As mais (ou menos) inesquecíveis capas de álbuns de todos os tempos
Por Alexandre Inagaki ≈ quarta-feira, 20 de novembro de 2013
Quem disse que o Brasil nunca teve super-heróis certamente é porque não conhecia ainda este super grupo formado por Princesa Solar, Homem Espacial, Silver Boy, Super Palhaço e Mulher Cósmica. E o melhor: você pode comprar um disco dos Novos Heróis no Mercado Livre e colocar em teste sua super audição.
A julgar só pela singela capa deste disco, Jim Post devia ser como dessas pessoas que postam uma foto no Facebook, curtem sua própria publicação e depois dão um dislike só pra poderem se curtir mais uma vez.
Diante da imagem deste Borat português, é inevitável pensar na piada de que o instrumento musical favorito dele é órgão. A propósito: ao acessar o site oficial de Quim Barreiros, tome o cuidado de diminuir o volume do seu computador, pois a música deste acordeonista português invadirá seus ouvidos com paquidérmica sutileza.
Se você achou ruim escalarem Ben Affleck para fazer o Batman, é porque não tinha visto ainda esta capa, constatando que super-heróis poderiam ter castings bem piores. A propósito: “Superman” foi um compacto gravado pela cantora russa Alla Pugacheva em 1985. Quando ouvi a música, não dava nada por ela. Saibam, porém, que Alla já vendeu mais de 75 milhões de cópias de seus álbuns mundo afora. É duro, mas não é mole não.
Quem não bica não sai da casca, e foi assim que o caipira Jacinto saiu do interior para tentar desencalhar na Cidade Maravilhosa, desferindo xavecos como “quando vejo muié assim meus óio brinca de cirandinha” ou “isso é muié de fechar o comércio, lavoura, indústria e até farmacia de plantão!”.
Suas aventuras foram narradas em diversos discos, nos quais o personagem donzelo, mas nem tanto, é interpretado pelo comediante Murilo Amorim Corrêa, vencedor do Troféu Imprensa de Melhor Humorista Masculino em 1961.
Preciso confessar que essa capa causa um efeito desconcertantemente hipnótico em mim, um pouco por causa do penteado da cantora, muito por causa do estilo alternativo de depilação desta ousada cantora sérvia.
Nietzsche não curtiu esta capa. Mas imagino, a julgar pelo sorriso desta senhora e pelas imagens de garrafas ao fundo, que a moral desta história é de que, depois de algumas doses a mais, qualquer um consegue encontrar Deus.
Humildade, sensualização e Photoshop.
Estátuas não aprovariam esta capa. De qualquer modo, se você é daquelas pessoas que só acreditam quando vêem (ou, no caso, ouvem), clique aqui para conferir a singela música que Mike Adkins compôs em homenagem às pombas.
Na verdade a capa nem é das piores. Mas o nome desse disco, “O Rei da Macumba na Onda Jovem”, justifica sua citação neste post. E as músicas desse álbum, como “Vou Jogar Flores no Mar”, “Ponto de Ogum Rompe Mato” e “Ponto de Caboclo Araribóia”, me despertaram a curiosidade de um dia ouvir esse disco na íntegra.
O modo como o título deste disco, “Front to Back”, foi traduzido visualmente pelo autor de sua capa, foi de uma elegância paquidermicamente sutil.
Imagine King Diamond gravando uma versão heavy metal de “Então é Natal”, da Simone, e você terá o melhor presente de inimigo secreto de todos os tempos na mão.
Um convite irresistivelmente sensualizante de Francisco y Fernando. Ou não.
Ao olhar esta imagem, lembrei da definição de coulrofobia dada pela Wikipedia: “Ao depararem-se com algum indivíduo vestido de palhaço, os portadores dessa fobia têm ataques de pânico, perda de fôlego, arritmia cardíaca, suores e náusea.”
Sandro Becker, o mestre do duplo sentido que fez com que “Julieta” fosse um hit das rádios FM na década de 80, não prezou pela sutileza e foi mais direto ao ponto na capa deste formoso álbum.
Ao que se refere a “b…” citada pelo apresentador de talk show favorito do Não Salvo neste disco gravado em 1980? Embora a resposta possa parecer óbvia, admito que tenho uma margem de dúvida.
P.S. 1: Posts relacionados: As piores capas de álbuns de todos os tempos e 14 nomes de duplas sertanejas famosas (ao menos para mim) que você precisa conhecer.
P.S. 2: Alguns links que recomendo a fãs de capas curiosas de álbuns: LP Cover Lover, Guia dos Curiosos, a lista de piores capas de todos os tempos segundo a Pitchfork e o grupo “Shit Record Covers” no Facebook.
Alexandre Inagaki
Alexandre Inagaki é jornalista, consultor de projetos de comunicação digital, japaraguaio, cínico cênico, poeta bissexto, air drummer, fã de Cortázar, Cabral, Mizoguchi, Gaiman e Hitchcock, torcedor do Guarani Futebol Clube, leonino e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos, não necessariamente nesta ordem.
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