Um japaraguaio nos 100 anos de imigração japonesa

Por Alexandre Inagakiquarta-feira, 18 de junho de 2008

Volta e meia digo que sou um cara “japaraguaio”, uma vez que prefiro pizzas e hambúrgueres a sushis e sashimis, só namorei gaijins, do idioma só sei falar bonsai, Honda, sayonara, Yoko Ono e olhe lá, e das minhas raízes nipônicas só devo ter herdado mesmo meus olhos puxados. Lamento, porém, esse afastamento de minhas origens. Me incomodava muito, por exemplo, a dificuldade que eu tinha em conversar com meus avós, comunicação feita aos trancos, barrancos e mímicas, nas quais um tentava adivinhar o que o outro queria dizer, sem muito sucesso. E me ressinto, em especial, de não ter conseguido conversar mais a respeito das histórias que eles teriam para compartilhar acerca dos primeiros anos em que, distantes da terra natal, meus avós se aventuraram por um país muito diferente do Japão que eles deixaram para trás a fim de buscar uma vida melhor.

Não foi fácil, em especial naqueles tempos em que “globalização” era uma palavra que sequer existia, adaptar-se a uma língua diferente, costumes muito diversos, o clima, hábitos alimentares e as dificuldades financeiras daqueles que, feito os meus avós, vieram para o Brasil buscando novas oportunidades em uma terra ampla, sem os estreitos limites geográficos do arquipélago japonês ainda incapaz de propiciar as chances necessárias para todos os seus habitantes.

Meus avós maternos, os Shimomuras, vieram para o Oeste paulista trabalhar nas fazendas cafeeiras da região. Porém, sofreram uma perda irremediável logo no começo de sua estada neste país tropical. Minha tia-avó, já debilitada após dias exaustivos da viagem de navio para cá e enfraquecida com infecções, não conseguiu se habituar a uma alimentação que nada tinha a ver com os sushis e sashimis de sua terra natal. Nem teve tempo, aliás, de adaptar-se aos costumes alimentares brasileiros, e faleceu poucos meses depois, longe de sua terra natal e sem sequer ter vivido até os 30 anos de idade. Sueno e Shigueo, os pais da minha mãe, superaram muitos outros obstáculos árduos e doloridos. Mas, assim como os 781 japoneses pioneiros que estiveram a bordo do navio Kasato Maru, que em 18 de junho de 1908 chegou no porto de Santos trazendo os primeiros imigrantes que vieram ao Brasil, conseguiram, com muito trabalho e persistência, reconstruir suas vidas e deixar suas marcas por aqui.

Fumio e Satsumi, meus avós paternos, tampouco tiveram vida fácil quando chegaram aqui. Em especial o meu avô, que era jornalista e haicaísta e teve que deixar de lado suas atividades de escriba para vender carvão nas ruas da cidade de São Paulo. Quando lembro de meu pai contando a respeito de sua infância pobre, porém repleta de lembranças divertidas ao lado de seus seis irmãos, chego a ficar com os olhos marejados. Meu “ditian” Fumio foi quem me ensinou a ler e a escrever, aos 4 anos de idade, antes que eu começasse a freqüentar escolas. E ainda tenho nítidas na memória as recordações dos sábados que eu passava na casa de meus avós paternos, na rua Aimberé, no bairro paulistano de Perdizes. Eu, que desde pequeno me habituei a ficar lendo, volta e meia deixava de lado as brincadeiras com meus primos para me esconder em um canto atrás do sofá da sala, onde ficava folheando jornais e os volumes da enciclopédia Conhecer, a Wikipedia da minha infância. Não conseguia ver meus avós maternos com a mesma freqüência porque eles moravam em Inúbia Paulista, cidade localizada a 578 km de São Paulo. Mas também tenho boas recordações deles, assim como dos meus tios Michiko e Tsutomu (relatei uma história desses tempos em minha crônica “Pombos Urbanos”).

Passei muitas manhãs assistindo a programas como Japan Pop Show, uma espécie de karaokê televisionado, apresentado pelo simpático casal Nelson e Suzana Matsuda, e o inesquecível Imagens do Japão, revista eletrônica de variedades capitaneado por Rosa Miyake, talvez a principal embaixadora cultural do Japão no Brasil. Do programa de TV que ela apresentou por mais de 30 anos, lembro em especial do seu microfone que batia palmas. Mas Rosa também foi cantora de sucesso; na época da Jovem Guarda cantou com astros como Roberto Carlos, e ainda foi a intérprete do belo jingle da Varig em homenagem aos imigrantes japoneses, composto por Archimedes Messina em 1968, sobre um pescador chamado Urashima Taro.

Apesar de não ser um nikkei tão ligado às raízes nipônicas quanto eu gostaria de ser, sei que devo muito do que sou graças à cultura japonesa. E, é claro, a todos os ensinamentos dados por meus pais, avós e tios. Shigueo Shimomura, Sueno Shimomura e Fumio Inagaki já faleceram, mas ainda há um pouco deles vivendo em mim e em todos aqueles que os amaram. Já a minha avó paterna, minha querida “batian” Satsumi Inagaki, será uma das imigrantes que dançarão na solenidade com o príncipe herdeiro Naruhito, no Sambódromo do Anhembi.

