Artigos doo ano de: 2010

9 coisas sobre mim

Por Alexandre Inagakisegunda-feira, 30 de agosto de 2010

1) Na primeira vez em que fui a uma praia, ainda na época em que minha família morava em Salvador (em idos de 1977), as ondas levaram o baldinho azul que eu usava para brincar. Nunca o devolveram para mim.

2) Quando estudei geografia no primário, conheci países como a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Passei uma noite inteira acordado depois que assisti a The Day After. Meu vocabulário incluía palavras como “vitrola”. Havia um televisor Telefunken P&B aqui em casa que, quando desligado, permanecia com um ponto branco brilhando no meio do monitor por uns 15 segundos. Controle remoto era um cabo de vassoura. O primeiro computador que tivemos foi um TK-85, cujos programas eram gravados em fitas-cassete. Todos os meus avós estavam vivos.

3) Aprendi a ler e a escrever com Fumio, meu avô paterno, antes mesmo de entrar na escola. Fiz o pré-primário em um colégio estadual chamado Santos Dumont. Depois, cursei o primário no colégio Raio de Sol, que ficava na rua Monte Alegre. Idílico, não? A foto abaixo, na qual apareço numa pose irremediavelmente nerd, registra minha turminha da 2a. série: a professora Maria Amélia e seus alunos Ivo, Priscila, Sumaya, Richard, Luciana e eu.

Conheci as primeiras paixões platônicas de minha vida no Raio de Sol: Priscila (a mais baixinha da foto acima), Maria Carolina (na 3a. série) e Ilana Muller (na 7a.). Por onde será que anda esse pessoal? Infelizmente perdi contato com todos eles.

4) Minha irmã Carla nasceu em Salvador; um raro caso de japonesa soteropolitana. :) Um ano depois, quando já morávamos em São Paulo, nasceu o meu irmão caçula, Ronaldo. A foto a seguir, segundo meus cálculos pouco precisos, deve ter sido tirada no Natal de 1984, no apartamento em Perdizes no qual minha família morou até 2001. O brinquedo no colo da minha irmã é um Ursinho Carinhoso. Nhóin!

5) Outra reminiscência dos meus tempos de Raio de Sol foi a minha primeira e única experiência em um palco de teatro. Numa daquelas apresentações de “talentos” que escolas costumam promover com seus alunos, fiz o papel de uma abelhinha que dançava ao som das músicas de A Arca de Noé, álbum infantil com composições de Toquinho e Vinícius de Moraes. Para o bem das artes cênicas, jamais paguei um outro King Kong desses num palco. Felizmente, não há registros em fotos ou vídeos dessa performance.

6) O primeiro disco que tive: Thriller, do Michael Jackson. O primeiro filme que assisti num cinema: Bernardo e Bianca, aquele desenho da Disney. O brinquedo mais marcante que tive: uma bola colorida de plástico que ganhei no Playcenter. Perdi-a graças a um chute mais empolgado que dei, jogando futebol dentro do apartamento em Perdizes. A bola saiu voando pela janela, e espero que ainda esteja flanando por aí. Se bobear, está numa dimensão paralela fazendo companhia ao balde azul da praia de Salvador.

7) A primeira vez em que tive um texto publicado foi numa coletânea de melhores textos dos alunos do Colégio Bandeirantes, no qual cursei o colegial; uma crônica que parafraseava alguns versos do Caetano Veloso. De lá para cá, tive contos publicados nos livros “Blog de Papel” e “Retratos Japoneses no Brasil“, fui um dos autores selecionados em “ENTER - Antologia Digital“, coletânea organizada por Heloisa Buarque de Hollanda, e escrevi prefácios para livros dos meus amigos Carlos Eduardo Lima e Marcos Donizetti. Já recebi alguns convites para publicar um livro só com textos meus. Mas, sinceramente, creio que ainda preciso comer muito feijão antes de ousar dar um passo desses. Textos precisam envelhecer e passarem pelo teste do tempo, a fim de que a gente consiga saber o que é vinho de boa safra e o que não passa de vinagre.

8) Meu primeiro emprego foi de bancário concursado no Banco do Brasil, na época em que um trabalho desses ainda possuía algum status, em 1991. Era o caçulinha da agência da Avenida Paulista, na esquina com a Augusta: quando comecei a trabalhar lá, tinha 18 anos e 2 meses de vida. Meu segundo emprego foi na Blockbuster, em tempos nos quais locadoras de vídeos ainda eram um negócio rentável (fato: estou realmente ficando velho).

