Depois de uma semana que terminou com o anúncio não só da volta do Bozo como também do chocolate Lollo, faço um humilde pedido a partir desta democrática plataforma de comunicação: enterrem os anos 80.
Dançar Kid Abelha nas baladas anos 80 foi ótimo, eu sei. Sei porque estive lá.
Listar aqueles filmes fantásticos da Sessão da Tarde também.
E encontrar emuladores online para o Genius e o Atari foi de encher os olhos de lágrimas.
Mas, gente, não queremos continuar vivendo em uma década em que se falava “xoxota” em um programa educativo.
Oi, meu nome é Clarissa e eu *estava* sem jogar Song Pop há 48 horas.
* * *
Todos os clichês da adicção cabem aqui.
Eu tinha muitos pudores dos meus erros nos primeiros dias de jogo. Achava que as pessoas tinham o direito de nunca mais me telefonar depois que eu ouvia Enya e clicava em Radiohead (não me perguntem, é muita pressão).
Fui viciada por um amigo, que mencionou o jogo em um sumário SMS. Era tudo tão inocente que jamais pensei que ficaria assim. Eu só queria experimentar.
Uma noite depois eu estava chamando pessoas que não conhecia, encontradas aleatoriamente pelo sistema do Facebook, para jogar (o que equivale a pedir dinheiro para transeuntes na rua a fim de comprar uma pedra ou uma trouxinha só).
Meu amigo, que tinha entrado primeiro, conseguiu sair. Disse ter tomado a decisão ao perceber que não fazia mais nada no tempo livre dele a não ser jogar.
A frase calou fundo em mim. Decidi fazer o mesmo. E naquela noite passei todo meu tempo livre ocupada em não-jogar, o que no fundo eu acho que foi quase a mesma coisa. Mas sem o doce som das moedinhas caindo. Continue Lendo
Pense Nisso!
Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Jé plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantêm este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.