Somos o que somos graças às nossas memórias. Eu tenho a sorte e o orgulho de pertencer a uma família maravilhosa, e de ser o fruto de um encontro entre as culturas oriental e ocidental. E, por mais desligado que eu seja das tradições nipônicas, não poderia deixar de render um pequeno tributo, neste centenário da imigração japonesa, à terra natal dos meus antepassados e de tantos nomes que admiro profundamente, como Kenji Mizoguchi, Matsuo Bashô, Hayao Miyazaki, Osamu Tezuka, Akira Kurosawa, Haruki Murakami e Yasujiro Ozu.

* * * * *

P.S. 1: A Abril.com produziu um belo site sobre os 100 anos de histórias da imigração japonesa no Brasil. Destaco em especial o Armazém 14, ótimo blog escrito por Alexandre Sakai, e os relatos de nikkeis falando sobre suas famílias.

P.S. 2: As músicas de Rosa Miyake, incluindo sua gravação do jingle da Varig, estão disponíveis para download no site Imagens do Japão.

Pense Nisso!
Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista, consultor de projetos de comunicação digital, japaraguaio, cínico cênico, poeta bissexto, air drummer, fã de Cortázar, Cabral, Mizoguchi, Gaiman e Hitchcock, torcedor do Guarani Futebol Clube, leonino e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos, não necessariamente nesta ordem.

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  • http://panoramadajanela.wordpress.com/ Lilian

    Como descendente de japoneses, fico comovida ao ver muito da história da minha família e um bocado do meu próprio sentimento nessas linhas. Assim como no texto em que menciona os diários de seu pai. Quem sabe, nossos avós não tenham se cruzado numa fazenda cafeeira de São Paulo?
    Recentemente, meu avô imigrante completou cem anos e escrevi um texto de reflexão sobre sua trajetória, seu legado e longevidade. Quando tiver um tempinho, convido-o (e a todos) a uma visita.
    Um abraço

  • http://www.reciclagemdasletras.blogspot.com Mi

    Vc não sabe como me identifico com seu sentimento de “perda” das origens, do arrependi/ de não ter procurado saber mais do que passaram meus avós ao chegarem aq no Brasil. Não consigo nem imaginar o qto deve ter sido dificil vir pra um pais estranho sem saber falar a lingua, longe da familia…

    R: Somos dois, Mi. Do alto das comodidades e do conforto proporcionados pela vida contemporânea, mal posso imaginar o que meus antepassados sofreram nos primeiros anos por aqui, com outra cultura, outros costumes, outro idioma…

  • Bianca erlo

    adorei ñ sabia q tinhamos tantas vantagens assim…
    poxa m surpreendi…
    valeu…

    R: Vantagens, Bianca? Ao que você se refere especificamente?

  • Patrícia

    Oi Inagaki! Começando a ler seu post me identifiquei mto contigo….. assim como vc não sou tão ligada à cultura japonesa qto gostaria….. (ainda bem q num sou a única, ufa!)
    uma vez um amigo meu perguntou como se falava uma palavra (num me lembro bem o q era) e eu disse q não sabia…. ele retrucou perguntando “como não sabe? vc não é japonesa?”…. fiquei envergonhada de mim msm por não saber, mas enfim, a única coisa q respondi foi “é q sou japonesa do paraguai!”

    R: Patrícia, não estamos sós. Existe inclusive uma comunidade no Orkut chamada “Japoneses do Paraguai”, sabia? :D

  • http://www.radiophoenix.jp Pri

    Alexandre, me emocionei ao ler seu texto!
    Eu, que não tenho descendência, sempre amei o Japão e assistia os mesmos programas que vc, hj moro aqui no Nihon, participo das atividades da cominidade e tento aprender a difícil língua… Estou feliz por viver e aprender a cultura japonesa! Vale a pena! Um beijo e muita felicidade pra vc e sua família!

    R: Valeu, Pri! Um beijabraço pra ti e toda a sua família também!

  • http://www.circulador.wordpress.com crib

    tb queria ser uma sansei mais aplicada!

    R: Vamos ver se um dia a gente chega lá, né Crib? :P

  • Andréa

    Eu adoro os seus textos, em especial aqueles em que sua alma transparece mais que seu (grandioso) cérebro. Acompanho em silêncio seus escritos e por vezes eles são orientadores…

    R: Obrigado pelas palavras generosas, Andréa. Um beijabraço pra ti!

  • http://visoesdavidaaos40.blogspot.com mario soma

    Inagaki. Belíssimo e saudoso post. Historinha curta já que vc mencionou a Rosa Myiaki. Numa dessas passeadas noturnas com minha a esposa (descendente de família italiana), na linha do saudoso “Perdidos na Noite”, acabamos caindo num karaokê no bairro da Liberdade e fomos recebidos pela proprietária muito simpática: uma Rosa Myiaki escrita (inclusive com os litros de laquê na cabeça). Olhei p/ a minha esposa e comentei que quando criança eu assistia o programa “Imagens do Japão”, apresentado na TV Gazeta por uma pessoa muito semelhante. Depois eu me toquei que já haviam passados mais de 30 anos, desde então. Conclui que não era a Rosa, pois além do laquê, para estar enxutona daquele jeito, ela teria que ter injetado alguns litros de botox tb.

    R: Valeu pelo feedback, Mário! De repente, não era a irmã caçula da Rosa que os recebeu nesse karaokê?

  • Mirella Carvalho

    eu gostro muito de japoneses falam que eu pareço uma japoneisinha!

