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082
11 de novembro de 2002
são paulo  rio de janeiro  graubünden  itararé  porto alegre

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n e s t a  e d i ç ã o:
 
morte é vida - mais desconfortos - lingüiça alemã - o invisível e o escritor - solitude - pra quê rimar amor e dor? - ex-mulheres - garoto juca jr. - paradise motel
 
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editorial
alexandre inagaki  http://inagaki.blogger.com.br
 
"Fulano passou desta para melhor". "Sicrana bateu as botas". "O gato subiu no telhado". Por que usamos tantos eufemismos para se referir a um fato inevitável à vida de todos nós, a morte? Será que a tememos tanto a ponto de o simples fato de citá-la nominalmente precisar ser evitado?
 
Não há consenso sobre o que ela seja. Pode ser o fim de tudo, ou, simplesmente, um novo começo, o primeiro passo para um novo estágio de nossa existência no universo. Absurdo inaceitável, condenação aterradora, mistério indecifrável, tabu. O fato é que não gostamos de falar "nela". Ao mesmo tempo, nutrimos um fascínio que pode ser adjetivado como "mórbido". Manchetes e mais manchetes de jornais anunciam que filhos matam pais, ídolos morrem no auge, serial killers atacam misteriosamente, tragédias vitimam centenas. A morte nos interessa profundamente, a morte faz parte intrínseca da vida. No entanto, somos incapazes de encará-la de frente. O que se passa?
 
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Nossa relação com a morte é decidida por nossas raízes culturais. No mundo ocidental, ela é tabu. Tudo que possa recordá-la nos é afastado da vista: idosos são recolhidos em asilos e doentes morrem longe de nossos olhos, em UTIs distantes de seus lares. A morte é vista como nosso adversário-mor; de capa negra, rosto cadavérico e foice negra na mão, é a própria personificação do Medo.
 
Do outro lado do mundo, os brâmanes hindus a encaram como uma transição semelhante àquela que transforma uma lagarta em borboleta. Já em algumas tribos indígenas brasileiras, os velhos se deitavam na rede e simplesmente aguardavam pela hora de partir. Não comiam, nem bebiam; apenas aceitavam que sua hora tinha chegado, e se curvavam frente ao imponderável. Enquanto isso, fundamentalistas muçulmanos realizam missões suicidas, transformando-se em homens-bomba ou jogando aviões contra arranha-céus simplesmente porque crêem, piamente, que ao cumprir sua missão na "guerra santa" (a maior das contradições em termos) receberão passaportes para a sonhada Terra Prometida.
 
Para nós, ocidentais, a coisa é bem diferente. Cada vez mais relutamos em aceitar a tal "Indesejada das Gentes", e o imaginário hollywoodiano é bastante ilustrativo sobre esse assunto. Mesmo quando a morte se sobrepõe, há sempre um modo de inventar um final feliz - o casal do filme Titanic "ressuscita" no final, e o par romântico de Ghost vive um amor que perdurará mesmo no "outro lado da vida".
 
Esse fenômeno de edulcoração da morte é relativamente recente. Prova inconteste é a modificação dos finais dos contos de fada. O francês Charles Perrault (1628-1703), e os irmãos alemães Jacob e Wilhelm Grimm (cujo primeiro livro saiu em 1812) foram os pioneiros a recontar em papel relatos que passavam de geração a geração, como as histórias de Chapeuzinho Vermelho, O Gato de Botas, O Pequeno Polegar e Cinderela. Na época, esses contos infantis eram vistos como uma forma de educar as crianças para os fatos da vida, e finais tristes, obviamente, faziam-se necessários. Walt Disney, ao transpor tais relatos para a tela cinematográfica, preferiu dar a seus espectadores happy ends devidamente domesticados.
 
Um exemplo? A última frase de Perrault em sua versão da história de Chapeuzinho Vermelho acaba assim: "O malvado lobo atirou-se sobre Chapeuzinho e a comeu". Seja sincero: você nunca achou uma tremenda forçação de barra um caçador ouvir os gritos da menina, salvá-la e ainda abrir a barriga do lobo para tirar a vovozinha ainda viva de lá? Fala sério... Quer outro exemplo? Na história dos irmãos Grimm, a madrasta da Branca de Neve não caiu do penhasco (como no desenho da Disney): na versão alemã, ela foi obrigada a dançar com um par de chinelos de ferro em brasa, até cair morta, em plena festa de casamento da princesa!
 
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Pesquisa realizada pelo psicólogo americano Lisl Goodman, publicada no livro "Death and the Creative Life", de 1981, mostra que o medo de morrer está fortemente ligado a uma frustração perante a vida. Entrevistas realizadas com centenas de pessoas entre 17 e 70 anos revelaram que as mais temerosas da morte eram justamente as que não haviam concretizado seus projetos. Segundo Goodman, "para esses a vida tinha sabor de uma obra inacabada".
 
