A morte e a não-morte de Maria Elisa Guimarães

Por Alexandre Inagakidomingo, 28 de janeiro de 2007

Soube da “morte” de Maria Elisa Guimarães no dia 14 de janeiro, ao receber um e-mail enviado por Milton Ribeiro, que também publicou um post intitulado A Pior das Notícias. Milton tomou conhecimento da notícia por intermédio de seu colega Paulo José Miranda, escritor português residindo atualmente em São Paulo, que na ocasião apresentou-se como o namorado de Meg. Paulo relataria as circunstâncias da suposta morte no post Minha Mulher Morreu, afirmando, por exemplo, que enviou-lhe mais de 4.000 e-mails, e que estiveram juntos apenas uma vez fisicamente, em julho de 2006 (Meg teria viajado de Belém, aonde residia, para encontrar-se com ele em São Paulo). Ainda segundo o relato, pouco tempo após esse encontro Maria Elisa foi até o Hospital Monte Sinai, em Nova Iorque, fazer um tratamento de câncer, tendo a companhia da amiga Tereza Quetzal (que teria interrompido um pós-doutorado em Oregon a fim de acompanhar a internação). Os dois teriam conversado pela última vez cinco minutos antes do falecimento de Meg, notificado a Paulo por intermédio de Tereza.

Não se pode dizer que a notícia tenha surpreendido os amigos de Meg. Desde que comecei a trocar e-mails com ela, em idos de 2001, ouvia relatos acerca de sua saúde frágil. Na entrevista concedida a Elis Monteiro para o jornal O Globo em maio de 2002, Meg declarou: “O que me levou a blogar, sempre escrevo isso, foi a dor causada por duas doenças graves: câncer e severíssima depressão“. Elis, em seu blog pessoal, escreveu a respeito das circunstâncias dessa entrevista: “Fiquei alguns anos tentando conhecê-la pessoalmente. Meg vivia dodói e era de uma timidez impressionante“. Mais adiante, revela: “Nunca mais consegui encontrá-la. Além das viagens constantes à sua terra natal, Meg sofria com uma doença que a deixava cada vez mais isolada“. Ao contrário da Elis, nunca conheci Maria Elisa pessoalmente: mantive, ao longo desses anos, uma correspondência bissexta (em e-mails nos quais Meg constantemente intermediava por amigos, divulgando blogs pouco conhecidos que mereciam maior atenção), além de ter recebido dois ou três telefonemas dela.

Abatido pela notícia, e após encontrar diversas repercussões na Web (no total, cerca de 50 blogs dedicaram posts a Maria Elisa Guimarães, inclusive em Portugal), escrevi um post em sua homenagem. Diversas manifestações de pesar foram deixadas nos comentários, inclusive um relato de Marcus Pessoa, que revelou ter sido aluno, há cerca de 20 anos, das aulas de filosofia ministradas por Meg na Universidade Federal do Pará. Marcus escreveu: “Ela tinha problemas de depressão e às vezes faltava várias aulas seguidas, mas as demais que dava durante os períodos de boa saúde compensavam, e muito, as ausências. A turma toda gostava dela“.

No dia 21, recebi e-mail de uma amiga da Meg que manifestava dúvidas sobre sua morte. Meu primeiro pensamento, naturalmente, foi de ceticismo e perplexidade quanto à veracidade da mensagem. Porém, dois dias depois, Sergio Fonseca me procurou manifestando estranheza pelo fato de um recado, assinado por Meg no perfil que ela mantinha no Orkut (perfil que acabou sendo apagado no sábado), ter sido deixado no scrapbook de um certo Flávio S. no dia 19 de janeiro. Ou seja, cinco dias após ela supostamente ter falecido. A partir daí, iniciou-se uma troca de e-mails entre diversos amigos de Meg, compartilhando indícios cada vez mais crescentes de que, parafraseando a famosa frase de Mark Twain, as notícias acerca da morte de Maria Elisa haviam sido exageradas.

Tereza Quetzal, a amiga que teria acompanhado Meg no hospital em Nova Iorque, deixou comentários em diversos blogs que lamentaram os acontecimentos. Não foi difícil constatar, rastreando seu IP, que ela acessava a rede não dos Estados Unidos, onde teoricamente deveria estar, e sim de algum lugar cujo provedor de Internet é a Telemar Norte (Belém do Pará, por exemplo). E basta um olhar atento à “última foto“, publicada no blog de Paulo José Miranda, para constatar que a imagem foi grosseiramente manipulada. Além disso, a foto exibe um rosto que não corresponde, de modo algum, às feições atuais de uma mulher cujo primeiro emprego na Universidade Federal do Pará foi de bibliotecária na Biblioteca Central da UFPA, cargo para o qual foi admitida por intermédio de um concurso realizado em 1973. No qual, diga-se de passagem, foi aprovada em primeiro lugar.

Maria Elisa Guimarães não ficou muito tempo na função de bibliotecária. Após finalizar um curso de Letras e um mestrado em Filosofia, tornou-se uma das mais qualificadas professoras da UFPA. No entanto, foi aposentada da universidade alguns anos depois, após sofrer um processo administrativo no qual foi considerada incapacitada para trabalhar, devido a constantes ausências provocadas por crises desencadeadas pelo transtorno bipolar afetivo, doença na qual uma pessoa oscila entre euforia e depressão com raríssimas escalas no meio-termo, vivendo uma montanha-russa emocional extremamente desgastante e periculosa. Livros como o excelente Uma Mente Inquieta, de Kay Redfield Jamison, ou a entrevista que Drauzio Varella realizou com Valentim Gentil Filho, professor de Psiquiatria na USP, dão uma noção deste mal que, se não é diagnosticado e tratado com precisão, destrói a vida não apenas do paciente, como também das pessoas de convívio mais próximo (eu, que namorei por 4 anos uma mulher que sofre de transtorno bipolar, senti na alma a gravidade dessa doença).

Após conversar por telefone com alguns amigos que conhecem Meg pessoalmente, além de acionar colegas que moram em Belém a fim de apurar fatos e montar esse quebra-cabeça, posso afirmar: Maria Elisa Guimarães não se divertiu (como algumas pessoas insinuaram maldosamente por aí), nem um pouco, com a morte que acabou por forjar. Meg, que após os desastrosos acontecimentos dos últimos dias deletou seu blog Sub Rosa, mora atualmente em um dos apartamentos do prédio da foto ao lado, na companhia de sua fiel amiga, a professora de Matemática Selma S. (chamada por Meg de “irmã”). Sobre os motivos que levaram Maria Elisa Guimarães a criar esse drama burlesco, tomo emprestadas as palavras de Luiz Antônio Gravatá, talvez a voz mais serena a se pronunciar sobre o caso, ao comentar determinadas reações virulentas a uma morte forjada que, se não pode de maneira alguma ser justificada, foi criada por uma pessoa que indubitavelmente sofre de “um supremíssimo cansaço“:

O que mais me impressiona é a falta de sensibilidade do ser humano. Quanta coisa se escreve de maneira fútil, quando não se conhece a verdade? Cora acertou na mosca. Onde estão as ‘maldades’ de Meg? Da Magali, com muita razão, todos sentimos pena. Mas, e se Meg tivesse entrado em contato com a Magali, uma senhora sofrida, e dela recebesse compreensão? Na segunda ‘maldade’ há que se explicar mais: seria, talvez, garantia de empréstimos, favores prestados? E se Meg tivesse querido se afastar de Paulo, como aventou Cora, e não tenha imaginado tal repercussão? Meg é inteligente, culta, tem a doença, foi uma pessoa bonita e pode estar em situação que nem eu, nem ninguém gostaria de estar: sem recursos, presa a uma cama, carente, com amigos virtuais somente. Nós somos felizes e não sabemos“.

Quem souber ler nas entrelinhas não necessita de mais esclarecimentos sobre o caso. Eu, que não conheço a Meg pessoalmente, e que dela só recebi amizade, carinho e compreensão durante os anos em que trocamos e-mails, fiquei em um primeiro momento extremamente aborrecido quando constatei a farsa de sua morte. Mas foi uma raiva egoísta, movida unicamente pelo sentimento de ter sido ludibriado. Reitero: não justifico o que ela fez, principalmente as lágrimas alheias que provocou em muitas pessoas. No entanto, não há ninguém que tenha sido mais prejudicada do que Maria Elisa Guimarães. Eu tenho, nós temos a grande sorte de não estarmos no lugar dela. Somos humanos: erramos, julgamos, condenamos outras pessoas. Mas quantos de nós fazem o esforço sobre-humano de se imaginar na pele do outro a fim de tentar, genuinamente, compreendê-lo?

