A partir desta semana sou o editor de arte, design e outras mumunhas do site Nokia Trends. Escreverei e editarei textos diariamente por lá, sendo que em meu post de estréia falei de capas de livros (também já escrevi sobre os artistas Jim Denevan e Marian Bantjes). Vale a pena lembrar que trata-se de um site colaborativo: qualquer pode enviar textos para o WikiTrends e deixar comentários. Considerem-se, pois, oficialmente convidados a efetuar seus cadastros por lá. Dicas de exposições, novos artistas e sites de design e ilustrações serão muito bem-vindos. ;)
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Tive a honra de escrever o prefácio do primeiro livro que meu amigo Marcos Donizetti lançará na segunda-feira, dia 3 de dezembro, a partir das 17 horas, no Bar Genial, em Sampa City. Eis um trecho do texto que escrevi inspirado pelos contos de Meias Vermelhas e Histórias Inteiras, publicado por Os Viralata:
“Resgatando a definição clássica de Julio Cortázar, que dizia que no combate travado entre um conto e seu leitor o escritor é obrigado a vencer por nocaute, posso dizer que Doni é um boxeur com pleno domínio de seu ofício, capaz de deixar na lona aqueles que o lêem com um vasto repertório de jabs, versos de músicas, cruzados de direita, metáforas pungentes, uppers no queixo, diálogos afiados e diretos de esquerda”.
Todos os leitores deste blog estão convidados a me encontrar por lá e aproveitar para prestigiar também os lançamentos dos livros Incompletos, de Albano Martins Ribeiro (a.k.a.Branco Leone), e Satie Manda lembranças, de João Peçanha.
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Daniela Abade, a criadora (e assassina) do Mundo Perfeito, está de volta à Web capitaneando o primeiro projeto multilíngüe com a chancela InterNey Blogs: Estrangeiros. O projeto reúne sete escritores que manterão diários ficcionais durante um ano, no site, seguindo três regras:
1. O autor não poderá conhecer a cidade sobre a qual está escrevendo;
2. Também não poderá visitar a cidade durante o período em que durar o projeto;
3. O personagem que escrever o diário deverá ter a mesma nacionalidade do autor.
Gostei bastante da maneira como Carlos Gerbase decidiu divulgar seu novo longa-metragem, 3 Efes. O título faz referência à tese defendida por um dos personagens do filme, que afirma que a humanidade possui três grandes apetites: Fome, sexo (sem meias palavras: Foda) e Fasma (farsa, simulacro). 3 Efes, produzido com baixo orçamento (cerca de R$ 100 mil), será lançado simultaneamente em quatro mídias diferentes: nos cinemas, na TV (pelo Canal Brasil), na internet (via portal Terra) e em DVD. O site oficial do filme possui um blog, Nathy e os 3 Efes, atualizado por Nathalia Grün, que ficou encarregada de postar histórias fictícias (ou não) sobre sexo e fome.
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Vocês estão vendo as camisetas logo acima, com finas estampas e os dizeres “Fal set you free”, “A ignorância é um direito de todos… que a maioria faz questão de exercer”, “Eu sou meia boca, mas tenho uns amigos que dão gosto” e “Descobri que é mais fácil trazer a garrafa que levar o copo”? Pois bem, elas são as sensacionais Falmisetas! Estão disponíveis camisetas baby look do tamanho G ao GG e camisetas normais do G ao XGG. O preço é baratim, baratim: R$ 30 cada. Levando mais de uma, cada camiseta sai por R$ 25 (com frete máximo de R$ 15). Não vacile: mande um e-mail para [email protected] e adquira logo a sua!
Em 1967 Jim Morrison cantou, na perplexamente apocalíptica “When The Music Is Over”: “O que eles têm feito com a Terra?/ O que eles têm feito com nossa irmã gentil?/ Arruinaram e saquearam e a rasgaram e a morderam/ Enfiaram facas nela durante o amanhecer/ Prenderam-na com estacas e a arrastaram”. Hoje, quarenta anos depois, a letra permaneceria atual com uma imprescindível modificação: a mudança, no sujeito da oração, de “eles” para “nós”.