Contudo, como nos ensinaram os Rolling Stones, "I can't get no satisfaction". Na falta do que fazer, sempre arranjamos algum motivo para nos apegar à vida. Eu quero ver o pôr-do-sol de amanhã, sentir a brisa de cada manhã no rosto, chupar jabuticaba, correr descalço pela grama, dançar em frente ao espelho, beijar outros lábios, nutrir novos sonhos e esperanças. Enfim, viver.
 
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A ciência avança. Os progressos da medicina, os estudos do Projeto Genoma e os novos remédios que prometem retardar o envelhecimento fazem com que deixemos de pensar em nossa finitude. E, se ela vier enfim, há quem se creia na criogenia como um meio de sobreviver à própria morte.
 
Robert Ettinger, professor de física da Universidade de Michigan, escreveu em 1964 um livro intitulado "A Perspectiva de Imortalidade". A obra lançava um conceito polêmico: se, logo após a morte de uma pessoa, seu cadáver fosse imerso em nitrogênio líquido interrompendo-se o processo da decomposição), seu corpo poderia ser mantido até um futuro em que seja desenvolvida uma tecnologia capaz de reanimá-lo para a vida. Crentes nessa técnica popularmente conhecida como criogenia, cerca de 130 pessoas estão congeladas dentro de cápsulas de aço, de cabeça para baixo e mantidas em nitrogênio a uma temperatura de 196 graus negativos (especula-se que, olha ele aí novamente, Walt Disney seja uma delas). Contudo, esta opção é para poucos: o custo para o congelamento e manutenção de um corpo é de 120 mil dólares.
 
Mas sobreviver à própria morte não necessariamente requer fortunas. Mesmo porque ninguém (com poucas exceções, como a do ex-presidente João Figueiredo) deseja ser esquecido, e passar a eternidade em uma lápide empoeirada e sem flores no dia de Finados. Através da arte, poetas, pintores, escultores e cineastas alimentam o vão desejo de permanecer para além da vida, criando obras que possam sobreviver a suas mortes físicas, assim como há aqueles que criam instituições ou museus perpetuando seus nomes (vide Alfred Nobel e John Rockfeller). A luta contra o olvido post-mortem faz parte da condição humana.
 
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Talvez tudo fosse mais fácil se agíssemos como certas ordens católicas em que os monges, ao se encontrarem nos corredores de um mosteiro, cumprimentam-se com a expressão "memento mori". Que significa, em latim, "lembre-se de que você vai morrer". A saudação, longe de ser pessimista, funciona como um exercício espiritual de aceitação da própria morte. Mais do que isso: é um lembrete para investir na vida.
 
"É preciso viver cada dia como se fosse o último". O clichê é verdadeiro: aceitar a morte significa aprender a valorizar cada momento presente. Talvez o exemplo maior tenha sido dado pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho. Que, consciente da proximidade de seu fim físico, soube viver com muito mais intensidade e generosidade.
 
Mais do que a morte, é preciso dissipar em nós o medo de viver. Recordo aqui as palavras de Oscar Wilde: "São poucas as pessoas que realmente vivem; a maioria delas apenas existe".
 
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Literatura viva, inquieta e pulsante: eis o que nos oferece André Machado, autor de uma das séries mais celebradas do Spam Zine, "Minicontos do Desconforto", e responsável pelo imperdível blog Comentários e Versos do Cadafalso, que completou um ano dia 6 de novembro. Para fazer companhia ao grande André, temos: Ellen Aprobato, nossa leitora radicada na Suíça, trazendo deliciosas indagações de ordem etimológica; o inquieto Fábio Fernandes, com mais dois verbetes do irretocável Pequeno Dicionário dos Arquétipos de Massa; Silas Corrêa Leite, nosso homem em Itararé, versejando sobre as agruras de um divorciado; Ricardo Ramos Leite, saciando as saudades do finado blog O Mundo Anárquico do Garoto Juca Jr.; e a estreante Camila Dalbem, nossa correspondente em Porto Alegre.
 
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minicontos do desconforto
 
- 16 -
 
"Você não deve se envolver com uma mulher misteriosa de olhos negros", disse a cartomante. E ele, sempre supersticioso, assentiu. Ao deixar a tenda, tropeçou nela. Miúda, sorriso franco e olhos verdes. Gostaram-se de cara. Saíram dali para o primeiro drinque. Acabaram fazendo amor no elevador, a caminho do apartamento dela.

Ele sentia o peito explodir de felicidade e prazer. Sentou-se no sofá, pensando em como aquilo era refrescante, diferente de tudo que já vivenciara. Então ela voltou lá de dentro.
 
E seus olhos eram agora negros como azeviche.
 
Ele soltou um grito e fugiu espavorido, deixando mudo na boca da companheira o comentário sobre as lentes de contato.
 
- 17 -
 
Ficou olhando para o revólver em cima da cama. O palácio estava silencioso.
 
Entendeu que, cedo ou tarde, os militares tomariam o poder. Só podia adiar o inevitável.
Que fosse tarde, ora diabos.
 
