Breve desabafo sobre os noticiários

Por Alexandre Inagakiquinta-feira, 22 de novembro de 2007

Conjecturo o futuro dessa molecada que cresce tendo a tevê e a internet como babás, enquanto seus pais labutam em busca do maldito pão nosso de cada dia. Fico imaginando como é que essas crianças que assistem à necrofilia dos programas vespertinos que bombardeiam telespectadores diariamente com notícias sobre pessoas sendo assassinadas, violentadas, seqüestradas e vilipendiadas assimilam tantas informações, e qual será seu peso na visão que elas terão a respeito da humanidade.

Meu maior temor é de que esteja sendo fomentado o surgimento de uma geração ainda mais niilista, cética e cínica do que a nossa. Pudera: o que pensar diante de notícias como a da jovem que ficou quase um mês presa em uma delegacia no Pará cercada por vinte criminosos? Mas o fato é que, se depender da miríade de desgraças que assolam o mundo lá fora, não teremos um momento sequer de trégua, diante dos novos atentados, assassinatos torpes e crimes de colarinho branco que batem à porta de nossos browsers e aparelhos de TV.

Um único pensamento me martela a cabeça: se fé pode ser definida como crença cega em alguma coisa, então nunca tivemos tantos motivos para acreditar piamente na tal da humanidade, ao menos se nos pautarmos exclusivamente nas manchetes do dia-a-dia. Afinal, como nutrir esperanças nestes estranhos tempos nos quais deixar de enxovalhar a vida alheia é um ato quase que subversivo, e o cinismo, a intolerância e a apatia proliferam-se feito vírus no mundo em que vivemos?

Não posso deixar de recordar uma crônica de Rubem Braga na qual ele lamentava a ausência nos jornais de notas como esta:

Anteontem, cerca de 21 horas, na Rua Arlinda, no Meier, o sapateiro Augusto Ramos, de 28 anos, casado com a senhora Deolinda Brito Ramos, de 23 anos de idade, aproveitou-se de um momento em que sua consorte ergueu os braços ao segurar uma lâmpada para abraçá-la alegremente, dando-lhe beijos na garganta e na face, culminando em um beijo na orelha esquerda. Em vista disso, a senhora em questão voltou-se para o seu marido, beijando-o longamente na boca e murmurando as seguintes palavras: ‘Meu amor’. Ao que ele retorquiu: ‘Deolinda’. Na manhã seguinte, Augusto Ramos foi visto saindo de sua residência às 7:45 da manhã, isto é, dez minutos mais tarde do que o habitual, pois se demorou, a pedido de sua esposa, para consertar a gaiola de um canário-da-terra de propriedade do casal.

Pois é quando o mundo mais teima em tentar esmorecer minhas esperanças que eu lembro que tenho uma família, bons amigos e uma namorada que não permitem que eu perca minha convicção de que há muito mais amor, solidariedade e fraternidade neste planeta do que jornais ou sites insistem em não veicular.

Pense Nisso!
Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista, consultor de projetos de comunicação digital, japaraguaio, cínico cênico, poeta bissexto, air drummer, fã de Cortázar, Cabral, Mizoguchi, Gaiman e Hitchcock, torcedor do Guarani Futebol Clube, leonino e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos, não necessariamente nesta ordem.

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Comentários do Blog

  • suellene

    Concordo absolutamente com o que a Maria Cristina escreveu, mas os pais tem que se tocar de hoje criança tem que se sujar mesmo tem que brincar e não fazer da televisão definitivamente uma baba virtual

  • Cristiane

    Adorei ler o seu post e a crônica sobre Augusto e Deolinda. Sou jornalista e mãe de uma criança de dois anos. Fico angustiada só em pensar como estará nosso país quando ele tiver a minha idade. São raríssimos os programas de TV aberta que assisto quando estou em casa com meu filho. Não é de se achar estranho que as mesmas emisoras que oferecem um cardápio cada vez mais indigesto de programas sejam maciçamente contra a classificação indicativa?

  • http://palpiteira.wordpress.com palpi

    Um absurdo, né? E eu soube somente ontem que o caso passou pelas mãos de uma juíza, uma procuradora e uma delegada. Todas mulheres, o que torna tudo ainda mais inacreditável.
    Acho bacana que suas esperanças não esmoreçam, é assim que tem de ser mesmo.
    Beijo.

  • Luiz

    Cara, você é brilhante. Maravilha ver (e ler) pessoas capazes de concatenar influências, referências e idéias absolutamente pessoais em um único frasco de sabedoria. Valeu e parabéns!

    Valeu pelo feedback hiperbólico, Luiz. Um dia espero chegar lá. Um abraço!

  • http://movidoavapor.com Paulo R Diesel

    Temos em mãos um veículo que devemos usar para minimizar os efeitos da mídia maior.
    Nossos Blogues podem servir para isto, alertar e informar sem bestializar as notícias e os seus leitores, ouvintes ou telespectadores.

    Falou e disse bem, Paulo!

  • http://www.ead.feuc.br EAD

    oiii parabéns pelo blog!!Assuntos bem variados gostei

  • http://mllabranches.blogspot.com Marcell Abranches

    Adorei seu texto e concordo plenamente. Estamos realmente criando uma geração que crescerá precisando cada dia mais de terapia, para poder resolver suas neuroses causadas na infancia…
    Parabéns.