    R: Mirella, você certamente tem bom gosto! :P

  • http://oleitoresseidiota.wordpress.com André

    E não é que nestes últimos tempos conheci mais dois professores de dança japoneses? Tem um que dança hustle (estilo de dança que pode ser visto, entre outros lugares, no filme “Embalos de Sábado à Noite”), salsa entre outras. Fora uma professora de, se não me engano, tango. O “se não me engano” foi pelo fato de tê-los visto em uma festa junina na academia em que aprendo samba-rock e professor de dança, parafraseando Vicente Mateus, tem de ser completo com o pato, que é um animal aquático e gramático…

    R: Putz. André, e pensar que nem a Dança do Quadrado sei fazer… :P

  • Andrea

    Que lindo…
    Hmmmm, agora sabemos porque voce escreve tao bem: tudo culpa do seu avo!!! ;)
    Parabens por ter raizes tao significativas.

    R: Obrigado pelas palavras generosas, Andrea. Um dia espero poder honrar o legado do meu avô.

  • http://maroma.wordpress.com/ Marília

    Puxa, que legal!!
    Adorei conhecer um pouco mais de sua história!

    R: Pois é Marília, de vez em quando até escrevo algum post de teor mais pessoal por aqui. Mas eu sou péssimo pra falar a respeito da minha vida. Não à toa nunca tive um diário pessoal. :roll:

  • http://www.notebooks-site.com/blog/ Yan

    Alexandre,
    Como você, sou de ascendência japonesa, e também um pouco afastado das origens.
    Sugiro, se você ainda não o fez, a leitura de Corações Sujos, de Fernando Morais; no livro, o autor narra perseguições ocorridas na época da guerra e em certas cidades de São Paulo (onde meus pais, crianças, moravam) que influenciaram a maneira como meus pais educaram os filhos.
    Abraço,

    R: Yan, esse livro do Fernando Morais está há tempos na minha lista de leituras a fazer. Aliás, uma lista que só faz crescer, vide a Torre de Pisa de livros empilhados na estante do meu quarto…

  • http://www.serbon.blogspot.com Serbão

    Inagaki, lembro da Rosa encerrando o programa com o jingle das lojas Yaohan…
    que fim deram? a matriz era na Cunha Gago. vendiam mais barato.

    R: Rapaz, eu não lembro desse jingle, mas coincidentemente estou teclando hoje de um escritório na Rua Cunha Gago!

  • http://vozativa2.blogspot.com lugirão

    Acho a cultura japonesa fascinante, os valores, e principalmente a honra.Li muito para escrever o meu post de homenagem.Quase que Tomi Nakagawa, a última passageira do Kasato Maru viveu para ver o centenário, ela faleceu em outubro de 2006, aos 99 anos.

    R: Lugirão, obrigado pelo post que você escreveu em homenagem a Tomi Nakagawa e a todos os imigrantes japoneses. Um abraço!

  • http://sergioleo.blogspot.com s leo

    Ina, você me fez lembrar uma vez em que eu estava numa loja em Veneza, com minha mulher, quando o rapaz japonês que trabalhava lá se dirigiu a nós, e perguntou, em bom português: “vocês também são de Brasília?”. É curioso isso, de como os traços faciais identificam tão fortemente certos brasileiros, a ponto de serem vistos pelos outros brasileiros como se necessariamente pertencessem a outra cultura. E a japonesa é de uma tradição e tanto. Grande preguiçoso v. devia ser, por não ter se sentido obrigado a mergulhar mais fortemente na sua herança nipônica (-;
    (São insondáveis os caminhos da globalização. Conheço uma garotada enorme que começa a estudar japonês ou se interessar pelas coisas de lá por causa dos animes e dos mangás. Abriram uma exposição sobre a cultura samurai, no Museu da República, e meninas de cabelo pintado foram à abertura, só por causa da paixão pelos quadrinhos japoneses. Não se decepcionaram, muitas das xilogravuras têm uma extraordinária contemporaneidade _ ou os quadrinhos é que são tradicionalistas, sei lá).
    Bonito esse seu relato. Muito bonito. Quase me deu lágrimas nos olhos. Sério. Me emocionou, caramba.

    R: Mea culpa, caro Sergio. Aos poucos, por meio de livros, filmes e músicas, vou me inteirando da fantástica cultura dos meus antepassados. Em tempo: rapaz, fico honrado quando um cara como você tece elogios ao que escrevi. Aí sou eu que me emociono, catzo.

  • http://ladyrasta.wordpress.com Flavia

    Eu tinha lido com pressa ontem, não deu pra comentar, hoje reli e terminei o raio do post chorando!! É verdade, somos o que somos graças às nossas memórias. Minha avó era portuguesa e veio com a mãe dela sozinhas de Portugal. Até hoje no Natal (quando faço o pudim de pão e o bacalhau que ela fazia) me emociono e choro, não tristeza, mas de alegria em ver que continuo cultivando tradições (eu diria rituais) que me aproximam dos meus antepassados. E acho que o mesmo acontece com vc e os seus haikais - seu avô não os leu, mas parte dele (através de vc) está lá - do mesmo jeito que a minha avó está ali comigo quando faço as receitas dela. De novo, parabéns, lindo post!