Já não é novidade para ninguém saber que as paulatinas mudanças climáticas neste planeta são, essencialmente, conseqüências das ações predatórias praticadas pela civilização humana. Geleiras e calotas polares estão derretendo, o aquecimento global é um fato incontestável, o nível dos oceanos está subindo e toda essa cadeia de acontecimentos vem desembocando em inúmeras catástrofes ambientais: furacões, incêndios, secas, tsunamis, epidemias.
Embora o documentário de Al Gore, Uma Verdade Inconveniente, apresente algumas incorreções científicas, ele possui importância incontestável ao ter levado para o mainstream cultural uma discussão primordial. James Lovelock, autor da polêmica Teoria de Gaia, afirmou recentemente que o planeta Terra encontra-se em estado terminal. Mais: segundo Lovelock, o aquecimento global fará com a temperatura média em continentes como a América do Norte e a Europa aumente em até 8 graus Celsius, e a população terrestre cairá de 6,6 bilhões de habitantes para cerca de 500 milhões até 2100.
Lovelock está certo? Bem, ainda que suas previsões apocalípticas possam ser exageradas, não é possível mais negar que é necessário informar-se cada vez mais sobre questões ambientais. O que podemos fazer para tornar o mundo mais habitável? A energia limpa será capaz de substituir os combustíveis fósseis? Como se tornar um consumidor responsável? Por que o Brasil, com os recursos naturais que possui, não investe em energia solar ou eólica? Há muitos, muitos motivos para que aqueles que estarão em Florianópolis nesta semana acompanhem a Eco Power Conference, fórum internacional que discutirá energia renovável e sustentabilidade, sobre o qual tomei conhecimento neste post do Edney.
O evento reunirá 130 conferencistas e palestrantes, dentre eles Muhammad Yunus, Prêmio Nobel da Paz de 2006 graças às suas atividades à frente do Grameen Bank, e Mohan Munasinghe, vice-presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), entidade que dividiu o Prêmio Nobel da Paz de 2007 com Al Gore. Além deles, diversos temas ligados ao meio ambiente serão discutidos na Eco Power Conference: produção de biocombustíveis sem que seja comprometido o uso das terras (um problema que vem acontecendo em proporções assustadoras na Indonésia), energia eólica), mudanças climáticas decorrentes do aquecimento global, desenvolvimento sustentável da Amazônia sustentável e neutralização de carbono, só para citar algumas pautas.
Espero que este evento internacional realizado no Brasil ajude a despertar consciências por aqui. É importante ressaltar que, em meio à euforia causada pela descoberta do novo campo de petróleo na Bacia de Santos, o Brasil tem pecado com relação ao controle do desmatamento da Amazônia, por exemplo. Marcelo Furtado, diretor de campanhas do Greenpeace Brasil, leva outra questão importante: “No Brasil o programa para promover as energias alternativas, como solar, eólica e pequenas centrais hidrelétricas, não tem a escala nem o apoio necessários para garantir energia limpa para o desenvolvimento esperado pelo país nas próximas décadas. Em vez disso, o governo quer investir R$ 7 bilhões no dinossauro nuclear de Angra 3“.
O cantor e compositor goiano Odair José de Araújo é o cronista das pessoas que amaram, já choraram muito por causa deste sentimento com nome de paçoca que se esfarela na boca e não têm o menor pudor em admitir isso. É o menestrel das pessoas que amam, porém vivem com medo de perder o ser amado, relatando seus dramas em canções que possuem como eus líricos putas, operários, empregadas domésticas, taxistas e outros representantes das classes sociais menos favorecidas. Não à toa, foi apelidado de “Bob Dylan da Central do Brasil”. Suas letras são diretas, despojadas de firulas metafóricas, e calam fundo no peito daqueles que têm suas dores e sentimentos esquadrinhados por canções como “Deixa Essa Vergonha de Lado”, “Esta Noite Você Vai Ter Que Ser Minha” e “A Maçã e a Serpente”.