  • http://elbeltranejo.blogspot.com Igor

    Dia desses eu comentava sobre o que a mídia veiculava e sobre o fato de não mais nos impressionarmos com o que tem acontecido.
    Minha mãe me disse que antigamente quando uma notícia de assassinato vinha à tona o povo chorava, achava um absurdo, uma tragédia! Hoje em dia morrem tantos que agente nem liga. Estupros, morte violenta, e agente diz :Oh, que terrível! Depois nos viramos pra comer.
    E cada tragédia é seguida de uma nova ainda mais horrenda!
    A banalização das atrocidades nos tem deixado, além de céticos, indiferentes enquanto não batem à nossa porta…

  • wilson

    Nao sou tão bom em expressar quanto você, mas concordo em número, gênero e grau com o que disse. Tantas coisas boas acontece a todo momento e ninguém diz nada, a tv, o rádio, o jornal e afins não dizem nada a respeito de coisas boas e quando dizem é baixinho e rapidinho pra ninguém ouvir. Exemplo, outro dia ao assistir o JN o gran reporter disse baixinho, quase sem sair a voz, que o pais cresceu (x)%, era pra ser uma notícia boa e deixar-nos esperançosos mas ele se virou para a outra câmera, estufou o peito, puxou bastante ar e falou quase gritando sobre os escândalos do mensalão, e bla bla bla, na hora fiquei indignado. Notícia boa não dá ibope, sempre digo que tv, rádio, jornal, revista não tem responsabilidade nenhuma, ou melhor, são irresponsáveis…..FELIZMENTE, agora, temos a internet….

  • marcos luz

    Rapaz, parabens pelo post e pelo blog no top da Bula.
    ps: e por ter o Violins, banda bacana de Goiânia que tb admiro, na frente do Radiohead na lista geral do last.fm, posição que só parece ameaçada com o lançamento do in rainbows… quem diria :)

    Ôpa, bacana encontrar mais alguém que curte Violins tanto quanto eu. B) Mas Marcos, depois que comecei a ouvir o set list sugerido pelo blog Puddlegum, que defende a teoria de que “Ok Computer” e “In Rainbows” são álbuns complementares, o Radiohead deu vários saltos em minha parada no Last.fm. :p

  • http://www.digitaldrops.com.br/drops/2007/11/a_semana_na_blogosfera_brasile_13.html Digital Drops

    A Semana na Blogosfera Brasileira
    Após um longo inverno sem escrever esta coluna, nesta semana consegui chegar antes do Dado, que diga-se de passagem tem feito um excelente trabalho nas seleções todas as semanas. E vamos lá: Um dos criadores do Adsense, Gokul Rajaram,…

  • amaro

    lembro-me bem deste texto do Rubem Braga foi um dos que marcaram meu ensino médio. Concordo contigo com relação a esses programas “mundo cão”, eles não podem influenciar positivamente as crianças que já veêm tantos programas inuteis na tv. Sorte nossa que temos familia, namorada, amigos, mas e os que não têm? esses perpetuarão o mal?

  • http://www.superfluo.com.br Jot

    Ah sim, presente pra você:
    http://www.youtube.com/watch?v=NQ-7P8JYIRs

    espero que goste de Ramones! hehehehe

    Jot, Ramones são sensacionais e foram os responsáveis por um dos melhores shows que já vi em toda a minha vida. Quanto ao vídeo, ele certamente será utilizado em um post futuro, he he. Valeu pela produção, véi!

  • http://revistabula.com Marcelo Gomide

    Alexandre,

    Ainda sobre a pesquisa da Revista Bula, alguns esclarecimentos.

    A pesquisa foi feita em nove estados mais o Distrito Federal.

    Portanto, dois estados para cada região do País. (No caso do Centro-Oeste, Brasília e Goiás)

    Também foi feito um levantamento prévio sobre a profissão de cada participante e a idade, antes de ser enviado o questionário.

    Vamos disponibilizar, ainda hoje, a pesquisa integral. Com o número de citações de cada blog.

    Valeu pelo esclarecimento, Marcelo. Um abraço!

  • http://attu.typepad.com/universo_anarquico/ tina oiticica harris

    Estava pensando ao rever meus posts recentes: meu Deus, só tem desgraça. Não é necrofilia, pelo contrário. É importante informar o que passa em lugares inacessíveis do país, e pior, que algozes foram todos do sexo feminino, exceto os que fizeram mal à mocinha presa com vinte homens. Será que uma notícia destas não tira a classe média da sua contemplação umbilical sobre custos de produtos de consumo para conhecer a realidade do povo?

    Segundo, para mim o suicídio de Megan Miers por causa de assédio anônimo na Net tem uma importância pessoal. Nunca usei advogados na Net. Todos meus probleminhas foram resolvidos por mim. Achei no caso de Megan Miers ser importante divulgar que sim há meios de proteger os adolescentes e outras vítimas de assédio anônimo na Net. A omissão do nome da organização americana que trata destes assuntos foi uma decepção para mim, por parte do Los Angeles Times. A org é WiredSafety.org, que ajuda internacionalmente a pessoas vítmas de assédio na Net. Os arquivos de Blogger, MySpace, Fotolog, Google, Orkut estão hospedados aqui nos EUA. Creio ser mais fácil o Safernet buscar auxílio com o WiredSafety.org para seus problemas. Quando Anônimos da Net dão o preju, as empresas tomam providências. O Google perdeu o Facebook justamente por não ter a confiança do público. Invariavelmente cita artigos de lei de maneira equivocada ou manda a pessoa em círculos de cabra-cega.
    Para mim, ambas notícias são de caráter de serviço de utilidade pública.

    Sou do tempo de ler Rubem Braga em primeira mão, nas revistas e jornais. Não seria lindo se os pais vigiassem um pouco seus filhos, dessem-lhe um pingo de valores morais em vez de presentes materiais? Você acha que adolescentes de treze anos têm maturidade para ir em bandos para casas de veraneio se alcoolizar e o que entra em coma alcoólica leva bronca por não saber beber? Minha geração criou um relacionamento de amiguinhos dos filhos em vez de exercício da autoridade paterna. Os corações emperdenidos que vejo por aí me deixam boquiaberta. Você me desculpe minha redação espontânea e extensa. Foram dois casos qeu mexheram comigo e por isso, para informação os publiquei. Prometo uma história de humor para amanhã ou depois de amanhã. No meu blog em inglês já tem um post abobrinahs, bem light. Foi de lá que vi que havia post novo. Um grande abraço e um beijo para compartir com a namorada e chegar atrsado dez minutos no trabalho, Alexandre Inagaki.