    R: Flavia, agradeço a você por compartilhar suas emoções e memórias. Sim, creio que meus avós ainda vivem um pouco através das minhas realizações, e esse é um dos grandes estímulos para que eu prossiga adiante. :D

  • Gabriel “Finor” Fakri

    Eu sou um pouco ao contrário, mestiço que não pareço nada com o lado oriental, sou fascinado pela cultura. Belo texto cara! É incrível essa semelhança na infância de todos os descendentes, tenho dificuldades até hoje pra me comunicar com a minha batian de quase 100 anos, e sempre via o Imagens do Japão de tabela..
    abs!

    R: Fala Gabriel, valeu pelas palavras! Pois é, pelo visto fazemos parte da mesma geração. []‘s!

  • http://alcilene.zip.net Alcilene Cavalcante

    Adorei ler esse post. No meu blog, o Repiquete coloquei um pouco da história dos imigrantes japoneses no Amapá.

    R: Oi Alcilene, obrigado pelo recado! Gostei bastante da reportagem que seu colega Humberto Moreira escreveu, e recomendo a todos que procurem por “100 Anos de imigração - A saga dos japoneses que vieram para o Amapá”, a série de posts publicada em Repiquete no Meio do Mundo. Um abração pra ti e pra tua irmã!

  • Mariângela de POA

    poxa Ina,este belo post encheu meus olhos d’água,sinceramente..Sabe que há alguns anos fui até a Espanha em busca dos meus antepassados e te digo,foi das coisas mais emocionantes que vivenciei, viajei até os confins da Serra Nevada até o pequeno pueblo onde nasceu o meu avô e lá pude visitar a igreja onde meus bisavós se casaram,onde o abuelo foi batizado, visitei a praia que faz parte das minhas memórias pois o vô contava aos netos que veio a nado ao Brasil,aos 7 anos de idade,enfrentando nesta travessia toda sorte de intempéries hahahaha!!! Para mim foi uma verdadeira volta às minhas origens, agora sonho em levar a minha filha até lá! Lindo texto,fortes emoções,beijo!

    * não deixe de prestigiar tua vó ,será mais um registro emocionante na tua história de vida.

    R: Mariângela, muito bacana o seu périplo pela Espanha em busca do resgate das suas raízes! Um dia pretendo fazer o mesmo. Quanto ao evento onde minha avó irá dançar, infelizmente os ingressos esgotaram, inclusive porque a organização do evento deu preferência aos mais idosos (devido à grande procura pelos ingressos) na hora de distribuí-los. Mas meus pais estarão lá. Um grande abraço!

  • http://ideiasnajanela.blogspot.com Kandy

    Eu visitarei a mostra no final de semana porque gosto da cultura japonesa, quero mostrar minha admiração e ver a escola de samba feita de origami, de 25 metros, que levou 2 anos para ser feita por voluntários.

    Embora eu nunca tenha estado no Japão, tenho um carinho especial por tudo o que vem de lá: aprendi a comer comida japonesa no ano passado, adoro fazer origami, amo a tecnologia que parece que sempre chega (ou sai) de lá primeiro, gosto das histórias e da cultura das gueixas e estudei todo o ensino fundamental em um colégio fundado por um casal de japoneses, a dona Ayako e o Dr. Paulo Sakamoto. Fui alfabetizada pela Dona Tayeko, de quem guardo ótimas recordações (principalmente o nome, que eu achava sonoro e gostava de ficar repetindo), e sei cantar uma música infantil em japonês até hoje. Mas não me pergunte o que eu estou cantando… ;o)

    R: Kandy, fiquei fascinado quando soube da história da mostra de origamis reproduzindo uma escola de samba. Ah, e obrigado por compartilhar suas experiências com a cultura nipônica (também sei cantar cantiga japonesa sem entender um verso sequer da letra, he he)!

  • http://joaogrando.wordpress.com João Grando

    “Pelmissão pala comental, honolável Inagaki”.
    Certamente uam coisa ter muitos clichês é sinal de força marcante.
    E o Japão e tudo relaiconado a ele é assim. Admirável Japão e também seus japoneses.
    Emigrar era difícil, sabemos.
    Meio redundante até agora, mas vim para comentar que seu avô era Haicaísta, escrevia e tal, e agora você escreve bastante - não deixa de ser um ato respeitoso para com os ancestrais.

    E também para falar que o Conhecer talvez tenha sido a Wikipédia da geração inteira (evidentemente a minha também).

    Um abraço

    R: Caro João, sabe que eu também andei cometendo meus hai-kais? Mas já na forma mais ocidentalizada, abordando outros temas não necessariamente ligados à natureza, e nem sempre respeitando o esquema silábico 5-75. Já o meu avô foi um mestre premiado no Japão pela excelência de seus hai-kais. Um dia espero levar a cabo meu sonho de traduzi-los para o português. Em tempo, bom conhecer mais um leitor da Conhecer. []‘s!

  • http://japao100.abril.com.br/blog_armazem/ Alexandre Sakai

    Parabéns pelo post e obrigado por ter citado o Armazém 14. Abraços!!!

    R: Caro xará, sou eu quem preciso parabenizá-lo pelo belo trabalho no Armazém 14, resgatando algumas histórias gostosas de se ler da imigração japonesa. Um abraço!

  • http://www.superfluo.com.br Jot

    Muito bom o texto. Parabéns.
    Sou casado com uma “Japaraguaia”! hehehe
    Embora meu sogro seja japonês [ele saiu do Japão aos 22 de idade], o peso da cultura nipônica não veio com ele… ou pelo menos não se enraizou na família, embora seus filhos sejam bastante interessados na cultura pop de lá.