Antes de se tornar sucesso popular e vender milhões de discos, Odair José passou por muitos perrengues. Fugiu de casa para tentar a carreira artística no Rio de Janeiro. Lá, dormiu na rua, na praia e até no banheiro do Aeroporto Santos Dumont. Trabalhou cantando em bares, puteiros e inferninhos, testemunhando cotidianamente histórias que seriam fundamentais para a sua carreira de repórter musical dos desafortunados da vida. Continue Lendo
Conjecturo o futuro dessa molecada que cresce tendo a tevê e a internet como babás, enquanto seus pais labutam em busca do maldito pão nosso de cada dia. Fico imaginando como é que essas crianças que assistem à necrofilia dos programas vespertinos que bombardeiam telespectadores diariamente com notícias sobre pessoas sendo assassinadas, violentadas, seqüestradas e vilipendiadas assimilam tantas informações, e qual será seu peso na visão que elas terão a respeito da humanidade.
Meu maior temor é de que esteja sendo fomentado o surgimento de uma geração ainda mais niilista, cética e cínica do que a nossa. Pudera: o que pensar diante de notícias como a da jovem que ficou quase um mês presa em uma delegacia no Pará cercada por vinte criminosos? Mas o fato é que, se depender da miríade de desgraças que assolam o mundo lá fora, não teremos um momento sequer de trégua, diante dos novos atentados, assassinatos torpes e crimes de colarinho branco que batem à porta de nossos browsers e aparelhos de TV.
Um único pensamento me martela a cabeça: se fé pode ser definida como crença cega em alguma coisa, então nunca tivemos tantos motivos para acreditar piamente na tal da humanidade, ao menos se nos pautarmos exclusivamente nas manchetes do dia-a-dia. Afinal, como nutrir esperanças nestes estranhos tempos nos quais deixar de enxovalhar a vida alheia é um ato quase que subversivo, e o cinismo, a intolerância e a apatia proliferam-se feito vírus no mundo em que vivemos? Continue Lendo
Bernardo e Bianca (The Rescuers, 1977) - Foi o primeiro filme que assisti na tela grande e que, hmm, tirou o meu hímen cinematográfico. Tinha quatro anos e não me recordo de quase nada daquela sessão. Da trama, só sei que é um desenho da Disney; o resto mal foi assimilado pela minha memória. Recordo que fui ao cinema levado pela minha tia Emilia e pelo namorado dela na época, e que após a sessão fomos até a casa dele. Fiquei na sala, distraído com um monte de brinquedos, enquanto eles deviam estar ocupados com outras coisas que eu, infante completamente inocente, mal tinha idéia do que poderiam ser.
Os Trapalhões na Serra Pelada (1982) - Quem assiste ao constrangedor Turma do Didi, exibido atualmente nas manhãs de domingo da Globo, não é capaz de imaginar que houve tempos em que Renato Aragão, ao lado dos colegas Dedé, Mussum e Zacarias, já foi um humorista engraçadíssimo. Aliás, o primeiro filme dos Trapalhões visto no cinema ninguém que pertença à minha geração é capaz de esquecer. Fomos eu, meu pai e meus irmãos, Carla e Ronaldo, a uma sala que nem existe mais: o finado Cine Hawaii, que ficava localizado na Rua Turiassu, em Perdizes. Na época, já era raro encontrar salas de bairro em São Paulo. Mas, pra ser sincero, não sinto falta desses cinemas. Complexos como Cinemark e UCI substituíram com vantagem esses tipos de salas, caracterizadas por poltronas puídas e som mono digno de rádios AM. Haja romantismo pra sentir falta desse tipo de sala. Continue Lendo
Estava eu procurando por vídeos de Michael Jackson quando me deparei com uma inusitada primeira dança de casamento na qual os noivos decidiram surpreender seus convidados. Confiram, pois, a sensacional “Wedding Thriller Dance”.
Creio que o vídeo acima foi o primeiro, ao menos a cair no YouTube, a exibir danças de casamentos pouco ortodoxas. Não à toa, conta com quase 4 milhões de visualizações. A coreografia nupcial nada tradicional do casal Brian e Sandy Lundmark acabou indo parar na TV norte-americana, fez escola e inspirou noivos na Inglaterra a criarem sua própria versão. No vídeo abaixo, destaco em especial a desenvoltura da noiva. Continue Lendo
Adilson Maguila Rodrigues pode não ter sido o mais brilhante boxeador brasileiro de todos os tempos, mas com certeza foi o mais carismático. Era sensacional o modo como, ao término de cada luta disputada, Maguila se dirigia aos repórteres a fim de fazer uma extensa lista de agradecimentos a todos aqueles que o ajudaram na vida. Agradecia à mãe, aos amigos, ao Zezinho do açougue da esquina, ao Luciano do Valle por narrar suas lutas, aos patrocinadores como o Genaro da Olivetti, e muitos mais ainda agradeceria, se os repórteres não fossem praticamente obrigados a tirar o microfone de suas mãos.