    Tina, não entendi o porquê do seu comentário. Oras, você não precisa se justificar pela temática de seus posts. O mais bacana da atividade de blogar está na liberdade de pautas. Cada um que escreva sobre o que lhe aprouver e da maneira que desejar, sem necessitar se preocupar com cagações de regras de quem quer que seja. Um abraço.

  • http://www.lagoepiletico.blogspot.com LeFov

    Talvez seja por faltarem notícias assim que as pessoas se refugiem cada vez mais em fantasias, não é mesmo? É só pensar nos fenômenos literários e cinematográficos do momento de venda e público para constatar isso

  • http://locutorius.blogspot.com simone iwasso

    você tá certo quanto à falta de espaço ao que bom, ao que dá certo, às histórias que estão por aí, acontecendo, só esperando para serem contadas. mas, nesse caso, eu ate vejo o contrário: demorou para as redações perceberem a gravidade doque aconteceu no pará. o absurdo e o descaso com essa menina!

    Sim, sim. Você está certa, Simone. E a cada desdobramento dessa história, mais estupefato eu fico. Exercício dolorido para nossa capacidade de indignação.

  • http://documentotupiniquim.com/ Fernando Cury “o Pandão”

    poxa…
    é bem triste a situação em que vivemos nosso cotidiano, regado a violência e por quê não, banalizando-a. Não creio que haja volta para a mentalidade atual, para a ausência do romantismo que “cronicou” o ótimo Rubem Braga, ou volta para que se tenha novamente um simples brilho no olhar para uma realização pessoal (mesmo que pequena). Só que há sim uma maneira de barrar isso. Ao menos eu acredito nisso. É só ensinar nossos filhos que o amor pode estar presente nas vidas de todos, e não um “tudo por dinheiro”, onde pessoas passam por cima de pessoas sem respeitar nada nem ninguém…
    Grande post meu amigo! Parabéns!
    []s

  • http://www.papeldepao.com.br Sergio Fonseca

    essa crônica do Rubem me fez lembrar do site mundo perfeito. Era bom, aquilo. :)

    Sergio, a Daniela Abade não atualiza mais o site, mas ao menos deixou todos os arquivos do Mundo Perfeito no ar.

  • https://radioativos.blogspot.com makarrao

    realmente, hoje vimos apenas desgraças acontecendo o tempo todo. A própria mídia molda cérebros para querermos ver cada vez mais desgraças alheias, o que de fato atrai a atenção. Um acidente de trânsito, por exemplo. Aqui em Santa Catarina, por exemplo. Os curiosos que parara para ver o acidente, foram atropelados por uma carreta que veio desgorvenada e fez um strike levando todo mundo que estava ao redor. Faz muita falta boas notícias.
    Não parece ser a tendência.

  • http://http//anny-linhaozzy.blogspot.com/ Anna

    Oi Alessandro:
    Pois é, quando enfrentei esta situação há 30 anos atrás, fiquei apavorada. Como proteger meus filhos desta calamidade que mostram na TV. Sempre quando estava presente, procurei ser crítica ao que estava sendo mostrado. Nunca aceitar o que estava sendo visto, sem questionar. O resultado disto? Ontem, estávamos almoçando e o apresentador começou anunciando um assassinato. Credo! Meu filho nem pensou. Tirou logo. E quando ele era menor, quando tocava aquela música(Rs!) da Globo anunciando qualquer tragédia, ele dizia “Lá vem o plantão da morte.”
    Então posso dizer que consegui que eles ficassem pelo menos seletivos no que vão ver. É isto aí.É preocupante mesmo. A quntidade de lixo que a tv despeja em cima das pessoas. Nem vejo mais. Já te disse aqui. Eta comentário grande. Desculpe. Fiquei empolgada.
    Abraço.

    Anna, é por essas e outras que a comunidade Tenho Medo do Plantão da Globo já tem mais de 11 mil membros…

  • http://carolmonti.blogspot.com Carol Monti

    oiii Inagaki! td bem? sou a Carolzinha que trabalhou contigo na McCann … estou uma leitora assídua do “pensar enlouquece” …. concordo totalmente com vc sobre o post de hoje. Somos bombardeados de notícias horríveis. A próxima geração será neurótica e viverá com medo da própria sombra. Aqui em Londres temos jornais gratuitos todo dia e o resumo de todos eles são:
    - assassinatos premeditados
    - roubos seguidos de assassinatos
    - brigas que sem querer acabaram em assassinato
    - celebridades bêbadas e drogadas
    São fontes de desgraça e inutilidade.
    Mas cultivo minha fé tb … o mundo não está perdido, ainda! rs

    bjo

    Oi Carol, que bom te encontrar por aqui! E seu relato serve para mostrar que o “fenômeno”, infelizmente, é em escala mundial. :’( Um beijabraço, ficarei de olho no seu blog pra acompanhar as desventuras da senhorita e da Pokema por Londres! :D

  • Mariângela de POA

    Pois creio que mesmo tendo tantos queridos em volta como dissestes mesmo assim é desanimador acompanhar tanta violência diária,concordo com o post da Karen quando ela fala dos filhos.Depois que temos filhos ficamos infinitamente mais sensíveis a estes problemas pois “polianisticamente” falando queremos oferecer a eles um mundo de amor,mas quanta utopia. Ao mesmo tempo que penso que temos que ser multiplicadores de amor, delicadeza,boas atitudes com nossas crianças para tornar o mundo melhor fico estarrecida em ver a maioria esmagadora delas sem acesso a educação de qualidade, talvez a ferramenta mais importante para transformar este país num lugar melhor. Às vezes tenho a sensação que tudo vai piorar,e muito,sentimento triste este..beijo prá ti e uma boa semana!