 
Mas estava com medo. Merda, pensou, por que fui nascer numa época em que só existem presidentes? Se fosse imperador, teria um escravo que não hesitaria em ajudá-lo a se matar. Aí lembrou-se de Nero. "Covardão, precisou que alguém lhe empurrasse o punhal garganta adentro..."
  
Não, sua decisão seria solitária.
 
 
Deu a última tragada no charuto. Ia sentir falta disso. Pegou a arma, apontou-a para o peito, como o amigo lhe ensinara.
 
 
Então teve uma visão. Afrodite surgiu diante de si, em todo o seu esplendor. Instou com ele que poupasse a própria vida, mostrou-lhe imagens de um futuro brilhante à frente, após aquela crise de pouca monta se comparada com as que viriam no fim do século.
 
Ele titubeou. Pensou alguns instantes. Foi o suficiente para se lembrar do pouco de mitologia que aprendera. Afrodite, aquela beldade à sua frente, havia sido amante de Ares. O deus da guerra. Um milico safado!
 
 
Olhou para a deusa e viu que seus lábios, perfeitos, tremiam. Os olhos se moviam rapidamente. Ela suspirou e ele viu uma nova deidade se formando perto da escrivaninha. Usava um elmo e portava uma lança.
 
 
Atirou no próprio peito, não sem antes sorrir. Morreu gargalhando ante a inépcia olímpica.
 
- 18 -
 
Jurou que era a última vez que ouvia aquele disco. A capa já estava até meio comida pelas traças, o vinil com alguns tec-tecs que ele conhecia de cor no meio das músicas. Deitou a agulha sobre a bolacha e jogou-se no sofá. O show começou, pegou embalo e logo ele batucava e cantarolava junto com a banda. Abriu a garrafa de conhaque e bebeu pelo gargalo. Chovia.
  
Quando pôs para tocar o último lado do segundo Lp, quase chorou. Não ia mais ouvir as piadas do cantor entre as músicas, nem aquele solo improvisado do guitarrista com uma canção de ninar no meio. Mas era preciso. O disco ia acabar furando.
  
Chegou o momento. "If you wanna a little bit of rocknroll, shout it out loud", gritou o vocalista. Era a senha para o encore final. A música rolou uma vez mais. Fim. O volume dos aplausos foi diminuindo. E... de repente aumentou de novo! Houve um segundo bis. E um terceiro. Nada disso estava no disco. Até agora.
  
Ele se sentou no sofá, olhou para a vitrola. Que porra era aquela? A agulha flutuava acima do vinil. A banda parecia estar ali, a turba ensandecida vociferando à sua volta. Deve ser o conhaque, pensou. De repente, do nada eles estavam ali. Um show na sala do conjugado.
  
Ele se juntou à banda até o décimo-quinto bis, quando por fim diluiu-se no ar e foi sugado pelo disco negro e reluzente. E viveu ali, na ponta da agulha, o resto de seus dias, no meio daquela multidão, assistindo àquele show até o dia em que seu filho, transido de saudade, quebrou a bolacha sem jamais saber que estava mandando seu pai para o limbo.
 
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cabra macho
ellen aprobato  [email protected]
 
Bati o olho no refrigerador do supermercado e gelei. Não porque estava frio demais, um calor do caramba, mas por que eu vi uma guloseima que eu procurava há mais de dois anos: a lingüiça. Meu marido não tinha nem idéia de como chama em alemão, ele dizia o nome geral, Wurst, e com este nome existem só na região onde moro mais de 200 tipos. Quando eu olhei o nome em alemão eu dei risada: Luganigha. Lugano é a capital de Ticino, Cantão suíço que fala italiano, fronteira com o norte da Itália. Portanto, calabresa em alemão é Luganica. Será que alguém aí percebeu a semelhança com o nome Lingüiça? Ainda com a pulga atrás da orelha comecei a investigar e descobri que, em Portugal, chamam a língua de porco salgada de lingüiça...
 
Foi então que eu comecei a ver a quantidade de palavras que a língua "abrasileirou". Tem a expressão cabra macho. Bem, cabra macho pra mim é bode, faz bé-é-é. Mas macho em dialeto suíço-alemão é Bock. Será que alguém aí pensou na cerveja? (Bingo!). Existe um animal, descendente da cabra sim, com chifres muuuuuuito compridos, que mora nos Alpes grichas (no cantão da Graubünden) chamado Steinbock. Ele quase não se alimenta, vive pulando de um penhasco a outro, por isso o Stein (pedra). Imagino que alguns imigrantes diziam que eram valentes como essa cabra.
 
E, voltando ao Bock. Kaiser Bock, velha companheira de manguaça. Kaiser é imperador, Kaiser Bock é imperador macho (vai saber quantos homossexuais estiveram no impérios austríaco, prussiano, alemão...)
 