    Aliás, os japas que fazem parte da minha família de alguma forma (Matsuoka, do meu sogro [ES] e Ishii, do meu tio [SP]) não tem toda aquela rigidez japonesa. Pelo menos não tiveram com seus filhos, o que eu acho uma pena [ e um alívio, visto que boa parte dos japas são muito xenofóbicos, o que seria um obstáculo na hora de pedir a mão da minha esposa em casamento hehehe ]

    Aqui no ES terá comemorações também no Instituto Nikkei. E eu irei, se puder. E iria à Sampa se tivesse $$tempo$$.

    Mas tergiverso© demais. Mais uma vez parabéns pelo texto e viva os 100 anos de imigração :D

    R: Jot, você disse uma verdade: tem muito japonês xenofóbico por aí. Ainda bem que minha família logo se habituou a ver o nikkei aqui só trazendo mocinhas gaijins para casa… :P Um abração!

  • http://attu.tyepapd.com/universo_anarquico/ tiina oiticica harris

    Estes posts teus confessionais sobre famíia são sempre muito bonitos. Ao menos há pessoas que respeitam e cultivam os valores de suas famílias.
    Então de paraguaio você não tem nada? Me tapeou até hoje.

    Bom dia, Brasi!

    R: Tina, eu nasci em Campinas e torço para o melhor time da cidade, o Guarani, dois fatos que volta e meia cito por aqui. :D

  • http://www.jornalistaterraqueo.blogspot.com Luís Pereira

    Confesso que já estava ansioso por um relato japaraguaio sobre esse dia 18 há algum tempo, com a ceteza infalível de encontrar algo inspirado e sincero.

    R: Obrigado pelas palavras gentis, Luís, espero que sua espera não tenha sido em vão!

  • http://rostinhosbonitos.blogspot.com NÃO SOMOS APENASs ROSTINHOS BON…

    Como responderia o “conquistador” da repartição: “Isso não é verdade…nos últimos anos, você foi a única que me sentir vivo novamente”…rs!

    R: Ahh, então tá então! Vou pensar se lhe darei um voto de confiança. B)

  • http://clindenblog.blogspot.com Carol

    Achei muito lindinha essa homenagem que vc fez, não só à sua própria família, como a centenas de pessoas que, por sonho ou necessidade, se atiraram na empreitada de trocar seu país pelo Brasil e ajudar para que hoje sejamos quem somos. Acho triste pensar que um dia fomos a “terra da oportunidade” e hoje sejamos exportadores de excelente mão-de-obra. Se hoje, com globalização, internet e mac donalds, a gente mudar para um lugar muito diferente não deve ser nada fácil, imagina há um século?
    Sobre as origens da família, a minha é quase como aquela da música do Chico Buarque… Nasci no Rio, minha mãe é paulista, mas o resto da família do lado dela veio do nordeste, meu pai e minha avó são gaúchos e meu avô era mineiro. Dos estrangeiros, tenho alemães, franceses, holandeses, portugueses, espanhóis e índios. Aliás, o lado indígena é o que mais facilmente se nota em mim… ;-)

    R: Olá Carol, você tocou em um ponto muito importante, a mudança de sentido migratório no Brasil nas últimas décadas. Eu, que vi vários tios e primos meus saindo deste país em busca de mais e melhores oportunidades no Japão, sei bem o que é isso. E o fato é que o dinheiro que os dekasseguis enviam de lá para os seus familiares aqui no Brasil tornou-se um “produto de exportação” dos mais rentáveis, trazendo divisas expressivas anualmente para estas bandas. Um tanto quanto melancólico pensar nisso… Em tempo: ótima a lembrança daquela canção do Chico, “Paratodos”. Um belo retrato da saudável mistureba tupiniquim. :D

  • http://www.geekchic.com.br Veridiana Serpa

    linda homenagem, fiquei emocionada pensando nos seus antepassados e na sua vó se apresentando… bj

    R: Veridiana, se você ficou emocionada, imagine como eu fiquei com toda essa história! :p Brigadão, um beijo procê!

  • http://www.terrapuradf.org.br Cristina Holanda

    Sempre leio seus textos, mas o de hoje é especialmente bonito, essa tentativa cada vez mais rara de ir buscar o nosso sentido de vida na nossa história pessoal. As pessoas não têm idéia das dificuldades pelas quais passaram esses imigrantes japoneses.E as gerações posteriores, como você falou, se descolaram tanto das tradições que acabou não ficando uma coisa nem outra. Não é hora de retomar um pouco a tradição, Inagaki?
    Sou editora de um site budista, se você tiver tempo gostaria que lesse o depoimento do Monge Sato sobre budismo e imigração japonesa, Tradição com renovação, que está em http://www.terrapuradf.org.br/publicacoes.php O conteúdo não é religioso, mas fundamentalmente existencial como o seu.

    abraços
    Cris

    R: Olá Cris, obrigado pelo sábio conselho. Budismo é a filosofia religiosa com a qual certamente mais me identifico, já freqüentei um centro de estudos na época em que fiz Letras na USP, e realmente precisaria retomar essa atividade. Um abraço!

  • http://rostinhosbonitos.blogspot.com/ NÃO SOMOS APENAS ROSTINHOS BON…

    Eu acabo de conhecer este Blog, de quem já havia ouvido falar muito bem, com absoluta razão…parabéns!

