Por Rob Gordon ≈ quinta-feira, 13 de setembro de 2012
Histórias em quadrinhos?
Definitivamente, é mais fácil ler do que fazer. Especialmente no Brasil.
Eu descobri isso há pouco mais de um ano atrás, quando recebi um convite do Mario Cau, desenhista que já acumula vários projetos, para produzirmos juntos uma HQ. Ele desenharia, e eu escreveria, em parceria com a Marina Kurcis, o argumento e o roteiro, da história seria publicada semanalmente na internet.
Nascia, assim, a HQ Terapia que, como o próprio nome indica, acompanha as conversas entre um jovem e seu psicólogo.
Continue Lendo
A primeira tira protagonizada dos Peanuts foi publicada no dia 2 de outubro de 1950. Dois dias depois, um cachorrinho beagle fez a sua primeira aparição. E o universo dos quadrinhos não seria mais o mesmo, graças a Charlie Brown, Linus, Lucy, Schroeder, Woodstock, Patty Pimentinha e todos os personagens inesquecíveis criados por Charles M. Schulz.
Continue Lendo
É quase inacreditável constatar que ainda há gente que acha que quadrinhos são leituras para crianças. A polêmica em torno da aquisição de exemplares da coletânea de HQs nacionais Dez na Área, Um na Banheira e Ninguém no Gol para bibliotecas do governo do estado de São Paulo foi uma prova recente disso. Gian Danton em um artigo para o site Digestivo Cultural, descreveu bem a celeuma causada pela obra na mídia: “Datena sugeriu que ‘Dez na Área…’ era uma espécie de cartilha de libertinagem. Ratinho soltou palavrões. Até mesmo a Rede Globo (em reportagem do SPTV) saiu-se com essa inusitada chamada: ‘as histórias são em quadrinhos, mas o conteúdo não tem nada de infantil’, como se o fato de ser quadrinhos obrigasse o material a ser infantil”. Continue Lendo
De todas as histórias criadas por Bill Watterson entre 1985 a 1995 estreladas por Calvin, um garoto hiperativo de seis anos de idade, com imaginação fértil, e Hobbes, seu tigre de pelúcia com nome de filósofo inglês que foi rebatizado como Haroldo aqui no Brasil, a minha predileta é aquela que ficou conhecida como “The Raccoon Story” (a “história do quati”). Continue Lendo
Já faz algum tempo que chegaram às livrarias e bancas de jornais as aventuras da Turma da Mônica jovem, que mostram os personagens clássicos de Maurício de Sousa em versões adolescentes e traços característicos de mangá. Eu, que quando pirralho devorava com prazer as histórias dos planos “infalíveis” do Cebolinha e do Cascão, confesso que não dei a menor pelota quando saíram os primeiros números dessa fase teen da Mônica. Mas ontem, quando caiu um aguaceiro em São Paulo e fui obrigado a ficar mais tempo do que o planejado na Fnac da Paulista, folheei pela primeira vez um desses exemplares da versão Malhação da turma da Mônica, e fiquei estarrecido ao descobrir, enfim, novidades que já haviam abalado outros blogueiros como a trupe do Melhores do Mundo.
Continue Lendo
O que mata na vida são relacionamentos mal resolvidos. Aquela menina que sorriu pra você na festa da formatura da 8a. série, e que você não abordou porque era um tremendo dum bunda-mole. A colega de trabalho com quem você teve um flerte que não foi adiante porque tanto ela quanto você estavam enrolados com outras pessoas, e que permanece encalacrada em seus pensamentos feito uma bala Soft entalada na garganta. A vida que poderia ter sido mas não foi, como escreveu o Bandeira. Continue Lendo
Na concepção do genial Laerte Coutinho, Deus é uma divindade simpática e humana, que tem o olho aberto para as surpresas da vida. Muito distante, pois, daquela imagem carrancuda passada por muitos padres, de que Deus seria uma espécie de Big Brother avant la lettre que a tudo vê, e que condena quase tudo que fazemos ou deixamos de fazer. No prefácio de Frei Betto ao primeiro livro compilando as tiras de Deus Segundo Laerte, ele escreve: “Deus é amor, mais íntimo a nós do que nós a nós mesmos, como dizia Santo Agostinho. Portanto, se brincamos com tudo o que nos é íntimo, por que excluir Deus de nosso bom humor e carinho?“.
Laerte, que concedeu a Marco Aurélio Canônico da Folha de S. Paulo uma excelente entrevista, afirma: “Eu gostava das tirinhas de Deus, mas elas eram atéias. Não fiz as tiras para discutir religião, acho um tema empolgante, mas gosto de tratá-lo fora da fé“. Laerte, na real, concebe Deus da maneira que eu também gostaria que Ele fosse. Um dia espero merecer a graça de ir parar nesse lugar: um céu alternativo com vaga para pessoas legais. Sei que encontrarei muita gente bacana por lá.