Toda essa história me fez lembrar de uma composição do genial Noel Rosa, “Fita Amarela“, na qual o Poeta da Vila imagina como seria o seu funeral. A estrofe final diz: “Meus inimigos/ Que hoje falam mal de mim/ Vão dizer que nunca viram/ Uma pessoa tão boa assim“. De fato. Mas ninguém expressou melhor toda essa situação do que César Miranda, outro escriba que me obriga a assinar embaixo, em cima e do lado de suas palavras:

Eu já desconfiava que o povo tem essa tese, de que defunto bom é defunto morto. É só saber que o defunto não morreu, que o povo desce o cacete no coitado. Antes, quando estava morto, era a melhor pessoa do mundo, agora que renasceu, não vale nada. Parece que o grande defeito da Meg teria sido não ter morrido. Se eu fosse a Meg, agora é que eu não morria mesmo, só de pirraça. (…) Mesmo se for uma farsa, continuarei amando a Meg e reafirmando que o fato de ela ter morrido, não a impede que desmorra, pois é direito de todo defunto deixar de sê-lo. Defunto bom é defunto ressuscitado. Oi, Meg!

Pense Nisso!
Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista, consultor de projetos de comunicação digital, japaraguaio, cínico cênico, poeta bissexto, air drummer, fã de Cortázar, Cabral, Mizoguchi, Gaiman e Hitchcock, torcedor do Guarani Futebol Clube, leonino e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos, não necessariamente nesta ordem.

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Comentários do Blog

  • daniela serrano

    socorro,eu vivi meus 17 anos achando ter uma história,
    eu sofri pensando ser estuprada diariamente,
    ate q um dia amigos mus vierm me “salvar’e descobriram que menti,
    eu sabia ser bipolar,mas nao sabia a gravidade,
    descobri a algumas horas e estou apavorada
    nao sei mais quem sou,
    amanha vou a uma psi, para me tratar,
    todos mejulgam dizem que quis me fazer de coitada e assim como falaram de meg,falaram demim,
    mas por orkut e nao blog,
    falam que me divirto com o sofrimento que causei a eles
    mas eles nao sabem o quanto sofro por nao saber quem sou.
    daniela

  • Dri

    Reitero o comentário da Rê: deu ibope. Eu nunca tinha ouvido falar em Meg até então; o blog dela não me é estranho; porém, se algum dia o acessei, o seu conteúdo não me interessou. Seu “golpe” (desculpe o termo, não estou julgando ninguém) foi de mestre: mexeu com quem a ama, com quem a odeia e se fez conhecer por aqueles que nunca ouviram falar dela.

  • http://www.pensarenlouquece.com Inagaki

    Para registro, eis o link do resumo da história (em inglês) publicado no Global Voices Online: “Requiem for a Blogger: Life and death issues from beyond the Portuguese keyboard“, post de José Murilo Junior.

  • http://objetoabjeto.blogspot.com/ eu mesma, Rê

    Nonsense a morte e a desmorte da Meg? Talvez.
    Mas interessante mesmo foram as reações extremadas (e de todos os tipos) que a atitude dela causou. Ninguém ficou indiferente, cada um tem sua opinião pra dar, seu julgamento a fazer, um ponto de vista que se viu na obrigação de defender e comentar e dar pitaco.
    Deu ibope, veja só. Pq ninguém gosta de remexer tabus, eu acho.
    bjo

  • Sergio

    Sei que o assunto já foi mais do que debatido, mas como a Cora Ronai apelou para a compaixão de todos, afirmando (http://cora.blogspot.com/2007_01_01_cora_archive.html) que a pessoa em questão jamais teria cometido maldades contra alguém, sendo no máximo (não são palavras dela) alguém perturbado, mas inofensivo, resolvi escrever esta mensagem.
    A primeira vez que soube da personagem que assina como “Meg” foi muito antes da existência de blogs, numa das listas de discussão mais antigas da internet brasileira, a lista do Samba e Choro. Nessa mensagem de 18 de março de 1999 (http://www.samba-choro.com.br/s-c/tribuna/samba-choro.9903/0796.html), “Meg” se apresentou à lista e, a partir daí, passou a ser uma das mais assíduas no envio de mensagens. Sempre simpática, cumulando os assinantes de elogios e deferências, em pouco tempo cativou a muitos, passando a trocar correspondência em privado com eles.
    Fui uma dessas pessoas. Também cativado por alguém muito gentil e que se apresentava como gravemente doente, cheguei a receber telefonemas de “Meg”, como outros também receberam. Muitos foram os que passaram a se considerar “amigos virtuais” da personagem, uma expressão nova naquele fim dos anos 90. Numa semelhança impressionante com o que ocorreria anos depois com outras pessoas, já na “era blog” (ver, por exemplo, o depoimento da Zel em http://www.zel.com.br/), a personagem telefonava, mandava presentes como livros, CDs e bombons de cupuassu.
    Na lista, “Meg” acabou por se desentender com o webmaster e foi desligada, depois de ter postado mensagens com diversos nomes diferentes, ora a cunhada, ora o amigo, sempre com as justificativas mais estapafúrdias para o fato de personagens diferentes utilizarem o mesmo IP. Numa ocasião, declarou-se à beira da morte, sendo embarcada para os Estados Unidos. Tudo isso, notem, oito anos antes dessa “morte” agora anunciada.
    Tão cativante era “Meg” que muitos indignaram-se cm sua expulsão da lista, permaneceram a ela solidários e “amigos virtuais”. Alguém tão simpático, bajulador e merecedor de pena não poderia ser uma má pessoa.
    Algum tempo depois, diversas dessas pessoas do círculo de amizades virtual de “Meg” passaram a receber mensagens estranhas, ameaçadoras, revelando intimidades de suas vidas. Cartas chegavam pelo correio, detalhes íntimos e constrangedores de alguns eram relatados a outros. Relacionamentos foram abalados e amizades desfeitas. Descobriu-se que senhas de email tinham sido capturadas através de “cavalos de Tróia”.
    Ainda que sem provas concretas de que ela fosse a responsavel, eu e outras pessoas rompemos com “Meg” e passamos a ignorar suas mensagens, inclusive uma na qual a cunhada (que estaria nos EUA, mas com IP de Teresópolis…) narrava a agonia de “Meg”. Também de forma muito semelhante ao que relata Zel (http://www.zel.com.br/), passou a ocorrer toda uma chantagem emocional, com comentários através de “amigos” outros quanto à ingratidão e insensibilidade daqueles que se recusavam a socorrer a amiga em dificuldades.
    Passaram os anos, “Meg” criou um blog que se tornou famoso, cativou centenas, ou milhares, de amigos e admiradores, graças a sua gentileza e sensibilidade, e provocou comoção ao noticiar sua morte. Como no passado, isso se deu, ao que tudo indica, junto com a invenção de personagens que supostamente corroboravam tudo. Coisa de quem tem todo o tempo e toda a doença do mundo, para se dedicar integralmente a cativar e enganar os outros.
    Talvez seja sua forma de mostrar amor. Não tenho provas de que “Meg” foi a causadora de tantos problemas e aflições aos seus supostos amigos. Mas acho que devemos pensar em como nos deixamos envolver, em como o amor e a compaixão, valores que nos dignificam, também nos deixam frágeis e sujeitos a esse tipo de coisa. Talvez “Meg” seja incocente, talvez se divirta com tudo isso, talvez sofra mais do que podemos imaginar. Mas uma coisa é certa: mesmo o amor pode causar mal, mesmo a compaixão pode ser perigosa.
    Longa vida a “Meg”. Muita saúde a ela, e muita sabedoria e cuidado para todos nós.
    Sergio, eu nunca me iludi quanto a isso: o amor é o mais perigoso de todos os sentimentos. Reitero os pedidos de seu parágrafo final.

  • http://www.uhbaby.blogspot.com lucila

    Meu deus, precisa fazer um roteiro disso e mandar pro Almodovar.
    tsc

  • http://www.zel.com.br zel

    ina, achei fofo seu post mas falarei mais sobre essa história no meu blog, que o texto será longo. a meg é verdadeiramente doente, mas isso não a torna menos má. ela é e sempre foi manipuladora, sempre fez essa linha “sou legal e faõ links entre pessoas e blogs” com o objetivo de ter… poder. sim, porque conquistar o afeto das pessoas é ter poder. e quando ela não conseguia (eu sou um exemplo disso, conto melhor logo logo) ela fazia “intrigas”. mas eu já vi coisa parecida na internet e falarei do assunto em breve. só pra constar: não tenho pena e acho ela uma sacana.
    beijos :)
    Bem, uma coisa é certa: ninguém é inocente neste mundo. Absolutamente ninguém. Um beijo!

  • http://lobotomiaphasedois.blogspot.com/ Dri

    Inagaki fiquei maravilhada com a sensatez do seu texto, é mesmo difícil encontrar pessoas tão empáticas na vida real, o que dirá na blogosfera. Talvez eu compreenda mais do que deveria o comportamento de Meg… Mas parabéns pelo texto excelente e sensível.

