Sobre vida universitária, livros e machados
Por Publieditorial ≈ quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014
Não é fácil a vida universitária. Afinal de contas, nem tudo são festas, paqueras e liberdade. Quem saiu da casa dos pais e aprendeu a se virar sozinho numa quitinete ou república sabe muito bem disso, recordando de dias e noites comendo miojo e empilhando pratos sujos na pia. Isto se aplica também a todos que já passaram noites insones por conta de uma monografia ou o TCC, tomando café com Coca e tendo pesadelos com normas técnicas e leituras atrasadas. A volta às aulas traz outra preocupação na nada mole vida de um estudante: a grana que precisará gastar com todos os livros exigidos durante o semestre.
Eu, que durante a minha vida acadêmica cursei quatro faculdades (Administração, Letras, Cinema e Jornalismo), para no fim acabar trabalhando com publicidade, enchi várias estantes com os livros que acabei comprando. Muitos deles ainda me acompanham, como fontes de consulta às quais recorro frequentemente. Algumas das obras que permanecem comigo desde a época em que cursei Jornalismo são A Regra do Jogo, de Cláudio Abramo, A Sociedade do Espetáculo, de Guy Debord, e Ética na Comunicação, do meu ex-professor Clóvis de Barros Filho. Já outros títulos foram parar em sebos, e é pena que na época em que me desvencilhei desses exemplares ainda não havia a Estante Virtual, site que reúne sebos de todo o país, e através do qual você pode comprar e vender livros usando PayPal.
Taí uma das praticidades lindonas da web: a Estante Virtual reúne, em um só lugar na internet, livros seminovos, novos e usados de sebos de todo país. São mais de 1.300 livreiros espalhados Brasil afora, participando de uma plataforma que permite fazer compras de forma simples e segura, sem precisar sair de casa, nem encarar trânsito ou chuva. E que, além da economia de até 95% em comparação com preços cobrados em livrarias tradicionais, possibilita efetuar pagamentos com a segurança e praticidade do PayPal: posso fazer a compra informando apenas e-mail e senha (se você ainda não tem conta, pode criar a sua gratuitamente na hora de finalizar a compra ou direto no site do PayPal). Dá pra adquirir, pois, livros de diferentes vendedores realizando um único pagamento, sem precisar compartilhar dados de cartão de crédito ou conta bancária.
Na promoção de volta às aulas, achei na Estante Virtual ofertas bem interessantes para estudantes de cursos como Psicologia, Administração, Biologia e Direito. Mas vale lembrar que há leituras para todos os gostos, desde obras que estão fora de catálogo até livros fundamentais como Casa-Grande & Senzala, de Gilberto Freyre, As Veias Abertas da América Latina, de Eduardo Galeano, e A Mulher do Próximo, de um dos meus autores favoritos, o mestre Gay Talese.
Eu, que não costumo resistir à tentação de me perder nos labirintos das prateleiras de uma livraria, passei um bom tempo fuçando o catálogo de mais de 11 milhões de livros da Estante Virtual (que, de quebra, traz a vantagem de poupar minha alergia a pó, que sempre se manifesta quando folheio os exemplares de um sebo). Este passeio online me fez lembrar do trecho clássico de uma carta que Franz Kafka enviou a seu amigo Oskar Pollak, na qual afirma:
“Deveríamos ler apenas os livros que nos mordam e que nos firam. Se a obra que lemos não nos desperta violentamente como uma pancada na cabeça, para que lê-la? Um livro deve ser o machado que quebra o mar gelado dentro de nós.”
Nestes tempos de opiniões desencontradas, protestos desideologizados e polêmicas vazias, definitivamente precisamos de menos rojões e mais machados metafóricos na forma de leituras que ajudem a oxigenar pensamentos.
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