Você já assistiu a um vídeo no qual um apresentador de TV, ao entrevistar certa figura ao vivo, não se contém ao ouvir a voz peculiarmente fina do rapaz e tem um ataque quase histérico de risos?
Erik Hartman, que na época apresentava o talk show “Boemerang”, veiculado na TV belga, comenta o que teria acontecido durante o programa: “Valair teve as cordas vocais afetadas por uma operação. Mas, quando ele falou, a voz dele era tão engraçada que eu tinha que rir. Eu sabia que não podia rir, e tentei manter a calma. Mas, quanto mais eu tentava me concentrar e ficar calmo, mais eu pensava: ‘não vou agüentar, não vou agüentar’. Foi um desastre“. Confira (ou reveja) este sensacional momento da televisão mundial, exibido em 2000, antes de prosseguir com a leitura deste post.
Vinte dos blogueiros mais conhecidos do país receberam convites para um evento especial: o pré-lançamento, na sexta-feira, dia 29 de junho, do novo projeto do grupo Abril, o canal de televisão Fiz.TV, projeto de mídia híbrida que visa conciliar Internet e televisão. O evento, que aconteceu na sede do Fiz, em São Paulo, contou com as presenças de Marcelo Botta, Gerente de Conteúdo do novo canal, e Fabio Basso Montanari, blogueiro do site.
A proposta do Fiz.TV, que entrará no ar dia 1. de agosto (obrigado pela correção, Sr. Noir!), é interessante: abrir espaço em sua programação para qualquer cidadão comum que queira enviar um vídeo por intermédio do site do canal. É lógico que, para que essa produção chegue à televisão, haverá certos filtros. Os vídeos mais votados no site, desde que respeitando determinadas restrições (um exemplo: curta consagrado pelo YouTube, o “Tapa na Pantera” seria barrado no baile por poder ser interpretado como uma “apologia às drogas”), integrarão uma programação que, a princípio, terá 4 horas inéditas por dia, com reprises em blocos. Os internautas que tiverem seus trabalhos exibidos no Fiz serão remunerados (mas não esperem valores muito substanciais) e poderão ver seus vídeos na TVA, a princípio a única operadora de canais por assinatura que veiculará o Fiz.TV.
Coube aos blogueiros presentes ao evento, como legítimos representantes da cultura “do it yourself” de arregaçar as mangas e criar seus próprios canais de veiculação das suas idéias, a tarefa de veicular ao público geral as primeiras impressões sobre a proposta do Fiz.TV. Dito e feito: Pat Barcelos, do Update or Die, Renê Fraga, do Google Discovery, Carlos Merigo, do Brainstorm #9, Phelipe Cruz, do Papel Pop, Luiz Jeronimo, do Tarja Preta, Renata Honorato, do Sampaist, Carlos Cardoso, do Contraditorium, Tiago Dória, em seu blog, Alexandre Fugita, do Techbits, e Rosana Hermann, do Querido Leitor, já escreveram sobre o assunto. Mas quem escreveu o texto mais abrangente sobre o projeto foi Gustavo Jreige, do blog Outros Olhos, que postou um excelente artigo destrinchando todas as facetas da proposta do novo canal da Abril.
O WeShow, lançado recentemente, é um agregador de vídeos hospedados em sites como YouTube, DailyMotion e Metacafe. Todo o conteúdo encontrado é selecionado e organizado por editores, que catalogam os vídeos em mais de 200 categorias.
Para explicar melhor a proposta do WeShow, site atuante em três países (Brasil, Estados Unidos e Inglaterra), deixo a palavra com um dos sócios desta empreitada - Bruno Parodi, ex-colunista do site No Mínimo e um dos responsáveis pela concepção e realização do portal G1: “O diferencial está justamente na seleção dos melhores vídeos disponíveis na internet, não importa a fonte. Outro ponto importante é que nossa equipe editorial tem um trabalho de atribuir títulos, descrições e tags mais pertinentes aos vídeos (e uniformizadas), uma vez que o usuário que posta aquele vídeo originalmente muitas vezes não tem preocupação com a informação textual que acompanha o vídeo“.
Mensalmente será promovido o Prêmio WeShow, concurso elegendo os melhores vídeos em diversas categorias como “Carros Customizados”, “Bungee-Jumping” e “Gatas Internacionais”. Há também o WeShow TV, videocast semanal comentando os destaques em cada categoria. Explica Parodi: “A WeShow TV traz também uma outra forma de consumir os melhores vídeos, através de programas produzidos apresentando justamente essas pérolas. E quem quiser dar uma olhada na íntegra dos vídeos citados no programa, basta conferir logo abaixo da telinha os links para cada um deles“.
Marcos Wettreich, criador do iBest, foi o idealizador do projeto ao lado de Bruno Parodi. Fabio Seixas, sócio-fundador do Camiseteria, é o diretor de marketing do projeto.
Não é todo dia que a gente vê coisas como essa sendo exibidas ao vivo, no principal noticiário da televisão brasileira.