  • http://alefelix.com.br Alê Félix

    Ok, ok, ok… Enxuguem as lagrimas, vida longa e próspera para a Meg e me consultem quando quiserem saber se um blogueiro está vivo ou morto. Eu avisei que ela estava viva bem antes da galera bancar CSI em posts. Mas quem me ouve? Quem? Quem? :-)
    Falando sério: deixem de drama!
    Sabichona… :P

  • http://docerotina.blogspot.com/ ana

    menino, mas que coisa foi essa?
    acho que sou muuuito normal, normal demais pra nào entender nem nunca pensar numa coisa dessas… ou eu, que nunca pensei, nem entendi, nem compreendi, é que sou esquisita. pode bem ser… “o mundo está ao contrário” mesmo…
    bjs
    Ana, há coisas que é melhor nem entender mesmo. Pensar definitivamente enlouquece.

  • http://mukandas.blogspot.com Nelsinho

    Inagaki,
    Todo esse processo da Meg, apertou meu coração e agora piorou com a notícia da Elis falando de um Mail…
    Pelo menos serviu para eu conhecer seu site, que nem sabia que existia! Tomei a liberdade de citar o título num post.
    Um abraço
    Nelsinho

  • http://www.elismmonteiro.blogger.com.br Elis Monteiro

    Ina, você chegou a ler a carta que a Meg mandou para os amigos? Vi seu email lá copiado. Fiquei ainda mais triste com a situação da nossa amiga. Por isso, fiz um blog dizendo a ela que não há por que pedir perdão. Fico aqui torcendo, de coração, para que ela fique bem e esqueça toda essa história triste.
    Elis, eu só espero que a Meg busque o devido tratamento após todo este desagradabilíssimo imbróglio.

  • http://pickupthephone.blogspot.com sil

    inagaki, meu filho, virei sua fã agora por causa desse relatório de investigação com hiperlinks. facilitou imenso a vida das pessoas que não sabem nem quem é, mas são ávidas por fofocas que não lhe dizem respeito.
    foi ótimo!

  • Luigi Augusto de Oliveira

    Todos andamos mortos.
    Só mortos ficam a pseudoviver nessa coisa “virtual”. A vida, mesmo, não pode ser virtual.
    Eu já não tenho mais dúvidas. A ilusão durou muito, enquanto pôde a assombrosa, colossal carência que tínhamos dela, mas pra mim já acabou. O que está nessa tela não é mais verdadeiro do que o que está na tela de uma qualquer telenovela pra imbecis. A internet, a blogolândia, os webforuns, o diabo virtual a quatro, é apenas a telenovela para as classes mais metidas a besta.
    Isso aqui serve pra fazer compras de modo menos enganoso nos preços e mais enganoso na qualidade da mercadoria. E pra matar o tempo, a tal “diversão”, enquanto ele (e ela) nos matam. E só.
    Tomá-lo por um “real” qualquer que seja a mais que isso, a mais do que os “reais” dos shoppings, só revela a miserável forma de vida-realidade de quem o toma (não me excluo, não posso… Mas tenho um fiapo de esperança de ainda chegar lá).
    No rastro da finada Literatura como forma de arte, ficamos aí com essas muletas aindas piores que o simulacro marqueteiro ou automarqueteiro (e blogueiro, aliás) de literatura que restou, simulacros que apenas podem nos fazer repetir e repetir os tropeços no nada, como mais este, apenas um a mais, esqueçamos.
    Fernando Monteiro outro dia cristalizou a percepção exata de que os que ainda teimam em escrever a sério escrevem para um passado que não pode lê-los. Aqui é ainda pior, escrevemos para um pseudopresente “virtual” que jamais se torna futuro, que é atropelado e acaba no momento mesmo em que acionamos o “enviar”. Que jamais leu nada a não ser para evitar a luz de realidades por demais ofuscantes para nossos olhos hiperurbanófilos, viciados, dopados, cegados pela ameaça do tédio que nos apavora.
    Abraços (forçosamente “virtuais”, mas, ao menos, oxalá sejam, nietzschianos…),
    Cioran

  • cath linton

    Eu acho que vou precisar que alguem desenhe. Nao absorvi a informacao e nao vou contemporizar. A Meg faz falta.

  • http://ideiasnajanela.blogspot.com Kandy

    As pessoas vivas morrem todos os dias. Há quem já se foi que é mais vivo do que muito vivo que por aí anda. A vida e a morte são relativas. E todos, sem exceção, têm direito de viver e de morrer quando quiserem, em metáforas, em silêncio, em pseudônimos, em omissão, em criatividade. Isso é liberdade de expressão.

  • http://www.morroida.com.br Fabião Morróida

    querido amigo pontepretano (hahaha)
    ina, este pode num ter sido seu melhor post, mas foi o que mais fiquei impressionado! :D
    cara, visita meu novo brog ai -> http://www.dinheirocomprafelicidade.com
    abraços!
    Fabião, pode não ter sido meu melhor post, mas também não precisava abaixar o nível me xingando de p…tano, né? :P Um abraço!

  • http://www.bagunca-bem-feita.blogspot.com Quel

    e depois desse post, eu digo mais o quê?
    só aplaudo, vc tem um coração lindo, Iná.
    Beijo e que a carência ou seja lá o que fôr da nossa Meg, seja de alguma forma suprida.

  • http://www.verbeat.org/blogs/stuckinsac Leila

    Amei o comentário do Dennis para esse post. Meu fragmento virtual ficou com vontade de conhecer melhor o seu.
    Ina, não me sentia muito à vontade para comentar esse caso por dois motivos: não tenho intimidade com a Meg e tinha medo de contribuir para fragilizar ainda mais a nossa colega. E não queria fazer o que, na expressão de uma amiga minha, era equivalente a urubus caindo sobre a carniça nesse episódio.
    No entanto essa história já evoluiu para um fenômeno blogueiro, um “estudo de caso”. Os desenvolvimentos burlescos da história transformaram o que era inicialmente um drama, em comédia. A “última foto” mostrando uma moça de 20 anos; a personagem Tereza Quetzal visitando todas as homenagens a Meg e dando opiniões; as 135 sessões de quimioterapia; o amante exagerado expondo suas fantasias de ser marido de alguém que só viu uma vez; a farsa canhestramente montada, levando poucas semanas para ser desvendada; e o espírito manada, maria-vai-com-as-outras, de todos os blogueiros que mudavam de opinião dependendo da eloqüência e relevância de cada post que liam sobre o caso Meg.
    E só para discordar um pouquinho do Gravatá, não acho que o estudo de caso foi concluído nesse post, pois ainda não está bem esclarecido se o papel do escritor português foi de enganado ou cúmplice.
    Leila, na verdade sua dúvida foi esclarecida de maneira bem sutil pela citação que fiz das palavras de nosso colega Gravatá.

  • http://www.garotasquedizemni.com Vivi

    Querido Ina, só podia mesmo ser você, com tanta delicadeza e poder de síntese, a dar um ponto final nesta história.
    De minha parte, não conhecia a Meg, apenas a lia de vez em quando. Fiquei sentida quando soube da morte dela, assim como fico sentida quando sei da morte de alguém que me parece bacana, inteligente e que tinha muito a oferecer. Mas o meu envolvimento com o caso passa longe de ser afetivo.
    Talvez por conta disso, compreendo também aqueles que estão aparecendo para criticar isto ou aquilo. Estão no direito deles. Como Meg era (é) um ser humano, deveria (deve) ter todos os defeitos e qualidades.
    Lembro-me de uma passagem de “Ciranda de Pedra” em que uma personagem diz que “bem” e “mal” não são coisas separadas e etiquetadas como substâncias em vidrinhos de aula de química.
    Enfim, a conclusão que fica é de que a maior vítima do imbroglio foi a própria Meg. E o defunto de verdade é o Sub Rosa — essa sim uma morte para lamentar.

  • http://coisasdebruna.zip.net Bruna

    Sabe, quando fiquei sabendo sobre a não-morte, ou melhor, sobre a capacidade de alguém forjar a própria morte, pensei ser um absurdo. Mas depois que te li consigo quase entender o motivo que a fez fazer isso, apesar de não aceitar muito bem a idéia. Se a morte pode ser considerada como liberdade pra alguém, quem sou eu pra julgar? Pra mim liberdade é viver. Abraços.

  • http://www.eddcaulfield.wordpress.com Ed

    Quando Oscar Wilde escreveu que o autor revela-se muito mais em sua obra que ao modelo, ele não poderia estar sendo mais verdadeiro. Este texto, ou melhor, esta reportagem diz muito de você, talvez mais do que você possa imaginar. O caso gera, em quem conhece ou não a Meg, conjecturas em todos os sentidos, dúvidas e sentimentos vários.Quanto a você, este post revela certezas: a sua sensibilidade, seu tato e competência para tratar de um assunto tão delicado sem atingir ninguém - que goste ou não da Meg.
    Meu respeito e admiração.
    Abraço.

