Adelaide Catarina (repórter de voz monocórdica que mexia os braços feito um boneco Playmobil), Agronopoulos, Maria Inspiração, Olga (militante do PCCPC: Partido Comunista, Comunista Pra Caramba), Darciley (centroavante do Bom Sucesso que, mesmo com uma perna-de-pau, conseguiu fazer 29 gols em cima do Milan), Barbooooooosa, etc etc. Continue Lendo

Pobres Paquitas

Por Alexandre Inagakidomingo, 25 de agosto de 2002

Um dos aspectos menos comentados no rompimento da parceria entre Xuxa e Marlene Mattos foi o desemprego repentino de todas as paquitas. Chacretes pós-modernas, essas assistentes de palco de dona Maria da Graça Meneghel representaram por muito tempo o emprego dos sonhos de toda ninfeta desocupada, e a tara secreta que alimentava a porção Humbert Humbert de todo chefe de família. As paquitas surgiram em 1984, junto com o primeiro programa capitaneado pela parceria Xuxa-Marlene Mattos, o Clube da Criança, na finada TV Manchete. A origem do vernáculo “paquita” veio de um bicho de estimação da ex do Pelé, um papagaio bobviamente chamado de Paquito. Andréa Veiga, a primeira de todas, herdou o apelido e até hoje é chamada carinhosamente pelos amigos de “paca”. Trajava uma roupa semelhante à de um soldadinho de chumbo, só que com shorts minúsculos, para o deleite dos altinhos. Sua principal tarefa: ajudar a ex do Ayrton a controlar a pentelhada enquanto rolavam as brincadeiras do programa. Foi capa da Playboy em 1989.

À semelhança das chacretes, que recebiam do Velho Guerreiro Abelardo Barbosa alcunhas esdrúxulas como Sueli Pingo de Ouro, Soninha Toda Pura e Ester Bem-Me-Quer, as paquitas subseqüentes começaram a ganhar apelidos, hum, originais. A começar por Andréia Faria, vulgo “Xiquita Sorvetão”, primeira paquita da era Globo, quando a ex do Szafir passou a apresentar o Xou da Xuxa, em 1986. Esta também faturou alguns cobres posando nua: Playboy em 1995, e Sexy em 2002. “Pituxa Pastel” foi outra que se deu bem: trata-se de Letícia Spiller, intérprete da Babalu na novela Quatro por Quatro, e da vilã Maria Regina, em Suave Veneno. Bianca Ranaldi, a.k.a. Xiquita Bibi, também garantiu seu ganha-pão: fez o papel-título da novela do SBT Pícara Sonhadora, e apareceu nua na revista Sex Way em 2000. Merecem menção ainda: Ana Paula Almeida, a “Pituxita Bonequinha”, por ter namorado o Romário em 1995; Juliana Baroni, a “Catuxa Jujuba”, que atuou em obras inolvidáveis do cinema nacional como Gaúcho Negro e Sonho de Verão; e Luciana Vendramini, que nem paquita foi, a despeito da chamada de capa da Playboy em 1987 (ela fez apenas testes para o programa da Xuxa). Mesmo assim, reinou por muito tempo como musa das poluções noturnas de muito pivete nos anos 80, até se casar com o vocalista do RPM Paulo Ricardo e sumir feito Neuzinha Brizola, Lidia Brondi, Alice Pink Punk, Shigueaki Uéki e outras figuras sui generis da época. Como você pôde viver sem saber destas coisas? Ok, não tem de quê…

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Pense Nisso! Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.

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A vida é boa e cheia de possibilidades.
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