    R: Hmm. Como diria a gostosa da repartição: “aposto que você diz isso pra todas”. ;)

  • http://oleitoresseidiota.wordpress.com André

    Bom, já que estamos em um blog de um sansei, parabéns pelos 100 anos da imigração japonesa ao Brasil. Aliás, tenho de falar o mesmo para meus padrinhos, que são nisseis e talvez tenham feito o único “miai” de todos os tempos para dois gaijins, leia-se painho e mainha. Minha madrinha foi quem botou uma senhora pilha para que minha mãe se casasse com meu pai, após nove anos em que eles estavam separados.
    Também sou daqueles que admiram as coisas japonesas. Admiro a capacidade de aplicação deles. Gosto dos nomes japoneses (penso em batizar um filho com um. Seria nome diferente, mas totalmente distinto dos Maicons da vida). E nestes últimos tempos, até o termo “tem japonês no samba” perdeu o termo pejorativo que tinha outrora, graças a um gambarezinho básico. Na academia onde aprendo samba-rock, vi uma porrada de nisseis, sanseis e não-seis dançando samba de gafieira melhor que muito gaijin por aí. Nos forrós aonde vou, japonês dançando bem já deixou de ser algo que chame a atenção. Se bem que faz um tempo que não vejo um que era professor de dança do extinto Danado de Bom, portador de uma incrível agilidade para seu físico de sumoca. Meu, aquele lá humilhava…

    E, claro, já que falamos de família, ultimamente ando vendo o que há em mim que veio de meus antepassados italianos, portugueses e espanhóis. No caso dos italianos, é interessante ver o quão unida é a família. E, claro, nem preciso dizer de onde veio o hábito de falar com as mãos. Dos espanhóis, noto aquele lance de a família ficar distante normalmente, mas quando um integrante tem algum problema, imediatamente todos virem acudir. Deve ser algo oriundo dos árabes, uma vez que meus antepassados desse lado vêm de Granada, último dos califados. Uma vez, uma prima minha, do lado italiano de minha ancestralidade, falou de um ex-namorado dela, de origem libanesa, e de um lance que era igualzinho ao que ocorre com o lado espanhol de minha ancestralidade. Há um lance interessante dos espanhóis, que é a maneira efusiva como se vêem. Se italianos já tratam os próximos de uma maneira despachada e afetuosa, espanhóis então nem se fale. E isso notei tanto em espanhóis quanto em hispanodescendentes. Eles te abraçam, te sacodem, falam piadinhas, essas coisas.

    Ainda estou tentando ver o que tenho de português em meu ethos. E, claro, fico também com a curiosidade de ver o que há de árabe nas minhas ancestralidades ibéricas, justamente por causa desses hábitos que noto paralelos com os de sírios e libaneses…

    R: André, eu já fui um excelente goleiro na minha época de primário, mas dançar nunca foi o meu forte. Em especial danças de salão. Quanto a samba, eu gosto bastante de assistir a desfiles de escolas, mas requebrar meu corpinho gordoidão é coisa que definitivamente não recomendo que seja visto à luz do dia (ou melhor, sob qualquer espécie de iluminação). Sobre as suas elucubrações acerca de etnias, acrescento mais uma: os coreanos são os italianos da Ásia. Cumprimentam-se com efusão, em especial em reuniões familiares, e também costumam usar muito as mãos ao falarem. Ah, sobre os espanhóis o meu cunhado Chuck é a prova viva de tudo que você falou a respeito da maneira latina como cumprimentam a gente. :D

  • Claudio

    Só lembrando que os japoneses que imigraram para o Paraguai e seus descendentes mantém muito mais as tradições japonesas que os do Brasil…

    R: É mesmo, Claudio? Desconhecia totalmente essa informação. Ou seja, nem mesmo a alcunha de “japaraguaio” faço por merecer… :P

  • http://flaviadurante.blogspot.com flávia d.

    foda, bem emocionante o teu texto! ;”)

    R: Obrigado pelas palavras, Flávia! Em tempo: hey, muito bacana encontrar você e o Hector lá no stand-up comedy da LG. Um beijabraço! :p

  • ligia

    Maravilhoso texto! Não sou nikkei, mas casada com um, tenho duas filhas e me esmero muito, pra que elas tenham algo da cultura da “batian” e do “ditian” que tenho como meus pais, pois assim me receberam em sua família: como filha.Parabéns!

    R: Obrigado pelas palavras, Ligia. Um abraço a você e a toda a sua família!

  • http://www.seriesemhttp.blogspot.com Mr Series

    Olá…

    Linkei seu site, se possivel linke o meu tambem !

    Obrigado !!!

    http://www.seriesemhttp.blogspot.com

    R: Tsc, tsc. Como escreveu o Cardoso, “link não é esmola”. De qualquer modo, boa sorte a você.

  • http://www.diarioclandestino.blogspot.com Márcio Hachmann

    Também bebi dessa fonte. Muita da minha honestidade e do carinho que sinto por esse espaço provem das lembranças da chácara dos amigos do meu pai. A contribuição tem sido inigualável. Abraços

    R: Márcio, que bom saber que meus companheiros de olhos puxados lhe legaram coisas tão boas. []‘s!

  • Natália Tavares

    Convido você e a comunidade blogueira a participar do debate sobre webjornalismo, trata-se de uma edição do projeto jornalismo em contexto do curso de jornalismo da Faculdade Sete de Setembro (FA7),ocorerrá quinta-feira 19 de junho às 19 horas, no teatro da FA7.

