Nesta semana o Tribunal Superior Eleitoral autorizou a criação de dois novos partidos: o PROS (Partido Republicano da Ordem Social) e o Solidariedade. Com esta decisão, o Brasil possui agora nada menos que 32 legendas. Uma bela sopa de letrinhas que está mais para gororoba, diante dessa multiplicação de partidos sem um projeto ideológico consistente. Afinal de contas, que leitor será capaz de distinguir o PV (Partido Verde) do PEN (Partido Ecológico Nacional), ou o Partido Humanista da Solidariedade (PHS) do Partido Pátria Livre (PPL)? Taí uma boa pergunta de jogo de trivia, aliás: quem será capaz de citar todas as trinta e duas legendas (sem contar o Rede da Marina Silva, que ainda não foi homologado pelo TSE) de cabeça?
Mas, afinal, neste ruído de informações trazido por essa confusão digna de controle remoto repleto de botões que a gente sequer sabe para que servem, esse fenômeno da multiplicação de partidos no Brasil tem alguma razão de ser? Uma matéria de Isabel Braga e Paulo Celso Pereira, do jornal O Globo, joga luz sobre uma grande motivação para o singelo pluripartidarismo tupiniquim: “PROS e Solidariedade receberão no mínimo R$ 600 mil antes de disputar qualquer eleição”. Continue Lendo
Cada vez mais, os autores de histórias em quadrinhos – tanto no Brasil como no exterior – têm usado o Catarse e outros sites de crowdfunding para serem publicadas. Trata-se de uma parceria direta com o leitor, que compra o álbum antes mesmo dele ser impresso, apostando no projeto junto com os autores. Além de estreitar ainda mais a relação entre os autores e seu público, isso garante uma liberdade criativa imprescindível aos roteiristas e desenhistas. Ou seja: todos ganham no processo.
Um dos projetos atualmente em vigor no Catarse é o de Terapia. A HQ, desenhada por Mario Cau e roteirizada por Rob Gordon e Marina Kurcis, acompanha um garoto de vinte e poucos anos que não se sente feliz, mesmo tendo uma vida aparentemente perfeita. Assim, ele conversa com seu psicólogo sobre diversos aspectos de seu presente e passado – incluindo a sua paixão por antigas músicas de blues que, mais que uma paixão, funcionam como uma válvula de escape para ele – para entender melhor o mundo e, principalmente, a si mesmo.
Publicada semanalmente no portal Petisco, Terapia ganhou o HQMix de Melhor Webcomic em 2012 e foi finalista na categoria novamente em 2013, tornando-se uma das mais famosas HQs brasileiras publicadas na internet hoje em dia – e que agora chegará ao papel, num álbum de luxo, caso o projeto seja bem sucedido!
Para falar mais sobre a história, sobre a situação dos quadrinhos nacionais e sobre o projeto do Catarse, fui convidado pelos autores para um bate-papo exclusivo com o personagem principal da história… Desde que, para isso, eu também me transformasse num personagem de Terapia, para conversar com ele de igual para igual. Confira!
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É difícil responder isso. Afinal, como eu sempre fui um personagem de história em quadrinhos, para mim é a coisa mais normal do mundo. Aliás, talvez você possa responder isso melhor que eu.Continue Lendo
Ok, você pode usar o Find My iPhone, excelente aplicativo para localizar seu aparelho em qualquer lugar onde possa estar. Porém, às vezes não é interessante simplesmente aproveitar um momento especial, esquecendo de se preocupar com o melhor ângulo para instagramar aquele instante ou resumir a experiência em até 140 caracteres?