  • http://www.papeldepao.com.br Sergio Fonseca

    Mas por favor, não me venha com essa de pegar a Débora Seco (Ceco, Sehcco, *.*) porque estraga tudo. :)
    Não se preocupe, Sergio. Sou mais a Eva Green, a Mariana Ximenes ou a Julie Delpy. :D

  • http://joaocmreis.blogspot.com Joao Reis

    Eu só queria ser próximo dela o bastante para ter a liberdade de perguntar sinceramente, olhando nos olhos: porquê ?
    Se depois da pergunta ela desatasse a rir, eu riria com ela. Se desatasse a chorar, eu chegaria meu ombro mais perto, em silêncio, até a tristeza passar.
    Fico feliz de ver em você a capacidade de rapidamente colocar a raiva de lado e logo depois questionar com humanidade.
    O resto, mestre Ina, são personalismos.

  • Cris

    Caro Ina!
    Gostei da delicadeza com que vc tratou o tema, com a sensibilidade devida…
    Transtorno bipolar é fogo…Vc não julgou,só esclareceu… bela alma, meu caro! Nestes tempos em a internet virou praticamente um tribunal, é bom contar com opiniões sensatas, sem aquela aura de julgador da causa.
    Sou sua fã…achava que não tinha como aumentar essa “fãzice” (até já chorei com alguns posts muito lindos que vc colocou aqui) mas depois deste post fiquei mais fã ainda!
    Bjinho

  • http://www.aneaguirre.blogspot.com Ane Aguirre

    Sabe, Ina…
    Eu estou quase chegando à conclusão de que você é um tipo de “Chico Buarque” da Blogsfera. No bom sentido mesmo!
    Beijo.
    Moça exagerada…

  • Laura

    ajjj…nao suporto tanta condescendência hopócrita!
    Qquer tipo de manipulação dos sentimentos alheios, ainda mais de pessoas que “supostamente” queremos, não merece a mínima consideração.
    Amigos ou brinquedos?
    Compaixao, compaixao…tem coisas que nao merecem compaixao nenhuma
    Alguém por aí num comment acima disse algo muito certo, com esse raciocínio desculpamos até Hitler.
    E estou opinando pq até eu fiquei comovida com sua homenagem à tal Meg (se ela existir realmente.)
    Menos, Laura, menos. Como já deixei bem claro, absolutamente nada justifica o ato inconseqüente da Meg. Não a absolvo, reitero. Mas é um claro absurdo querer comparar Hitler a uma mulher que forjou a própria morte sem qualquer intuito de obter ganhos financeiros ou driblar a Justiça. O caso, aqui, não é de condescendência nem de perdão, e sim uma tentativa de compreensão sobre o ato de uma pessoa que, basicamente, causou um grande mal a si mesma.

  • http://observador.blogbrasil.com fernando cals

    Oi, Ina,
    de acordo com tudo que foi escrito por você.
    Senti muito a “morte” da Meg, sobre isso escrevi, e a “nâo morte”, em momento algum mudou o que sempre sentia pela Meg, que, como você, tampouco conheci além das “muralhas” dos blogues.
    Por isso mesmo, deixei, como estava a mensagem do tal dia 23, onde pranteava e falava da perda da amiga Meg, e publiquei esse post (UMA ESTÓRIA? UM ENIGMA? UMA BRINCADEIRA? UMA…???), falando das circunstâncias, e mistérios, e onde continuo reafirmando o direito de cada um morrer, e como diz o Cesar, numa boa desmorrer.
    Abração esclarecido
    fernando cals

  • http://caminhante.wordpress.com Verônica

    Inagaki,
    preciso dizer que o seu texto foi de uma sensibilidade tremenda. também chorei a morte da Meg, uma pessoa que nunca me fez mal algum e muito pelo contrário me ajudou e me acalentou em horas muito difíceis. confesso que fiquei com raiva no momento em que soube da “não-morte”, mas sinceramente, quem sou eu para julgar alguém, principalmente conhecendo tão de perto as consequências do TBH na vida de uma pessoa. torço para que ela encontre o tratamento adequado.
    um abraço enorme e em sua homenagem torcerei para o Guarani (time verde, ecaaa) se reabilitar.
    Verônica, agradeço pela sua solidariedade ludopédica! ;)

  • MArgot Abirato

    Caro Ina, acompanhei toda essa história da Meg a partir justamente daqui. Confesso que quando li o post do Paulo, Minha mulher morreu, não acreditei em palavra porque nada ali parecia se encaixar. Mas como todos anunciavam que a Meg, que nunca conheci e com quem nunca havia tido contato, havia morrido, e incluído vc, tive que dar-me por demasiadamente desconfiada. Não foi a mim surpresa a farsa, mas foi sim surpresa constatar que ela passou de anjo a demônio, somente pelo fato de estar viva - o escárnio, raiva e despropósito com o qual trataram por aí de suas doenças são demasiadamente deploráveis e ao meu ver muito pior do que qualquer coisa que ela tenha feito. Admiro muito essa sua serenidade, porque vc, como relata, conheceu e tinha contato com a Meg virtual - o meu atual distanciamento e racionalidade para tratar do assunto podem justamente advir da distância que tenho. E aplaudo. Porque é realmente amigo e humano quem não julga sem conhecer as razões de um querer, e mesmo as conhecendo, sabe relativizar e aceitar o que o outro possa fazer. Gostei muito também do post do Gravatá acerca do assunto.
    Acho que é por isso que sempre volto aqui, Ina, além do seu blog ter links divinos pro youtube, seus posts pessoais mostram sempre que vc tem muita sensatez. Esse mundo, o real e o virtual, deveriam agradecer. Beijocas,

  • http://www.literatus.blogspot.com Andrea

    Maravilhoso esse post, Alexandre! Até que enfim alguém fala a verdade sobre a Meg.
    Eu a conheci há anos atrás qdo ela entrou para uma lista de literatura que eu tinha e apesar das desconfianças qto as histórias que contava, inclusive tendo provas de ligações vindos dos EUA que nuncas ocorreram, sempre a tratei bem e gostava dela sobretudo da sua inteligencia e vasta cultura.
    Falei com ela ou acho que era ela diversas vezes ao telefone e confesso que aconteceram coisas nessa época que não foram legais, nem pra mim, nem para aqueles que conviviam comigo.
    Não sei se a Meg existe ou existiu ou foi uma personagem inventada por alguém muito carente ou mesmo doente, só sei que a pessoa com a qual falei ao tel diversas vezes não precisava disso para ganhar amigos na net e ser tão querida. Fosse ela mesma já seria o suficiente porque é ou era realmente fascinante.
    Não quero contar aqui o que sei ou o que passei com ela, só posso dizer que nunca a conheci pessoalmente apesar de morarmos na mesma cidade e apesar de tudo tenho boas lembranças dela.
    Só espero que esteja bem e se for o caso de reaparecer, que venha como ela mesma, tenho certeza de que será bem acolhida por todos que adoram um bom papo, opiniões brilhantes e textos interessantes.
    abraços querido
    Andrea

  • Nana Valente Soutinho

    Obrigada, mocinho: não foi à toa que busquei você e a Cora para conversar, e tentei escrever também para o Gravatá mas situações pessoais não me deram tempo suficiente…
    Um beijo,
    Nana.
    - Quanto à Meg? Ela sempre foi apaixonante, e sempre teve defeitos (o duro é que em geral só queremos uma das ´partes´ das pessoas, não é mesmo?), e eu a amo. E tomara que um dia ela leia isso, e acredite.

  • http://www.absorto.blogspot.com eduardo graça

    Se Meg não morreu, ainda bem! Se encenou a sua própria morte, é só mais uma encenação! A notícia da sua morte terá sido, como dizia o outro, manifestamente exagerada.