  • http://www.insoniasa.blogspot.com Biani Luna

    Uma pena que solidariedade e amor não vendam!
    beijos :*

  • http://ideiasnajanela.blogspot.com Kandy

    Não acho que o mundo esteja mais violento, ele está igual ao que sempre foi, porque a violência é fruto da ação do ser humano e o ser humano não parece ter progredido muito no quesito antropológico desde que aprendeu a andar com dois membros e a dominar a linguagem. Ele pode ter-se desenvolvido na tecnologia, na ciência, mas continua tão humano quanto antes. O que mudou é que agora o acesso à informação é mais fácil. As atrocidades sempre existiram, só não eram tão divulgadas. O que me assusta mesmo nem é tanto estarmos expostos constantemente a todas essas atrocidades. É não fazermos nada diante delas, informados que estamos. Antes havia a desculpa da alienação. Mas agora, no mundo globalizado, a falta de atitude e a complacência, a meu ver, são cúmplices da desgraça. E isso é humanamente tão idiota quanto a predisposição ao crime, à corrupção, à humilhação, à guerra e por aí vai.

    Kandy, concordo plenamente contigo. Você, aliás, acabou parafraseando uma frase cunhada pelo G. K. Chesterton: “Não foi o mundo que piorou, as coberturas jornalísticas é que melhoraram muito”.

  • http://gavetamaldita.blogspot.com/ Gaveta Maldita

    Arrestei minha ociosidade até o computador para deixar registrado que, se dependesse de mim, a humanidade poderia acabar afogada, hoje mesmo, em sangue e dor, ou melhor, em cinzas e radiação, num autogenocídio fulminante e arrasador.

    http://gavetamaldita.blogspot.com/

  • http://www.pensamentoblase.blogspot.com Aldrin

    olá, tudo bem?
    sempre leio seu site e é mto bom!
    Como estudante (frustrado) de jornalismo concordo com você! Realmente falta notícias como Rubem Braga citou na crônica! E com certeza há mais amor e fraternidade nessa humanidade toda!
    abraços!

  • http://www.crisemcrise.blogspot.com/ Cristiane

    As pessoas acreditam que só desgraça vende jornal e aumenta o IBOPE. Eu também acredito que há muito mais amor no mundo do que nos é mostrado.
    tava com saudade do seu blog.
    Beijo

  • http://ocomportamento.blogspot.com _Maga

    “As pessoas se preocupam com o efeito da violência na sensibilidade das crianças, mas minha preocupação é um pouco diferente. Tenho medo que esta seja uma geração à prova de deslumbramento. Uma geração dessensibilizada não pela desumanidade que a técnica moderna transmite, mas pela própria técnica moderna.” p. 45-46, Luis Fernando Verissimo, Banquete com os deuses

    “Estamos começando a perceber o que é a extensão e profundidade de viver numa sociedade de massa. A quantidade altera profundamente a qualidade. O futuro já foi incerto, hoje é imponderável. Já não somos o que fomos, nem vislumbramos o que seremos. O sentimento é de que não há mais um mesmo barco, embora possa haver um mesmo mar. Acentua-se o sentimento de estar perdido, de não estar entendendo tudo que acontece. Resta a sensação de extrema solidão em um mundo super-habitado. Se antes se perguntava de onde viemos e para onde iríamos, hoje pergunta o que fazemos aqui e o que fizemos disso aqui. Num darwinismo terminal fomos largando, pelos imponderáveis caminhos da vida, as nossas referências pessoais, familiares, políticas, filosóficas, religiosas. E não tinhamos pelo que substituí-las. Valores em crise, fé em declínio, e eis nos braços da mistificação e varejo. Seguimos nus, caminhando contra o vento gelado, coração apertado pelo medo.” p. 78, Alcione Araújo, Urgente é a Vida.

    Citações obrigatórias…

    beijos

    Tão obrigatórias quanto a sua participação neste post, Marcela. Obrigado pelas citações!

  • http://rhdoinferno.blogspot.com/ Alexandre Lucas

    Adorei o artigo, o blog e especialmente a ilustração. Estou linkando no meu e voltarei sempre :)

  • http://idealismodebuteco.wordpress.com Eduardo Wagner

    Concordo com você quando se preocupa com o futuro desses moleques. Fiz um post em meu blog depois de ler este seu, contando um fato que ocorreu comigo e me fez pensar um pouco. O título é Indignado?

    Acabei de postar um comentário em seu blog, Eduardo. A propósito, aproveito para deixar aqui um link para o seu post. []‘s!

  • http://jccbalaperdida.blogspot.com JULIO CESAR CORREA

    A crônica do Rubem é uma preciosidade, mas foi feita numa época em que era comum se dar bom dia e falar mal dos outros era uma péssima exceção. E como disse Domingos de Oliveira, “a sinceridade virou um tabu.” Para viver num mundo onde ser sincero é quase que um ato terrorista, só mesmo com muita fé.
    abração

  • karen

    Ina, felizmente fico em casa com as crianças em casa o dia todo, e fico monitorando a programação da tv, e tempo na internet, mas é incrível como os pais de hoje deixam os filhos tão à vontade, deixando toda a responsabilidade de educar com a escola, tv e internet mesmo, vc está certo. Estava numa reunião na escola do Dudu outro dia e uma mãe disse que o filho estava muito mal educado, que ela queria uma explicação, eu disse pra ela que a culpa era dela, que a escola era uma extensão de casa, não o contrário, quase fui espancada na sala. Essa inversão de valores é muito triste e preocupante, enquanto estou aqui preocupada com tudo, desde os livros que compramos até o que eles comem, vejo crianças sendo tratadas com tapas, assistindo Tropa de Elite, uma alimentação à base de bolacha recheada, batata frita, danone e sorvete. O que os pais não sabem, além de muitas coisas, é que o açúcar prejudica não só dentes, mas o comportamento delas. Um beijo.

    Karen, precisa a sua colocação na reunião da escola. Vejo muitos pais que simplesmente terceirizam a responsabilidade pela educação de seus filhos, e depois se dizem estupefatos quando descobrem que suas crias viraram viciados, traficantes, agressores ou ladrões. Só falta dizerem que “a culpa é do governo”, o bode expiatório pra tudo neste país. Um abraço!