Em tempo: a singela foto acima foi publicada no jornal interno da Blockbuster, quando este incauto que vos escreve havia acabado de ser promovido (em 2000). Foi uma época divertida: via vídeos de graça todo dia, indicava filmes para a clientela e até mesmo me arrisquei a tocar bateria em um grupo junto com alguns colegas de loja. A banda, na verdade, foi criada mais por causa do trocadilho do nome: Newest Kids on the Block. O grupo, obviamente, não vingou; o mundo não estava preparado para o nosso som.

9) A foto abaixo é da época em que eu, Ian Black e André Rosa de Oliveira, a.k.a. Marmota, concedemos diversas entrevistas para revistas e jornais por conta do sucesso que o Virunduns, blog que criamos em março de 2003, fez quando foi lançado.

Essa foto, da época dos blogs-moleque (quando usávamos Blogger Brasil e postávamos com mais tempo e descompromisso) e do meu rosto sem barba, foi tirada para uma matéria que saiu no Correio Braziliense.

* * *

P.S. 1: Este post faz parte de um meme para o qual fui convidado pela Gabi Bianco. Para dar prosseguimento à brincadeira, pensei em nove blogueiros que fariam posts muito bacanas com um mote desses. Ei-los: Aline Lima, Ana Carolina Moreno, Conceição Oliveira, Fal Azevedo, Flavia Penido, Gilberto Knuttz, Gustavo Gitti, Humberto Oliveira e Roberto Camara Jr. Mas o meme é aberto a qualquer um que quiser aproveitar a ideia e prosseguir com a prosa: basta publicar seu texto e deixar o link nos comentários deste post. :)

P.S. 2: Já aproveitaram o mote e escreveram textos muito bacanas inspirados no meme: Aline, Roberta, Carol, Mônica, Diogo, Nina, Ariane, Mariana e Roberto. :)

Tamanho surpresa (publieditorial)

Por Alexandre Inagakisexta-feira, 27 de agosto de 2010

Tudo na vida é uma questão de perspectiva. Quem ilustra muito bem esse conceito é o artista inglês Slinkachu, que monta cenas usando miniaturas de pessoas e tira fotografias que praticamente recriam, em nosso mundo contemporâneo, os cenários das Viagens de Gulliver.

As fotos de Slinkachu, que podem ser encontradas no blog Little People, foram definidas pelo jornal The Times como “a descrição visual de alguns dos nossos próprios temores acerca de estarmos perdidos e vulneráveis em uma grande, má cidade”. Pudera. Fico imaginando a situação de uma pessoa que, feito Gulliver na terra de Liliput ou o protagonista daquele clássico da ficção científica O Incrível Homem que Encolheu, encontra-se deslocado de alguma maneira do resto do mundo por causa do seu tamanho. Continue Lendo

Para-choques de caminhão, filosofias de vida

Por Alexandre Inagakiterça-feira, 17 de agosto de 2010

Muito antes do surgimento do Twitter ou daquelas frases de status do MSN, os para-choques de caminhão me chamavam a atenção pelos insights instantâneos: mensagens que, em poucas palavras, sintetizam as lições que este mundo, implacável e irremediável, nos ensina mundo afora. Afinal de contas, “na escola da vida não se tira férias”.

A vida é uma rede, quem balança é o destino.

Não à toa, o nome deste blog (“pensar enlouquece, pense nisso”) foi extraído de uma foto de para-choque que encontrei numa antiga seção da revista Quatro Rodas, que todo mês compilava as melhores contribuições enviadas por seus leitores.

Se o mundo fosse bom, o dono morava nele. Continue Lendo

A cena mais emocionante de Wall-e

Por Alexandre Inagakisábado, 24 de julho de 2010

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Meu Bolso em Dia (publieditorial)

Por Alexandre Inagakisexta-feira, 23 de julho de 2010

Tenho um sobrinho que, do alto da insolência de seus quatro anos de idade, está naquela fase bacana em que tudo no mundo é novidade e descoberta. Aliás, foi ele que, em certa ocasião, fuçou meus discos velhos e, vendo aqueles vinis atualmente jurássicos, me perguntou: - Tio, onde você encontrou esses CDs gigantes?

Pois bem: esse molequinho curioso, que pertence a uma geração para a qual expressões como “vacinado com agulha de vitrola” ou “caiu a ficha” precisarão ser explicadas com notas de rodapé, sequer imagina que houve tempos nos quais a gente precisava recorrer a volumes e mais volumes de enciclopédias a fim de fazer pesquisas escolares ou, simplesmente, descobrir alguma informação hoje localizável com uma mera busca no Google.