    R: Ótimo, Natália. Convite feito e publicado!

  • http://blogafora.blogspot.com/ Márcia W.

    Ina,
    off-topic ma non troppo (se quiser deleta)
    acabei de ver a notícia do casamento do George Takei (Sr. Sulu para os íntimos) agora que liberaram o casamento gay na California.Para mim, o National Kid, depois o Sulu foram minhas primeiras referências nipônicas. Depois cresci, pintaram outras referências tipo Tanizaki, Kurosawa, Tomie e tal, mas sabe como é aquela coisa afetiva: os primeiros japas a gente nunca esquece.
    beijos de sol nascente pro dia nascer feliz!

    R: Pois é, Márcia. Fico feliz pelo Sr. Sulu (mais conhecido pelas novas gerações como o pai do Hiro, da série “Heroes”), que assumiu sem galhos suas preferências sexuais e pôde oficializar sua união. Um beijabraço pra ti!

  • http://www.helenaella.blogspot.com Helena

    E você tem algum dos haicais do seu avô?? aahh..publica aqui para nós!!! São tão suaves…
    Belíssima história. Sou descendente de italianos e achava o máximo quando meus bisavós (hoje falecidos) contavam as histórias daquele tempo.
    Abraços

    R: Helena, taí um trabalho que terei de levantar um dia: fazer a tradução dos hai-kais do meu avô naqueles hieróglifos que infelizmente para mim não passam ainda de belos desenhos no papel. Aliás, outra coisa que lamento foi o fato de meu “ditian” não ter lido os hai-kais que escrevi anos depois, quando infelizmente ele já havia falecido. :’(

  • http://opensadorselvagem.org/blog/quixotando/ dri

    Putz Inagaki, eu já sou o contrário, sou 100% descendente de italianos (com direito a bisavó nascida na cidade de Romeu e Julieta!), mas nunca trocaria um prato de sushi por um de spaghetti, além de 50% dos meus melhores amigos (amigos-irmãos mesmo) serem descendentes da galerinha daquela pequena ilha fascinante. Na verdade, não sei o que seria da minha vida sem a cultura nipônica, sem meus amigos, sem meus pratos favoritos, sem o meu budismo (tá, este nasceu na India, mas hoje é mais associado ao Japão), sem algumas da HQs e diretores de cinema preferidos, até sem os meus olhos pequeninos e cabelo super-liso que fizeram tanta gente me perguntar se eu era descendente de japoneses. Ninguém é mais feliz em comemorar o dia de hoje do que eu.

    R: Dri, pelo jeito a senhorita é mais japa do que o made in Asunción aqui! ;)

  • gustavo

    Opa, eu lí akira kurosawa?
    E você esqueceu do jaspion do jiraya e dos change man, que mudaram a infância não só as crianças japonesas, mas das brasileiras também.
    Por causa deles eu sempre tive uma profunda admiração pela cultura japonesa.
    Mesmo não me enquadrando no perfil de japones, sendo loiro de olhos azuis, quando eu era pequeno eu dizia que era japonês.

    R: Gustavo, na real eu nunca fui muito fã desses seriados que passaram na Manchete. Eu gostava mesmo era de Ultraman, e em menor escala de Ultraseven. Mas esqueci, sim, de citar os vários desenhos animados que assistia quando criança: Astro Boy, Don Drácula, Patrulha Estelar, Speed Racer, A Princesa e o Cavaleiro, Super Aventuras…

  • Daniel

    Do alto da perspectiva de alguem que adotou a cultura japonesa via animes, mangás, cursos de japonês e longas caminhadas na avenida liberdade, (fora a paixão por gurias de olhos puxados) lhe felicito pela data, e, obviamente, pelo post…

    R: Arigatô, Daniel-san (esbanjando meus conhecimentos de nihongô)! :P

  • rafael

    Cara, leio os todos os seus textos e vc está de parabens e com certeza ter um japa representando os grandes blogueiros do brasil com certeza é uma gratidão enorme para nós, sou nikkei tbm e ja morei dois anos lá, se vc ainda nao foi, nao pode deixar de conhecer, iria render otimos textos. =D sou seu fã cara !!! hehehe

    abraços !!!!

    R: Queisso, Rafael. Valeu pelo elogio hiperbólico, um dia eu chego lá. :roll: Sim, um dia eu pretendo conhecer o Japão, apesar da minha condição japaraguaia que acabará fazendo com que eu me sinta mais ou menos como Bill Murray em “Lost in Translation”… Um abração!

  • http://opensadorselvagem.org/blog/miltonribeiro/ Milton Ribeiro

    Belo post, Ina. Na verdade, teus posts nostálgicos são sempre irresistíveis.

    Abraço por trás (para comemorar, né?)

    R: Graaaande Milton! Nada como um abraço por trás de um gaúcho para aquecer uma noite fria! :P Valeu pelas palavras, cumpadi. Saudações bugrinas!

  • http://temperosdavida.blogspot.com Patricia

    Lindo relato! Emocionante ver as memórias de um povo tão guerreiro sendo espalhadas por todo os meios.

    Estou adorando ver todas as reportagens a respeito dos 100 anos da imigração.