  • http://contosdeumalienado.blogspot.com Ulisses Lalio

    Uma vez me flaguei vendo o “Chumbo Grosso” (programa sensacionalista que tem mais sangue que a Santa Casa) e sem dúvidas a sensação de se ver fazendo algo que você despreza é repulsivo. Mas o que me tira o sono é saber que muitas pessoas nunca pararão para pensar que estão assistindo o nosso próprio declínio. Sou um cético, sou um pessimista, sou um capitalista e um monte de outros “istas” infelismente ou felismente sou “pós-moderno”. Aff credo! só queria ser eu mesmo…

  • http://jornalrecomeco.blogspot.com/ Glória Reis

    Gostaria de aproveitar o espaço do seu blog para informar que notícias macabras como essa da jovem encarcerada com 20 detentos são corriqueiras em nosso sistema prisional. Trabalho (como voluntária) no atendimento aos presos e somos obrigadas a conviver com um verdadeiro circo de horrores. Dias atrás uma jovem grávida de oito meses foi presa na cadeia de Cataguases (MG, minha região)por um furto de chocolate. Foi trazida em viatura da cidade de Ponte Nova, cuja cadeia não estava recebendo mais presos em função do episódio em que morreram 25 homens sufocados por incêndio dentro de uma cela. Publico há seis anos um jornal no qual os detentos relatam a realidade da prisão e quem se dispuzer a ler todas as edições ( estão na internet:http://www.jornalrecomeco.com/)verá que o acontecido no Pará é apenas uma notícia que vazou na imprensa.
    É isso aí, precisamos saber mais sobre os porões do nosso país. Um abraço, excelente seu blog, parabéns por sua sensibilidade.

    Obrigado pelo comentário e pelas informações trazidas por você, Glória. Aliás, ontem foi exibida uma matéria no Jornal da Globo mostrando fotos de mais um caso de uma presa detida junto com vários homens no Pará. Como diria o Coronel Kurtz: “the horror, the horror”.

  • http://blogdomario mariogut

    uma análise das mais lúcidas que já lí.parabéns.
    também me seduz a idéia de pular anos à frente e verificar como os jovens descritos metabolizaram ( a palavra é esta )as notícias que vemos hoje.
    mas também não devemos esquecer que nossos pais tinham preocupações análogas.
    … e sobrevivemos.
    aos nossos filhos,imagino, caberá apenas o nosso carinho do momento presente.
    e…acreditar que exista um Deus !

  • Guilherme Amorim

    Acho que a única forma, no momento, de arrefecer esses reflexos é investir na massificação da imagem do jornalismo atual como produto capitalista.

    Não que não fosse antes, mas acho que as pessoas só vão passar a questionar o que lêem se compreenderem, no todo, que a escolha das notícias e as formas de contá-las têm mais apelo de mercado que compromisso com a verdade.

    Verdade, vale lembrar, separada pelas famosas três versões: a minha, a sua e a verdadeira.

    Guilherme, creio que o cerne do problema está na péssima qualidade da educação no Brasil. Em um país formado por uma multidão de analfabetos funcionais, que desconhecem noções básicas de interpretação de textos, pedir para que eles desenvolvam massa crítica é algo um tanto quanto utópico. Enquanto isso, infelizmente veremos mais do mesmo que está aí: milhões de pessoas apascentadas que lêem, ouvem e assistem a tudo incapacitadas de desenvolverem raciocínios próprios a partir das informações que consomem.

  • http://bumsteadsbook.blogspot.com/ Dagwood

    De fato, as notícias andam tão desanimadoras q pessoas de visão limitada, no q concerne às expectativas q se podem esperar desta vida, pensariam imediatamente em cometer suicídio ou coisa pior. Nós, q temos um filho já na pré-adolescência e tb sendo “massacrado” (inconscientemente) pelas tais “babás” q vc citou, se não ficamos de olho, monitorando, orientando, com a proximidade necessária, sabemos q o risco de perdê-lo para este mundo mundo confuso é alto.
    Entretanto, e sem querer adentrar (muito) por meandres filosófico-religiosos, cujos múltiplos conceitos existem exatamente para satisfazer as necessidades de infinitas individualidades, acho q a Fé - como a crença no fato de q tudo isso q acontece à nossa volta, atualmente, tem um propósito específico e segue um plano q não nos é claro divisar com nossos olhos de “elementos-carbono” - será sempre o pilar para enfrentarmos as recentes e cada vez mais “agressivas” vicissitudes do dia-a-dia cientes de q alguma coisa melhor virá depois disso… mesmo q não estejamos aqui para apreciar, dado q o Tempo é uma variável q não podemos (ainda) controlar como desejamos.
    De toda forma, sempre é bom seguir algumas regrinhas, como postei outro dia. Eu, pelo menos, acho q elas nos ajudam a viver um pouco melhor - por mais difícil q seja ou possa parecer. E não perder a Fé ;)
    Um forte abraço e tudo de bom.

  • Mani

    Que pena que felicidade cotidiana e bom humor não vende jornal! Um abraço!!!

  • Caio

    show de bola! muito bom

  • http://fiquelouco.blogspot.com Guilherme C. Grünewald

    Já fazendo um outro comentário aqui, me veio nítidamente à cabeça agora o meu pai, um jornalista figuraça, que tinha o sonho de criar um jornal só com boas notícias, ele tinha toda idéia pronta de como seria, infelizmente nunca realizou esse sonho “maluco”, nem tantos outros que ele tinha… :(
    Fortuna!

  • http://gutosenra.blogspot.com guto

    é foda, mas não podemos esmaecer nunca a vontade.

  • http://fiquelouco.blogspot.com Guilherme Grünewald

    Eu sou professor e vejo o que me parece ser a grande doença da nova geração, a “apatia”, pessoas que tanto fez ou tanto faz, que não querem crescer e enfrentar o mundo, sem perspectivas e cuja vida é ficar na internet em msn. A maioria não consegue escrever ou entender um texto de forma descente.
    Sou a primeira (talvez a segunda) geração que cresceu com internet desde jovem, e já cheguei ao vício, e sei como a internet como meio e não como ferramenta não leva à nada, por sorte sempre gostei de ler, e a internet sempre foi também um meio de buscar conhecimento. Também fiz muitos amigos reais dessa forma, no velho IRC com pessoas que gostavam de discutir filosofia (bem barata devo admitir), mas que acabaram por forjar grandes amizades que já chegam a uma década, talves a sabedoria esteja em agregar isso ao plano real, e não deixar somente no campo da virtualidade, é muito fácil virar um ser virtual que não busca nada.

