Brasil-il-il

Por Alexandre Inagakiquinta-feira, 13 de setembro de 2007

O primeiro avião foi a declaração dada por Renan Calheiros (PMDB-AL), em nota distribuída à imprensa, na qual ele afirmou, com serena hipocrisia, que o resultado da votação na sessão secreta (adjetivo aplicado incorretamente: a tal sessão esteve mais para “clandestina” do que para “secreta”) de ontem do Senado foi “uma vitória da democracia”. O segundo Boeing que acertou em cheio a moral cívica brasileira foi a frase vociferada pelo senador Almeida Lima (PMDB-SE), que disse: “a absolvição de Renan foi uma vitória do povo”. Com um dia de atraso tivemos, pois, o nosso catastrófico 11 de setembro. Apertem os cintos, porém: mais aviões metafóricos estão prontos para implodir o que resta de esperanças. Ainda hoje, dia 13, os líderes do governo na Câmara e Senado se reunirão para discutir a prorrogação da CPMF, o imposto provisório mais definitivo que a Civilização Ocidental jamais conheceu.

A pancadaria de ontem entre parlamentares e seguranças e a intimidação do discurso de defesa de Renan na tribuna do Senado são fatos que me remeteram ao aforismo cunhado por Henry Louis Mencken: “Sob a democracia, um partido devota suas principais energias à tentativa de provar que o outro partido é incompetente para governar - ambos conseguem e ambos estão certos”.

Mas o mais dolorido de tudo é constatar que, de certa maneira, a declaração serenamente hipócrita de Renan Calheiros tem lá sua razão: o senador alagoano foi eleito graças aos votos do povo, assim como todos os seus 40 colegas que votaram contra a sua destituição e mais os 6 que covardamente optaram pela abstenção. Aqueles que estão no Congresso são representantes democraticamente eleitos pela sociedade brasileira. Esta mesma sociedade repleta de cidadãos (sic) que desrespeitam sinais de trânsito, furam filas em todos os estabelecimentos possíveis, levam seus cachorros para dar uma cagadinha e deixam seus dejetos no meio da calçada pública, seguem religiosamente a Lei de Gérson sonegando impostos ou pagando propinas, dizem que estão “cansadinhos” mas anulam seus votos e lavam as mãos da tarefa de pesquisar o histórico dos candidatos e ajudar a eleger representantes mais qualificados.

É muito fácil jogar a culpa no governo e nos políticos, principalmente quando cada um esquece de fazer a sua parte. Nada mais humano, porém, do que se esquivar e responsabilizar os outros por toda a patifaria e falta de ética que grassa por aí.

* * * * *

P.S. 1: Foi divulgada uma relação de como votaram os senadores na preparação da pizza de abobrinha com pepino de ontem. Mas, estranhamente, 40 parlamentares afirmaram ter votado pela condenação de Renan Calheiros, enquanto o placar do Senado mostra que foram apenas 35. Ou seja, faltou caráter até para que nossos nobilíssimos representantes assumissem publicamente suas posições. Um texto mais elucidativo sobre os bastidores da votação clandestina é este: A vitória de Renan, de Cristiana Lôbo.

P.S. 2: Posts relacionados: Não seja imbecil, vote consciente, “O culpado é o governo”, Festa da democracia?, Ema, ema, ema, A Cara do Brasil e O Dia da Pizza.

Pense Nisso!
Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista, consultor de projetos de comunicação digital, japaraguaio, cínico cênico, poeta bissexto, air drummer, fã de Cortázar, Cabral, Mizoguchi, Gaiman e Hitchcock, torcedor do Guarani Futebol Clube, leonino e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos, não necessariamente nesta ordem.

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Comentários do Blog

  • Zeca

    Virou político?
    Votar é um direito, não é um dever. Envolver-se politicamente também. Mesmo o mais alienado dos cidadãos é um contribuinte (não há escolha) e entrega ao Estado cerca de 1/3 do que ganha.
    Isso corresponde a pelo menos três horas por dia de trabalho, do velho tripalium, um tempo que nem o Leão, nem Deus (se houver) restitui. Você ainda quer censurar, obrigar, constranger quem não quer perder mais tempo com governos? Tenha dó!
    Ninguém me perguntou se eu queria fazer parte do Brasil ou não, eu não assinei contrato social nenhum, o Estado já toma 1/3 do meu dinheiro, o que essa tirana “coletividade” quer mais de mim?
    Envolvimento? Ah, vai patrulhar a mãe!