    Sou uma fã incondicional da cultura japonesa e do muito que podem nos ensinar. Gostaria muito de ver a cerimônia de comemoração, peninha morar tão longe.

    bjinhos

    R: Patricia, a principal razão pela qual indiquei no primeiro post-scriptum deste post o site especial da Abril foi por ter me deliciado com os diversos relatos de outros nikkeis, descobrindo origens em comum. Me deu mais orgulho das minhas origens. :D Um beijo e obrigado pelo seu feedback!

  • Nathália

    Olá Inagaki… Passo sempre por aqui mas nunca deixo comentários, mas o post de hoje me deu uma vontade também compartilhar a emoção que, assim como você, eu tenho de ter avós “estrangeiros” rsrs.. Tenho avós franceses e espanhóis que fugiram de seus países por causa da Segunda Guerra Mundial e que lá, tão perto um do outro não se conheceram e vieram se conhecer aqui no Brasil.. São tantas as histórias que nos deixam maravilhados não é?? Tenho certeza que, se você pudesse, teria passado muito mais tempo com seus avós e perguntado de tudo sobre a vida deles… Eu também, quando pequena, não era muito fã dos assuntos franceses a respeito das invasões alemãs e hoje me arrependo de não ter puxado a cadeira um pouco mais pra perto dos adultos, naquelas conversas depois do almoço e escutado as histórias…
    De qualquer forma, nos engrandece e muito como pessoas ter alguém na família que venceu os obstáculos de vir parar num país onde nem tudo são rosas e vencer!
    E eu, você e tantos outros filhos, netos e bisnetos de estrangeiros que vieram parar aqui por qualquer motivo que seja, já somos grandes vencedores!
    Um abraço enorme..
    Naty

    R: Nathália, é por essas e outras que sou fascinado por árvores genealógicas e pretendo um dia buscar fazer a da minha família. Muito bom encontrar o seu comentário por aqui, e obrigado por também ter compartilhado um pouco da sua vida!

  • Anônimo

    Emocionante vc contando sua história, Ina. Parabéns aos seus familiares pela garra centenária de desbravar o novo mundo brasileiro. E a vc, por nos revelar esse pedaço delicioso de uma história de vida.

    Beijos.

    R: Valeu, Lucia. Eu só espero que este planeta sofrido e surrado possa dar à humanidade a oportunidade de celebrar muitos outros centenários. Um beijabraço!

  • http://www.nossanoite.com.br/divadomasini Divã do Masini

    Grande Inagaki!

    Otandyôobi omedetôo, pelos 100 anos. Você me parece tão novo…rsrs… tá, eu sei, essa foi podre.

    Hoje, deixei post comemorativo no Divã. Passa lá e deixa um comentário, pelo menos uma vez, ao menos pra pegar o presente….rrsrsrs…

    Sayonara

    R: Dito e feito, Mr. Masini. Já peguei meu presente lá no Divã!

  • Te

    Passei aqui pra te cumprimentar pela data e dou de cara com mais um excelente texto! Parabéns a você e a todos os nikkeis que são mais um ingediente no nosso caldo cultural. E bendito seja o Kasato Maru que por vias tortas te fez parar por essas bandas!

    R: Obrigado, Te, em nome dos meus colegas nikkeis! B)

  • http://ticipoubel.blogspot.com Tici

    Lindo lindo o seu post! Nem imagino a dificuldade dos japoneses em aportar nessa terra diferente da deles em quase todos os âmbitos, até porque minha família é toda da mesma cidade há gerações (tirando um bisavô libanês, que é de onde vem esse meu charme exótico ;)). É clichê mas é real: nossas origens dizem muito sobre nós. Ser feliz é ter prazer nas recordações, alguém já disse e estava certo. E poucas coisas são melhores na vida do que nossos avós.
    Beijo grande!

    Ah, e não vou ficar mais 3 anos sem comentar não, juro!

    R: Tici, obrigado pelas palavras e pelo seu generoso comentário. Bom vê-la de volta ao espaço de comentários em um intervalo de tempo bem menos curto. ;) Um beijabraço!

  • http://kobernation.blogspot.com Diego Kober

    Muito interessante a história da tua familia, Inagaki. Sempre é legal ler relatos sobre os imigrantes, que vieram ao Brasil em busca de uma oportunidade.
    Sempre gostei muito da cultura nipônica, mais pelo meu apreço por animês e mangás do que por curiosidade histórica devo admitir, e particularmente, achei engraçado como você abrasileirou a forma carinhosa de chamar seus avós.
    Parabéns pelos 100 anos da imigração japonesa!

    R: Diego, eu te confesso que nunca fui muito ligado em animes e mangás. Li algumas coisas muito boas, como “Mai, a Garota Sensitiva” e “Lobo Solitário”, assim como assisti a alguns animes excelentes. Mas meu contato mais “pop” com a cultura japonesa se deu através de seriados como “Ultraman” e “Ultraseven”, aprofundado posteriormente quando comecei a descobrir filmes e romances de autores japoneses. Valeu, um abração!

  • http://nodoadouniverso.wordpress.com Bruno Pedrassani

    Inagaki, esqueceu de Miyamoto Musashi :)

    Sou um tremendo admirador da cultura japonesa, apesar de não ter ligação alguma.

    R: Caro Bruno, não é que eu esqueci dele. Cada um tem as suas próprias preferências e listas pessoais de referências históricos e culturais. Você certamente deixaria de citar alguns dos nomes que elenquei, não? ;) []‘s!

Pense Nisso! Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.

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A vida é boa e cheia de possibilidades.
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