Em uma sociedade na qual é muito mais fácil encontrar gente destilando mágoas, ressentimentos e queixas publicamente, era engraçado e ao mesmo tempo comovente ver aquele boxeador sergipano demonstrando ser grato a tantas pessoas. Não comemoramos, no Brasil, o Dia de Ação de Graças. Aproveito, pois, o fato deste blog ter sido considerado o Melhor Weblog em Português, segundo a votação popular do prêmio internacional The BOBs, para ter o meu “Momento Maguila”.
Agradeço aos meus pais, por terem me aturado estes anos todos. Aos meus irmãos Carla e Ronaldo. À minha namorada Aninha. A Júlio Cortázar, João Cabral de Mello Neto, William Faulkner, Carl Barks, T. S. Eliot, Neil Gaiman, Rubem Fonseca, Albert Camus, Fernando Pessoa e Jeffrey Eugenides, pelas ótimas leituras que me proporcionaram. Ao Guarani Futebol Clube, pelo amor não-correspondido que nutro por este time que me traz tantos sofrimentos e alegrias. A Edney Souza, Gilberto Knuttz, Antonio Tabet, Nick Ellis, Nelson Corrêa, Biss Lee, Liv Brandão, Tina Oiticica Harris e Cleoni Meneghetti, pelo apoio que me deram em seus blogs. A Santo Expedito, pela graça alcançada. Aos meus avós, pelos genes transmitidos e por toda a sabedoria que me passaram.
Agradeço aos 140 mil visitantes que este blog possui mensalmente, por terem a pachorra de ler meus posts longos e entuchados de links. A Stanislaw Ponte Preta, Woody Allen, Peter Sellers, Luis Fernando Veríssimo, Monty Python e Charles Chaplin, por todas as risadas que me fizeram dar. Ao Maguila, não apenas por ter inspirado este post, mas também por suas atividades como comentarista do Aqui e Agora e garoto-propaganda dos molhos Salsaretti, sem falar nas vitórias nas revanches contra Daniel Falconi e André Oetelaar. A Roy Orbison, Jeff Buckley, Nina Simone, Chico Buarque, os B-52′s, os Beatles, Grant-Lee Phillips, Zezé di Camargo & Luciano, Nick Drake, Soda Stereo, Guinga, Aimee Mann e Echo & the Bunnymen, por terem gravado tantas músicas bacanas.
Agradeço aos Jetsons, Herculóides, Muzzarelas, Goober e os Caçadores de Fantasmas, Tutubarão, Brasinhas do Espaço, Tartaruga Touché, Esquilo Sem Grilo, Olho-Vivo e Faro-Fino, Falcão Azul e Dinamite, o Bionicão, Carangos e Motocas, Cobrinha Azul e o honolável Besouro Japonês, Toro e Pancho, Lippy e Hardy, Dartagnan e os Três Mosqueteiros, Pantera Cor-de-Rosa, Mr. Magoo, família Barbapapa, Mio e Mao, A Linha, Menino Biônico, Fantomas, Speed Racer, Corredor X, Trixie, Gorducho, Zequinha, Don Drácula, She-Ra, He-Man, Hordak, Gorpo, Esqueleto, Corujito, Geninho, Manda-Chuva, Batatinha, Bacana, Xuxu, Gênio, Espeto, Guarda Belo e tantos outros personagens que me fizeram companhia na infância e ajudaram a desenvolver minha capacidade de reter bateladas e mais bateladas de conhecimento inútil.
Agradeço por ter saúde e meu nome limpo no Serasa e no SPC. Agradeço por todos os amigos que tenho. Agradeço por saber rir de mim mesmo e não me levar muito a sério. Agradeço pelo mar, pelas estrelas, pela internet e por invenções como escadas rolantes, água encanada e pílula anticoncepcional. Agradeço por todas as mulheres que amei e que me amaram. Agradeço por todos os pequenos grandes momentos felizes do meu cotidiano. Agradeço, enfim, por saber que a vida é boa e cheia de possibilidades.
Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.