Em tempos de YouTube, como não poderia deixar de ser, os três amigos que alopraram a entrada ao vivo do repórter Paulo Renato Soares no Jornal Nacional trataram de postar na Web o making of de como arrancaram o sorriso maroto de Sandra Annenberg após a exibição da matéria. Continue Lendo
Poucas coisas me deixam tão indignado quanto entrevistas com filhos de artistas ou ex-participantes de programas de reality show que propagam aos ventos a indefectível declaração-clichê: “basta você acreditar em seu sonho que você chegará lá“. Pergunto: quantos males não foram propagados por conta dessa bravata digna dos maiores embustes da literatura (sic) de autoajuda? Basta assistir a programas como “American Idol” para ver tantas pessoas que se iludem em sonhos que não se sustentarão, acreditando piamente em talentos que não possuem e expondo-se ao escárnio público.
Exemplo perfeito do que digo é o vídeo a seguir, em que um participante do “American Idol” comete a pior interpretação de todos os tempos de “Like a Virgin”, com direito a uma coreografia do tipo “veja-me dançando e fure seus olhos depois”. Definitivamente ele não mentia quando se autodescreveu como alguém “very entertaining and unique“, embora não no sentido que ele provavelmente queria dar a essas palavras.
É óbvio que nós, filhos da mãe que somos, não resistimos a dar uma olhada em vídeos como estes e rir desbragadamente. Afinal de contas, estas pessoas, motivadas sabe-se lá por quais ilusões de fama, deram a cara para bater de um modo inimaginável para tímidos como eu. Por exemplo, o que pensar desta apresentação do Michael Jackson da Malásia? Continue Lendo
Há pouco tempo, Charles Pilger escreveu nos comentários deste blog: “Há um grande momento da TV brasileira que procuro pelo menos uma vez por semana no YouTube, que é o direito de resposta dada pela Justiça Eleitoral ao Leonel Brizola em 15 de março de 1994. O detalhe mágico é que esse direito de resposta foi lido pelo Cid Moreira em pleno Jornal Nacional. Foi um momento mágico esse, onde o velho Cid desancava o Roberto Marinho“. Pois bem: graças a uma dica do meu camarada Jorge Rocha (que, por sua vez, encontrou a pepita graças a Raphael Perret), eis aqui o vídeo deste momento antológico.
Agora só falta provarem, via YouTube, que a famosa história de terem mandado o Bozo tomar no cu não é lenda urbana.
Quem cresceu tendo a televisão como babá eletrônica possui como principais referenciais de memória afetiva lembranças audiovisuais. Não é de se admirar, pois, que o YouTube tenha se tornado, em tão pouco tempo, um site tão imprescindível a ponto de ter causado comoção nacional quando foi bloqueado devido a certa ação na Justiça. Imagens que pensávamos que jamais teríamos a oportunidade de rever foram parar na rede graças ao ovo de Colombo que é o YouTube, primeiro site a efetivamente democratizar tanto a publicação quanto a visualização de vídeos raros como o momento em que Roberto Carlos apresentou a canção “Amigo” pela primeira vez para um emocionado Erasmo Carlos, a cena de um filme mostrando João Gilberto, Tom Jobim (sem camisa) e Luiz Bonfá cantando em uma praia para três embevecidas fãs, ou a abertura do programa Globo Cor Especial, cujo tema era a sensacional “Cinto de Inutilidades“, composta por Nelson Motta, Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle (sim, o YouTube ainda renderá muitos posts aqui).
Ao se referir ao YouTube, não é possível deixar de citar o poder que o site possui de ser um veículo de denúncia de arbitrariedades que ocorrem mundo afora, sejam elas um ato de brutalidade policial em Oaxaca, México, ou um ataque aéreo em meio aos embates envolvendo Israel e o Hizballah (recomendo, aliás, a leitura de “The Beast With a Billion Eyes“, excelente artigo de James Poniewozik para a revista Time). Mas é incontestável afirmar que um dos maiores apelos do YouTube é o fato de o site representar uma fonte inesgotável de puro entretenimento. Continue Lendo
Futurama é um de meus desenhos prediletos. Criado por Matt “Simpsons” Groening e David X. Cohen, narra a história de Philip J. Fry, um entregador de pizzas que acidentalmente fica preso em uma cápsula criogênica na noite de 31 de dezembro de 1999. Fry só é descongelado mil anos depois, e a série, ao melhor estilo de obras sci-fi como o genial Guia do Mochileiro das Galáxias, retrata as desventuras de um homem do século XX perdido no ano 3.000. No universo do século XXXI, humanos convivem naturalmente com robôs e extraterrestres e locomovem-se através de naves e tubos pneumáticos. O planeta Terra faz parte de uma organização intitulada Ordem Democrática dos Planetas, fundada após a Segunda Guerra Galáctica ocorrida em 2945, ao lado de membros como Tarantulon 6, Cineplex 14 (o planeta dos cinemas), Sicily 8 (onde vivem os mafiosos) e Omicron Persei VIII (lar dos omicronianos, alienígenas que, à semelhança dos klingons de Star Trek, vivem em conflito com os humanos, apesar de acompanharem atentamente reprises da série Friends). Continue Lendo
Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.