    É isso aí, campeão. Fique quieto, vendo um terço do seu dinheiro ir embora, cruzando os braços achando que o negócio é ser alienadão mesmo. Se a sua escolha é ser um analfabeto político, parabéns. Mais cômodo e muito mais produtivo para a sua vida e para sociedade patrulhar o post dos outros, né meninão?

  • Razek Seravhat

    Uma pequena contribuição:
    Soneto de Corrupção
    Assalto a nação eternamente,
    Com minha quadrilha herege.
    Presido o senado indiferente,
    Assino a lei que me protege!
    Da cadeira desta presidência,
    Controlo senadores dementes,
    Os votos de amigos dolentes
    Retribuo com leal indecência.
    Claro, que não posso merecer,
    A desonra de ser encarcerado
    Uma vez que roubo por lazer.
    Rogo a todos que honesto sou
    Quão cedo meu povo me eleja
    Sozinho usufruir do lucro vou.

  • http://www.weblocal.com.br Web local

    Aliás, comer feijão toca no essencial: para ser cidadão devemos, antes, ter as necessidades supridas (heheh); depois, não sermos cidadãos apeans de 2 em 2 anos

  • http://www.30ealguns.com.br Veridiana Serpa

    Inagaki primeiro agradecer pela sua visita e comentário no blog e devo admitir que concordo com você quando diz dos cidadãos da nossa sociedade, infelizmente ainda há a mentalidade do se dar bem, levar vantagem,entre tantas outras coisas, parte culpa da população, grande parte culpa do governo, o povo instruido respeita mais as leis, quando essas funcionam (o que não é o caso aqui)… 12 de setembro ficou manchado em nossa história (pena que ela geralmente é esquecida) … abs

  • Cíntia

    Alexandre,

    Concordo com você quando fala em mudar a composiçao do Senado, acho que mesmo que possa ser diferente do resto do mundo, tem realidades que sao muito próprias do Brasil, por exemplo essa enorme extensao de terras e a populaçao superconcentrada em apenas alguns pontos. E acho que na verdade nao contradiz o que eu falava, porque confio que se possa mudar o que está aí, mas nao em atitudes que me parecem drásticas que foram sugeridas aqui como simplesmente “dissolver” o Senado. Acho que tem que seguir um processo discutido e consensuado com vistas às próximas eleiçoes, por exemplo.
    E quanto aos projetos de lei importantes da sociedade, acho que a cidadania deveria se organizar para cobrar certos pontos, fazer pressao mesmo. É preciso mais “lobby” (no bom sentido) para pôr os assuntos que realmente interessam no topo da lista de prioridades, para que sejam manchete até o fim, e que todos saibam o que e por que se está discutindo, e como está evoluindo. Isso eu acho que deveria ser feito por meio de organizaçoes nao-governamentais que se dedicassem cada uma a um aspecto (estariam mais preparadas para contestar dados, para fiscalizar a execuçao de projetos, etc.), mas desconheço as dificuldades ou a força que têm em realidade as ONGs que tentam esse tipo de coisa no Brasil.

    Cíntia, o cerne de todas essas questões passa, invariavelmente, pela educação. É notório que a população em sua grande maioria não possui acesso a educação de qualidade, e o resultado, geração após geração, é cada vez mais visível: aumento do número de analfabetos funcionais, pessoas sem noções mínimas de cidadania, jovens paulatinamente mais alienados e despolitizados. Em tempos nos quais temos acesso a todo tipo de informação na Internet, como aos históricos de candidatos em sites como Voto Consciente e Políticos do Brasil, é triste constatar que uma minoria tem acesso à Internet, e a maior parte dos que se conectam mal sabem usar o Google.

  • http://web.mac.com/fabio.c.martins Fábio C. Martins

    Alexandre, posso ter me expressado mal, quando disse que nada adiantará, só acredito que diante de tantos votos jogados fora, os votos conscientes cairão por terra, não que sejam em vão, mas terão pouca representação.

    Tens razão, cidadania não é só o voto, mas tudo aquilo que relaciona o indivíduo ao coletivo. Assim como essa nossa discussão.

    Abraços e obrigado pelos esclarecimentos.

    Fábio, é um prazer poder discutir idéias com leitores como você. Se todos que discordam de uma e outra opinião pudessem manter um nível civilizado de discussão, este país certamente seria bem melhor. Um abraço.