  • http://www.descaminhos.blogspot.com Angela

    Querido Inagaki,
    Alguém aqui disse que depois de morto o defunto era a melhor pessoa do mundo e agora que renasceu dessem o cacete.
    Tentarei ser breve.
    Não me incluo nessa, pois assim como a Paula, também achava a meg muito esquisita, pois ninguém é tão bonzinho assim e aceita tudo tão passivamente, nem as pessoas que sofrem de alguma doença mental, Ina. Portanto, eu não gostava da Meg quando viva e não me sensibilizei com sua morte (não significa que eu tenha desejado a sua (dela) morte).
    Concordo também com o Flavio Prada quando diz:”Em determinados momentos e situações, um limite é ultrapassado e aí não dá pra usar desculpas a partir de quadros clínicos. Se assim fosse, poderiamos perdoar a enorme maioria de ditadores e criminosos, pois é facílimo encontrar patologias mentais em tais personagens. E é também fácil encontrar gente que foi tratada com carinho e atenção por eles”.
    Sei que muitos aqui, assim como você, conhecem pessoas com doenças mentais, algumas, como eu, sofrem com isso (não falo muito sobre isso no meu blog, até porque é um blog meio bissexto, ele caminha dependendo do meu “estado de espírito”, digamos assim) mas os meus amigos, aqueles com os quais me correspondo e conheço de verdade, sabem muito de mim, que tenho meus “problemas” mas que sou pessoa bacana, me interesso por tudo que diz respeito ao homem e, às vezes, por isso mesmo, me meto em muita discussão que não me diz respeito, como essa, por exemplo. Tenho amor e carinho por muitos amigos da net, mas não banco a boazinha e nem me faço de resignada me achando uma pobre coitada reclamando da vida.
    Mais uma vez me meti numa história que não era minha, mas fiquei injuriada quando li o post da Magaly (e olha que a Magaly nem me conhece).
    Quero deixar claro que a Meg, fez mal a algumas pessoas, sim, e que muitas pessoas bacanas sabem disso, mas não se acham no direito de vir a público dizer o que ela fez a terceiros, assim como eu também não me acho nesse direito. Digo também, que a Meg chantageava pessoas que hoje a estão defendendo em seus blogs porque, se ela estiver viva, voltaram a ter medo.
    Eu sei que isso é verdade, Ina, mas não posso revelar segredos que não são meus, o que digo aqui, não compromete os donos dos segredos, portanto não acho que estou sendo desleal.
    Aquela história do blog deletado, por exemplo, além de verdadeira, e de ter sido uma enorme maldade, pois os textos ali eram muito bons, e não se faz isso com nada que alguém escreve, é uma história bem podre por trás. Não foi o dono do blog, que nem conheço, que me contou, que fique bem claro.
    Enfim, Inagaki, não gosto, não gostava e não tenho pena nenhuma da Meg, mas o seu post me fez admirá-lo ainda mais do que já admirava. Você, além de ter delicadeza e amizade pelas pessoas, é de uma dignidade que conheço em muito poucas pessoas, posso contar nos dedos quantas assim eu conheço.
    Não me leve a mal, tentei ser franca e honesta, me sentiria hipócrita se não dissesse tudo isso.
    Em tempo: Já tive síndrome do pânico e tenho depressão (além de ter fases de toc), mas eu me trato, e sou uma paciente obediente, se sou bipolar, não sei, às vezes é difícil de diagnosticar dependendo do tipo, meu médico ainda não tem subsídios suficientes para dizer se sou ou não. Enquanto isso, vou me tratando, às vezes estou bem, outras não, sei que isso faz mal às pessoas que estão ao meu redor (sei que para os meus filhos, meu marido e meus pais, e também para os meus amigos, não é fácil me ver com depressão) e nesse sentido acho que faço mal a eles, mas isso não quer dizer que eu esteja fazendo uma maldade com eles, apenas não tenho como disfarçar.
    Bem, desculpe o enorme comentário, mas já me meti nessa história lá no blog da Cora, então precisava vir aqui, não consigo deixar de ser prolixa, perdoe-me.
    Quanto à Meg, duvido de muita coisa sobre ela, e acho que ela preparou muito essa “suposta” morte, sempre parando o blog de uma forma misteriosa. Acho que esse era o fim que ela queria para esse roteiro, e agora vai voltar com outro personagem.
    Mesmo tendo problemas, me dei o direito de brincar com o assunto pois continuo achando que ela não tinha o direito de fazer o que fez.
    Acho que somos humanos e temos o direito de ficar com raiva ou com pena, de sermos bons e mesmo assim rodar a baiana de vez em quando, magoar quem amamos e é exatmente isso que a Meg parecia não ser, humana.
    Beijos e toda a minha admiração por você.
    Cara Angela, eu sei de todos esses rumores que você cita, conheço uma versão muitíssimo diferente a respeito do tal blog deletado (e narrada não por uma, mas várias pessoas) e, com todo respeito, suas palavras transparecem uma complicadíssima parcialidade com relação à Meg. Não, ela certamente nunca foi totalmente “boazinha”, até porque todos aqui possuem suas idiossincrasias e inúmeros defeitos. Por certo há histórias que jamais serão esclarecidas (até porque são de cunho privado), e outras sobre as quais seria leviano escrever publicamente sem apresentar provas. Falo, pois, baseado em meu viés pessoal: a Meg nunca me prejudicou, nas vezes em que me escrevia costumava solicitar favores para outras pessoas (e quase sempre em prol de escritores ou blogueiros que realmente possuíam qualidades e necessitavam de maior divulgação), sempre apoiou as coisas que fiz, foi minha amiga quando precisei, e nem de longe fez alguma espécie de “chantagem” comigo. Não é por ser minha amiga, porém, que a absolvo da enorme bobagem cometida neste caso, ou da mágoa que eu sei que ela causou em colegas que conheço pessoalmente, em outras ocasiões, por causa de seu temperamento por vezes irascível e destemperado. Mas, se você ler os testemunhos de diversas pessoas blogosfera afora, inclusive neste espaço de comentários, constatará que são muitos os que só têm a agradecer à Meg (eu incluso). E, Angela, assim como eu publiquei seu extenso comentário por entender que você tem todo direito a manifestar sua visão, peço respeito a aqueles que discordam da aspereza de suas opiniões sobre a Meg. Um abraço.

  • http://feitoamao.typepad.com/feitoamao Solange

    Ufa. Nada pior do que ficar zonza atrás de tanta (des)informação. Não deixa de ser um alívio ver que, quando me despedi dela, ao trocar o ‘bye’ pelo ‘au revoir’, não estava muito longe da verdade…

  • http://www.andrekenji.com.br/weblog André Kenji

    Eu juro que a primeira coisa que foi para minha cabeça foi um sentimento de felicidade em saber que ela estava viva…
    0_0

  • http://marmota.org/blog Marmota

    É a história do ano, sem sombra de dúvidas. A lição existe também: ainda que todos aqueles que tenham julgado e escrito bobagens sobre o tema venham ler e depois apaguem como se fosse um pedido de desculpas, o cache do Google vai continuar escancarando a nossa condição humana. E a vida continua.

  • http://www.metamorfosepensante.blogger.com.br _Maga

    A morte é sempre doida.
    Infelizmente nem sempre a vida é muito melhor.
    E como canta o Barão Vermelho:
    “Declare guerra a quem finge te amar, declare guerra, a vida anda ruim na aldeia. Chega de passar, a mão na cabeça de quem te sacaneia”.
    Declare guerra a quem finge te amar e vai viver em paz, antes que a vida se acabe e nem a paz nem a guerra tenham mais importância.
    beijos Ina, e uma ótima semana pra ti

  • http://www.sovacodecobra.com.br/ Zé Carlos

    Caro Ina,
    O que escreveu (sobretudo no ante-penúltimo parágrafo) foi exatamente o que se passou comigo diante dessa história. Essa “raiva egoísta” que também senti é algo que não vale a pena manter, muito menos cultivar, ainda que não tenha partido de nós sem motivo.
    Dedico esta música à Meg, pois por muita coincidência sua letra tem, de certa forma, algo a ver com tudo o que aconteceu. Talvez até mais do que a Fita amarela do Noel - acho que irá concordar comigo.
    Abraços,
    Zé Carlos
    Ótima pedida, Zé! Reforço a recomendação a quem passa por aqui: dar um pulo no Sovaco de Cobra e ouvir “Imaginário”, composição de Mestre Guinga na voz de Vânia Bastos. Um abraço!

  • Bear

    Ina, dois atributos seus sobressaem neste post: dignidade e humanidade. Você é grande em ambos. Deus te abençõe.

  • http://elismarchioni.multiply.com Elis Marchioni

    Soube aqui no seu blog da morte dela e participei do post coletivo do dia 23, mesmo tendo matado meu blog há séculos…
    Mas o post está lá e ficará lá. Amo a Meg, morta ou viva, adoro aquela mulher. Já conversei com ela por telefone, Meguita tem uma voz fraquinha, mas linda. Amo a Meg em todas as vidas. E tenho certeza que vou conhecê-la pessoalmente. Nesta ou na próxima. ;o)

  • http://catatau.blogsome.com Catatau

    Putz, que “brincadeira” de mal gosto!

  • http://dennis.d.zip.net Dennis

    Ina, caríssimo. Criei meu primeiro blog em 2001, motivado por um interessante artigo da nossa querida Cora Rónai (Cora é uma espécie de madrinha da maioria dos blogs mais antigos, direta ou indiretamente). Lembro-me de que os primeiros comentários recebidos por mim foram de Rossana Fischer, do saudoso Wumanity e de Meg Guimarães, do Sub Rosa. Delas recebi incentivos, como também os recebi de Cora Rónai, e esses incentivos, de alguma forma, fizeram com que eu mantivesse minha página atualizada até o dia de hoje. Depois de 2002, fui perdendo contato com Meg. Não sei exatamente o motivo. Quando, dias atrás, soube da “morte” dela… é claro que fiquei comovido. E como, e quanto! Senti um pouco de culpa, por não ter me reaproximado, sei lá… Culpa é coisa muito fácil de brotar. De qualquer forma, é confortador saber que se tratou de uma morte meramente “virtual”. Triste, sim, porque não há morte risonha ou alegrinha, mas virtual. Quem sabe, dia qualquer, a Meg “reencarne”, não é mesmo? Muito já escrevi sobre blogueiros que se utilizam da internet para suprir suas carências de ordem sentimental. Não que seja errado, ou condenável, mas é algo tristíssimo por ser ineficiente. Acaba dando em NADA! A pessoa fica dependente de comentários elogiosos, sofre quando estes diminuem, faz piruetas e distribui ‘docinhos’, tudo para receber sua dose de carinho virtual. O carinho virtual assume a mesma importância do oxigênio, da água, da luz do sol. Não condeno esses viciados em carinho virtual, já disse. Somos todos neuróticos em algum grau, ainda que mínimo. Nossos gatos e cães também são neuróticos, e até os nossos peixinhos de aquário o são. Bom… o alerta que fica - se é que alertas têm alguma serventia prática, é: nosso blog não é nosso mundo, nem é nossa alma, muito menos o nosso coração. Nosso blog é apenas um espaço onde publicamos fragmentos do que somos. Se o levarmos muito a sério, ele - o blog - nos “matará”, ainda que virtualmente. Abração, Ina, e trate de não morrer jamais, ok?
    Caríssimo Dennis, que bom vê-lo por aqui. Sobre o seu pedido… Bem, de minha parte garanto que farei o possível para atendê-lo, ok? :D Um abraço!

