Eu poderia ter sido Nissim Ourfali
Por Alexandre Inagaki ≈ quarta-feira, 22 de agosto de 2012
A internet é uma maravilha. Se antes eu precisava consultar dezenas de livros e enciclopédias a fim de conseguir me inteirar sobre um assunto, hoje em dia temos uma biblioteca quase infinita à nossa disposição. Vídeos raríssimos dão sopa no YouTube, bandas de todo o mundo frequentam meu Winamp graças a rádios online e arquivos mp3. E isso pra não falar do aspecto maravilhoso que é o fato de que as fronteiras se dissipam, me tornando mais próximo de amigos de todos os cantos do planeta.
Mas, mais importante ainda, a internet e a World Wide Web se popularizaram depois que os vexames que protagonizei do alto da minha infância fossem registrados nestes tempos wikileakizados em que quase tudo que fazemos ou deixamos de fazer é capturado por alguma foto ou câmera de vídeo.
Eu devia estar no 2° ou no 3° ano do ensino fundamental quando a escola em que estudava, o Colégio Raio de Sol, organizou uma daquelas indefectíveis apresentações de alunos num teatro qualquer. A turma da minha classe foi encarregada de preparar uma apresentação tendo “As Abelhas”, de Vinícius de Moraes e Toquinho, como trilha sonora. A coisa foi toda muito tosca. Minha “fantasia” consistia em um maiô preto (ornado com algumas listras de fita adesiva amarela na altura da barriga, daquela de fechar caixas de papelão), uma meia-calça preta e duas agulhas de tricô, com bolas amarelas nas pontas, fazendo as vezes de antenas da abelha. A minha sensação usando aquilo foi mais ou menos à expressão do cachorro da imagem a seguir, com a diferença de que a fantasia que ele está usando ficou muito melhor que a minha.