Tem aquela música da Marina. Fullgás. Sabe o que é Vollgaz em dialeto suíço alemão? Pé na tábua! E, se não foi desta expressão mal entendida, me expliquem então de onde ela foi tirar essa palavra...
 
Pois é. E sobre as palavras que não se traduzem, as palavras que a pronúncia latina mudou completamente, as palavras e os sons que não existem? Os sentimentos que não se traduzem, não se explicam, saudade, banzo, gostar, e outras tantas, e as piadas?
   
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pequeno dicionário dos arquétipos de massa
fábio fernandes  [email protected]
 
O Homem Invisível
 

Esta é óbvia, você dirá. Todo mundo se sente invisível de vez em quando.

Mas sempre, o tempo todo, não.

O rapaz era... como era mesmo o rapaz? Pergunte a qualquer um, e todos lhe darão a mesma resposta. Não sei, sei lá. É um rapaz como outro qualquer.

Mas como é um outro qualquer?

Aliás, quem é mesmo esse rapaz?

Ninguém sabe. Ninguém vê esse rapaz.

Até poderiam, se quisessem. Se soubessem que ele estava lá, do lado deles, quieto, mexendo seu café com a colherinha sem fazer barulho. E ainda que fizesse, quem ouviria?

Ninguém. Porque ninguém ouve esse rapaz.

Ele também não faz força para aparecer. Que ele tem medo até seria óbvio, se alguém o olhasse por um instante e visse o seu rosto.

Mas como é mesmo o rosto desse rapaz?

  
  
O Escritor Maldito

Caralho, detesto entrevista. Por quê? Porque vocês jornalistas só fazem perguntas imbecis. O quê? Ah, se eu tô te ofendendo, foda-se. Você tá aqui porque quer, porta da rua é serventia da casa.

 

Você ta me perguntando quem eu sou? Você estudou filosofia ou é burro mesmo? Não, eu respondo, tudo bem, é bom mesmo: eu sou um escritor maldito, é o que eu sou. Eu escrevo as minhas angústias. Eu não quero nem saber se eu sou ou deixo de ser porta-voz da minha geração. Eu sou mais eu.

 

Por que é que você fica olhando tanto pras minhas tatuagens? E o meu cabelo? É roxo, nunca viu? O que eu escrevo é muito mais importante que isso, porra. Você tem que falar é do que eu escrevo. Angústia é muito mais importante do que tatuagem ou cor de cabelo.

 

Ah, vá se foder. Eu sou é bom.
 
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p e r g u n t a r   n ã o   o f e n d e
"O que será da música pop quando as palavras 'amor' e 'dor' forem banidas do vocabulário da humanidade?"
 
alex de souza  [email protected]
Vai ser terrível (pra eles) o que já é terrível (pra nós). Mas ainda restará rimar "cabelo ao vento" com "lamento", "solidão" com "paixão" ou "canção" ou "ilusão" ou "Turcomenistão" e todos os verbos no intransitivo, gerúndio ou particípio, do tipo "amar" com "cantar", ou "sofrendo" com "batendo", ou "sofrido" com "pelo amor dos meus ouvidos".
 
lola félix  [email protected]
vai ser uma grande catástrofe, mas não tão grande como seria abolir da língua portuguesa (e da vida do djavan) o acento til: coraçã, tubarã, leviatã.
 
eduardo palazzo  [email protected]
Funk.
 
antonio carlos bicarato  [email protected]
Em primeiro lugar, uma assepsia musical vai acontecer, com a exterminação dos "breganejos", fato a ser comemorado com festa na Paulista e tudo mais. Em segundo lugar, dicionários de rimas para palavras ou expressões como "afeto ilimitado" ou "aguda sensação nervosa" terão tiragens jamais vistas na história.
 
gustavo vicente arrieche  [email protected]
- Teremos uma paz momentânea, porque assim os pagodeiros e sambistas da moda se suicidarão, sem ter outras palavras para preencherem suas letras musicais que façam uma rima chimfrim. O programa da Hebe acabará porque ela não terá mais cantores românticos para tocar nos seus programas e sentar no sofá ao seu lado. Será uma "gracinha" total não vê-la mais às segundas a noite.
 
- Nos sábados a população de baixa renda procurará algo de útil para fazer porque o Gugu Liberato entrará em colapso nervoso (terá chiliques homossexuais pra ser mais exato) e não conseguirá apresentar mais o Sabadão Sertanejo. Morrerá a pseudo-criatividade das propensas duplas musicais. Ainda restarão bandas fabricadas que possuem refrões indecifráveis como "acelerê, ahá, ehe", mas somente elas não conseguirão manter a audiência do programa.
 
- Morrerá o Domingo Legal, e o Silvio Santos voltará a apresentar um conjunto de programas o dia inteiro com o microfone do tempo do guaraná com rolha amarrado no pescoço.
 
- Falcão voltará a ser arquiteto.
 
- Reginaldo Rossi terá uma crise existencial, e seguirá a profissão de garçom para comprovar se a classe realmente ouve histórias de amor.
 