Este vídeo, escrito e protagonizado por Charlene deGuzman, poderia fazer parte de uma campanha do Stop Phubbing, site que faz uma crítica ao comportamento cada vez mais comum entre amigos que saem para jantar, ver um show ou divertirem-se num bar, mas que em vez de botarem o papo em dia in loco, ficam grudados em seus smartphones, acompanhando tretas no Twitter ou respondendo a mensagens no Whatsapp. Continue Lendo
Naquele cada vez mais distante ano de 2002, havia ainda um descompromisso geral com o ato de se criar um blog. Você podia se tornar blogueiro simplesmente porque tinha um monte de versos e crônicas rabiscadas em folhas de papel almaço, ou datilografadas em sulfites já amareladas, e porque aquela ferramenta de publicação permitia que você espalhasse aqueles textos em questão de minutos. Era uma novidade estimulante aquela brincadeira séria de expor suas ideias web afora, trocando ideias e links com outras pessoas que compartilhavam sentimentos, opiniões e reminiscências pessoais, e experimentando a sensação de que fronteiras geográficas se dissipavam naquelas conversas da mesa de boteco quase infinita que é a internet.
O primeiro layout do Pensar Enlouquece, que encontrei num site de templates gratuitos, na época em que foi hospedado no Blogger Brasil.
O FilmWise é um site que se torna um vício imediato para qualquer cinéfilo e amante de cultura pop, graças a seus jogos de trivia. Ideia de dois amigos, Brian Kirk e Jim Balquist, que começaram a brincadeira a partir de uma simples pergunta: “Você consegue adivinhar a qual filme pertence esta cena?”.
O mais popular jogo criado pelo FilmWise é o Movie Invisibles, que desafia cinéfilos a reconhecerem um filme a partir de uma cena photoshopada na qual só é possível enxergar as roupas usadas por atores que aparecem tal qual o Griffin do livro de H. G. Wells. Continue Lendo
Ontem acessei pouco a internet e acabei perdendo o caso da vez: a história de como Giovana Ferrarezi postou uma reclamação no Facebook sobre uma casa noturna, após ter pedido para “dar uma olhada na festa antes de todo mundo pagar para entrar”, comentando com a hostess que tem um blog que faz parcerias com a Capricho. Sua atitude, interpretada como tentativa de carteirada, recebeu uma saraivada de críticas. Seu post no FB recebeu mais de 1.800 comentários e centenas de comentários, antes de ser apagado (embora seja possível ver capturas de tela do post original de Giovana em dezenas de lugares, como no site da Folha). E, como tudo que ganha certa repercussão na internet, virou meme (clique aqui para conferir o resumo da ópera feito pelo youPIX).
O lado bom de ter ficado sabendo disso fora do calor do momento é que tive um certo distanciamento para entendê-la melhor, algo fundamental nestes tempos afobados em que pessoas mal ouviram falar de uma história e já se apressam para emitir opiniões e palpites sobre ela. E, confesso, senti pena pelo fato de uma menina de 20 anos, que escreve em um blog chamado Unicórnios Radioativos, estar sendo fartamente ridicularizada por causa de um ato tolamente imaturo. Perfis corporativos estão fazendo piadas com sua história em redes sociais, um tumblr chamado Blogueira Humildona foi criado e, enfim, aquele ciclo previsível de imagens engraçadinhas e sacadinhas irônicas tomou conta da web tupinambá. Afinal de contas, todo mundo quer surfar na onda da vez. Continue Lendo
Um dos primeiros blogs que acompanhava diariamente era o Tolos Devaneios Tolos, que ficava hospedado em um site, o Tipos.com.br, que já não está mais no ar. Pena que, assim como a maior parte dos blogs brasileiros que surgiram no final dos anos 90 e começo de 2000, seus arquivos se dissiparam e só podem ser resgatados, de modo parcial, através do Archive.org. Infelizmente a internet é feito a Dory, aquele peixe abilolado de Procurando Memo que sofre de perda de memória recente. Se um dia algum pesquisador tentar escrever a história da blogosfera brasileira, penará para fazer isso.
Mas tergiverso, tergiverso. O que me fez lembrar do Tolos Devaneios Tolos foi a notícia da morte do jornalista e professor Rodrigo Manzano. Quando vi esse nome, lembrei imediatamente daquele recanto virtual descompromissado e saborosamente bem escrito por ele, representante clássico de uma época na qual ninguém sequer imaginava que um dia a atividade de blogueiro viraria profissão. Os posts saíam mais espontâneos e confessionais, não havia paranóia com números de audiência nem pressão para que blogs fossem atualizados diariamente. Era a época, enfim, dos “blogs-moleque, dos posts-arte”. Continue Lendo
Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.