  • http://josealbertofarias.blogspot.com José Alberto Farias

    Tomei conhecimento apenas da primeira notícia, através da Zel. Não acompanhei o desenrolar dos fatos, mas segui seus links, o que me permitiu uma visão do imenso drama vivido pela Meg.
    É tudo muito triste e acho que ela merece nosso respeito e compáixão.

  • http://www.infinitopositivo.blogger.com.br Ery Roberto

    Ina, foi ótimo descobrir aqui. Como tantos, sensibilizei-me com a dor demonstrada pelos amigos da Meg, que eu não conhecia, mas vi nos depoimentos todos o retrato de uma figura exemplar. Participei de uma “postagem coletiva” proposta no blog do Milton. Tive o trabalho de ir pesquisar os textos da Meg para encontrar algo que me desse o tom da homenagem. Encontrei e foram coisas muito boas, bem escritas, do que pude confirmar o que se dizia a seu respeito. Porém, depois de todo este barulho, resolvi deletar o post por exclusivo respeito ao sentimento das pessoas que me leram e comentaram. Continuei acompanhando as conversas através do blog da Cora e em certo momento questionei o “triângulo” Meg, Tereza Quetzal e Paulo José. Minha intenção foi apenas buscar um esclarecimento maior, confesso, por curiosidade quanto ao imbloglio. Minha participação não tinha qualquer semelhança com atitude de advogado do diabo. E digo: se tivesse lido antes este seu texto tão lúcido e exemplar teria ficado imensamente satisfeito. Da mesma forma que agora me sinto. O que precisamos todos é entender que situações da espécie também são propícias a pessoas terem comportamentos diferentes, movidos que são pelos seus sentimentos. Isto não atenua o erro de quem saiu por aí “atirando conjecturas pesadas” como se fossem expressões da verdade. Contratulo-me com as opiniões de blogueiros experientes que aqui se manifestaram, a exemplo do Flávio Prada e do respeitado Gravatá. Um Abraço e prazer em conhecê-lo.

  • Camile

    Bom, no final dessa historia eu só posso deduzir éq a Meg quis realmente “morrer” pra todos os seus amigos virtuais,não? Me desculpem vcs, amigos dela e tudo, eu sei q o Ina já escreveu q isso não se justifica, mas… não é isso q desacredita a internet? Não é por farsas assim q a internet tem a fama q tem hj? Um lugar aonde não se pode confiar em ngm, aonde qq um pode ser o q quiser, quem quiser e não ser nada? Ah, me desculpe, mas a Meg jogou por água abaixo todo o significado de amizade. Se ela queria se “livrar” de fulano ou ciclano, custava ela mandar um email explicando a situação para os amigos? Não sei,não sei. Tudo é mto estranho. Acaba parecendo uma gde pesquisa de comportamento,mesmo. Que triste isso. Mais um motivo para deixar a internet desacreditada. Não por mim, que fique claro, pq já tenho anos de internet e fiz realmente AMIGOS por aqui. Mas mta gente ainda tem a imagem errada por casos como esse, da Meg. É triste.

  • http://www.verbeat.org/blogs/biajoni Biajoni

    mais uma vez a realidade supera a ficção.
    in-crí-vel.
    :>/

  • http://www.boczon.blogger.com.br claudio boczon

    finalmente, com este teu post, parece que uma pá de cal foi lançada sobre as dúvidas e boatos.
    amizade entre pessoas é algo como o amor, se acabou é porque nunca existiu, e de minha parte, dela só ficaram coisas boas.
    uma pena que tenha sido assim, uma pena.

  • http://enloucrescendo.com Ian.

    os que te conhecem sabe que você não dá ponto sem nó, informa-se fartamente sobre o que vai escrever e sabe argumentar. ótimo trabalho investigativo. o texto foi discreto e eficiente, fazendo com que muita bobagem deixe de ser escrita blogs afora. que a meg melhore. que todos sejam felizes.
    abraços.

  • http://noves.blogbrasil.com Gin

    Ina, como já disseram, seu texto é extremamente esclarecedor, delicado e respeitoso.
    Quando da notícia de que tinha morrido fiquei extremamente triste; depois, boiei nessa história de que era farsa - eu sabia que ela teve câncer mas não poderia imaginar um sofrimento dessa monta, talvez tão doído e desesperador quanto o câncer, o que eu mesma conheço de perto.
    Agradecer a você a delicadeza de informar exatamente o que se passa é pouco; foi um ato de respeito profundo não só pela Meg mas para nós que estamos cá do outro lado.
    Tive uma professora na UERJ com o mesmo problema da Meg e sei o quanto dói ver sofrer uma pessoa sensível, inteligente e de quem gostamos. Posso entender o cansaço da Meg, mesmo.
    Um beijo enorme pra vc. e, de novo, valeu!

  • tereza melo

    Parabéns, Ina.Concordo com a Nora Borges.”Seu post, além de muito esclareedor e fundamentado,é de uma humanidade confortante.”
    Tereza Melo.

  • http://www.cintaliga.wordpress.com Luciana

    Eu não tenho pena nem compaixão da Meg. Chorei há duas semanas atrás a sua morte, fiquei surpresa e revoltada no primeiro momento em que soube que era mentira, mas depois procurei juntar as peças do quebra-cabeça pra que ele começasse a fazer sentido.
    Ainda bem que ela tá viva e tem um amigo como você, responsável, digno e ético - ao contrário da massa.
    Só posso desejar agora sua vinda outra vez a Belém, pra quem sabe a gente ir fazer um carinho na Meg, bater aqueles longos e deliciosos papos furados, porque é disso que ela precisa, não de pena e compaixão.
    Eu já disse que amo você, né? ;)
    Parabéns.
    Um beijo.

  • http://bulabula.blogspot.com Vivianne

    Ina,
    dizem que há males que vêm pra pior. Não sei o que é pior, a morte ou a não-morte.
    mas uma coisa deu pra ver: você é uma pessoa sensacional.

  • http://www.verbeat.org/blogs/lixotipoespecial/ Flavio Prada

    Caro Ina, repito, compartilho do sentimento de compaixão voltado à quem sofre. Mas de todo este imbroglio, o que resulta são milhares de conjecturas a respeito de como Meg está se sentindo. Já li que deve estar rindo de tudo isso, como também que está sofrendo muito. Mas, até prova em contrário, não passam disso: conjecturas. O único fato é: uma morte foi falsamente anunciada. Voce deve se lembrar que isso já foi feito dezenas de vezes na blogosfera. Até Biajoni já “morreu”. Mas dessa vez um limite foi ultrapassado. E veja bem, a participação da própria Meg em tudo isso não é também clara. Não sabemos muito, isso é a verdade. Se uma segunda personalidade sua, “matou” a original, o caso é igualmente grave. Um caso psiquiátrico daqueles. Mas são ilações, como as tantas outras.
    Eu, que também tenho meus problemas assim como todo mundo, se um dia pisar na bola feio, quero ser tratado com dignidade, mas não perdoado a priori, nem muito menos condenado. O que não alterará o fato cometido. No mais, esqueci de elogiar teu texto, que é sempre de uma elegância impar.
    Flavio, talvez um dia eu resolva escrever um livro sobre todas as histórias que conheço dos bastidores da blogosfera brasileira. Mas, se fizer esse anúncio, provavelmente serei assassinado no dia seguinte. :P Brincadeiras tolas à parte, digo o seguinte: eu posso perdoar certos atos, mas isso não pressupõe que eu vá esquecê-los. E meu post é totalmente factual, Flavio, não escrevi uma linha sequer baseado em meras conjecturas. Não entrarei em detalhes, mas saiba que não é à toa que falo em “morte forjada” com absoluta convicção. E elegante mesmo foi o Gravatá, cuja citação que fiz no post resume à perfeição tudo que eu não poderia dizer explicitamente a respeito deste caso.