- Padre Marcelo Rossi passará mais tempo na Igreja, exercendo o sacerdócio ao invés de ficar sacolejando em shows.
 
- E por fim, paz irá durar pouco porque as bandas de Axé Music estão se preparando para o verão e poucas delas utilizam as palavras 'amor' e 'dor' nas suas letras, bem como os grupos de funk.
 
]] CONFUSO - fanzine por e-mail - http://www.confuso.com.br [[
 
Sonic Records  [email protected]
Seria um espetáculo. A tão esperada extinção do lixo que assola o país: grupos de pagode baratos, cavanhaques loiros, declarações de amor fúteis para as grandes massas, tudo isso sumiria em questão de dias.

No lugar destes, imagine momentos preciosos: Em uma tarde de domingo qualquer, o Gugu (isso se ele não sumir junto com a corja) chamando Frank Jorge ao palco. The Strokes tomando conta da programação baba da MTV. Manic Street Preachers fazendo turnê mundial com patrocínio da Kaiser "Music". Um sonho, sim. Mas pelo menos, é digno de ser.
Quanto aos grupos de pagode, poderíanmos ser mais rígidos, proibindo frases que tenham as palavras "liga pra mim" "azul da natureza", "minha princesa"... argh. Já estou com náuseas.
 
Manoela Vitorino  [email protected]
Simplesmente não mais será...
 
Diogo S. Lima  [email protected]
A Shakira já afirmou ter comprado um dicionário de rimas... todos vão acabar comprando dicionário de sinônimos. E olha quanta variedade (em inglês, porque português é coisa de tapuia...):
 
LOVE - attachment, endearment, affection, adoration, liking, devotion, warmth, tenderness, friendliness, adore, worship, like, cherish, fondness
 
PAIN - twinge, ache, pang, agony, distress, grief, anguish, throe, paroxysm.
 
Apesar de vivermos num mundo maluco, há 14 sinônimos listados para LOVE e 9 para PAIN. Será que há luz ao fim do túnel?
 
Marlos Áypus  [email protected]
Minha resposta:
A filosofia perderá um ótimo inquilino.
 
(inspirado na canção "Mora na Filosofia", de Lupicínio Rodrigues, eu acho. Mais especificamente no trecho "Mora na filosofia: pra quê rimar amor e dor?")
 
Homem-Estupendo  [email protected]
Acho que as letras perderiam um pouco do sentido:
 
“Beija-flor, que trouxe o meu ????
Voou e foi embora...
Olha só como é lindo meu ???
Estou feliz agora.”
 
Mas “pop” que é “pop” não se abala com pouca coisa, logo eles (infelizmente) botam outra coisa no lugar...

pergunta da próxima semana:
"Mas será o Benedito ou a capa dele?"
Não entendeu a pergunta? Bem, quem disse que perguntas são para serem compreendidas? Ione Moraes, editora da próxima semana, avisa que leitores de Recife têm mais condições de esclarecer tal assertiva. Manifestem-se:
[email protected].
 
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ex-mulheres
silas corrêa leite  [email protected]
 
Ex-mulheres são para sempre
Como hérnia no disco ou pensão alimentícia
Você ainda vai ter uma, mano
E vai ser difícil esgotar todos os horizontes
 
Ex-mulheres ainda respiram
Pelos cotovelos, as tantas desavenças
Algumas querem você de novo
Outras têm inveja da nova musa-vítima
 
Ex-mulheres cheiram sovaco
Ainda no sonho - ou pesadelo-sublimação
Mas o amor passa, tudo passa
Ficam apenas essas ex-mulheres
 
Algumas ligam para você, cobram
Que leve o Júnior para um estágio em casa
Outras querem dar a saideira
Pois a saudade é um revólver quente
 
Ex-mulheres são para sempre
Nos amaram - e nos deixaram, e assim
São infelizes para sempre
Em braços de outros musos-vítimas
 
Ex-mulheres engordam
Têm estrias na alma e no coração
Quando viúvas ou largadas
Nos telefonam a cobrar no Sabat
 
Ex-mulheres são como sogras
E cervejas - bem geladinhas e em cima
Da mesa - flores e velas e filhos
Mais uma sensação de libertinagem
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Ex-mulheres doem no ego
E no bolso, e até, às vezes, pensamos
Nelas como seres, como humanas
Pois nos deram lições de como não sermos
    
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garoto juca jr. nas eleições
ricardo ramos leite  [email protected]

Que dia mais louco foi aquele domingo de eleição. Levei meu sobrinho para um riacho onde costumava ir pescar na adolescência. Mas eu o usei como isca, pois lá existem várias piranhas assassinas e/ou semi-assassinas, e eu estava louco para comer carne de piranha. Amarrei ele numa pedra, e o joguei no riacho, e deixei ele apenas com um canudinho, para que pudesse respirar.

