Todos os artigos com a tag: anos 80

Anos 80, a década que nunca termina

Por Clarissa Passossegunda-feira, 24 de setembro de 2012

Depois de uma semana que terminou com o anúncio não só da volta do Bozo como também do chocolate Lollo, faço um humilde pedido a partir desta democrática plataforma de comunicação: enterrem os anos 80.

Dançar Kid Abelha nas baladas anos 80 foi ótimo, eu sei. Sei porque estive lá.

Listar aqueles filmes fantásticos da Sessão da Tarde também.

E encontrar emuladores online para o Genius e o Atari foi de encher os olhos de lágrimas.

Mas, gente, não queremos continuar vivendo em uma década em que se falava “xoxota” em um programa educativo.

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Mastiguinhas, reminiscências e um atestado de sanidade mental

Por Alexandre Inagakidomingo, 29 de janeiro de 2012


Uma das muitas utilidades da internet reside em provar aos outros que não perdemos a sanidade ainda, inventando coisas das quais ninguém se lembra mais. Antes dela, por exemplo, seria quase impossível provar para outras pessoas que houve tempos nos quais supermercados vendiam vitaminas coloridas que vinham num pote de vidro, com o nome de Mastiguinhas, que eram perigosamente deliciosas. A ponto de obrigar minha mãe a guardá-las no armário mais alto da cozinha, caso contrário seriam devoradas sem dó até a última pastilha.

Há alguns anos, porém, toda vez que eu falava nas Mastiguinhas, descrevendo-as como pastilhas coloridas que tinham um gosto levemente azedo, mas muito saboroso, com um cheiro bom que impregnava inclusive o algodão que as protegia dentro do pote de vidro, meus interlocutores me encaravam como se eu fosse um abilolado falando de uma realidade oriunda do mundo imaginário da minha cabeça. Continue Lendo

Save Ferris! Save Hughes!

Por Alexandre Inagakisexta-feira, 07 de agosto de 2009

Todos aqueles que cresceram tendo a TV como babá eletrônica e assistiram a filmes como Curtindo a Vida Adoidado, Mulher Nota 1000, Clube dos Cinco e A Garota de Rosa Shocking acordaram um pouco mais tristes e envelhecidos na manhã de hoje, depois de assimilar o baque da morte inesperada de John Hughes, diretor e roterista de clássicos da Tela Quente e da Sessão da Tarde. Creio que Kevin Smith, cineasta e nerd de carteirinha, falou por todos nós ao escrever, em seu perfil no Twitter: “John Hughes, o homem que falou para geeks de uma maneira que ninguém havia feito antes.” Continue Lendo

8 clipes do rock brasileiro dos anos 80

Por Alexandre Inagakiterça-feira, 13 de maio de 2008

Metrô - “Beat Acelerado” - A letra deste que foi o primeiro grande sucesso do grupo Metrô é de uma ingenuidade quase comovente: “Minha mãe me falou que eu preciso casar/ Pois eu já fiquei mocinha/ Procurei um alguém e lhe disse:/ - Meu bem, você quer entrar na minha?”. A banda, que antes de ser contratada pela gravadora CBS (atual Sony) chamava-se A Gota Suspensa, lançou “Beat Acelerado” como um single cujo lado B continha outro hit, “Sândalo de Dândi”, em 1984. Graças ao sucesso dessas duas músicas nas FMs, o Metrô teve moral dentro da gravadora para lançar Olhar, seu primeiro LP, naquele mesmo ano. Curiosidade: nesse álbum, “Beat Acelerado” ganhou uma nova versão diferente daquela que estourou nas rádios, em arranjo a la Bossa Nova e um verso em francês, idioma natal da vocalista Virginie Boutaud. Porém, a boa fase não duraria muito. Virginie saiu da banda e o Metrô descarrilhou. Até chegou a lançar um segundo álbum, A Mão de Mao, em 1987, com o português Pedro Parq assumindo os vocais. O disco não agradou nem público nem crítica, e o Metrô acabou por encerrar suas atividades. Em 2002, a banda se reuniu novamente para gravar o álbum Déjà Vu, e desde então está na estrada, fazendo shows aqui e acolá. Continue Lendo

80 clipes brasileiros dos anos 80 (parte 2 de 8)

Por Alexandre Inagakidomingo, 10 de dezembro de 2006

A MTV Brasil anunciou que em 2007 deixará de exibir videoclipes no horário nobre. É difícil não resistir ao trocadilho com aquela música dos Buggles e dizer que “YouTube killed the MTV star“. Mas o fato é que há tempos a Music Television perdeu a relevância que teve nos anos 80 e 90, quando era o principal meio de se conhecer bandas novas. E sua filial brasileira, depois que dispensou VJs que realmente entendiam do métier, como Fábio Massari, e passou a infestar sua grade com mediocridades como “Beija Sapo”, definitivamente não me motivava mais a acompanhá-la. Saudemos, pois, a era na qual nós montamos a nossa programação. A propósito, esta é a segunda parte de uma série iniciada neste post.

