Túnel do tempo
Por Alexandre Inagaki ≈ quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007
Tudo nestes tempos pós-modernos é muito expresso: quando a gente vai ver, já foi. É como cantou Cazuza: todos acabamos precocemente em um “museu de grandes novidades“.
Um exemplo: não faz tanto tempo assim, quando ia fazer compras com minha família, ajudava meus pais a levar uma sacola carregada com diversas garrafas vazias de refrigerantes e cerveja, os populares “cascos”. Na entrada de cada supermercado, um funcionário recolhia todas as garrafas recebidas e anotava em uma nota a quantidade entregue por cada consumidor, para o controle do caixa. Eram tempos sem vasilhames de plástico nem tampinhas de rosca (introduzidas no Brasil pela Pepsi Cola). Garrafas, no máximo, eram de 1 litro. E o melhor de tudo: com as garrafas retornáveis, pagávamos apenas pelas bebidas.
Hoje tudo é descartável. Temos embalagens (plásticas) de 1,5 ou 2 litros que jogamos fora logo após seu uso. Nenhuma gôndola de supermercado, ao menos aqui em São Paulo, vende refrigerantes em garrafas de vidro. Temos Fanta citrus e Fanta maçã, quem diria. Só o fato de eu citar o vernáculo “cascos” já denuncia minha condição pré-balzaquiana. Mesmo porque sou do tempo de marcas como Kri, Kolynos, Lollo, Telefunken, Op, RG & E, Malt 90.
Alexandre Inagaki
Alexandre Inagaki é jornalista, consultor de projetos de comunicação digital, japaraguaio, cínico cênico, poeta bissexto, air drummer, fã de Cortázar, Cabral, Mizoguchi, Gaiman e Hitchcock, torcedor do Guarani Futebol Clube, leonino e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos, não necessariamente nesta ordem.
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