As Anedotas do Pasquim, com Chico Anysio, Golias, Zé Vasconcellos e Ziraldo
Por Alexandre Inagaki ≈ sexta-feira, 19 de outubro de 2012
Meu primeiro contato com O Pasquim foi um livro de compilação de piadas que achei, quando ainda era criança, no meio da biblioteca do meu pai: “As Anedotas do Pasquim - Volume 1″. Só depois de alguns anos é que fui saber que aquele volume era produto de um jornal que desafiou a ditadura, teve colaboradores do naipe de Millôr Fernandes, Tarso de Castro, Ivan Lessa, Vinicius de Moraes, Henfil, Paulo Francis, Ziraldo, Dalton Trevisan, Sérgio Augusto e Caetano Veloso, tirou o paletó e a gravata do jornalismo brasileiro ao publicar entrevistas antológicas com personalidades como Leila Diniz e Madame Satã, e mesmo tendo passado por pressões constantes do regime militar, durou 1.072 edições e circulou de 1969 a 1991. No fim, creio que a melhor descrição do que foi O Pasquim foi cunhada por Jaguar, um dos fundadores do semanário humorístico que marcou época no Brasil:
Um grupo de jornalistas e cartunistas se reuniu em pleno AI-5 para falar mal do governo. Só tem uma explicação: privação coletiva dos sentidos.”