  • http://web.mac.com/fabio.c.martins Fábio C. Martins

    Alexandre, em momento algum eu disse que “político é tudo igual”, muito menos generalizei a situação. Muito pelo contrário, acredito que existam bons políticos, mas são ofuscados por não possuírem dinheiro para campanha (sim, santinhos ainda fazem a diferença na hora da eleição, falo isso pelos 4 anos que trabalhei em uma escola eleitoral de classe pobre) ou até postura diante do público.

    Não estou querendo me abster de um direito ou me omitir diante do processo democrático, mas como eu disse, nem todos querem ou podem buscar informações sobre seus políticos. Mas no meu ponto de vista, acredito que se a votação não fosse obrigatória, teríamos eleições mais disputadas e conscientes, das quais temos hoje em dia.

    Para que uma eleição nos moldes que temos hoje seja eficaz seria preciso muita informação ao público, fácil acesso as informações necessárias e requeridas pela população, sim, uma quantidade imensa de propagandas governamentais para a conscientização para a escolha do voto. Mas ao invés disso, nosso futuro (jovens estudantes) estão largados em suas escolas, assim como seus professores que têm que arredondar uma média baixa para que eles passem para o ano letivo seguinte.

    Me desculpe, não acredito que meu ponto de vista seja cético, mas realista. Temos o tratamento de povão e não de cidadão. Cidadão mesmo só quando a eleição está próxima e Eles precisam do nosso voto.

    De acordo com o Parágrafo único, do art. 1º, da nossa Carta Magna, “todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. No entanto, nossos representantes esquecem disso, pois a aceitação popular estava toda a favor da cassação, no entanto, não foi o que aconteceu, portanto, eles estão nos representando? Duvido. Moralidade e ética não cabem só ao povo, mas aos seus representantes também.

    Sim, essas questões (“legislação sobre crimes hediondos, questões ambientais e eco-sociais, cassação de parlamentares envolvidos em processos judiciais, reformas políticas e previdenciárias, a prorrogação ou não da CPMF”) devem ser debatidas não só pelos representantes, mas também pelo povo, ou não temos o Plebiscito e o Referendo e a Iniciativa Popular para demonstrar a nossa opinião? Concordo que tais temas são complexos e envolvem outros fatores, aliás, fatores estes de suma importância que, talvez, a população, em geral, não teriam capacidades para discutir, mas pelo menos estaríamos vivendo uma melhor democracia.

    Não, não estou cruzando os braços diante do cenário atual, caso contrário, não estaria aqui discutindo esse assunto com você.

    Abraços

    Caro Fábio, achar que poderiam ser convocados plebiscitos ou referendos para cada questão magna é uma utopia, e isso pra não falar nos gastos que seriam necessários com a mobilização do TSE para cada nova votação. É para isso que são eleitos deputados e senadores: para que, teoricamente, pessoas preparadas e devidamente qualificadas tomem essas decisões, como legítimos representantes do povo. Em seu comentário anterior, você afirma, ipsis litteris: “mesmo que os poucos conscientes apreciem o histórico de seu candidato, do que adiantará, sendo que um irá ganhar por ter dado dinheiro ao povo, outro por fazer promessas e, até, assumir que roubou mas fez alguma coisa”. Isso pra mim ainda soa a ceticismo generalista, sinceramente. Creio, piamente, que o fim do voto obrigatório reduziria consideravelmente a influência dos santinhos e camisetas com que eleitores em potencial são “presenteados”. Ser cidadão é votar com consciência, ajudar a divulgar as informações necessárias a quem não tem fácil acesso a elas, e muito mais: não jogar lixo na rua, participar de ONGs, respeitar o espaço público, ser ético como qualquer pessoa, seja ela gari, advogado, senador ou dona-de-casa, deve ser. Há diversas maneiras de se praticar a cidadania e ser brasileiro “com muito orgulho e muito amor” não apenas durante competições esportivas. Um abraço.

  • http://www.digitoscritos.zip.net Reis

    Alibabá e os 40 ladrões. Todos esses 40 que “inocentaram” o cúmplice/comparsa. Mais os seis cúmplices. Abstenção foi covardia para ficar em cima do muro.Boa a alusão ao 11 de setembro. As torres gêmeas do senado ainda continuam lá, mas a imagem de seus “inquilinos” bastante desgastada, espero!Parabéns pela multiplicidade do blog!Abraços

  • http://web.mac.com/fabio.c.martins Fábio C. Martins

    Discurso bonito, mas nada prático. Acredito que a grande maioria da população vota sem mesmo saber o que aquilo significa, mas votam por pura obrigação. Logo, mesmo que os poucos conscientes apreciem o histórico de seu candidato, do que adiantará, sendo que um irá ganhar por ter dado dinheiro ao povo, outro por fazer promessas e, até, assumir que roubou mas fez alguma coisa. Enquanto isso, aquele candidato idóneo acaba ganhando com muito sufoco, pois participa de um partido político que acabou por levá-lo junto pela quantidade de votos, mas que no final das contas, terá que “seguir” certas normas estabelecidas para tanto.