  • http://anamariagoncalves.blogspot.com Ana

    Ah, Ina, como é bom ver esse assunto tratado com a seriedade que merece… Obrigada e parabéns, meu amigo!
    Beijo,
    Ana

  • http://oglobo.globo.com/online/blogs/gravata/ Luiz Gravatá

    Inagaki, meu caro. Cada vez que leio um novo texto seu, cresce a minha admiração por você. Seu post é uma aula de Jornalismo Investigativo, relatório final de um estudo de caso que deveria ser apresentado a estudantes de jornalismo. Diga a sua Tia Claudia que você estava errado, você não era nem é burro. Burra e estúpida é a Humanidade, como diria o velho Nelson Rodrigues. Depois dessa, só pedindo a Heloisa para preparar um pudim de leite para você. Parabéns pela lucidez, perspicácia e agudeza de espírito. Brilhante.

  • http://norelco.blogspot.com Thiago

    Como sempre lúcido e esclarecedor. Parabéns pelo texto

  • http://www.boechat.com jean boechat

    enfim, não morreu? morreu? eu não entendi nada.
    Jean, com todo respeito: é sério que você tem alguma dúvida a respeito da NÃO-morte da Meg? Não vou precisar fazer um desenho, certo? :P Um abraço.

  • http://www.verbeat.org/blogs/lixotipoespecial/ Flavio Prada

    Concordo com quase tudo o que foi escrito aqui. Existe o aspecto humano e circustancial etc. Mas não podemos tratar o assunto de forma leviana. Se forjar a própria morte não fosse algo muito grave, certamente não estaria no codigo penal. Como não estão a piada de mau gosto e a galhofa triste. Em determinados momentos e situações, um limite é ultrapassado e aí não dá pra usar desculpas a partir de quadros clínicos. Se assim fosse, poderiamos perdoar a enorme maioria de ditadores e criminosos, pois é facílimo encontrar patologias mentais em tais personagens. E é também fácil encontrar gente que foi tratada com carinho e atanção por eles. Estou claro, exagerando, mas é que é pra render a idéia a partir do contraste. Mas vamos dar o nome correto às coisas. Relativizar o que é considerado um crime, me parece muito perigoso. Até porque isso ou foi um erro de avaliação grosseiro, ou é somente a ponta de um iceberg.
    Caro Flavio, como deixei bem claro (e assinalado) em meu post, de maneira alguma a atitude cometida pela Meg pode ser justificada. No entanto, você bem sabe que o que a Meg fez é MUITO diferente, e muito menos periculoso do que os crimes cometidos por ditadores e assassinos. A comparação não faz sentido, e não tentei justificar, apenas buscar a compreensão de como uma pessoa pôde cometer um ato tão estupidamente impensado como esse. Mas enfim, como cantou Cazuza, “eu não posso causar mal nenhum a não ser a mim mesmo”.

  • http://www.sindromedeestocolmo.com/ Denise Arcoverde

    Ina, mesmo sem conhecer bem a Meg, desde o início, acho que o alívio por ela estar viva é maior que a decepção por ter sido ludibriada e ter postado sobre sua morte.
    Como eu não a conhecia, não sabia da depressão, nem que estava diente, mas quando a história toda foi sendo esclarecida, percebi logo que se tratava de um atitude de uma pessoa muito atormentada, só dá pra ficar com pena e esperar que ela se recupere, esses dias devem ter sido muito difíceis pra ela, essa blogosfera pode ser de uma crueldade sem tamanho.

  • http://barcosflores.blogspot.com amélia

    Perturbada com estas notícias de uma morte forjada e anunciada - remeto, para quem quer saber quem é Paulo José Miranda, para
    http://www.paulojosemiranda.america-is.com/pt/index.html
    Sinceramente, esse link não narra nem metade das histórias acerca do Paulo. Mas, enfim, que o link fique como registro de uma pequena fração de toda essa história.

  • Áurea

    Ina, li seu texto (não preciso elogiar, não é? Vc continua escrevendo lindamente) mas tenho um reparo a fazer sobre as palavras do Cesar que vc endossa. Algumas pessoas, de fato não gostavam dela (viva), mas a maioria se revoltou (e acho compreensível) pelo mesmo motivo que vc num primeiro momento: se sentiram desconsiderados em seus sentimentos, com a farsa. Acredito que a maioria não sabia (eu, pelo menos não) que ela tinha transtorno bipolar. No meu caso, ao acabar com meu blog, deixei de frequentar os outros (só mantive, esporadicamente, o da Cora)perdendo contato. Em relação à Meg, disse e reitero, que comigo sempre foi muito gentil (e sempre se mostrou sensível em seus textos). Achei desconsideração dela para com aqueles que tinham um contato mais estreito. Mas “achei” no passado, ler o que vc escreveu trouxe outra variável que modifica minha avaliação.
    Btw, vc citou um livro e uma entrevista sobre transtorno bipolar e cito o livro da Marina W que achei muito bom: “Não sou uma só: diário de uma bipolar”.
    Btw2, perdi contato, sei que o blog parou, mas continuo tendo a melhor das impressões (inclusive da graça dos textos) da Suzi. Se tiver contato, diga-lhe que desejo felicidades! bjks procê Áurea
    Áurea, em um primeiro momento fiquei indignado, sim, com a notícia da falsa morte. Mas depois, como expressou precisamente o César, veio o sentimento: que bom que a Meg esteja viva! Apesar das desconfianças a respeito da notícia estarem sendo discutidas por alguns amigos há mais de uma semana, aguardei a apuração de alguns fatos antes de redigir este post, até porque eu tinha a consciência de que a Meg também o leria. Assim como ela leu (e certamente sofreu muito com) as ríspidas e desbocadas críticas que muita gente escreveu por aí. Mas enfim, faz parte da condição humana esse execrável hábito de julgar e condenar antes de investigar a verdade. Em tempo: Suzi está bem. Conversei ontem com ela, inclusive. Um beijo!

  • http://www.circulando.com Cláudio Rúbio

    Pois eu, senhor, repito aqui a única coisa que me passou pela cabeça quando soube dos boatos de que ela estaria viva: “Viva!”
    Se não está morta, viva! Serve para a Meg, serve para qualquer pessoa, serve para a felicidade com que se deve receber uma notícia assim.
    Toda a dor passa ante um renascimento. E que assim seja.
    Cada um com suas razões, ainda que não exista razão nenhuma ali, vivamos.
    Viva!

  • Ana

    O seu post é muito esclarecedor Ina. O problema é que ninguém sabia que a doença da blogueira era depressao ou transtorno bipolar, ou pelo menos se sabiam ninguém declarava isso em publico. Como toda doença, seja alcoolismo, depressao, o primeiro passo começa em aceitar isso. Lembro da sua antiga namorada que ela falava disso no blog e também da Marina W…O problema que vejo nisso tudo é que ajuda amiga nao me parece adiantar grande coisa, ela precisa é de ajuda de um profissional. A ajuda amiga soh tende a levar as pessoas proximas para o buraco. Entao acho que o apelo devia ser dirigido a blogueiros como o Dr. Claudio Costa, a Bia Badaud, que sao médicos que poderiam entrar em contato e tentar dar uma ajuda objetiva pra ela. Nao acho que pena e compaixao adiante. Lembro de ter tido amigos alcoolatras e com problema de depressao e pena nunca ajudou-os, ao contrario servia apenas pra encoraja-los a continuar no mesmo caminho. Pessoas sofrendo desse tipo de problema, sao muito sedutoras e o risco é que elas realmente façam mal a quem esta à volta delas, mesmo que sem intençao. O marido que bebe todo o salario no final do mês, certamente nao tinha intençao de fazer mal à familia…O que penso é que na situaçao dela, vai ver que ela nao tem nem os meios pra pedir essa ajuda, ou que precisa de um ponto de vista novo de outro profissional. Nesse sentido, eu acho a internet péssima, quase perigosa. Enfim, a unica peça do quebra-cabeça que me parece ausente é o papel desse senhor PJM…Bjos.
    Ana, eu sempre procuro me informar devidamente antes de emitir qualquer opinião (não à toa citei a entrevista feita por Elis Monteiro em 2002, com a afirmação da Meg a respeito de ter depressão - estava na rede à disposição de quem se dispusesse a buscar mais informações) ou sair por aí dizendo impropérios sobre outras pessoas (sim, Internet é perigosa, principalmente por causa de certos usuários que parecem não ter superego e escrevem a primeira bobagem que lhes passa pela cabeça). Foi isso, somente, o que fiz. Sim, é mais do que óbvio que passar a mão na cabeça não ajuda ninguém. Meg precisa certamente de auxílio profissional, mas isso já foi dito a ela várias vezes, e por diversos amigos. Eu, que tive experiências pessoais com duas pessoas muito próximas de mim que sofrem de transtorno bipolar afetivo (e estão bem melhores agora, felizmente), sei que elas precisam, sobretudo, de: a) amor e carinho daqueles que lhes são mais próximos; e, principalmente, b) quererem se ajudar, a começar pela fundamental consciência de que são doentes e necessitam de tratamento.

  • http://digitaldrops.com.br/drops/ Nick Ellis

    Alexandre, com todos os problemas que a Meg tem passado, é uma sorte que ela tenha amigos como você, a Cora e o Gravatá.
    Abraço.