Fiquei lá um tempão, observando as nuvens, ouvindo o barulho do riacho batendo nas pedras, ouvindo os gritos de horror de meu sobrinho, e o barulho da carne rasgando e do sangue borbulhando. Foi então que, quando era quase 5 horas, lembrei-me que hoje era dia de eleição! E se eu não votasse, o presidente do TSE iria pessoalmente arrancar meu coração com uma espátula de sorvete! Ou, pelo menos, foi isso que ele disse na TV.

E lá fui eu, correndo, para a Escola Estadual Charles Bronson, onde voto. Ufa, ainda bem, chegando lá notei que as bizarras filas do primeiro turno não existiam mais. Mas minha alegria e meu alívio duraram pouco. Chegando na sala onde voto, lá estava meu bisavô! Ele tem cento e cacetadas anos, e recentemente virou druida de metrô! E eu sei como os idosos são lentos para operar máquinas! Eu olhava para o relógio, eram 4:55, não ia dar tempo! El ele ali, votando, demorando! “Bisavozinho! Sou eu, seu bisnetinho!”, disse eu, chegando perto e abrindo os braços para abraçá-lo. “Sai pra lá, bisneto! Ninguém chega perto da urna! Voto é secreto! Secreto!”, disse ele, empurrando-me para longe. “Mas bisavozinho, só quero ajudá-lo!”, disse eu.

Meu bisavô sacou uma antiga arma dele, da época da guerra do Paraguai, e apontou para mim e para os mesários: “Sai pra lá! Eu tenho título de eleitor desde a proclamação da república, e sempre garanti que meu voto fosse secreto! E não tenho medo de usar essa belezinha aqui, não! Ela está cheia de pólvora e enxofre! Quem chegar perto leva bala! Eu mesmo matei 5 curiosos que queriam ver meu voto em Prudente de Morais nas eleições de 1894. Naqueles tempos é que as eleições eram boas! Nada de engenhocas malucas que só servem para perder tempo! Naquele tempo votávamos com um pedaço de carvão em cima de uma tira de couro de jegue! E quem reclamasse levava cinco chibatadas do presidente da seção!”.

Eram 4:59! E lá estava o presidente do TSE, com uma concha de sorvete na mão, olhando para mim, e olhando para o relógio! Eu resolvi então apelar para a saída dos covardes, resolvi justificar meu voto... Ajoelhei-me aos pés do presidente do TSE, e passei a implorar: “Ó, misericordioso presidente do Tribunal Superior Eleitoral! Peço teu perdão e minha absolvição! Quero... justificar meu voto!”. “Tolo!”, disse o presidente, “Mil vezes tolo! Estás perdendo tua chance de exercer tua cidadania! Qual é tua justificativa?! E se não me convencer, jogarei-te aos crocodilos!”. “Minha justificativa é aquele velho ali! Ele recusa-se a apertar 4 botões, e concluir sua escolha!”.

Mas esses idosos idiotas estão enchendo-me a paciência!”, berrou o presidente. “De agora em diante, qualquer velho burro que não saiba apertar uma simples combinação de 4 botões, será proibido de votar! E se insistir, será levado para a... forca elétrica!”. “Me perdoe, excelentíssimo senhor, ”, disse eu, “mas não seria a cadeira elétrica?”. “Nada disso! É a forca elétrica! Inventei agora! Algo contra?!”. “Não, não, de modo algum! Então agora posso votar... Muito obrigado! Muito, muito, muito obrigado! Que a glória do Martelo de Hackar, herdeiro do trono de sangue de Albhergior, venha abençoá-lo e a tuas crias!”, disse eu, dirigindo-me à urna, enquanto meu bisavô, entoando uma canção druida, saía da frente da urna.

Feita a minha decisão eleitoral, voltei para o riacho, para ver como estava meu querido sobrinho. E, para minha surpresa, no local havia uma ambulância, e 5 paramédicos tentando reanimá-lo, e vários mergulhadores tentando resgatar pedaços de ossos e de órgãos do fundo do riacho. Levaram ele para o hospital, para que fosse costurado de volta... E nada de minhas deliciosas piranhas! Fiquei sem janta! Bem, fico por aqui. Sayonara, cambada do Spamzine. E aproveitem o Lula! 
  
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ensenada, por uma noite
camila dalbem 
[email protected]

Eram seis da tarde. Estávamos perto de Ensenada, próximo à fronteira do México com a Califórnia. Júlia dormia esparramada no banco de trás do Opala Azul. O carro seguia aos solavancos. Parei em um boteco, desci pra perguntar sobre algum hotel. Atrás do balcão, um velho de barba espessa insistia em me vender alguma bebida. Pedi uma tequila. Comentei algo sobre o calor, ele me ignorou. Perguntei se havia algum hotel por perto. O homem resmungou alguma coisa que não entendi. Um garoto puxou meu braço, pediu uma moeda, disse que não tinha dinheiro. Ele continuou me puxando, levou-me até a porta. Apontou pra longe e disse que havia um hotel. Voltei-me para o velho, perguntei se ele tinha algum vinho, ele pôs sobre o balcão duas garrafas plásticas com um líquido amarelo. Tirei dez dólares do bolso, entreguei-lhe, mandei dar o troco ao menino. Entrei no carro, bati a porta. Júlia acordou, pediu pra ir ao banheiro, arranquei. Ela reclamou, mas logo pulou pro banco da frente e começou a tagarelar. Perguntou pra onde estávamos indo. Vi o luminoso vermelho ao longe, “pro paraíso”, respondi. Júlia sorria – estava sempre feliz, não que eu me importasse, mas tornava as coisas mais fáceis.