    Muito complicado falar pro povo pensar antes de votar, ainda mais, em situações como essas que acabam mostrando para a população que de nada adianta pensar ou não, pois, esse mesmo povo pensou, discutiu, mas acabou por ser espectador de uma grande peça teatral.

    Abraços e desculpa pelo desabafo, mas é inevitável.

    Fábio, seu desabafo é cético, desiludido e tampouco possui algo de prático. Pense comigo: se o voto for facultativo, irão às urnas aqueles que possuem convicções e buscam discernir as falácias das propostas concretas. Estaríamos livres, pois, dos milhares que desperdiçam seus títulos de eleitor votando em Clodovil, Débora Soft, Frank Aguiar ou Superzefa, e ocorreria um processo de depuração dos votos. Não concordo, absolutamente, com o discurso recorrente e generalista que costuma ser repetido n vezes, especialmente em ocasiões como estas, de que “político é tudo igual” e não adianta sequer buscar informações sobre os candidatos, porque todos eles sem exceção vão nos decepcionar. Um Jefferson Peres ou um Eduardo Suplicy são iguais a um Paulo Maluf ou a um José Dirceu? Um José Eduardo Cardozo age da mesma maneira que um Valdemar Costa Neto? Um Fernando Gabeira merece ser comparado a um Fernando Collor de Mello? Que isso. Para mim, generalizações injustas servem como álibi para pessoas que se omitem do processo mais importante de um cidadão consciente de seus direitos e, principalmente, deveres - escolher criteriosamente os parlamentares que serão os responsáveis diretos por questões que afetarão diariamente o seu cotidiano. Por exemplo: legislação sobre crimes hediondos, questões ambientais e eco-sociais, cassação de parlamentares envolvidos em processos judiciais, reformas políticas e previdenciárias, a prorrogação ou não da CPMF. Complicada, sim, é essa visão niilista. Devemos, então, simplesmente desistir cruzar os braços e se limitar a desabafar que estamos cansados do cenário atual? Um abraço.

  • http://diadefolga.com/verdade-honra-vergonha/ Dia de Folga

    Verdade. Honra. Vergonha.
    Foi com descrença que li primeiro no twitter: absolveram Renan Calheiros. Achei que fosse piada, um primeiro-de-abril fora de época. Uma rápida busca pela web mostrou que era sério.

  • http://www.spacefloating.blogspot.com Victor

    Alexandre, aobre a proporcionalidade, para o senado tem que ser assim mesmo. Em todos os lugares do mundo é. Nele (senado) cada unidade federativa tem o mesmo número de representantes, não importa a população. É uma parte do sistema de freios e contrapesos. É justamente para contrabalancear com a câmara, para a qual o voto é proporcional à população.
    Se não fosse assim, o legislativo sempre tenderia a beneficiar os estados mais populosos.
    Feito o registro.

    Registro válido, Victor, e obrigado pela informação adicional. Eu sei que em todo mundo o Senado segue essas mesmas regras. E também que, em vários países há também senadores vitalícios, em geral ex-presidentes. Mas não creio, principalmente após termos visto a falência moral do Senado na votação clandestina de ontem, que deveríamos simplesmente emular os modelos de outras nações. Esse sistema atual, que permite que políticos como José Sarney simplesmente transfiram seus títulos de eleitor de um estado para outro por ser mais fácil se eleger no Amapá do que no Maranhão, necessita de uma urgente revisão.

  • http://diariodelaoxitocina.blogspot.com Cíntia

    Só queria fazer uma observaçao sobre alguns comentários referentes a fechar o Senado. Acho que nao é por aí. Acho que o que precisamos ao invés de dinamitar as instituiçoes que estao cheias de gente podre é tentar ver de que outra forma elas podem funcionar para evitar esses abusos, que acontecem hoje em dia nos três poderes e em todos níveis hierárquicos. Me dá arrepio pensar em escolher só um representante para o povo e todo o resto da máquina ficar escondido confiando que o único que escolhemos será capaz de tomar todas as decisoes mais justas. Mesmo com essa prostituiçao que anda pelo Congresso, Senado, Câmaras e afins, ainda prefiro a democracia.