Mas eu, que poderia ter criado repulsa aos calhamaços de papel que eram as velhas enciclopédias, tive a sorte de ter aprendido muitas coisas sobre o mundo que nos cerca por meio dos manuais Disney: livros protagonizados por personagens como Pateta, Zé Carioca e Vovó Donalda, publicados em meados dos anos 70, repletos de ilustrações e textos que explicavam, de forma lúdica e divertida, noções básicas sobre assuntos como esportes, culinária e invenções. Com o manual do Professor Pardal, por exemplo, aprendi a fazer um caleidoscópio. Graças ao livro protagonizado da Maga Patalógica e da Madame Min, arrisquei uns truques com cartas. E, no volume protagonizado pelo Tio Patinhas, tive meus primeiros contatos com o mundo das finanças. Aprendi como surgiram as primeiras moedas, como funciona o sistema bancário, para que servem os impostos e descobri muitas curiosidades sobre o mundo das finanças e negócios. Ainda lembro bem, por exemplo, de um capítulo intitulado “Rivais de Verdade do Tio Patinhas”, com breves perfis biográficos de bilionários como John Rockefeller e J.P. Getty.

Eu, que até hoje me embanano ao administrar minhas finanças, não fui exatamente o aluno mais aplicado das lições passadas pelo velho pato muquirana em seu manual. Em especial, no que diz respeito a controlar gastos. Mas creio que não estou solitário no grupo de pessoas que têm dificuldades em gerenciar suas finanças pessoais. Até porque, como bem definiu Paulinho da Viola, “dinheiro na mão é vendaval”. Caiu feito luva, pois, tomar conhecimento do Meu Bolso em Dia, site de educação financeira que a FEBRABAN criou para ensinar incautos feito eu a cuidar decentemente do seu dinheiro, com (quase) o mesmo carinho do Tio Patinhas. E de modo didático e informativo, como nos manuais que marcaram a minha infância, recorrendo a vídeos no YouTube, jogos online, tabelas de Excel e drops informativos no Twitter @meubolsoemdia.

Um simulador que ajuda você a saber quanto tempo levará para juntar o dinheiro necessário para fazer uma compra.

Gastar dinheiro e saciar nossos impulsos consumistas é divertido; abrir a fatura do cartão ou descobrir que o saldo de sua conta bancária anda mais negativo que a moral da SeleDunga, nem tanto. Por isso vale a pena navegar pelas páginas do Meu Bolso em Dia e explorar seus muitos recursos que ajudam até os mais desorganizados a encontrarem uma bússola capaz de guiá-los no mundo das contas em dia. E planejar-se, enfim, para a viabilização de sonhos como comprar uma casa na praia ou fazer aquela viagem sabática adiada há tempos.

Dizem que a diferença essencial entre crianças e adultos está no custo dos brinquedos. Eu, que já andei gastando um dinheirinho considerável colecionando HQs antigas e edições de luxo de quadrinhos de autores como Neil Gaiman, Quino, Don Rosa e Carl Barks, o gênio que criou Tio Patinhas, entendo perfeitamente essa frase. E, por isso mesmo, já comecei a aplicar algumas dicas do site. Afinal de contas, como bem disse mestre Falcão, “dinheiro não é tudo, mas é 100%”

Yada yada yada

Por Alexandre Inagakisegunda-feira, 19 de julho de 2010

Uma tira:

Charlie Brown explica porque eu gosto tanto de músicas tristes.

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Uma música:

“Será Que Eu Vou Virar Bolor?”, minha música predileta de Lóki?, a obra-prima que Arnaldo Baptista gravou em 1974.

* * *

Um poema:

Paulo Leminski.

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Uma cena:

A serenata de JJ para Lara em um episódio de Skins. A música: “True”, o clássico dos anos 80 gravado originalmente pelo Spandau Ballet, desta vez na versão da Ukulele Orchestra of Great Britain (dica da Renata Correa).

* * *

Um vídeo:

A entrevista que dei para Bia Granja, para a revista Pix deste mês.

28 anos esta noite

Por Alexandre Inagakisegunda-feira, 05 de julho de 2010

À medida em que os anos passam, a impressão que se consolida com o tempo é de que nenhuma derrota da Seleção me será mais dolorida do que a da Copa de 1982. Eu tinha 8 anos de idade, mas consigo recordar com clareza da minha inconformidade com os gols do Paolo Rossi, da angústia encalacrada na garganta nos últimos minutos do jogo, do meu pai xingando Dino Zoff pelas defesas incríveis, da dor de cabeça que senti ao final da partida, e que fez com que eu tomasse um comprimido pela primeira vez na vida. A arte foi derrotada, e desde então a Seleção vive um dilema muito bem sintetizado por Celso Viáfora em sua música “A Cara do Brasil”, comparando o escrete de Telê Santana com a equipe pragmática de 1994, campeã após um 0 x 0 com a Itália:

Brasil Mauro Silva, Dunga e Zinho
Que é o Brasil zero a zero e campeão
Ou o Brasil que parou pelo caminho:
Zico, Sócrates, Júnior e Falcão?

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Pense Nisso! Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.

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A vida é boa e cheia de possibilidades.
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