Paradise Motel, uma construção baixa e comprida com uma infinidade de portas lado a lado indicando os quinze quartos. A fachada era coberta por uma tinta rosada que o tempo maltratou. Estacionei em frente ao que me pareceu ser a portaria. Uma sala pequena, com uma mesa cheia de papéis, uma poltrona velha de onde uma mulher assistia à televisão. Desci do carro, Júlia atrás. A mulher levantou, veio até a porta. Cumprimentou-nos. Perguntei se tinha um quarto. Ela fez que sim, balançando a cabeça com um olhar malicioso. Foi até a mesa, abriu a única gaveta, de onde tirou uma chave. Perguntei se podia pagar em dólar, ela consentiu. Olhou pra rua e gritou chamando alguém. Um moleque de uns quinze anos apareceu correndo. Ela mandou que ele nos mostrasse o quarto. O garoto pegou a chave, levou-nos até uma porta onde estava pregado o número oito, entregou-me a chave e saiu correndo.

O quarto media pouco mais de três metros quadrados.  As paredes pintadas de azul faziam com que parecesse ainda menor. Sobre a cama, uma colcha vermelha. Ao lado, a mesa de cabeceira onde ficavam um abajur e um copo, provavelmente para que se bebesse água da torneira. Ao fundo, além da porta do banheiro, uma janela parcialmente encoberta por uma cortina florida. No banheiro, o chão de lajotas soltava um farelo que grudava na sola dos sapatos. A pia ficava logo na entrada, havia um espelho acima dela, preso à parede. O chuveiro ficava suspenso no meio do cômodo, alinhado com um ralo de metal enferrujado por onde a água misturada ao pó das lajotas devia escorrer.

Tirei a mala do carro, joguei sobre a cama, quase acertando Júlia, que havia deitado. Disse pra ela ir tomar um banho, lavar aquele cabelo imundo. Ela riu, começou a procurar uma toalha na mala. Escorei-me na porta, ainda aberta, acendi o último cigarro. Júlia deixou a toalha sobre a cama, entrou no banheiro, perguntou se o chuveiro era quente. Acho que sim, respondi. Ela começou a se despir, mandei fechar a porta do banheiro, ela não me obedeceu. “Fecha a porta do banheiro, vadia!”, ela adorava que eu a chamasse de vadia. Saí do quarto, tranquei a porta por fora. Fui até o carro, peguei as garrafas de vinho. Sentei num toco de árvore, abri a tampa rosca da garrafa, dei um gole. Uma porcaria. Alguns minutos e Júlia apareceu, se gabando de ter saído pela janela. Estava enrolada na toalha. Pediu um cigarro, entreguei-lhe a carteira vazia. Ela pediu a chave do carro, disse que ia comprar mais. Forcei uma gargalhada, nessa altura já tinha acabado com uma garrafa de vinho, abri a outra. Júlia não parava de falar, minha cabeça doía, mandei ela beber um pouco, ela só dizia que queria fumar. Levantei, botei a garrafa na sua boca, virei, derramando aquele vinho azedo pelo queixo, pelos cabelos, pelo colo de Júlia. Ela encheu a boca, quando tirei a garrafa ela cuspiu. “Isso é mijo!”, ela gritou. Eu estava completamente bêbado, olhei a garrafa na minha mão. Parecia mijo. “Cala a boca, vagabunda”. Caminhei em direção ao carro. Ela veio atrás, mandei entrar no quarto. Ela parou, gritou que não era nenhuma vagabunda. Tirei a chave do quarto do bolso, joguei no chão, perto dela, entrei no carro e saí.

Estava a quinze quilômetros da cidade, onde poderia comprar alguma comida, cigarros e até, quem sabe, encontrar uma puta pela rua, mas eu preferia ficar ali, rodando no meio do nada, me sentindo um condenado. Além disso, eu tinha uma garota, e ela estava esperando por mim. A verdade é que eu gostava de Júlia. Os cabelos descoloridos, as unhas vermelhas descascadas, o salto alto. Era por ela que eu estava parado na beira da estrada, fingindo estar num outro lugar. Ela não era muito esperta, e esse era o seu charme: ela era toda verdadeira. Peguei o vinho, dei mais um gole. Minha cabeça dava voltas. Quem dera mijo me deixasse desse jeito. Quando voltasse ia pedir pra Júlia mijar na minha boca. Dizer que estava viciado. Eu amava Júlia de verdade.