    Democracia, com todos os seus defeitos, é sem dúvida a melhor forma de governo. Mas olhe, Cíntia, eu realmente acho que o Senado, nos atuais moldes, em que cada estado elege 3 representantes, sem levar em consideração o número de eleitores/habitantes de cada um, promove distorções muito grandes de representatividade (o número de votos necessário para eleger um senador pelo Amapá é ridiculamente inferior a de um senador eleito por São Paulo). Na Câmara dos Deputados isso também acontece, mas em proporções bem menores.

  • http://diariodelaoxitocina.blogspot.com Cíntia

    Alexandre,
    Gostei muito do post, realmente alivia um pouco ler textos que nao sao nem de um extremo nem do outro.Pena que seja tao verdade o que você diz sobre a sociedade que permite que isto aconteça. Mas fazemos parte dessa sociedade, assim como muitos outros indignados, o que quer dizer que as coisas ainda podem mudar. Como por exemplo essa história de voto secreto no Congresso. Acho que se damos emprego a esta gente que está ali votando aumentos de salários e absolvendo os que aumentam o próprio salário “extraoficialmente”, pelo menos devemos ter maneiras de acompanhar o trabalho que eles fazem. Será que nao?

  • http://www.laedevolta.com.br/blog Ricardo

    Ina,

    Certa vez escrevi um texto de revolta para um grupo de amigos, na tentativa de provocá-los para uma reação. Segue abaixo um trecho:

    “Acho que muitos brasileiros se sentem uns coitados que baixam a cabeça diante da burocracia que lhes é imposta para fazer valer seus direitos e aceitam o próprio sentimento de desgosto como punição aceitável para os responsáveis.”

    Também sobre o assunto, acabei publicando no meu blog um texto que escrevi em fevereiro e que continua atual: http://laedevolta.com.br/blog/2007/09/13/tambem-peco-licenca-desta-vez-para-um-protesto/

    É triste este resultado mas não podemos ficar impassíveis.

  • http://www.spacefloating.blogspot.com Victor

    A questão é não se iludir. Os que agora conspiraram para salvar, no passado bradavam por punição para outros. Os que agora bradavam por punição, no passado conspiravam para salvar.

  • Carlos

    Eu penso que se nos os elegemos, nada do que fosse votado por eles, poderia ser secreto, quem paga seus salarios somos nos e portanto temos o direito de saber o que eles fazem e principalmente como votam cada assunto.
    De minha parte, acho que esta na hora dos bons pagarem pelos maus, minha lista com TODOS os nomes ficara pronta em breve e NENHUM deles ganhara meu voto nas proximas eleicoes.

  • http://breviario.org/sententia Ed

    Excelente mesmo, Inagaki.
    Se tivéssemos qualquer outro presidente eu juro que vislumbraria o fechamento do senado.
    Abraço.

  • http://attu.typepad.com/universo_anarquico/ tina oiticica harris

    “…idealismo não é defeito, e sim algo que impulsiona a gente pra tentar mudar alguma coisa nesse estado de coisas, em vez de simplesmente cruzar os braços e esperar que as coisas aconteçam por intermédio de terceiros …” ( coment. Inagaki)

    Tomara! Aqui nos EUA é maisoumenos isso mesmo com maioria silenciosa, o voto é facultativo, mas duas eleições estranhas acordam qq. um.

    Tina, eu sinceramente acho que o voto deveria ser facultativo. Só compareceria às urnas as pessoas que têm convicções sobre seus candidatos, em vez de vermos uma enxurrada de eleitores que escolhem qualquer porcaria baseados no santinho que acabaram de receber na rua, ou na propaganda mirabolante de TV criada por algum marqueteiro.

  • http://apoiofraterno.wordpress.com/ Mário

    Inagaki, você concluiu o seu post com um ponto de vista coerente. De fato, a culpa é mais nossa do que deles. Somos aqueles que os colocaram lá, logo, a responsabilidade é nossa. Abs.