    A imagem me lembrou Space Oddity do david Bowie. :)

    E estou revoltado com o caso da garota presa com 20 pessoas no paraná, isso foi um absurdo sem igual! O meu medo é ouvir tanta notícia desse tipo a ponto de um dia deixar de ter esse sentimento de asco e indignação perante as violências presentes no mundo, pois nem tudo deve ser um mar de rosas e precisamos dessa indignação para tenta fazer algo e mudar alguma coisa, porém isso parece cada vez mais difícil.

    Viajei um pouco demais, mas acho que deu para entender algo que disse (espero o.0 )

    Fortuna!

    Guilherme, o fato é que essa geração apática já vem sendo criada há tempos. O fim da utopia socialista e o desencanto com a hegemonia capitalista, o crescente individualismo nas sociedades pós-modernas que vem assolando o mundo desde os tempos dos yuppies, a despolitização de jovens que não têm ideologias e sequer sentem a falta delas, tudo faz parte de um processo que desemboca em eleições que levam ao Congresso parlamentares omissos, corruptos e despreparados, em detrimento de nomes muito mais capacitados. Do mesmo modo, facilita a eleição de governantes que implantam políticas educacionais caducas e inadequadas. Uma nação se faz com educação, com investimentos duradouros em ciência e tecnologia, e não com o que temos atualmente. Esse ciclo vicioso desemboca no que vemos atualmente: jovens alienados e sem noções de cidadania, mauricinhos que espancam covardemente mendigos e empregadas, pitboys e skinheads esmurrando pessoas a esmo, adolescentes que em vez de usarem a internet como meio de informação preferem subir fotos egocêntricas em seus álbuns no Orkut.

  • http://www.shablemga.blogspot.com Junior Lins

    É inacreditável o caso da menina. Bom que blog’s famosos propaguem essa noticia pra o povo ver o que está acontecendo por ai e nao sai no jornal nacional.
    E quanto as esperanças do Brasil, o que falar? Só lamentar… Sou mais um dos que nao tem a menor esperança…

  • Mauro Cafundó

    Não seria amor, solidariedade e fraternidade para serem divulgadas por atores, poetas, escritores, pintores, escultores e intelectuais (e blogueiros)?

    Não creio em divisões estanques, Mauro. Até porque artistas não devem se esquivar, nunca, de mostrar o lado negro da humanidade em suas obras, e jornalistas também noticiam o que há de bom por aí.

  • Diego

    Adoro Ler Seus Posts!!!
    Cara, Muito Bom O Texto E É Aquela Velha História:
    “Nada Está Tão Ruim Que Não Possa Piorar!!!”
    Mas “Somos Brasileiros e Não Desistimos Nunca” Ou Quase Isso!!!

  • Luciana

    Só para ilustrar um pouco mais seu desabafo: Em 1996, o diário holandês ”Eindhovens Dagblad” resolveu publicar uma edição inteira somente com boas notícias. A edição coincidiu com o dia em que a fábrica da Philips na cidade fez grande número de demissões, anunciadas na véspera. Manchete do jornal: ”Lucros da Philips devem crescer”…
    Isso realmente não dá certo…
    Mas a vida tem pequenas notícias boas: nesta chuvosa Curitiba surgiu um sol incrivelmente bonito, que promete um entardecer poeticamente magistral…
    Um beijo

    Luciana, esse causo é sensacional (exceto para os demitidos pela Philips). Me fez até lembrar daquela gag do filme “Debi e Lóide”, quando uma personagem, ao ser questionada pelo personagem de Jim Carrey se ele tinha alguma chance com ela, responde: “uma chance em um milhão”. E ele sai pulando de alegria, dizendo: “Eu tenho chance! Eu tenho chance!”. Tá certo que é bom procurar ver o lado bom das coisas, mas não vamos exagerar…

  • http://www.imprensando.com.br Clayton Cruz

    Concordo em número, gênero e grau. Há muitos anos milito na imprensa e desde sempre com um perfil idealista de que mais do que informar, é missão do jornalista, educar.

    Hoje chego na emissora e a repórter me diz que não havia informações policiais porque o delegado que assumiu o posto anteontem, determinou que faria uma triagem dos boletins de ocorrência antes de passa-los aos profissionais de imprensa acostumados a madrugar nas delegacias.

    Impulsivamente bati palmas ao delegado. Não concordo com a divulgação do B.O, por uma série de motivos, mas, permita-me citar apenas dois. Primeiro - Ele representa apenas um lado da história ou estória (apenas a apuração elucidará os fatos). Segundo - Os dados são meramente informativos, não podem servir de base para que apresentadores raivosos, destilem seu veneno acusando, julgando e condenando. Particularmente acho que o “Caderno Polícia” é dispensável; serve apenas para alimentar a sede humana pela desgraça alheia, embora o problema não esteja na informação em sí, mas na forma como ela é levada ao leitor, telespectador ou ouvinte.

    [ ]

    Excelente comentário, Clayton. Obrigado por enriquecer meu desabafo com as suas experiências.

  • http://doppelgangerperdido.blogspot.com/ Gisele Amaral

    É uma pena que só desgraças e despautérios encham as folhas de jornais e páginas de internet. Mas a luta pela ternura continua, Inagaki. Aqui é um ótimo foco de resistência, por exemplo.
    Um beijo.
    =*

  • http://www.patianderick.blogspot.com/ Patricia

    Faço meu seu desabafo….
    Mas sabe o que mais me deixa indignada? É saber que a maioria da população, “quer” assistir a tudo isso, que é esse tipo de assunto que vende jornais, revistas e dá ibope… Lamentável o valor que a humanidade dá frente ao sofrimento alheio!! Saber da notícia sim… sempre… mas dar ibope à tudo isso… já é d+.
    Bjus

  • http://phechandooboteco.blogspot.com Raphael Gomes

    E não são apenas as notícias que nos trazem a necrofilia do cotidiano. Temos ainda filmes violentos e novelas praticamente pornográficas em plena luz do dia. Isso sem citar os desenhos que mostram muitas vezes heróis cruéis e filosofias destrutivas.
    O único “refresco para a alma” é o domingão que traz apenas as velhas baboseiras inúteis anos a fio.
    Me lembro que quando era criança e assistia o Rá-tim-bum! ou Glub-glub. Programas pra criança de verdade.
    Belos comentários os seus. Parabéns.