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Gang 90 & Absurdettes - Telefone - Criada pelo jornalista Júlio Barroso, a Gang 90 (nome inspirado em uma gíria do balacobaco, “pedra 90″, correspondente ao que hoje é conhecido como “sangue bom”) ganhou destaque quando se classificou para as eliminatórias do festival MPB Shell, promovido pela Globo em 1981, com a música Perdidos na Selva. Após várias mudanças de formação (Guilherme Arantes, Lobão e Wander Taffo chegaram a fazer parte do grupo), a Gang 90 finalmente gravou seu primeiro disco em 1983, puxado pelo sucesso “Nosso Louco Amor”, tema de abertura da novela “Louco Amor”. O clipe de Telefone é estrelado por Júlio e duas absurdettes, May East (nome artístico de Maria Elisa Capparelli Pinheiro, atualmente uma ativista ecológica residente na Escócia) e Taciana Barros (na época esposa de Júlio e tecladista da banda). Júlio Barroso morreu ao cair da janela do seu apartamento, no 11o. andar, em 6 de junho de 1984. Em seu livro Dias de Luta, o jornalista e atual editor da revista Bizz Ricardo Alexandre descreve um diálogo entre Lobão e Cazuza, travado durante a aspiração de uma fileira de cocaína esticada sobre o caixão de Júlio (como se compartilhassem a droga com o amigo pela última vez): “Perdemos nosso maior agitador cultural, um cara com drive, um guerrilheiro que sabia de tudo. Me desculpe, Cazuza, mas agora só sobrou bundão“. Continue Lendo

Os Outros, Os Outros Anos, O Mesmo Sonho

Por Alexandre Inagakidomingo, 19 de novembro de 2006

Antes de mais nada, é bom explicar que o texto abaixo não é de minha autoria, e sim de Carlos Eduardo Lima, que acaba de lançar seu romance de estréia. Enquanto não aterrissa nas livrarias, “Vestido de Flor” já pode ser adquirido através de seu site, com a vantagem especial de ser enviado para a sua casa com uma dedicatória do autor. Eu, que tive o privilégio de escrever o prefácio do livro, decidi postar a crônica abaixo (publicado anteriormente no Scream & Yell) como uma espécie de aperitivo para aqueles que ainda não conhecem os textos deste cara que, além de crítico musical, é escriba de mão cheia e autor de um dos melhores romances de estréia que li nos últimos anos. Não à toa, encerrei meu prefácio a “Vestido de Flor” com esta frase: “Carlos Eduardo Lima é um cara que escreve com a paixão de quem ouve uma música com os olhos fechados, as asas abertas feito um coração dependurado na corda bamba“. Aprecie sem moderação.

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Houve um tempo em que um dos meus sonhos mais acalentados era receber uma fita-cassete gravada de uma ex-namorada que tivesse me feito sofrer bastante. E nesta fita deveriam estar algumas canções importantes dos tempos idos, alguns pedidos de perdão implícitos, sendo que a primeira música do lado A deveria ser Os Outros, do Kid Abelha. Sim, é isso mesmo.

Por quê? Porque Os Outros é, sem dúvida nenhuma, um dos mais intensos e fiéis retratos de uma relação de namoro que já foram feitos na língua portuguesa em muito tempo. Exagero? Pode ser, mas vamos entender os fatos. Continue Lendo

80 clipes brasileiros dos anos 80 (parte 1 de 8)

Por Alexandre Inagakidomingo, 29 de outubro de 2006

Ritchie - “A Mulher Invisível” - Depois de ter vendido mais de 1 milhão de cópias de Vôo de Coração (1983), seu álbum de estréia, o inglês radicado no Brasil Richard Court partiu para a gravação do segundo disco cercado de grandes expectativas. E foi assim que, em 1984, a gravadora CBS lançou … E a Vida Continua, com direito a um generoso orçamento para a filmagem do videoclipe da música de trabalho, “A Mulher Invisível”. Em entrevista concedida a Ricardo Alexandre para o livro Dias de Luta, Ritchie narra a saga deste clipe: “Gastamos uma fortuna para rodar em 35 milímetros, com uma equipe enorme, cenários, diretor de arte, extras. Ao todo, gastamos US$ 42 mil. Tudo para o Fantástico falar: ‘Não segue o padrão Globo, não vamos passar’“. Em tempos pré-MTV e pré-YouTube, um cantor não ter seu videoclipe exibido no Fantástico era sinônimo de desastre. De fato, seu segundo álbum não obteve nem um quinto das vendagens do primeiro, e o LP seguinte, Circular (1985), seria o último de Ritchie com a gravadora CBS. Continue Lendo

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Pense Nisso! Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.

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A vida é boa e cheia de possibilidades.
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