Bati à porta do quarto oito, mandei Júlia abrir a porta. Ela disse que não tinha nenhuma Júlia ali. Perguntei se tinha alguma vadia, ela abriu a porta, sorrindo, ainda estava enrolada na toalha. Entrei, carregando a garrafa plástica vazia, mostrei pra ela. Perguntou se eu tinha comprado cigarros. Perguntei se ela não estava com fome. Ela perguntou de novo sobre os cigarros. Mandei calar a boca. Júlia deixou cair a toalha, se jogou na cama, ficou de quatro. Falei que aquilo não tinha a menor graça, que ela podia pelo menos se fazer de difícil. Ela me encarou, séria, disse que a parede azul combinava com os meus olhos. Tirei a camisa, também encarando Júlia. Ela ainda de quatro. Peguei-a pelos ombros, virei-a de frente, segurei seus pulsos. Ela deu um miado. Não contive o riso. Ela miou de novo. Arrastei-a pela cama, até encostá-la na parede. Disse que ela também ficava bem em fundo azul, beijei-a. Ela baixou a cabeça, disse que eu estava com cheiro de mijo. Larguei um dos pulsos dela, segurei seu queixo. Ela riu, disse que me amava, pediu pra eu tirar as calças e não bater nela, que ela não gostava de apanhar. Eu nunca havia batido em Júlia, só a chamava de vadia porque ela sorria. Larguei seu queixo, seu pulso, abracei-a. Disse que precisava tomar um banho.
 
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Na falta de um Deepak Chopra ou Roberto Shinyashiki, quebramos o galho por aqui. Mas não esperem que ensinemos você a fazer amigos, influenciar pessoas ou mexer no queijo dos outros. Arrisque-se: 
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----- Original Message -----
From: Egna Oliveira <[email protected]>

To: [email protected]
Sent: Saturday, November 02, 2002 4:13 PM
Subject: Perguntar não ofende, né?

Não sou do tipo depressiva e menos ainda convencida... Caramba, eu rio das minhas lamúrias e tenho maior dó dos amigos que me elogiam (perdoai-os, eles não sabem o que fazem!). Claro que "muito bem resolvido, obrigado" ninguém realmente é... Mas digamos que tô mais ou menos no caminho de lá. Enfim, sem estender ainda mais a minha ficha técnica, fica aí a pergunta romântico-depressiva-convencida-de-sempre: se ele admite que sou atraente, interessante, criativa e até que bem humorada... por que é que o EGO dele não é igualmente capaz de admitir que apesar dos meus 8 cm a mais de altura, e de não ser intelectualmente inferior como as que ele tá acostumado a catar... SIM! Eu sou a mulher perfeita pra esse filho de uma mãe?

P.S.: Como esta é uma pesquisa de opinião, gostaria muito que os rapazes inteligentes, metidos a engraçadinhos e com altura em torno de 1,70 pudessem me dar uma luz sobre a questão, ok?
 
inagaki responde: cara Egna, metido a engraçadinho eu sempre sou; contudo, tenho 1m80 e meus parcos arroubos de inteligência nem sempre surgem quando eu desejo. O problema aí é que nem sempre o desejo de um rima com os anseios de outro. Há homens que valorizam mais peitos siliconados que cérebros turbinados, e vice-versa. Sobre perfeição, Grace Jones disse tudo em um título de música: "I'm Not Perfect, But I'm Perfect For You". Cabe a você e ao seu objeto de afeição entrarem em consenso sobre suas respectivas definições sobre o que é perfeição... Boa sorte pra ti, e, vai saber, quem sabe algum assinante do SZ possa jogar uma luz maior sobre sua questão? Juízo (ma non troppo)!
 

----- Original Message -----
From: Bardo <[email protected]>
To: [email protected]
Sent: Sunday, November 10, 2002 2:03 PM
Subject: Colaboração

Olá, pessoal que faz o spamzine. Eu gostaria de mandar um texto para vocês. Como vocês preferem? Anexado ou "colado" aqui mesmo?
 
inagaki responde: obrigado pela pergunta, Bardo: nunca é demais esclarecer a mesma questão. Todas as colaborações para o Spam Zine devem ser enviadas, preferencialmente, no próprio corpo do texto: attachments fedem. Um abraço, e obrigado pela leitura.
   
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orlando: Crer é tão fácil. Saber é que é quase insuportável. não saber é cotidiano. Não crer, regra de conduta.
 
lesminha: eu tenho tanta preguiça que este poema acaba aqui.
 
inagaki: uma das maneiras que encontramos para lidar com a morte são as piadas de humor negro. Em http://www.quatrocantos.com/humor/hnegro/neg01.htm, encontrei algumas de matar (rá, rá, rá). Advertência: não são palatáveis para qualquer um.
 
zé vicente: o amor é uma felicidade muito desagradável.