  • http://www.vollatill.blogspot.com Vivian Makia

    Mais pertinente impossível. Temos mesmo que seguir essa teimosia saudável e essa fúria que movem a fé na possiblidade das coisas serem diferentes e as atitudes a favor da mudança.

  • http://macaxeirageral.net Bruno Alves

    De vez em quando me pergunto qual a importância dos telejornais noticiarem coisas como, por exemplo, um descarrilamento de trem na Índia que mata centenas de pessoas. Qual a relevância desse tipo de notícias para nós{Como se não bastassem nossas próprias tragédias}?
    Boa citação ao grande Rubem Braga {conheci essa crônica no primeiro semestre da universidade, apresentada por uma professora de português, com o objetivo de discutir criticamente o conteúdo veiculado pela imprensa - e olha que isso foi em 1992}; essa crônica dele devia ficar colada na mesa de todo jornalista, para que eles lembrassem que, de vez em quando, notícias bobas e felizes como essas são necessárias para nos lembrarmos que a vida é boa justamente por esses pequenos detalhes, que nos enchem de fé,alegria e esperança.
    Tem que haver divulgação de fraudes, violências, injustiças e similares - temos que ter ciência do que acontece ao nosso redor, temos que ficar atentos e se indignar, pois a indignação é um bom combustível para mudanças; mas também tem que haver coisas boas no meio disso tudo.
    Grande abraço.

  • Te

    Já disseram que felicidade não vende jornal.

  • http://www.zephyrusprana.wordpress.com Marcelo Bueno

    Oi, Inagaki, depois dá uma olhada no endereço http://www.metromagazine.com.br e pega a versão pdf da edição de hoje. Tem um artigo sobre o BestBlog Brasil e sugeri um screen da sua página… ;)

    []‘s

    Olá Marcelo, fui até a URL que você me indicou, mas a edição disponível por lá em PDF ainda é a de 9 de novembro. De qualquer modo, valeu pelo aviso e obrigado pela sugestão!

  • Kallllos

    ja fazem uns 20 anos que eu estou estudando fisica quantica e relatividade só pra poder mandar o meu filho de volta no tempo quando ele tiver 7, 8 anos pra 1984. dessa forma ele podera ficar assistindo tv comigo, tardes intermináveis até a hora de sair descanço pra jogar bola com os outros piás da ruas e fazer bagunça, esperando não ardentemente com os pés maravilhosamentes sujos a malvista hora do banho e o cafézinho esperto da tarde…(esse seria um presente maravilhoso pra infancia do guri, ja que da forma que vai…).
    abraços

  • http://www.dabusca.blogspot.com Fabio Rocha

    É, amigo, olha o poder que acabou nas mãos de repórteres sem criatividade, que só pensam em Ibope e repetem essas fórmulas imbecis de jornalismo, na nossa sociedade… Acho que não afeta só molecada não, deixa a todos com mais medo, achando que essa visão distorcida do mundo é a realidade. Vivo falando disso nos meus poemas também. Abraços

    OBS: Quando puder me escreve que quero tirar uma dúvida com você sobre anunciantes: [email protected]

    Valeu, Fabio. Daqui a pouco tô te mandando um e-mail!

  • Alfredo

    Alexandre, parabéns pelo primeiro lugar na pesquisa. Na frente de Veja e Estadão.

    Obrigado, Alberto! Não dá pra negar que fiquei feliz com os resultados da nova pesquisa da Revista Bula. :D

  • http://www.updateordie.com Wagner Brenner

    Continuamos com a maldição do tudo pode. Perdemos de vez qualquer faísca de indignação. Aos mais resistentes, resta o rótulo de exagerado, e o resto segue em boiada como já dizia Zé Ramalho. ;)

    Citação precisa, Wagner. Aliás, bom te ver por aqui, rapaz! :D

  • http://diariodelaoxitocina.blogspot.com Cíntia

    Alexandre,

    Maravilhoso poder começar o dia com esse trecho da crônica do Rubem Braga. Porque ontem mesmo estava falando com uma amiga sobre como a idéia de que a notícia que “vende” é a ruim foi crescendo, os meios de mostrar a desgraça humana foram se especializando, e agora já nao é qualquer cadáver que assusta, agora além de tudo estao tendo que vender show de misérias, porque fomos nos anestesiando. Sei que pode parecer absurdo, mas eu tento nao ver televisao, porque descobri que o impacto das imagens algumas vezes me faz aceitar qualquer baboseira que estejam dizendo a respeito e outras vezes me assusta estar indiferente a algumas imagens de violência. Prefiro ler, mesmo que nao exista meio isento, leio uns quantos e tento entender as coisas.
    Quanto às crianças, me dá muito medo às vezes pensar na quantidade de porcaria que a gente está deixando para elas.Afinal, como se constrói um filtro de internet para que as crianças nao vejam a forma obscena como funciona a política, a fome, a violência que nao vem dos tiros mas dos sorrisinhos amarelos de quem podia mudar as coisas e nao o faz? Acho que é justo aí que faz falta ter pais presentes, que controlem um pouco a babá eletrônica, ou que pelo menos falem com seus filhos.
    Eu fui criada pela babá eletrônica, e agora passo muito tempo na frente de um computador, mas acho que sempre tive a sorte de ter uns pais com quem conversar para tentar entender o que via até poder tirar minhas próprias conclusoes com algo mais de segurança.
    E hoje em dia, o que eu sinto falta, é de que pelo menos em algum jornal, nao precisava ser o jornal inteiro, uma coluna que fosse, trouxesse crônicas como essa do Rubem Braga. Porque também acontecem no dia-a-dia esses pequenos milagres de que a vida segue, de que ainda tem muita gente honesta, de que ainda existem maneiras de ser feliz sem passar por cima dos outros.Já pensou que legal? Uma notícia boa por dia, dessas que acontecem a todos nós mas quase nao nos damos conta.
    Por enquanto já acho uma boa notícia ter um post assim, que acorda os neurônios da gente para questoes que nem sempre estao na pauta dos outros meios, pelo menos nao com esse enfoque.
    Abraço e desculpa pelo comentário quilométrico, a discussao do blog do Pedro Dória ontem me deixou “revuelta” como dizem por aqui.