  • http://www.elismmonteiro.blogger.com.br Elis Monteiro

    Ina, esse foi um blog absolutamente esclarecedor. Falou tudo o que eu queria falar. Obrigada. Assim como o Cesar, eu também continuo amando a Meg. E não quero mais conjecturar sobre os motivos de tal atitude. Vamos deixá-la descansar.

  • Paula

    Ina, muito sensível a sua explanação sobre o caso. Estou quase concordando com você. De qualquer forma, repito aqui o comentário que deixei na Cora e que, apesar de você, ainda reflete minha opinião:
    “Eu concordo com você quando diz que a falecida Meg é digna de compaixão, mas vou dizer uma coisa: eu não confio em pessoas boazinhas demais. Não sei, coisa minha…
    Eu desconfio muito de pessoas - principalmente atrás de monitores - que amealham milhões de amigos, que sempre são bacanas e cujos únicos defeitos aparentes são aqueles que podemos imputar ao excesso de bondade.
    Há algo de pérfido, perverso, nisso tudo.
    Eu lia a Meg em tempos passados e parei quando me bateu esse sentimento, de que aquela pessoa não era uma pessoa, era uma personagem.
    Quando começou a história da morte aproveitei para dar uma relida nos escritos da falecida, até para tentar mudar meu ponto de vista sobre ela tentando fazer valer a máxima de que os mortos, quando mortos, são sempre melhores pessoas do que quando estavam vivos.
    Pois não consegui, por mais que tentasse. Só vi, mais uma vez, muita bondade, muito amor, muito carinho, muita boa vontade, muita resignação, muita aceitação das desgraças da vida e me recuso a acreditar em seres humanos exclusivamente bons.
    Somos pessoas de carne, osso e alma (para os que acreditam). Somos bons, tentamos ser melhores todos os dias e dificilmente conseguimos. Todos nós, vez por outra, temos vontade de esganar um, chutar a canela de outro e pensamos que a vida é bastante injusta, que não merecemos os fardos que volta e meia temos que carregar.
    Todos nós, menos a Meg.
    Desafio qualquer um aqui a me apontar um único defeito naquela criatura tão à beira da perfeição. Não, isso não é normal, não é crível.
    Tenho para mim que a Meg desempenhava o papel de Meg com perfeição. Uma grande atriz que agora decidiu abandonar aquela personagem. Talvez esteja agora construindo uma outra ou até - num pensamento contrário dos que advogam sua falta de lucidez - num momento de racionalidade tenha decidido abandonar a persona e, quem sabe, um dia desses, reaparecer na forma de Meg, o ser humano.
    Acho até que o primeiro passo ela já deu: seres humanos de verdade, às vezes, involutariamente, fazem sofrer aqueles que os amam…”

  • http://marcuspessoa.blogspot.com Marcus

    Eu também fiquei muito irritado com a situação, pelo mesmo motivo que você: egoísmo. Deixei até um comentário malcriado no blog de uma amiga, felizmente já apagado. Eu não tinha o direito de fazer isso, pois eu sequer tinha retomado contato com a Meg. Era apenas um leitor silencioso e eventual do SubRosa.
    Parabéns por mostrar o lado humano da questão. Quem nunca tiver errado que atire o primeiro tomate.

  • http://www.lauravive.blogspot.com Laura

    Que história… fico com pena de tudo isto, muito triste. Ela deve ter razões muitoooo fortes para querer sumir e ter passado por tudo isto.
    Este mundo virtual é mto louco, nossa!
    Lamento pela sua dor e dos amigos queridos. Acho que ainda é possível vcs se aproximarem dela, deve estar mto só. Que horror!
    Meu querido, eu estou vivinha, viu? se quiser ganhar um abraço é só vir até aqui.
    Bj Laura

  • http://www.acontecedentro.blogspot.com Renata

    Tocante seu texto. Uma lição para muita gente. É muito fácil julgar, difícil é compreender as pessoas. Não conhecia a Meg, nem seu blog (sou leitora de blogs há pouco tempo, e blogueira há menos tempo ainda), mas vi em alguns blogs comentários sobre a morte e o “retorno”de Meg e fiquei um pouco impressionada com a reação previsível e julgadora de algumas pessoas. Definitivamente, defunto bom é defunto morto…
    Parabéns pelo seu texto, esclarecedor e humano.

  • http://www.verbeat.com.br/blogs/linguademariposa nora borges

    Estou emocionada, Inagaki. Seu post, além de muito esclareedor e fundamentado,é de uma humanidade confortante. Eu compreendo que as pessoas que a queriam e confiavam nela tenham sentido-se traídas e sintam-se feridas, mas sempre defendi que havia que alegrar-se que ela estivesse viva…
    Também defendi que que ñ se jugasse a pessoa antes de saber os fatos… que aliás devem sempre ser aquilo que pode ser julgado. Para alguns comportamentos há atenuantes, mesmo ao rigor das leis. Ainda mais que muitos sabiam de sua condiçao enferma.
    Eu ñ sabia de nada, e só tive contado com o carinho e a doçura, a inteligência e a alegria de suas poucas apariçoes em meu blog.
    Fiquei muito feliz com a leitura de seu post e peço licença para linkar lá no meu blog, que ñ tem muitas visitas, mas que sensibilizou algumas pessoas com a homenagem que eu havia feito.
    Espero que Meg possa ler o seu post como a mao que precisa para erguer-se. Ela estava mesmo precisando de uma. Eu disse isso lá na Cora. Mas eu também sabia que tinha que ser uma mao forte, com peso na Blogosfera. A minha ñ seria suficiente, isso eu vi logo quando ninguém deu importancia aos meus comentários.
    Agradeço seu post. Por nós e por ela e os amigos que a querem.
    Um grande abraço.

  • http://porcaseparafusos.blogbrasil.com esther

    o que você diz é justo. é humano. quem conviveu com pessoas portadoras do transtorno bipolar avalia o sofrimento delas e sabe que a morte é pouco para o que sofrem. que morrer é um ato que se repete a cada segundo e que estar um pouco viva depende do remédio usado e de que não impregne o organismo em demasia.
    a depressão é pior do que a morte, mais violenta do que a vida, e quem a carrega é sobre humano.
    viver mesmo, caro inagaki, é um exercício diário de auto perdão.
    beijos por sua bela razão e vívido sentimento.

  • http://blogafora.blogspot.com/ Márcia W.

    Alexandre,
    obrigada pelo resumo esclarecedor da ópera. Sobre esses sentimentos misturados que você falou, parece que aos pouquinhos a compaixão vai prevalecendo, amém. Infelizmente, quem morreu mesmo com certeza foi o “flabbergasted”. Tomara que ele como a MEG renasça das cinzas.

  • http://jccbalaperdida.blogspot.com JULIO CESAR CORRÊA

    Estou até achando bom que tenha acontecido tudo isso para que eu conhece a Meg melhor. Meu carinho por ela aumentou. Espero que as pessoas tirem uma boa lição disso tudo.
    gd ab

  • http://www.papeldepao.com.br Sergio Fonseca

    Devo ter sido um dos primeiros a não acreditar nessa história. Corri atrás, junto com várias pessoas. Em comum, todas elas sentiam carinho por ela. Eu também. E é claro, após uma série de informações incoerentes e inconsistentes, não tinha nenhuma dúvida que Meg estava viva. Acredito que ela já está sofrendo muito pelo que fez. Foi enterrada viva e assistiu ao próprio enterro, ouvindo palavras duras e piadinhas de velório. Minhas inclusive.
    Sinceramente, espero que essa experiência dê a ela algo positivo. E forças para se levantar. Ela fez todo mundo de palhaço. Mas não quero mal à ela. Não mesmo. E se puder ajudar de alguma forma, ajudo.

  • http://www.aneaguirre.blogspot.com Ane Aguirre

    Puxa, Ina…
    As tuas linhas são mais que esclarecedoras. Eu as imaginei duras à princípio, mas de fato, mostram a beleza, a vulnerabilidade e o risco de sermos humanos.
    Espero que a partir do teu ponto e vírgula, mais pessoas se vejam humanas assim. Eu também senti uma mistura horrorosa de coisas e, por fim, só desejo que tudo isto acabe e que Meg seja feliz.
    Você é uma pessoa ímpar.
    Beijo.

  • http://attu.typepad.com/universo_anarquico/ tina oiticica harris

    Bom dia, Alexandre Inagaki:
    Vim aqui no faro. Estou contente que não vim à toa. Você e Cora Rónai parecem ser as vozes mais lúcidas no momento. De que adianta julgar a Meg, tripudiar o fato dela escrever comentários para todos, “não ter mais o quê fazer”, fiquei embasbacada com o número de pessoas iradas. Tenho pena da situação, não sei quais seus motivos, nem sei se tinha câncer. Aprecio sua piedade e a de Cora Rónai.
    Obrigada.

Pense Nisso! Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.

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A vida é boa e cheia de possibilidades.
A vida é boa e cheia de possibilidades.
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