  • Sabbre

    Eu ainda acreditava no Senado, principalmente, porque os três senadores do sul tinham aberto o voto, todos a favor da cassação. Foi com surpresa que ao final da tarde descobri que o calhorda tinha se safado. Achei sacanagem a sessão fechada… secreta.. num assunto que diz respeito a todos os brasileiros. Sou a favor do fechamento do senado.. vamos ficar somente com a câmara mas com um corte de mordomias.. e com gente nova com vontade de trabalhar.. Talvez essa seja mais uma utopia a que estou a pensar.. daqui a pouco.. como no caso da cassação.. vou chegar a conclusão de que isso nunca vai acontecer. Os cães ladram.. e a carava passa…

  • http://www.literatus.blogspot.com Andrea Augusto

    Acho que não é bem assim não, Alexandre. Eleger alguém para muitos é coisa séria e mais, qdo votamos, acreditamos de fato naquela pessoa que nos representa. Assim como escolho meus candidatos com cuidado e me decepciono muitas vezes, tem aqueles que pegam os números nos santinhos que estão no chão na hora da votação.

    O que aconteceu ontem foi de dar nojo. Enquanto temos um Joaquim Barbosa que nos dá orgulho, pelo menos até que se prove o contrário, temos esse pulha que não larga o osso de jeito nenhum. Um safado que tem o respaldo dos seus aceclas.
    Mais uma vez vale o ditado: “Aos amigos tudo, aos inimigos a Lei”.

    Ainda assim, isso não me fará desistir de acreditar, de votar, de tentar algum tipo de mudança.
    Tenho o defeito do idealismo, o mesmo que me fez ir com a geração Cara Pintada, ainda muito nova, bater panela para depor um Presidente e o mesmo que me fez cursar uma faculdade de Direito.

    Sinceramente? O que vi ontem na TV, passada a raiva, me deu tristeza, vergonha, não do Brasil, mas dos poucos que como ele emporcalham a nossa imagem, desestimulam a juventude de se interessar por política e saber que a mudança esta nas nossas mãos.
    Eles, Alexandre, são exceção e não a regra, é assim que deve ser e se depender de mim esse cara não se elege nem pra síndico!

    bjo querido
    Andrea
    ps: desculpe a veemência, nada pessoal, vc sabe que te adoro, mas essas coisas me tiram do sério mesmo!

    Andrea, eu sinceramente não li, em seu comentário, nada que contradiga o que escrevi em meu post. Muito pelo contrário, é uma observação que o complementa. Mas discordo de uma coisa: idealismo não é defeito, e sim algo que impulsiona a gente pra tentar mudar alguma coisa nesse estado de coisas, em vez de simplesmente cruzar os braços e esperar que as coisas aconteçam por intermédio de terceiros. Um beijo!

  • http://catatau.blogsome.com catatau

    É, o Brasil ainda terá que comer MUITO feijão para saber o que significa democracia. Aliás, comer feijão toca no essencial: para ser cidadão devemos, antes, ter as necessidades supridas (heheh); depois, não sermos cidadãos apeans de 2 em 2 anos

  • http://rafaelporto.blogspot.com Rafael

    Adorei a alusão feita aos atentados terroristas. Muito bem bolado.
    Já a política brasileira…
    ¬¬

  • http://www.lenouveaux.blogspot.com Luis Henrique

    taí. falou e disse.

  • http://groselha.wordpress.com Bia Cardoso

    Só o fato de Renan Calheiros não ter renunciado à Presidência do Senado depois de tantas denúncias era um indício de que a balança pesava para seu lado lá dentro, pois nem isso ele se dignou a fazer.
    Até quando haverá políticos corruptos no país? É difícil mesmo saber. A confusão de ontem, com as brigas na porta, a bagunça sobre a sessão secreta e a pergunta achista: “se a sessão não fosse secreta o resultado seria o mesmo?”
    Agora é esperar chegar em nossos e-mails listas, verídicas ou não, dos senadores que votaram pela absolvição e torcer para que na próxima eleição acertemos todos na loteria.

  • Roberto Saint Kley

    Alexandre, faça só essa correção: Senador Almeida Lima é do PMDB-SE e não PMDB-CE.

    Correção feita, Roberto. Obrigado pela observação!

  • http://attu.typepad.com/universo_anarquico/ tina oiticica harris

    Excelente o post, Alexandre Inagaki. A resposabilidade é coletiva, como bem apontastes. Nem entendi qual foi a surpresa. De Alagoas, estado da minha família, há tanto mais. Daria um “O Som e A Fúria” com todas as mazelas de famílias que procriam há séculos entre si.
    Aqui são 10 bilhões de dólares /mês para a guerra. Muito bom teu post.

  • Larissaeduarda22

    pode ser mulher???????? vc tem quantos anos?????

Pense Nisso! Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.

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