    Cíntia, quem me dera que todos os comentários quilométricos fossem tão bem ponderados e redigidos quanto o seu.

  • http://www.laedevolta.com.br/blog Ricardo

    É Ina, eu também esmoreço às vezes. Principalmente porque na Índia há muito mais munição para os meios de comunicação veicularem desgraças.

    É uma pena que boas ações e gestos como o do motoboy que devolveu US$ 6.000 em Brasília recebam minúscula atenção.

    O olhar no outro lado deste contexto também merece reflexão: é uma pena que as pessoas prefiram dar atenção às notícias de catástrofes e desgraças, por mais pontuais e estatisticamente insignificantes que sejam.

    Afinal, sem demanda não haveria oferta…

    Ricardo, interessante você ter citado esse caso. Outro dia mesmo, ao comentar essa notícia com uma amiga, observei que fatos que antes seriam considerados corriqueiros hoje tornam-se excepcionais. E citei exatamente a devolução dos US$ 6.000, para pontuar minha observação de que o que deveria ser um comportamento de praxe, ou seja, devolver algo que não é seu, hoje vira notícia, de tão raro que se tornou uma prática honesta como a do motoboy.

  • http://haznos.org nhock

    Ina, já pensou em ser poeta?
    Falando sério, acho que este foi um dos posts mais bonitos que por aqui navegaram.

    Abraços.

    Ps.: Que fogo, hein Deolinda?
    (:

    Grande Marcelo, valeu pela referência. Olha, você até encontra alguns poemas que escrevi aqui, ali e acolá. Mas bom mesmo é encontrar alguém como a Deolinda. ;D

  • aninha

    Talvez, ao invés de criar pessoas sem fé, as notícias surtam um efeito justamente contrário. Porque, quanto maior é a dor, mais precisamos de fé.
    E a necessidade de ser feliz é um certo instinto de sobrevivência, herança genética saudável da nossa raça complicada. Outra possibilidade é ver as pessoas ignorando certas notícias e vendo mais History Channel ou Discovery Channel (Tá bom….isso foi meio nerd, né?) :/ Beijinho. Obrigada por me fazer feliz :]

  • http://silveiraneto.net Silveira Neto

    Cara, essa notícia me chocou completamente. Venho acompanhando o desenrolar do caso nos jornais.
    Se você quer conhecer a civilidade de um pais, olhe para suas prisões.

  • Ana Paula Martins

    Hj ouvi essa notícia e tb fiquei indignada com o poder da imprensa de invadir as nossas vidas com notícias nefastas da humanidade. A poder da mídia pode nos levar do céu ao inferno.
    Será que a manipulação poderia ser para o bem? Um dia de notícias boas, com exemplos de diganidade humana, só uma vez ao mês.Vc poderia começar a campanha. Um dia no Blog para contar que ainda vale a pena acreditar em nós. A esperança precisa sobreviver.

    Ana, seu comentário necessita de um contraponto. A imprensa precisa, sim, divulgar certas notícias. Esse caso da garota na cadeia do Pará, por exemplo, é o exemplo contumaz do papel necessário da imprensa: tornar públicas práticas condenáveis para que eles não se repitam nunca mais. O cerne do meu desabafo, na realidade, é a proliferação de noticiários ao pior estilo joseluisdatenístico, explorando ad nauseam cada crime da maneira mais nauseabunda possível. E isso à tarde, em um horário no qual crianças vêem TV e são submetidas a uma exploração fétida e oportunista das misérias humanas: falta total de bom senso. Sobre o lance do “dia de notícias boas”, não penso que um viés poliana seja a solução. Você me fez recordar da iniciativa que o iG teve, há alguns anos, de publicar só boas notícias no portal. A idéia deu chabu total: por uma coincidência desgracenta, o dia que eles haviam marcado para fazer isso foi justamente 11 de setembro de 2001. Como apontei em meu post, há dias em que a realidade nos atropela sem prestar socorro e sem que possamos sequer anotar a placa…

  • http://pensitivo.wordpress.com Santaum

    Grande Inagaki.
    Concordo contigo quando expressa o sentimento da nova molecada. Isso acontece. O mais estranho é que os jovens estão cada dia mais adultos mais cedo. Uma criança hoje de 7 anos pode muito bem falar 3 línguas, ter aula de forró, natação, canto, piano, flauta e violão. Pode aprender a ler com 4 e ser um super intelectual na pré-adolescência (com o advento do oráculo buscador virtual). E o jovem adolescente tá ferrado, tem que decidir a profissão aos 16, participar de um programa de trainee aos 20 falando no mínimo 3 línguas com fluência, senão fica desempregado. Parece soar um pouco exagerado, mas não é nem tanto assim.
    Ótimo post e ótima reflexão. Grande abraço.

  • http://fudeblog.zyakannazio.eti.br Cesar Cardoso

    Er… como é que se diz? “If it bleeds, it leads” ou algo assim. Desgraça vende. Felicidade não. Ou algo assim. Ou então vale aquela frase de um colega de trabalho: “o mundo é cão, as pessoas são ruins e o pior ainda está por vir”.

Pense Nisso! Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.

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A vida é boa e cheia de possibilidades.
A vida é boa e cheia de possibilidades.
A vida é boa e cheia de possibilidades.