Alexandre Inagaki é jornalista, consultor de projetos de comunicação digital, japaraguaio, cínico cênico, poeta bissexto, air drummer, fã de Cortázar, Cabral, Mizoguchi, Gaiman e Hitchcock, torcedor do Guarani Futebol Clube, leonino e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos, não necessariamente nesta ordem.
Quem disse que o Brasil nunca teve super-heróis certamente é porque não conhecia ainda este super grupo formado por Princesa Solar, Homem Espacial, Silver Boy, Super Palhaço e Mulher Cósmica. E o melhor: você pode comprar um disco dos Novos Heróis no Mercado Livre e colocar em teste sua super audição.
A julgar só pela singela capa deste disco, Jim Post devia ser como dessas pessoas que postam uma foto no Facebook, curtem sua própria publicação e depois dão um dislike só pra poderem se curtir mais uma vez. Continue Lendo
Fotografias são momentos que capturamos de um tempo presente, cristalizando-o em uma imagem que sempre guardará a emoção daquele instante. E, embora aquele momento esteja aparentemente recortado no tempo e espaço, dentro de uma moldura limitada, retendo apenas a breve fração de um cenário ou paisagem, o fato é que um retrato é capaz de transcender tais fronteiras dentro de nós, expandindo lembranças, sons, cheiros, sentimentos no baú das memórias que é aberto cada vez que revemos determinada imagem.
Dear Photograph é um site que foi criado pelo publicitário canadense Taylor Jones em maio de 2011, com um conceito simples e brilhante: tirar a foto de alguma outra fotografia do passado, sobreposta ao momento presente. Desde então, recebe colaborações de pessoas que enviam suas contribuições, acompanhadas por um breve relato descritivo, contextualizando fotografias e recordações. E assim, nesta era de câmeras digitais, Taylor estimulou os visitantes de seu site a tirarem de gavetas e álbuns seus retratos antigos, transportando-os para estes tempos de selfies e instagramadas.
É difícil não se emocionar com as fotos compartilhadas no Dear Photograph. Não estranhe, pois, se ninjas invisíveis cortando cebolas ou soprando ciscos em seus olhos subitamente aparecerem do seu lado durante a leitura deste post.
A ideia de misturar o universo dos quadrinhos de Bill Watterson com fotos de paisagens foi de Michael Den Beste, formado no Instituro de Arte de Seattle, que publicou no tumblr Real Calvin and Hobbes suas montagens fantásticas. Se não fosse pelas questões de copyright, que impediram que Michael continuasse publicando suas artes, eu certamente encomendaria alguma dessas ilustrações para decorar meu apartamento. Confiram outras imagens na continuação deste post. Continue Lendo
Sabem aquele clichê de dizerem que sua vida passa diante de seus olhos um segundo antes de você morrer? Pois bem: posso dizer que viajei para muitos lugares fascinantes, mas o dia em que estive em Barcelona e visitei a Sagrada Família, obra-prima do arquiteto Antoni Gaudí, é um momento que certamente constará do Director’s Cut da minha cinebiografia caso essa história seja verdadeira.
A foto acima ilustra bem o fato de que o Templo Expiatório da Sagrada Família, obra iniciada em 1882, é o mais belo canteiro de obras do mundo. A construção ainda permanece inacabada por vários motivos, como um incêndio em 1936 que destruiu parte das plantas, a interrupção das obras por conta da Guerra Civil Espanhola, a falta de maiores recursos econômicos (a catedral é financiada por doações, contribuições privadas e recursos oriundos da venda de ingressos) e, claro, a complexidade do projeto, concebido por um gênio como Gaudí, de estilo arquitetônico único, baseado nas formas orgânicas, curvas e helicoidais da natureza. Continue Lendo
Navegando a esmo na web, eis que me deparei com a foto acima. E não foi difícil intuir que haveria uma história interessante a explicar porque dois túmulos, separados por um muro, estavam unidos pelo que aparenta ser um aperto de mãos. Mas é muito mais do que isso.
Os túmulos estão localizados no cemitério de Roermond, na Holanda. De um lado do muro, estão enterrados católicos; de outro, protestantes. Consequência de uma época na qual o país era regido pela pilarização (“verzuiling” em neerlandês), sistema de organização que dividia a sociedade em “pilares” determinados de acordo com a religião ou ideologia de cada cidadão. Era três os principais pilares: o católico, o protestante e o social-democrata. Os membros de cada grupo administravam suas próprias escolas, universidades, clubes esportivos, hospitais, sindicatos, meios de comunicação e partidos políticos. Do mesmo modo, cemitérios também seguiam essa segmentação. Por causa dessa estratificação, muitos holandeses acabavam por não ter relações com pessoas que pertencessem a outro pilar. Continue Lendo
Participei, na edição mais recente do youPIX Rio, de um debate sobre a influência que redes sociais, mídias alternativas e a chamada mídia tradicional tiveram na construção da opinião e na disseminação de informações sobre os protestos que tomam conta das ruas do Brasil desde junho. A conversa, moderada por David Butter, acabou se tornando um embate acalorado, protagonizado por Rafucko (videomaker e ativista que chegou a ser preso durante manifestação de rua em julho), Pedro Dória (editor executivo do jornal O Globo) e Filipe Peçanha (repórter da Mídia Ninja).
Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.